ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade a partir de
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i20.
Resumo:
O presente artigo busca abordar a relação entre arte, cultura e educação, através da
experiência de alunos participantes da exposição “Almas do bem”, realizada na Galeria de Arte La
Salle, q
ue fica localizada no Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Compreendendo que os
processos de aprendizagem passam, pelos sentidos e pela capacidade de ver, sentir, ouvir, cheirar,
provar e proporcionar os meios pelos quais se realiza uma interação
Pensamos a Arte como área do conhecimento humano que abarca um amplo espectro de expressões
e manifestações, podemos então relacionar a arte como possibilidade da promoção do elo entre o
homem e o seu mundo, ou seja, um encontro p
sentido. Sendo assim, articular e promover a interface de diálogo entre educação, arte e cultura
significa estabelecer objetivos, ações e metas, considerando a sua relação com as manifestações,
expressões, pro
Palavras-chaves: Arte; cultura;
educação; e
Cultura, arte y estética: un análisis de la educación en sensibilidad desde una exposición
Resumen:
Este artículo busca abordar la relación entre arte, cultura y educación, a través de la
experiencia de los estudiantes que participan en la exposición “Almas do bem”, realizada en la
Galería de Arte La Salle, ubicada en el Centro Universitário La Salle,
los procesos de aprendizaje pasan por los sentidos y la capacidad de ver, sentir, oír, oler, gustar y
1
Angelina Accetta Rojas. Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Professora
Adjunta do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle
angelina.rojas@lasalle.org.br -
https://orcid.org/0000
2
André Cesari Batista de Lima.
Mestrando pelo Programa de Pós
Territorialidade da Universidade Federal Fluminense. E
https://orcid.org/0000-0001-
9809
3
Lívia Ribeiro Barboza de Araújo Braga. M
G
raduação em História Social da UERJ/FFP. Coordenadora do Setor de Ação Comunitário e Pastoral
do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle
https://orcid.org/0000-0003-
3416
Texto recebido em 06/09/20
20,
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade a partir de
uma exposição
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i20.
45792
Angelina Accetta Rojas
André Cesari
Lívia Ribeiro Barboza de Araújo Braga
O presente artigo busca abordar a relação entre arte, cultura e educação, através da
experiência de alunos participantes da exposição “Almas do bem”, realizada na Galeria de Arte La
ue fica localizada no Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Compreendendo que os
processos de aprendizagem passam, pelos sentidos e pela capacidade de ver, sentir, ouvir, cheirar,
provar e proporcionar os meios pelos quais se realiza uma interação
do homem com o seu meio.
Pensamos a Arte como área do conhecimento humano que abarca um amplo espectro de expressões
e manifestações, podemos então relacionar a arte como possibilidade da promoção do elo entre o
homem e o seu mundo, ou seja, um encontro p
essoal, de expressão de linguagem e criação de
sentido. Sendo assim, articular e promover a interface de diálogo entre educação, arte e cultura
significa estabelecer objetivos, ações e metas, considerando a sua relação com as manifestações,
duções artísticas e culturais.
educação; e
xposição.
Cultura, arte y estética: un análisis de la educación en sensibilidad desde una exposición
Este artículo busca abordar la relación entre arte, cultura y educación, a través de la
experiencia de los estudiantes que participan en la exposición “Almas do bem”, realizada en la
Galería de Arte La Salle, ubicada en el Centro Universitário La Salle,
o de Janeiro. Entender que
los procesos de aprendizaje pasan por los sentidos y la capacidad de ver, sentir, oír, oler, gustar y
Angelina Accetta Rojas. Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Professora
Adjunta do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle
-RJ). E-
mail:
https://orcid.org/0000
-0002-3091-7827
Mestrando pelo Programa de Pós
-G
raduação em Cultura e
Territorialidade da Universidade Federal Fluminense. E
-
mail: andrecesari91@yahoo.com.br
9809
-1278
Lívia Ribeiro Barboza de Araújo Braga. M
estranda em Histór
ia Social pelo Programa de Pós
raduação em História Social da UERJ/FFP. Coordenadora do Setor de Ação Comunitário e Pastoral
do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle
-RJ). E-
mail: livia.braga@lasalle.org.br
3416
-4882
20,
aceito para publicação em 12/10
/2020 e disponibilizado online
em 01/03/2021.
236
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade a partir de
Angelina Accetta Rojas
1
André Cesari
Batista de Lima
2
Lívia Ribeiro Barboza de Araújo Braga
3
O presente artigo busca abordar a relação entre arte, cultura e educação, através da
experiência de alunos participantes da exposição “Almas do bem”, realizada na Galeria de Arte La
ue fica localizada no Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Compreendendo que os
processos de aprendizagem passam, pelos sentidos e pela capacidade de ver, sentir, ouvir, cheirar,
do homem com o seu meio.
Pensamos a Arte como área do conhecimento humano que abarca um amplo espectro de expressões
e manifestações, podemos então relacionar a arte como possibilidade da promoção do elo entre o
essoal, de expressão de linguagem e criação de
sentido. Sendo assim, articular e promover a interface de diálogo entre educação, arte e cultura
significa estabelecer objetivos, ações e metas, considerando a sua relação com as manifestações,
Cultura, arte y estética: un análisis de la educación en sensibilidad desde una exposición
Este artículo busca abordar la relación entre arte, cultura y educación, a través de la
experiencia de los estudiantes que participan en la exposición “Almas do bem”, realizada en la
o de Janeiro. Entender que
los procesos de aprendizaje pasan por los sentidos y la capacidad de ver, sentir, oír, oler, gustar y
Angelina Accetta Rojas. Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Professora
mail:
raduação em Cultura e
mail: andrecesari91@yahoo.com.br
-
ia Social pelo Programa de Pós
-
raduação em História Social da UERJ/FFP. Coordenadora do Setor de Ação Comunitário e Pastoral
mail: livia.braga@lasalle.org.br
-
/2020 e disponibilizado online
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
proporcionar los medios por los que se produce la interacción del hombre con su entorno. Pensamos
en el Arte como un área de co
nocimiento humano que abarca un amplio espectro de expresiones y
manifestaciones, por lo que podemos relacionar el arte como una posibilidad de promover el vínculo
entre el hombre y su mundo, es decir, un encuentro personal, de expresión del lenguaje y cre
significado. Por tanto, articular y promover la interfaz de diálogo entre educación, arte y cultura
significa establecer objetivos, acciones y metas, considerando su relación con las manifestaciones,
expresiones, producciones artísticas y cultural
Palabras clave: Arte; e
ducación;
Culture, art and aesthetics: an analysis of sensitivity education from an exhibition
Abstract:
This article seeks to address the relationship between art, culture and education, through
the
experience of students participating in the exhibition “Almas do bem”, held at the Galeria de Arte
La Salle, which is located at Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Understanding that the
learning processes pass, through the senses and the abili
the means by which a man's interaction with his environment takes place. We think of Art as an area
of
human knowledge that encompasses a wide spectrum of expressions and manifestations, so we
can relate ar
t as a possibility of promoting the link between man and his world, that is, a personal
encounter, of expression of language and creation of meaning. Therefore, articulating and promoting
the dialogue interface between education, art and culture means esta
goals, considering their relationship with manifestations, expressions, artistic and cultural productions.
Keywords: Art; culture; e
ducation;
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade
Arte, educação e estética
Vivemos em um mundo sujeito
a várias emergências e como
humanidade, não estamos preparados.
O despreparo é grande diante das
situações imprevistas, desde o mais
simples do cotidiano, até o mais
complexo, relacionado às mudanças
climátic
as e à pandemia que ameaçam
a vida no planeta. Não podemos mais
ignorar que o nosso mundo funciona
em rede e de que essa dinâmica está
presente em todas as dimensões da
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
proporcionar los medios por los que se produce la interacción del hombre con su entorno. Pensamos
nocimiento humano que abarca un amplio espectro de expresiones y
manifestaciones, por lo que podemos relacionar el arte como una posibilidad de promover el vínculo
entre el hombre y su mundo, es decir, un encuentro personal, de expresión del lenguaje y cre
significado. Por tanto, articular y promover la interfaz de diálogo entre educación, arte y cultura
significa establecer objetivos, acciones y metas, considerando su relación con las manifestaciones,
expresiones, producciones artísticas y cultural
es.
ducación;
cultura; exposición.
Culture, art and aesthetics: an analysis of sensitivity education from an exhibition
This article seeks to address the relationship between art, culture and education, through
experience of students participating in the exhibition “Almas do bem”, held at the Galeria de Arte
La Salle, which is located at Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Understanding that the
learning processes pass, through the senses and the abili
ty to see, feel, hear, smell, taste and provide
the means by which a man's interaction with his environment takes place. We think of Art as an area
human knowledge that encompasses a wide spectrum of expressions and manifestations, so we
t as a possibility of promoting the link between man and his world, that is, a personal
encounter, of expression of language and creation of meaning. Therefore, articulating and promoting
the dialogue interface between education, art and culture means esta
blishing objectives, actions and
goals, considering their relationship with manifestations, expressions, artistic and cultural productions.
ducation;
exhibition.
