CANSI, Patricia Gama Temporim; SÁ, Maria Inês Rocha de. O espetáculo
da escola em movimento: conversas sensíveis, temas
corpos pulsantes. PragMATIZES -
em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20, p. 162-
dese
sperado da professora Laura se
apresenta como um grito contra a
subversividade de jovens que ousam
em aprender de outras maneiras. Isso
é, aprender com o corpo e a mente de
maneira associada.
Nesse sentido,
Espinosa, filósofo holandês do século
XVII, aponta-
proposição: “Nem o corpo pode
determinar a mente a pensar, nem a
mente pode determinar o corpo ao
movimento. A mente e o corpo são
uma só e a mesma coisa que é
concebida ora sob o atributo do
pensamento, ora sob o da extensão”
(
2015, EIII, P. II, p. 241
expressa por um dos líderes do grupo:
/ < ' 1 <
' /
I7
)
c
orpos que estudam, são os mesmos
corpos que dançam.
Espinosa, a professora Paola Zord
(2013) aborda os corpos e os afetos
em uma proposta relacional:
Como aglomeração infinda de partes
que pertencem ao mundo extenso,
um corpo reúne incontáveis
partículas que se movimentam de
modos diversos, estabelecendo
formas e funções, ordens de
comp
osição e decomposição que
20
Conversa entre um dos lí
com a pesquisadora, em 24/11/201
CANSI, Patricia Gama Temporim; SÁ, Maria Inês Rocha de. O espetáculo
da escola em movimento: conversas sensíveis, temas
invisibilizados e
-Americana de Estudos
7, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
sperado da professora Laura se
apresenta como um grito contra a
subversividade de jovens que ousam
em aprender de outras maneiras. Isso
é, aprender com o corpo e a mente de
de
Espinosa, filósofo holandês do século
proposição: “Nem o corpo pode
determinar a mente a pensar, nem a
mente pode determinar o corpo ao
movimento. A mente e o corpo são
uma só e a mesma coisa que é
concebida ora sob o atributo do
pensamento, ora sob o da extensão”
2015, EIII, P. II, p. 241
). Reflexão
expressa por um dos líderes do grupo:
/ < ' 1 <
orpos que estudam, são os mesmos
Espinosa, a professora Paola Zord
an
(2013) aborda os corpos e os afetos
em uma proposta relacional:
Como aglomeração infinda de partes
que pertencem ao mundo extenso,
um corpo reúne incontáveis
partículas que se movimentam de
modos diversos, estabelecendo
formas e funções, ordens de
osição e decomposição que
com a pesquisadora, em 24/11/201
8.
afetam toda a natureza e que o
instauram enquanto relação.
Composto de partes individuadas,
que constituem desde grandes
superfícies, reuniões de corpos
distintos que apresentam dimensões
que variam do imensurável tamanho
do unive
invisíveis e infinitesimais, não existe
corpo que não esteja afetando e
sendo afetado, ou seja, corpos só
existem em relação. (ZORDAN,
2013, p. 182).
A busca pelo controle dos
garantia da ordem. “Muitos de nós
aceitamos a noção de que existe uma
cisão entre o corpo e a mente. Crendo
nisso, as pessoas entram na sala para
ensinar como se apenas a mente
estivesse presente, e não o corpo”
(!
Assim, Trindade (2008) nos
alerta:
O cotidiano escolar é complexo,
perspectiva da diferença; afinal,
fomos formados como docentes
tendo como raízes uma visão
universalista e convergente do
pensamento humano. Nós nos
iludimos com unanimidade, com
padronizadas que representam os
alunos ideais, provas objetivas, o
discurso da normalidade, da ordem,
da evolução, do progresso, do
desenvolvimento evolutivo, da família
estruturada num padrão que não
organizações familiares existentes.
Muitos de nós fomos formados na
perspectiva de que educação, escola
era para moldar os alunos, controlar,
174
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
afetam toda a natureza e que o
instauram enquanto relação.
Composto de partes individuadas,
que constituem desde grandes
superfícies, reuniões de corpos
distintos que apresentam dimensões
que variam do imensurável tamanho
invisíveis e infinitesimais, não existe
corpo que não esteja afetando e
sendo afetado, ou seja, corpos só
existem em relação. (ZORDAN,
A busca pelo controle dos
garantia da ordem. “Muitos de nós
aceitamos a noção de que existe uma
cisão entre o corpo e a mente. Crendo
nisso, as pessoas entram na sala para
ensinar como se apenas a mente
estivesse presente, e não o corpo”
Assim, Trindade (2008) nos
O cotidiano escolar é complexo,
-lo na
perspectiva da diferença; afinal,
fomos formados como docentes
tendo como raízes uma visão
universalista e convergente do
pensamento humano. Nós nos
iludimos com unanimidade, com
esentes únicos,
padronizadas que representam os
alunos ideais, provas objetivas, o
discurso da normalidade, da ordem,
da evolução, do progresso, do
desenvolvimento evolutivo, da família
estruturada num padrão que não
versidade de
organizações familiares existentes.
Muitos de nós fomos formados na
perspectiva de que educação, escola
era para moldar os alunos, controlar,