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade
uma exposição
Vivemos em um mundo sujeito
a várias emergências e como
humanidade, não estamos preparados.
O despreparo é grande diante das
situações imprevistas, desde o mais
simples do cotidiano, até o mais
complexo, relacionado às mudanças
as e à pandemia que ameaçam
a vida no planeta. Não podemos mais
ignorar que o nosso mundo funciona
em rede e de que essa dinâmica está
presente em todas as dimensões da
vida. Se por um lado tal questão está
relacionada com a própria saúde
planetária e com
instrumental de progresso que
adotamos, por outro lado tal dimensão
está diretamente ligada à nossa
sensibilidade, ou seja, à forma como o
ambiente nos chega e nos penetra os
sentidos.
Refletir sobre a Educação dos
Sentidos significa perceber a re
entre corpo/mente/sensibilidade.
Somos seres de linguagem e
237
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
proporcionar los medios por los que se produce la interacción del hombre con su entorno. Pensamos
nocimiento humano que abarca un amplio espectro de expresiones y
manifestaciones, por lo que podemos relacionar el arte como una posibilidad de promover el vínculo
entre el hombre y su mundo, es decir, un encuentro personal, de expresión del lenguaje y cre
ación de
significado. Por tanto, articular y promover la interfaz de diálogo entre educación, arte y cultura
significa establecer objetivos, acciones y metas, considerando su relación con las manifestaciones,
Culture, art and aesthetics: an analysis of sensitivity education from an exhibition
This article seeks to address the relationship between art, culture and education, through
experience of students participating in the exhibition “Almas do bem”, held at the Galeria de Arte
La Salle, which is located at Centro Universitário La Salle, Rio de Janeiro. Understanding that the
ty to see, feel, hear, smell, taste and provide
the means by which a man's interaction with his environment takes place. We think of Art as an area
human knowledge that encompasses a wide spectrum of expressions and manifestations, so we
t as a possibility of promoting the link between man and his world, that is, a personal
encounter, of expression of language and creation of meaning. Therefore, articulating and promoting
blishing objectives, actions and
goals, considering their relationship with manifestations, expressions, artistic and cultural productions.
Cultura, arte e estética: uma análise da educação da sensibilidade
a partir de
vida. Se por um lado tal questão está
relacionada com a própria saúde
planetária e com
o modelo
instrumental de progresso que
adotamos, por outro lado tal dimensão
está diretamente ligada à nossa
sensibilidade, ou seja, à forma como o
ambiente nos chega e nos penetra os
Refletir sobre a Educação dos
Sentidos significa perceber a re
lação
entre corpo/mente/sensibilidade.
Somos seres de linguagem e
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
expressar significa existir. Dessa
forma, podemos desvelar a educação
como o desenvolvimento de
possibilidades humanas, na pedagogia
viva que eduque vivificando a
percepção, os afetos, a int
eligência e a
imaginação. A criação é vital para a
condição humana, para que cada um
reconheça a sua voz, a sua
capacidade de linguagem tanto no
sentido de entender as emaranhadas
redes de mensagens em que
existimos, como no sentido de
expressar-se mais li
vre e lucidamente.
A aprendizagem passa pelos
sentidos, pela capacidade de ver,
sentir, ouvir, cheirar, provar, e
proporciona os meios pelos quais se
realiza uma interação do homem com
o seu meio. Freire nos diz que a
educação, como prática estritamente
h
umana, deve ser contrária à
repressão de sonhos, desejos e
experiências sem sentido (FREIRE,
1996).
Se pensarmos na Arte, como
área do conhecimento humano que
abarca um amplo espectro de
expressões e manifestações, podemos
então relacionar a arte como
poss
ibilidade da promoção do elo
entre o homem e o seu mundo, ou
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
expressar significa existir. Dessa
forma, podemos desvelar a educação
como o desenvolvimento de
possibilidades humanas, na pedagogia
viva que eduque vivificando a
eligência e a
imaginação. A criação é vital para a
condição humana, para que cada um
reconheça a sua voz, a sua
capacidade de linguagem tanto no
sentido de entender as emaranhadas
redes de mensagens em que
existimos, como no sentido de
vre e lucidamente.
A aprendizagem passa pelos
sentidos, pela capacidade de ver,
sentir, ouvir, cheirar, provar, e
proporciona os meios pelos quais se
realiza uma interação do homem com
o seu meio. Freire nos diz que a
educação, como prática estritamente
umana, deve ser contrária à
repressão de sonhos, desejos e
experiências sem sentido (FREIRE,
Se pensarmos na Arte, como
área do conhecimento humano que
abarca um amplo espectro de
expressões e manifestações, podemos
então relacionar a arte como
ibilidade da promoção do elo
entre o homem e o seu mundo, ou
seja, um encontro pessoal, de
expressão de linguagem e criação de
sentido.
A esse respeito Fischer (1987)
afirma que a arte é o elemento
necessário para a união do indivíduo
com o seu universo,
identificar-
se com a vida dos outros e a
incorporar em si aquilo que ele não é,
mas tem a possibilidade de ser. Será
preciso
anunciar novos caminhos,
novas propostas.
Assim, cabe à Arte a
estimulação dos sentidos no processo
educativo, para
que o indivíduo seja
transformador no desenvolvimento de
suas habilidades perceptivas, tais
como a sensorial, emocional e
intelectiva.
A educação do sensível
configura um vasto território do qual,
sem dúvida, a Arte é um dos
componentes. Nos domínios da
e
ducação estética (ou educação do
sensível) acha-
se compreendida a
educação da sensibilidade como um
esforço educacional em métodos e
parâmetros. Tal mediação requer
perceber os apelos que partem
daqueles a ela submetidos,
precisamente de seu corpo, com sua
expressões de alegria e desejo, de dor
e tristeza, de prazer e desconforto.
238
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
seja, um encontro pessoal, de
expressão de linguagem e criação de
A esse respeito Fischer (1987)
afirma que a arte é o elemento
necessário para a união do indivíduo
com o seu universo,
capacitando-o a
se com a vida dos outros e a
incorporar em si aquilo que ele não é,
mas tem a possibilidade de ser. Será
anunciar novos caminhos,
Assim, cabe à Arte a
estimulação dos sentidos no processo
que o indivíduo seja
transformador no desenvolvimento de
suas habilidades perceptivas, tais
como a sensorial, emocional e
A educação do sensível
configura um vasto território do qual,
sem dúvida, a Arte é um dos
componentes. Nos domínios da
ducação estética (ou educação do
se compreendida a
educação da sensibilidade como um
esforço educacional em métodos e
parâmetros. Tal mediação requer
perceber os apelos que partem
daqueles a ela submetidos,
precisamente de seu corpo, com sua
s
expressões de alegria e desejo, de dor
e tristeza, de prazer e desconforto.
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
É necessário utilizar uma base
mais ampla que estude como o ser
humano se apropria do mundo por
meio do sensível em toda sua
atividade.
O sensível é a condição de
possibilidade
da vida e do
conhecimento.
Daí a tônica que é
colocada [...] sobre a experiência
estética: experiência artística,
sensu
, experiência de religiosidade,
tribalismo, preocupação com si,
hedonismo multiforme, culto dos
objetos, narcisismo coletivo
(MAFFESOLI, 1996, p. 76).
Assim, estética e educação
confluem na chamada educação
estética, processo no qual intervém
todo o conjunto de influências
mencionadas. Cabe lembrar, como
antecedente histórico, que Schiller
(1759-
1805) definiu as bases de
educação estética como o sentimento
educado pela beleza, pelo gosto e pelo
impulso lúdico. É nesse estado que o
homem experiencia “formas vivas”.
Para isso seria necessário que sua
forma fosse viva e sua vida, forma.
Enquanto apenas meditamos sobre
s
ua forma, ela é inerte, mera
abstração; enquanto apenas
sentimos sua vida, esta é informe,
mera impressão. Somente quando
sua forma vive em nossa
sensibilidade e sua vida se forma em
nosso entendimento o homem é
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
É necessário utilizar uma base
mais ampla que estude como o ser
humano se apropria do mundo por
meio do sensível em toda sua
O sensível é a condição de
da vida e do
Daí a tônica que é
colocada [...] sobre a experiência
estética: experiência artística,
stricto
, experiência de religiosidade,
tribalismo, preocupação com si,
hedonismo multiforme, culto dos
objetos, narcisismo coletivo
etc.”.
(MAFFESOLI, 1996, p. 76).
Assim, estética e educação
confluem na chamada educação
estética, processo no qual intervém
todo o conjunto de influências
mencionadas. Cabe lembrar, como
antecedente histórico, que Schiller
1805) definiu as bases de
uma
educação estética como o sentimento
educado pela beleza, pelo gosto e pelo
impulso lúdico. É nesse estado que o
homem experiencia “formas vivas”.
Para isso seria necessário que sua
forma fosse viva e sua vida, forma.
Enquanto apenas meditamos sobre
ua forma, ela é inerte, mera
abstração; enquanto apenas
sentimos sua vida, esta é informe,
mera impressão. Somente quando
sua forma vive em nossa
sensibilidade e sua vida se forma em
nosso entendimento o homem é
forma viva (SCHILLER, 2002, p.
78).
Schi
ller (2002), considera o Belo
como algo objetivo e sua percepção
como subjetiva. Dessa forma, a
estética se encontra nos objetos e na
natureza. O Belo não é limitação, mas
infinitude, não é exclusão de certas
realidades, mas é a inclusão absoluta
de todas.
No estado físico, o homem
apreende o mundo de maneira
passiva, apenas o sente. No estado
estético, ele o coloca fora de si ou o
contempla, sua personalidade se
desloca, e o mundo surge diante de si.
A contemplação, numa espécie de
reflexão é a primeira re
homem com o mundo que o circunda,
abrindo caminho de uma realidade
comum a uma realidade estética e
passagem dos meros sentimentos
vitais a sentimentos de beleza.
Tampouco se pode, assim,
negar a razão àqueles que declaram o
estado estéti
co o mais fértil em relação
ao conhecimento e à moralidade. Eles
estão perfeitamente certos; pois uma
disposição da mente que compreende
em si o todo da humanidade tem que,
necessariamente, encerrar em si
também cada uma de suas
manifestações singulares s
239
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
forma viva (SCHILLER, 2002, p.
77-
ller (2002), considera o Belo
como algo objetivo e sua percepção
como subjetiva. Dessa forma, a
estética se encontra nos objetos e na
natureza. O Belo não é limitação, mas
infinitude, não é exclusão de certas
realidades, mas é a inclusão absoluta
No estado físico, o homem
apreende o mundo de maneira
passiva, apenas o sente. No estado
estético, ele o coloca fora de si ou o
contempla, sua personalidade se
desloca, e o mundo surge diante de si.
A contemplação, numa espécie de
reflexão é a primeira re
lação liberal do
homem com o mundo que o circunda,
abrindo caminho de uma realidade
comum a uma realidade estética e
passagem dos meros sentimentos
vitais a sentimentos de beleza.
Tampouco se pode, assim,
negar a razão àqueles que declaram o
co o mais fértil em relação
ao conhecimento e à moralidade. Eles
estão perfeitamente certos; pois uma
disposição da mente que compreende
em si o todo da humanidade tem que,
necessariamente, encerrar em si
também cada uma de suas
manifestações singulares s
egundo a
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
faculdade; uma disposição da mente,
que afasta do todo da natureza
humana toda limitação, tem também
que afastá-
la de cada manifestação
singular. (SCHILLER, 2002, p. 123)
Os métodos adotados para
atingir os objetivos da educação
estética devem con
siderar, segundo
Read (1982), além da educação da
sensibilidade, fundamentada no
ajustamento dos sentidos ao seu
ambiente, o fato de que tal ambiente
não é inteiramente objetivo e sua
experiência tampouco é apenas
empírica. Dentro do indivíduo, existem
“pá
tios interiores ou estados
existenciais que podem ser
exteriorizados pelo auxílio das
faculdades estéticas” e esses níveis
subconscientes “são um dos
elementos fundamentais em todas as
formas de atividade artística” (READ,
1982, p. 21).
Nesse sentido, a ed
ultrapassa a mera ação de instruir e
ensinar, para se constituir em um
conjunto de práticas simbólicas, capaz
de realizar a coesão e a integração do
ser humano em um universo cultural
polarizado. Se um homem é um ser
antinômico que existe em duas
di
mensões essenciais, a individual e a
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
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(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
faculdade; uma disposição da mente,
que afasta do todo da natureza
humana toda limitação, tem também
la de cada manifestação
singular. (SCHILLER, 2002, p. 123)
Os métodos adotados para
atingir os objetivos da educação
siderar, segundo
Read (1982), além da educação da
sensibilidade, fundamentada no
ajustamento dos sentidos ao seu
ambiente, o fato de que tal ambiente
não é inteiramente objetivo e sua
experiência tampouco é apenas
empírica. Dentro do indivíduo, existem
tios interiores ou estados
existenciais que podem ser
exteriorizados pelo auxílio das
faculdades estéticas” e esses níveis
subconscientes “são um dos
elementos fundamentais em todas as
formas de atividade artística” (READ,
Nesse sentido, a ed
ucação
ultrapassa a mera ação de instruir e
ensinar, para se constituir em um
conjunto de práticas simbólicas, capaz
de realizar a coesão e a integração do
ser humano em um universo cultural
polarizado. Se um homem é um ser
antinômico que existe em duas
mensões essenciais, a individual e a
social, uma educação que discrimine
ou atrofie uma delas estará amputando
o educando em sua humanidade.
Assim, uma educação que
recupera a dimensão imaginária,
simbólica, pode contribuir, conforme
Duborgel (1995), para
harmonizar na economia do ser
humano o ser imaginante, o ser físico
e o sujeito do pensamento direto,
deixando de ter caráter meramente
reprodutório na medida em que
permite, isto é, exige a criatividade e a
inventividade.
Ostrower (1998, p.
que grande parte da sensibilidade,
incluindo as sensações internas,
permanece vinculada ao inconsciente.
Todas as formas de autorregulagem e
as reações involuntárias do nosso
organismo pertencem à sensibilidade.
Todavia, outra parte que partici
sensório chega ao nosso consciente
de forma articulada e organizada.
Dessa forma, chamamos de
percepção a elaboração mental das
sensações. Na ordenação dos dados
sensíveis, estruturam
consciente, pois, ao apreender o
mundo, o homem co
princípio configurador seletivo.
Ostrower (1998) discorre, ainda, sobre
240
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
social, uma educação que discrimine
ou atrofie uma delas estará amputando
o educando em sua humanidade.
Assim, uma educação que
recupera a dimensão imaginária,
simbólica, pode contribuir, conforme
Duborgel (1995), para
reequilibrar,
harmonizar na economia do ser
humano o ser imaginante, o ser físico
e o sujeito do pensamento direto,
deixando de ter caráter meramente
reprodutório na medida em que
permite, isto é, exige a criatividade e a
Ostrower (1998, p.
12) afirma
que grande parte da sensibilidade,
incluindo as sensações internas,
permanece vinculada ao inconsciente.
Todas as formas de autorregulagem e
as reações involuntárias do nosso
organismo pertencem à sensibilidade.
Todavia, outra parte que partici
pa do
sensório chega ao nosso consciente
de forma articulada e organizada.
Dessa forma, chamamos de
percepção a elaboração mental das
sensações. Na ordenação dos dados
sensíveis, estruturam
-se os níveis do
consciente, pois, ao apreender o
mundo, o homem co
mpreende um
princípio configurador seletivo.
Ostrower (1998) discorre, ainda, sobre
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
a concepção de sensibilidade como
uma “disposição elementar, num
permanente estado de excitabilidade
sensorial, como porta de entrada das
sensações” (OSTROWER, 1998, p.
13)
. A mediação do conhecimento
como experiência é influenciada por
diferentes linguagens, bem como pelo
repertório cultural e emocional do
indivíduo.
Para Dewey (2004), experiência
é conhecimento, para Freire (1984) é a
consciência da experiência que
podemos
chamar conhecimento.
Eisner (2002) destaca da experiência
do mundo empírico sua dependência
de nosso sistema sensorial biológico,
que é a extensão de nosso sistema
nervoso, o qual Susane Langer (1980)
chama de “órgão da mente”.
duas fontes de
conhec
imentos historicamente
construídas pelo homem: a
sensibilidade (intuições representadas
no espaço e no tempo, através das
percepções e sentidos) e o
entendimento (produtor de conceitos).
Em outras palavras, o conhecimento
se verifica quando existe uma
í
ntima relação entre o sentir e o
pensar.
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
a concepção de sensibilidade como
uma “disposição elementar, num
permanente estado de excitabilidade
sensorial, como porta de entrada das
sensações” (OSTROWER, 1998, p.
. A mediação do conhecimento
como experiência é influenciada por
diferentes linguagens, bem como pelo
repertório cultural e emocional do
Para Dewey (2004), experiência
é conhecimento, para Freire (1984) é a
consciência da experiência que
chamar conhecimento.
Eisner (2002) destaca da experiência
do mundo empírico sua dependência
de nosso sistema sensorial biológico,
que é a extensão de nosso sistema
nervoso, o qual Susane Langer (1980)
chama de “órgão da mente”.
duas fontes de
imentos historicamente
construídas pelo homem: a
sensibilidade (intuições representadas
no espaço e no tempo, através das
percepções e sentidos) e o
entendimento (produtor de conceitos).
Em outras palavras, o conhecimento
se verifica quando existe uma
ntima relação entre o sentir e o
A respeito da estética e criação
de sentido, Marcos Villela Pereira
(1996, p. 85) desenvolve o que chama
de uma “tentativa de ressignificação
para o estudo sobre a estética do
cotidiano”. O autor busca resgatar uma
“diferença dentro da estética”, que ele
estabelece pelas designações de
“macroestética” e microestética”.
Esclarece, ainda, que não se trata de
designações de quantidade ou
extensão, mas “se referem à natureza
e à ordem de existencialização”.
Assim, para o
autor, a macroestética
refere-
se a “uma estética com ‘E’
maiúsculo que nasce no século XVIII,
como campo epistemológico
independente, como disciplina”. Já a
microestética “se refere ao modo como
cada indivíduo se organiza enquanto
subjetividade. É a ordem
processualidade dos “campos
interativos de forças vivas da
exterioridade ao perpassar o sujeito
em prática”. Refletindo sobre a
especificidade entre a macro e a
microestética, diz o autor: “assim, a
primeira é produto de uma
subjetividade que quer se i
como modelo hom
ogeneizante [por
exemplo, nos conceitos de belo, de
criatividade], enquanto a segunda é
241
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
A respeito da estética e criação
de sentido, Marcos Villela Pereira
(1996, p. 85) desenvolve o que chama
de uma “tentativa de ressignificação
para o estudo sobre a estética do
cotidiano”. O autor busca resgatar uma
“diferença dentro da estética”, que ele
estabelece pelas designações de
“macroestética” e microestética”.
Esclarece, ainda, que não se trata de
designações de quantidade ou
extensão, mas “se referem à natureza
e à ordem de existencialização”.
autor, a macroestética
se a “uma estética com ‘E’
maiúsculo que nasce no século XVIII,
como campo epistemológico
independente, como disciplina”. Já a
microestética “se refere ao modo como
cada indivíduo se organiza enquanto
subjetividade. É a ordem
da
processualidade dos “campos
interativos de forças vivas da
exterioridade ao perpassar o sujeito
em prática”. Refletindo sobre a
especificidade entre a macro e a
microestética, diz o autor: “assim, a
primeira é produto de uma
subjetividade que quer se i
nstituir
ogeneizante [por
exemplo, nos conceitos de belo, de
criatividade], enquanto a segunda é
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
processo de produção de
subjetividades”. Trata-
se, então, da
forma pela qual apreendemos o
mundo, ou seja, “o mundo toma
sentido para nós, de ac
ordo com a
maneira pela qual nos afeta e pela
qual nós o afetamos” (
PEREIRA,
p. 127)
Partindo-
se da ideia de
Alexander Baumgarten (1714
fundador da Estética (ciência do
conhecimento sensível), o há outro
conhecimento a não ser “formações
m
apeando formações”. Do ponto de
vista dessa definição, o apenas
diferença entre arte e ciência como
também se faz Arte na física, na
química, da mesma forma que na
poesia. Dessa forma, pensar uma
estética equivale a pensar toda e
qualquer prática do h
omem. Há, no
entanto, polos de atração artísticos e
científicos. Em seu trabalho Estética, a
lógica da arte e do poema, o criador da
estética filosófica adverte que “as
representações sensíveis [...] devem
ser conhecidas a partir do discurso
sensitivo” (BA
UMGARTEN, 1973, p.
65).
As aparências das coisas do
mundo, isto é, suas formas, surgem
como expressivas e portadoras
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
processo de produção de
se, então, da
forma pela qual apreendemos o
mundo, ou seja, “o mundo toma
ordo com a
maneira pela qual nos afeta e pela
PEREIRA,
1996,
se da ideia de
Alexander Baumgarten (1714
-1762), o
fundador da Estética (ciência do
conhecimento sensível), o há outro
conhecimento a não ser “formações
apeando formações”. Do ponto de
vista dessa definição, o apenas
diferença entre arte e ciência como
também se faz Arte na física, na
química, da mesma forma que na
poesia. Dessa forma, pensar uma
estética equivale a pensar toda e
omem. Há, no
entanto, polos de atração artísticos e
científicos. Em seu trabalho Estética, a
lógica da arte e do poema, o criador da
estética filosófica adverte que “as
representações sensíveis [...] devem
ser conhecidas a partir do discurso
UMGARTEN, 1973, p.
As aparências das coisas do
mundo, isto é, suas formas, surgem
como expressivas e portadoras
simbólicas de sentimentos humanos,
como capazes de espelhar e revelar
emoções, intensidades de vibração
diante da vastidão do real. Dessa
f
orma, podemos dizer que cada objeto,
cada percepção estética, é único, não
importando sua similitude com o
conjunto de seus congêneres. Sua
forma é particular, o que nos remete à
percepção pessoal.
Além da percepção do estímulo
visual, é importante conside
experiência estética proporciona, ao
defini-
la como aquela que permite ao
observador perceber, sentir e
experienciar uma obra de arte,
gerando uma ativação dos sistemas
sensório motor, emocional e cognitivo.
Assim, uma experiência estética pode
ser avaliada levando em consideração
a resposta emocional ao objeto
estético, com o prazer estético que a
imagem proporciona, ou somente
considerando-
se o julgamento estético
feito, mas relacionado com aspectos
cognitivos.
De qualquer forma, a beleza
perm
anece como ponto central das
discussões sobre experiências
estéticas. O entendimento das bases
neurais da percepção e da resposta à
beleza pode nos fornecer um insight
242
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
simbólicas de sentimentos humanos,
como capazes de espelhar e revelar
emoções, intensidades de vibração
diante da vastidão do real. Dessa
orma, podemos dizer que cada objeto,
cada percepção estética, é único, não
importando sua similitude com o
conjunto de seus congêneres. Sua
forma é particular, o que nos remete à
Além da percepção do estímulo
visual, é importante conside
rar o que a
experiência estética proporciona, ao
la como aquela que permite ao
observador perceber, sentir e
experienciar uma obra de arte,
gerando uma ativação dos sistemas
sensório motor, emocional e cognitivo.
Assim, uma experiência estética pode
ser avaliada levando em consideração
a resposta emocional ao objeto
estético, com o prazer estético que a
imagem proporciona, ou somente
se o julgamento estético
feito, mas relacionado com aspectos
De qualquer forma, a beleza
anece como ponto central das
discussões sobre experiências
estéticas. O entendimento das bases
neurais da percepção e da resposta à
beleza pode nos fornecer um insight
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
sobre a percepção e resposta à arte
visual em si.
Os estudos que emergem nessa
área ates
tam que prestar mais atenção
às propriedades visuais de expressões
plásticas aumenta a atividade em
áreas do córtex cerebral visual.
Julgamentos estéticos ativam partes
do córtex pré-
frontal relacionadas com
tomada de decisão e respostas com
relação ao pra
zer estético que a arte
proporciona, pois ativam áreas
cerebrais relacionadas com emoções
básicas e mecanismos relacionados
com resposta a estímulos ambientais
recompensadores. É importante notar
que essas áreas neurais relacionadas
com emoção e recompensa
ativadas automaticamente, mesmo
quando não se solicita às pessoas que
falem explicitamente se avaliam o que
estão vendo como bonito ou feio.
Segundo Eco (1988), a
estruturação da obra aberta indica a
maneira de expressar um problema
estético, é uma te
interpretativa que podemos seguir. A
função da arte aberta (imagem), como
metáfora epistemológica, oferece
como mediadora entre “a abstrata
categoria da metodologia científica e a
matéria viva de nossa sensibilidade;
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
sobre a percepção e resposta à arte
Os estudos que emergem nessa
tam que prestar mais atenção
às propriedades visuais de expressões
plásticas aumenta a atividade em
áreas do córtex cerebral visual.
Julgamentos estéticos ativam partes
frontal relacionadas com
tomada de decisão e respostas com
zer estético que a arte
proporciona, pois ativam áreas
cerebrais relacionadas com emoções
básicas e mecanismos relacionados
com resposta a estímulos ambientais
recompensadores. É importante notar
que essas áreas neurais relacionadas
com emoção e recompensa
são
ativadas automaticamente, mesmo
quando não se solicita às pessoas que
falem explicitamente se avaliam o que
estão vendo como bonito ou feio.
Segundo Eco (1988), a
estruturação da obra aberta indica a
maneira de expressar um problema
estético, é uma te
ndência
interpretativa que podemos seguir. A
função da arte aberta (imagem), como
metáfora epistemológica, oferece
-se
como mediadora entre “a abstrata
categoria da metodologia científica e a
matéria viva de nossa sensibilidade;
quase como uma espécie de es
transcendental que nos permite
compreender novos aspectos do
mundo” (ECO, 1988, p. 158).
Arte, estética e cultura estão
intrinsecamente relacionadas. A todo
momento, o ser humano relaciona
com a arte produzindo, criando,
apreciando ou
interpretando, o que
comprova que a arte faz parte da
subjetividade humana. A arte traz em
si uma codificação específica, pois é
construção não-
verbal e inter
entre sujeito e objeto, entre
conhecimento e sensações, entre
pensar, sentir, fazer e ref
A obra de arte nos obriga a
repensar o que temos por realidade,
fazendo-
nos perceber a possibilidade
concreta da inauguração de outras
realidades. A arte nos convence de
que o mundo em que vivemos não é
único mundo possível.
Assim, somamos e
multipl
icamos muitas sabedorias, pois
arte, homem e mundo são fios que
constroem a grande teia do porvir. Os
sentidos de conhecimento espelham e
movimentam a evolução e conjecturam
as forças do entendimento sensível
dos elementos bem como suas
variadas formas de
243
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
quase como uma espécie de es
quema
transcendental que nos permite
compreender novos aspectos do
mundo” (ECO, 1988, p. 158).
Arte, estética e cultura estão
intrinsecamente relacionadas. A todo
momento, o ser humano relaciona
-se
com a arte produzindo, criando,
interpretando, o que
comprova que a arte faz parte da
subjetividade humana. A arte traz em
si uma codificação específica, pois é
verbal e inter
-relação
entre sujeito e objeto, entre
conhecimento e sensações, entre
pensar, sentir, fazer e ref
letir.
A obra de arte nos obriga a
repensar o que temos por realidade,
nos perceber a possibilidade
concreta da inauguração de outras
realidades. A arte nos convence de
que o mundo em que vivemos não é
único mundo possível.
Assim, somamos e
icamos muitas sabedorias, pois
arte, homem e mundo são fios que
constroem a grande teia do porvir. Os
sentidos de conhecimento espelham e
movimentam a evolução e conjecturam
as forças do entendimento sensível
dos elementos bem como suas
variadas formas de
apresentação
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
descortinando-
se, assim, em novas
visões, do homem e do mundo.
A produção sensível e sua
relação com a existência e
experiências humanas geram um
conhecimento de natureza diverso
daquele que a ciência propõe. Assim,
na valorização e no desenvo
da sensibilidade haverá a possibilidade
de contribuir de forma inegável, na
criação de projetos que vislumbrem
estratégias expressivas com indivíduos
autores, sujeitos de criação e sentido.
Os paradigmas da pós
modernidade apontam para o diálogo
dos saberes, na interatividade
cotidiana de um mundo globalizado,
que mistura linguagens e culturas. Nas
palavras de Irina Bokova, Diretora
geral da UNESCO (2010, p. 12), “a
diversidade cultural e o diálogo entre
as culturas contribuem para o
surgimento de
um novo humanismo,
no qual se reconciliam o universal e o
local, e mediante o qual reaprendemos
a construir o mundo”.
A integração do saber global
com o saber local é uma meta a ser
alcançada dia a dia. A força de cada
espaço que se propõe à prática das
manifestações artísticas atinge o
propósito da UNESCO (2010) no
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
se, assim, em novas
visões, do homem e do mundo.
A produção sensível e sua
relação com a existência e
experiências humanas geram um
conhecimento de natureza diverso
daquele que a ciência propõe. Assim,
na valorização e no desenvo
lvimento
da sensibilidade haverá a possibilidade
de contribuir de forma inegável, na
criação de projetos que vislumbrem
estratégias expressivas com indivíduos
autores, sujeitos de criação e sentido.
Os paradigmas da pós
-
modernidade apontam para o diálogo
dos saberes, na interatividade
cotidiana de um mundo globalizado,
que mistura linguagens e culturas. Nas
palavras de Irina Bokova, Diretora
-
geral da UNESCO (2010, p. 12), “a
diversidade cultural e o diálogo entre
as culturas contribuem para o
um novo humanismo,
no qual se reconciliam o universal e o
local, e mediante o qual reaprendemos
A integração do saber global
com o saber local é uma meta a ser
alcançada dia a dia. A força de cada
espaço que se propõe à prática das
manifestações artísticas atinge o
propósito da UNESCO (2010) no
intuito de criar identidade e sentidos
praticando a universalização e o
reforço das identidades locais de cada
espaço e sua comunidade envolvente.
Incluir a Arte no currículo de
forma transve
rsal, interdisciplinar e
abrangente é uma proposta da
UNESCO (2005) para que atribua o
devido valor a uma ciência de grande
utilidade na formação integral e
sensível dos estudantes. Logo, a pós
modernidade pode acrescentar todas
as formas de estilo, gênero
movimentos e a arte contemporânea
torna-
se cada vez mais livre de seus
suportes, pois ao expandir
as mídias e as redes sociais,
inaugurando novas leituras e
experimentações no universo do
webespaço.
Dentre as oito competências
necessárias pa
ra a aprendizagem ao
longo da vida, referida também por
mecanismos de certificação e
validação como
Education & Training
2010 e
European Qualifications
Framework
(EQF) for Lifelong
Learning, lista-
se a expressão artística
e cultural. Sem arte e sem educaçã
pela arte, a expressão cultural dos
povos seria extremamente reduzida.
244
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- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
intuito de criar identidade e sentidos
praticando a universalização e o
reforço das identidades locais de cada
espaço e sua comunidade envolvente.
Incluir a Arte no currículo de
rsal, interdisciplinar e
abrangente é uma proposta da
UNESCO (2005) para que atribua o
devido valor a uma ciência de grande
utilidade na formação integral e
sensível dos estudantes. Logo, a pós
-
modernidade pode acrescentar todas
as formas de estilo, gênero
e
movimentos e a arte contemporânea
se cada vez mais livre de seus
suportes, pois ao expandir
-se, ocupa
as mídias e as redes sociais,
inaugurando novas leituras e
experimentações no universo do
Dentre as oito competências
ra a aprendizagem ao
longo da vida, referida também por
mecanismos de certificação e
Education & Training
European Qualifications
(EQF) for Lifelong
se a expressão artística
e cultural. Sem arte e sem educaçã
o
pela arte, a expressão cultural dos
povos seria extremamente reduzida.
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
Segundo Fossatti, Hengemule e
Casagrande (2011, p. 79), a dimensão
estética, como a dimensão ética,
constitui o humano e, como tal, precisa
ser considerada nos processos
educacionai
s. Sua relevância está em
consonância à importância da
sensibilidade, do gosto e da diferença
como elementos centrais para a vida
das pessoas e das comunidades
humanas.
Paulo Freire (1984) afirma ser
essencial ao processo educativo o seu
caráter formador,
que vai além de
oferecer um treinamento puramente
técnico e se volta para a
democratização da cultura, a tomada
de consciência do ser humano como
agente autônomo, crítico e político.
O reconhecimento da dimensão
da arte no cotidiano universitário e na
fo
rmação do futuro profissional é
refletir sobre o problema do estético
como algo intrínseco ao ato de educar.
A sensibilidade e as emoções
concentram grande efetividade para a
orientação do agir e do transformar,
além da formação cnica, e, ao
mesmo tempo,
apontam outro
caminho, diverso daquele do
racionalismo clássico e dos
fundamentos puramente abstratos. A
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
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(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
Segundo Fossatti, Hengemule e
Casagrande (2011, p. 79), a dimensão
estética, como a dimensão ética,
constitui o humano e, como tal, precisa
ser considerada nos processos
s. Sua relevância está em
consonância à importância da
sensibilidade, do gosto e da diferença
como elementos centrais para a vida
das pessoas e das comunidades
Paulo Freire (1984) afirma ser
essencial ao processo educativo o seu
que vai além de
oferecer um treinamento puramente
técnico e se volta para a
democratização da cultura, a tomada
de consciência do ser humano como
agente autônomo, crítico e político.
O reconhecimento da dimensão
da arte no cotidiano universitário e na
rmação do futuro profissional é
refletir sobre o problema do estético
como algo intrínseco ao ato de educar.
A sensibilidade e as emoções
concentram grande efetividade para a
orientação do agir e do transformar,
além da formação cnica, e, ao
apontam outro
caminho, diverso daquele do
racionalismo clássico e dos
fundamentos puramente abstratos. A
estética demonstra que a educação
não é possível sem um ethos da
diferença e da pluralidade.
A efetividade da dimensão
estética para a formação human
ser verificada na possibilidade de
entendermos os processos de
subjetivação
de formação do
humano
como processos, também
estéticos. Ou seja, conceitos como
‘cuidado de si’, ‘estilística da
existência’ e ‘vida como obra de arte’
começam a fazer s
entido a partir da
assunção da singularidade, da
diferença e do particular como noções
inegociáveis do processo de
subjetivação do humano (FOSSATTI;
HENGEMULE; CASAGRANDE, 2011,
p. 80).
A Galeria de Arte La Salle como
espaço de ensino e aprendizagem
O
cleo de Arte e Cultura,
setor responsável pela Galeria, traz
como objetivos proporcionar subsídios
para ações vinculadas ao ensino,
pesquisa e extensão, promovendo e
apoiando ações de caráter
multidisciplinar de arte, lazer, cultura,
cidadania e ética. Alé
m do mais, com o
propósito de promover exposições e
245
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- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
estética demonstra que a educação
não é possível sem um ethos da
diferença e da pluralidade.
A efetividade da dimensão
estética para a formação human
a pode
ser verificada na possibilidade de
entendermos os processos de
de formação do
como processos, também
estéticos. Ou seja, conceitos como
‘cuidado de si’, ‘estilística da
existência’ e ‘vida como obra de arte’
entido a partir da
assunção da singularidade, da
diferença e do particular como noções
inegociáveis do processo de
subjetivação do humano (FOSSATTI;
HENGEMULE; CASAGRANDE, 2011,
A Galeria de Arte La Salle como
espaço de ensino e aprendizagem
cleo de Arte e Cultura,
setor responsável pela Galeria, traz
como objetivos proporcionar subsídios
para ações vinculadas ao ensino,
pesquisa e extensão, promovendo e
apoiando ações de caráter
multidisciplinar de arte, lazer, cultura,
m do mais, com o
propósito de promover exposições e
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
eventos culturais e artísticos
educam o olhar e os sentidos
visa consolidar o diálogo intercultural,
com a parceria de instituições sociais,
culturais e diplomáticas, buscando a
diversidade
na descoberta de novos
olhares.
Na Galeria, sua abordagem,
está construída a partir das ações e
inter-
relações sociais no ambiente
universitário, tendo o intuito de
promover a interação e a construção
de histórias de vida, onde os hábitos e
costumes, manifestações, expressões
e sentiment
os estão inseridos,
identificando cada indivíduo,
determinando o seu modo de viver, de
ser e de se expressar. Considerando a
Lei de Diretrizes Básicas da Educação
Superior (1996), esta prioriza o
estímulo à criação cultural, do espírito
científico e do pen
samento reflexivo
(Capítulo IV, artigo 43, I), com o
objetivo de desenvolver o
entendimento do homem e do meio em
que vive. Já a Declaração Universal
sobre a Diversidade Cultural
(UNESCO, 2002), constata que a
cultura se encontra no centro dos
saberes cont
emporâneos sobre a
identidade, a coesão social e o
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
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Tramas entre cultura e educação")
eventos culturais e artísticos
que
educam o olhar e os sentidos
- o NAC
visa consolidar o diálogo intercultural,
com a parceria de instituições sociais,
culturais e diplomáticas, buscando a
na descoberta de novos
Na Galeria, sua abordagem,
está construída a partir das ações e
relações sociais no ambiente
universitário, tendo o intuito de
promover a interação e a construção
de histórias de vida, onde os hábitos e
costumes, manifestações, expressões
os estão inseridos,
identificando cada indivíduo,
determinando o seu modo de viver, de
ser e de se expressar. Considerando a
Lei de Diretrizes Básicas da Educação
Superior (1996), esta prioriza o
estímulo à criação cultural, do espírito
samento reflexivo
(Capítulo IV, artigo 43, I), com o
objetivo de desenvolver o
entendimento do homem e do meio em
que vive. Já a Declaração Universal
sobre a Diversidade Cultural
(UNESCO, 2002), constata que a
cultura se encontra no centro dos
emporâneos sobre a
identidade, a coesão social e o
desenvolvimento de uma economia
fundada no saber.
Dessa forma, podemos afirmar
que os direitos culturais são parte
integrante dos direitos humanos, que
são universais, indissociáveis e
independentes e que
Universidade promover o intercâmbio
cultural e o desenvolvimento da
capacidade criadora que alimentam a
vida em sociedade. O reconhecimento
da dimensão da arte no cotidiano
universitário e na formação do futuro
profissional é refletir sobre o p
do estético como algo intrínseco ao ato
de educar. A sensibilidade e as
emoções concentram grande
afetividade para a orientação do agir e
do transformar, além da formação
técnica e, ao mesmo tempo, apontam
outro caminho, diverso daquele do
racional
ismo clássico e dos
fundamentos puramente abstratos. A
estética demonstra que a Educação
não é possível sem um
diferença e da pluralidade.
Os elementos do ambiente da
Galeria de Arte, incorporada ao Núcleo
de Arte e Cultura do Centro
Universitário
La Salle constituem
objetos de aprendizagem e pesquisa
que se descortinam mais ampla e
246
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- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
desenvolvimento de uma economia
Dessa forma, podemos afirmar
que os direitos culturais são parte
integrante dos direitos humanos, que
são universais, indissociáveis e
independentes e que
é missão da
Universidade promover o intercâmbio
cultural e o desenvolvimento da
capacidade criadora que alimentam a
vida em sociedade. O reconhecimento
da dimensão da arte no cotidiano
universitário e na formação do futuro
profissional é refletir sobre o p
roblema
do estético como algo intrínseco ao ato
de educar. A sensibilidade e as
emoções concentram grande
afetividade para a orientação do agir e
do transformar, além da formação
técnica e, ao mesmo tempo, apontam
outro caminho, diverso daquele do
ismo clássico e dos
fundamentos puramente abstratos. A
estética demonstra que a Educação
não é possível sem um
ethos da
diferença e da pluralidade.
Os elementos do ambiente da
Galeria de Arte, incorporada ao Núcleo
de Arte e Cultura do Centro
La Salle constituem
objetos de aprendizagem e pesquisa
que se descortinam mais ampla e
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
profundamente à luz da visão artística
e das inspirações imagéticas. Por
intermédio da arte, da imaginação e da
criatividade, pode-
se reconstruir o real
e, consequentem
ente, crenças, ideias,
expectativas, o que auxilia na
construção do conhecimento. Assim, a
relação entre arte, cultura, imaginação,
sensibilidade e conhecimento implica
os conceitos de arte e expressões
imaginárias como vetores significativos
de descoberta
s que aproximam sujeito
e objeto do conhecimento com
experiências estéticas e sensíveis do
“ir e vir” no caminho do corredor
cultural, Galeria de Arte.
A emergência do ser poético e
da consciência sensível não é, a priori,
anterior à experiência estética;
ser e consciência
fazem parte
dessa experiência, que associa
estranhamento e indagações,
percepções sensíveis e imaginação
criadora, realidade e transcendência.
Freire nos diz que:
a partir das relações do homem com
a realidade, resultantes de e
ela e de estar nela, pelos atos de
criação, recriação e decisão, ele vai
dinamizando seu mundo. Vai
dominando a realidade. Vai
humanizando-
a. Vai acrescentando a
ela algo que ele mesmo é fazedor
(FREIRE, 2006, p.
51).
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
profundamente à luz da visão artística
e das inspirações imagéticas. Por
intermédio da arte, da imaginação e da
se reconstruir o real
ente, crenças, ideias,
expectativas, o que auxilia na
construção do conhecimento. Assim, a
relação entre arte, cultura, imaginação,
sensibilidade e conhecimento implica
os conceitos de arte e expressões
imaginárias como vetores significativos
s que aproximam sujeito
e objeto do conhecimento com
experiências estéticas e sensíveis do
“ir e vir” no caminho do corredor
A emergência do ser poético e
da consciência sensível não é, a priori,
anterior à experiência estética;
ambos
fazem parte
dessa experiência, que associa
estranhamento e indagações,
percepções sensíveis e imaginação
criadora, realidade e transcendência.
a partir das relações do homem com
a realidade, resultantes de e
star com
ela e de estar nela, pelos atos de
criação, recriação e decisão, ele vai
dinamizando seu mundo. Vai
dominando a realidade. Vai
a. Vai acrescentando a
ela algo que ele mesmo é fazedor
51).
No ano de 2019, a Galeria La
Salle realizou a exposição Almas do
Bem, que contou com a participação
da artista plástica Raquel Pádua e de
seis alunos do projeto social Moleques
do Bem, desenvolvido pela autora.
Esse projeto, acontecia aos sábados
no Projeto Desabrochar
pa
rceria entre o Setor de Ação
Comunitária e Pastoral (SEAC) do
Unilasalle-
RJ e o Centro Social
Vicenta Maria
no bairro Santa Rosa,
em Niterói.
O Projeto social Moleques do
Bem foi apresentado primeiramente na
Obra Social Salesiana em novembro
de 2018, te
ndo como foco de
atendimento crianças e adolescentes
entre 8 e 13 anos. Gerou como
resultados um livro didático do
Moleque de e seus amigos de 22
páginas, uma empresa fictícia e a
exposição na Galeria La Salle. A
mostra trouxe três séries: duas da
artis
ta Raquel Pádua (Explosão de
Sentimentos e Liberdade da Alma) e a
série Almas do Bem, que apresentou o
quadro feito pelos alunos, além de
outras artes visuais, do livro com os
personagens e a turma de 14 amigos
que viraram bonecos que as crianças
desenvolv
eram na Oficina.
247
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
No ano de 2019, a Galeria La
Salle realizou a exposição Almas do
Bem, que contou com a participação
da artista plástica Raquel Pádua e de
seis alunos do projeto social Moleques
do Bem, desenvolvido pela autora.
Esse projeto, acontecia aos sábados
no Projeto Desabrochar
- que é uma
rceria entre o Setor de Ação
Comunitária e Pastoral (SEAC) do
RJ e o Centro Social
no bairro Santa Rosa,
O Projeto social Moleques do
Bem foi apresentado primeiramente na
Obra Social Salesiana em novembro
ndo como foco de
atendimento crianças e adolescentes
entre 8 e 13 anos. Gerou como
resultados um livro didático do
Moleque de e seus amigos de 22
páginas, uma empresa fictícia e a
exposição na Galeria La Salle. A
mostra trouxe três séries: duas da
ta Raquel Pádua (Explosão de
Sentimentos e Liberdade da Alma) e a
série Almas do Bem, que apresentou o
quadro feito pelos alunos, além de
outras artes visuais, do livro com os
personagens e a turma de 14 amigos
que viraram bonecos que as crianças
eram na Oficina.
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
A exposição aconteceu como
encerramento de um longo projeto de
formação cultural e artística,
desenvolvida com esses jovens. Após
aulas de arte abstrata e técnicas de
pintura, os jovens foram apresentados
a um desafio, produzirem arte
f
orma intencional para participarem de
uma exposição na Galeria La Salle. O
entusiasmo e a auto estima foram
notórios. E todos d
o meio social
desses meninos foram atingidos. Os
familiares vieram a exposição, assim
como professores e colegas.
Percebeu-se ass
im como a produção
artística, a exposição e o projeto em si
m potencial para transformar a
autoestima e a vida dos envolvidos.
Com o objetivo de oferecer um
espaço/tempo repleto de intenções,
ainda que inconsciente, como o
Núcleo de Arte e Cultura/Galer
Arte, é incitar as faculdades simbólicas
para a busca do profissional integral,
cujo pensamento não será comandado
pela opinião alheia, muito menos por
editoriais de jornais. Seria o início de
pensarmos uma educação na qual
obter o diploma e alcançar
emprego não seria o principal, mas,
sim, compreender o que se passa à
nossa volta e desenvolver um sentido
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
A exposição aconteceu como
encerramento de um longo projeto de
formação cultural e artística,
desenvolvida com esses jovens. Após
aulas de arte abstrata e técnicas de
pintura, os jovens foram apresentados
a um desafio, produzirem arte
de
orma intencional para participarem de
uma exposição na Galeria La Salle. O
entusiasmo e a auto estima foram
o meio social
desses meninos foram atingidos. Os
familiares vieram a exposição, assim
como professores e colegas.
im como a produção
artística, a exposição e o projeto em si
m potencial para transformar a
autoestima e a vida dos envolvidos.
Com o objetivo de oferecer um
espaço/tempo repleto de intenções,
ainda que inconsciente, como o
Núcleo de Arte e Cultura/Galer
ia de
Arte, é incitar as faculdades simbólicas
para a busca do profissional integral,
cujo pensamento não será comandado
pela opinião alheia, muito menos por
editoriais de jornais. Seria o início de
pensarmos uma educação na qual
obter o diploma e alcançar
um
emprego não seria o principal, mas,
sim, compreender o que se passa à
nossa volta e desenvolver um sentido
pessoal do que é a experiência: de
olhar para sentir, sentir para perceber
e perceber para transformar.
As mediações, no processo de
fruição, aux
iliam a ultrapassar as
fronteiras das percepções superficiais.
Convocam, não somente as pessoas,
mas os corpos em suas inteirezas,
complexidades e sociabilidades. O
sujeito ao vivenciar as técnicas,
estratégias e exercícios propostos
pelos mecanismos de me
caminho da Galeria, que vão muito
além da informação, envolve
dedica-
se à apreciação da obra
desenvolvendo as suas
potencialidades cognitivas, sensíveis,
críticas e estéticas.
Rose Hikiji (2005), analisou a
performance de jovens músicos,
atr
avés do projeto Guri, que conta com
aulas de música para jovens
considerados de baixa renda e alta
vulnerabilidade social. Ao
compreender o processo da
performance com os alunos a autora
diz que:
A performance é central em projetos
que, como o Guri, têm c
objetivos principais a intervenção
social por meio da música. Ela torna
visíveis atores e instituição. É palco
de um amplo
jogo de espelhos,
de exibição de identidade e
construção de autoimagens. É
espaço de
248
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
pessoal do que é a experiência: de
olhar para sentir, sentir para perceber
e perceber para transformar.
As mediações, no processo de
iliam a ultrapassar as
fronteiras das percepções superficiais.
Convocam, não somente as pessoas,
mas os corpos em suas inteirezas,
complexidades e sociabilidades. O
sujeito ao vivenciar as técnicas,
estratégias e exercícios propostos
pelos mecanismos de me
diação no
caminho da Galeria, que vão muito
além da informação, envolve
-se e
se à apreciação da obra
desenvolvendo as suas
potencialidades cognitivas, sensíveis,
Rose Hikiji (2005), analisou a
performance de jovens músicos,
avés do projeto Guri, que conta com
aulas de música para jovens
considerados de baixa renda e alta
vulnerabilidade social. Ao
compreender o processo da
performance com os alunos a autora
A performance é central em projetos
que, como o Guri, têm c
omo um dos
objetivos principais a intervenção
social por meio da música. Ela torna
visíveis atores e instituição. É palco
jogo de espelhos,
lugar
de exibição de identidade e
construção de autoimagens. É
espaço de
transformação. É
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
concebida como
auge do processo
pedagógico, locus
de exibição do
que foi aprendido, ensaiado,
incorporado. É oportunidade de
conhecer novos lugares, pessoas, é
“saída para o mundo”. (HIKIJI, 2005,
p. 158)
Compreendo que a performance
envolvida em projetos sociais, está
vinculada a diversos fatores e que a
formação dos beneficiários em áreas
consideradas mais carentes, criam
uma noção de pertencimento e
reconhecimento através da cultura. A
partir da criação desses projetos em
áreas consideradas de risco na cidade,
percebe-
se uma relação entre a
ocupação do tempo ocioso de jovens,
com a ideia de afastamento da
criminalidade e seu ambiente.
Tais pensamentos têm como
princípio a noção de que o tempo
“ocioso” é um
tempo perigoso.
preciso, afirma-
se, ocupar o tempo.
Fato cur
ioso é que tal necessidade
seja colocada em contextos muito
diversos: na Febem, na periferia de
São Paulo ou de outras capitais, nos
centros urbanos em geral, inclusive
entre famílias de classe média ou
alta. O “perigo” do tempo livre une
crianças e jovens
separados pela
desigualdade social e cultural ímpar
em nosso país. (HIKIJI, 2006, p. 155)
Sovik (2014), pontua que o
surgimento de projetos sociais no Rio
de Janeiro, aparecem com força nos
anos 1990, devido ao processo de
democratização governamental
in
stalado, o qual faz a violência policial
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
auge do processo
de exibição do
que foi aprendido, ensaiado,
incorporado. É oportunidade de
conhecer novos lugares, pessoas, é
“saída para o mundo”. (HIKIJI, 2005,
Compreendo que a performance
envolvida em projetos sociais, está
vinculada a diversos fatores e que a
formação dos beneficiários em áreas
consideradas mais carentes, criam
uma noção de pertencimento e
reconhecimento através da cultura. A
partir da criação desses projetos em
áreas consideradas de risco na cidade,
se uma relação entre a
ocupação do tempo ocioso de jovens,
com a ideia de afastamento da
criminalidade e seu ambiente.
Tais pensamentos têm como
princípio a noção de que o tempo
tempo perigoso.
É
se, ocupar o tempo.
ioso é que tal necessidade
seja colocada em contextos muito
diversos: na Febem, na periferia de
São Paulo ou de outras capitais, nos
centros urbanos em geral, inclusive
entre famílias de classe média ou
alta. O “perigo” do tempo livre une
separados pela
desigualdade social e cultural ímpar
em nosso país. (HIKIJI, 2006, p. 155)
Sovik (2014), pontua que o
surgimento de projetos sociais no Rio
de Janeiro, aparecem com força nos
anos 1990, devido ao processo de
democratização governamental
stalado, o qual faz a violência policial
contra a população pobre e negra
entrar em pauta. Além disso, a autora
apresenta que a partir de marcos
violentos como a chacinas da
Candelária e de Vigário Geral, levaram
à fundação da Casa da Paz, do Viva
Rio, e d
o AfroReggae.
O impacto dos projetos sobre a cena
pública nacional vem, em parte, da
reconhecida relação entre
autorrepresentação e capacidade de
ação. Os depoimentos
entusiasmados são muitos, de
participantes, quadros e lideranças
desses projetos, e fazem
autoestima pode não ser suficiente,
mas é condição necessária para “os
de baixo” reconhecerem a própria
capacidade e sentirem a liberdade
de agir para mudar as relações
sociais. A experimentação com
novas narrativas sobre si é
fundamental para
mundo, para “entrar em cena”, como
disse certa vez o teatrólogo e diretor
Paul Heritage, experiente
protagonista da cena de projetos
socioculturais no Brasil e no Reino
Unido. (SOVIK, 2014, p. 174)
Palavras como
autorrepresentação e aut
cruciais na abordagem de projetos
sociais. Ou seja, o objetivo principal de
um projeto social, não é apenas formar
esse indivíduo em uma habilidade
técnica ou artística, mas sim trabalhar
e abordar também essas noções
perante seus alunos e fre
Observando a relevância de
oferecer espaços lúdicos e formativos
no tempo livre, o Projeto Desabrochar
249
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
contra a população pobre e negra
entrar em pauta. Além disso, a autora
apresenta que a partir de marcos
violentos como a chacinas da
Candelária e de Vigário Geral, levaram
à fundação da Casa da Paz, do Viva
o AfroReggae.
O impacto dos projetos sobre a cena
pública nacional vem, em parte, da
reconhecida relação entre
autorrepresentação e capacidade de
ação. Os depoimentos
entusiasmados são muitos, de
participantes, quadros e lideranças
desses projetos, e fazem
sentido. A
autoestima pode não ser suficiente,
mas é condição necessária para “os
de baixo” reconhecerem a própria
capacidade e sentirem a liberdade
de agir para mudar as relações
sociais. A experimentação com
novas narrativas sobre si é
fundamental para
abrir um espaço no
mundo, para “entrar em cena”, como
disse certa vez o teatrólogo e diretor
Paul Heritage, experiente
protagonista da cena de projetos
socioculturais no Brasil e no Reino
Unido. (SOVIK, 2014, p. 174)
Palavras como
autorrepresentação e aut
oestima, são
cruciais na abordagem de projetos
sociais. Ou seja, o objetivo principal de
um projeto social, não é apenas formar
esse indivíduo em uma habilidade
técnica ou artística, mas sim trabalhar
e abordar também essas noções
perante seus alunos e fre
quentadores.
Observando a relevância de
oferecer espaços lúdicos e formativos
no tempo livre, o Projeto Desabrochar
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
ocupa o final de semana, quando
menos projetos estão disponíveis para
atender a
essas crianças e
adolescentes. Nesse sentido, o
trabalho voluntário é a última peça a
ser encaixada nesse cenário. Com o
apoio de iniciativas voluntárias como o
‘Moleques de Bem”, o projeto oferece
diferentes oportunidades de
aprendizado.
No caso do “Mole
ques de Bem”,
os talentos da voluntária foram
colocados à
disposição para estimular
novos talentos e possibilidades no
campo das artes plásticas. O estímulo
a ampliação do repertório cultural
desses beneficiários é objetivo
específico em diversas atividade
vão se construindo no projeto.
Em relação ao tema cultura,
este tem adquirido um espaço
importante nos debates da sociedade
contemporânea
, sendo este um
conceito com múltiplos sentidos e
disputas. No meio acadêmico deixou
de ser apenas assunto das ci
sociais, ganhando atenção também
em outras áreas de conhecimento. A
cultura, construída a partir das ações
e inter-
relações sociais no ambiente
universitário tem o intuito de promover
a interação e a construção de
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
ocupa o final de semana, quando
menos projetos estão disponíveis para
essas crianças e
adolescentes. Nesse sentido, o
trabalho voluntário é a última peça a
ser encaixada nesse cenário. Com o
apoio de iniciativas voluntárias como o
‘Moleques de Bem”, o projeto oferece
diferentes oportunidades de
ques de Bem”,
os talentos da voluntária foram
disposição para estimular
novos talentos e possibilidades no
campo das artes plásticas. O estímulo
a ampliação do repertório cultural
desses beneficiários é objetivo
específico em diversas atividade
s que
vão se construindo no projeto.
Em relação ao tema cultura,
este tem adquirido um espaço
importante nos debates da sociedade
, sendo este um
conceito com múltiplos sentidos e
disputas. No meio acadêmico deixou
de ser apenas assunto das ci
ências
sociais, ganhando atenção também
em outras áreas de conhecimento. A
cultura, construída a partir das ações
relações sociais no ambiente
universitário tem o intuito de promover
a interação e a construção de
histórias de vida, onde os háb
costumes, manifestações, expressões
e sentimentos estão inseridos,
identificando cada indivíduo,
determinando o seu modo de viver, de
ser e de se expressar. Este ao longo
dos anos ganhou múltiplos sentidos,
podendo ser apontado como
característico
deste conceito, o
interesse multidisciplinar de diversas
áreas de estudo.
Clifford Geertz (2008),
considera a cultura como redes de
significação em que a humanidade
está envolta. Raymond Williams
(2000), entende a cultura como o
processo significante atra
uma ordem social é comunicada,
reproduzida, experimentada e
explorada, além disso, para o autor, o
termo contém em si mesmo uma
tensão entre produzir e ser produzido.
Diante disto, podemos compreender a
cultura como processos sociais, nos
quai
s acontecem embates e
negociação, em que sentidos e valores
são construídos, atribuídos,
vivenciados socialmente, sendo que os
sentidos e significados não estão
dados, são constantemente disputados
(EAGLETON, 2003).
250
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- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
histórias de vida, onde os háb
itos e
costumes, manifestações, expressões
e sentimentos estão inseridos,
identificando cada indivíduo,
determinando o seu modo de viver, de
ser e de se expressar. Este ao longo
dos anos ganhou múltiplos sentidos,
podendo ser apontado como
deste conceito, o
interesse multidisciplinar de diversas
Clifford Geertz (2008),
considera a cultura como redes de
significação em que a humanidade
está envolta. Raymond Williams
(2000), entende a cultura como o
processo significante atra
vés do qual,
uma ordem social é comunicada,
reproduzida, experimentada e
explorada, além disso, para o autor, o
termo contém em si mesmo uma
tensão entre produzir e ser produzido.
Diante disto, podemos compreender a
cultura como processos sociais, nos
s acontecem embates e
negociação, em que sentidos e valores
são construídos, atribuídos,
vivenciados socialmente, sendo que os
sentidos e significados não estão
dados, são constantemente disputados
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
Para Tylor (2009, p.
ou Ci
vilização, tomada em seu mais
amplo sentido etnográfico, é aquele
todo complexo que inclui
conhecimento, crença, arte, moral, lei,
costume e quaisquer outras
capacidades e hábitos adquiridos pelo
homem na condição de membro da
sociedade”. Já o conceito de
Iluminismo, fundamentava
hegemonia de grupos dominantes a
partir da ideia de racionalidade. O
sentido antropológico
que assume
que todas as sociedades e grupos
produtores de Cultura
sentido Iluminista
que afirma que
existem
sociedades ou grupos mais
cultos que outros
se equiparam ao
pensar a Cultura como uma unidade
que se constitui por meio de confronto,
na negociação e na imposição de uns
e outros.
Além do mais, a concepção de
cultura está sempre em disputa, sem
perder se
u lugar característico, e
principalmente por ocupar um lugar
central no mundo contemporâneo.
Para Hall (1997), a cultura assume
uma função de centralidade, pois,
apesar de nem tudo se reduzir a
cultura, tudo é atravessado por ela,
que cultura é produção
de sentido.
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
69) “Cultura
vilização, tomada em seu mais
amplo sentido etnográfico, é aquele
todo complexo que inclui
conhecimento, crença, arte, moral, lei,
costume e quaisquer outras
capacidades e hábitos adquiridos pelo
homem na condição de membro da
sociedade”. Já o conceito de
cultura no
Iluminismo, fundamentava
-se na
hegemonia de grupos dominantes a
partir da ideia de racionalidade. O
que assume
que todas as sociedades e grupos
quanto o
que afirma que
sociedades ou grupos mais
se equiparam ao
pensar a Cultura como uma unidade
que se constitui por meio de confronto,
na negociação e na imposição de uns
Além do mais, a concepção de
cultura está sempre em disputa, sem
u lugar característico, e
principalmente por ocupar um lugar
central no mundo contemporâneo.
Para Hall (1997), a cultura assume
uma função de centralidade, pois,
apesar de nem tudo se reduzir a
cultura, tudo é atravessado por ela,
de sentido.
Segundo Hall (2016), a
“representação é uma parte essencial
do processo pelo qual os significados
são produzidos e compartilhados entre
os membros de uma cultura.
Representar envolve o uso da
linguagem, de signos e imagens que
significam ou re
presentam objetos”
(HALL, 2016, p. 31). Além disso, para
o autor, é através da representação
que trazemos sentido às coisas, o que
faz com que se tenha a possibilidade
de ter uma noção da nossa própria
identidade, e também, esta ideia é
constantemente reel
aborada conforme
o período em que vivemos, as nossas
experiências e também pela interação
social, sendo através da concepção
desses sentidos que vão ser reguladas
as nossas práticas e condutas no
grupo em que vivemos. Através da
linguagem, esses sentidos s
e passados, podendo ser dos mais
variados tipos, como a escrita, a fala,
imagens ou objetos, linguagem
corporal e também a música.
A forma ou a interpretação de
uma obra é embasada numa teia de
conceitos que foram criados na história
individual.
Por sensibilidade,
entendemos o filtro da percepção. Pela
251
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
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Tramas entre cultura e educação")
Segundo Hall (2016), a
“representação é uma parte essencial
do processo pelo qual os significados
são produzidos e compartilhados entre
os membros de uma cultura.
Representar envolve o uso da
linguagem, de signos e imagens que
presentam objetos”
(HALL, 2016, p. 31). Além disso, para
o autor, é através da representação
que trazemos sentido às coisas, o que
faz com que se tenha a possibilidade
de ter uma noção da nossa própria
identidade, e também, esta ideia é
aborada conforme
o período em que vivemos, as nossas
experiências e também pela interação
social, sendo através da concepção
desses sentidos que vão ser reguladas
as nossas práticas e condutas no
grupo em que vivemos. Através da
linguagem, esses sentidos s
ão criados
e passados, podendo ser dos mais
variados tipos, como a escrita, a fala,
imagens ou objetos, linguagem
corporal e também a música.
A forma ou a interpretação de
uma obra é embasada numa teia de
conceitos que foram criados na história
Por sensibilidade,
entendemos o filtro da percepção. Pela
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
teia, entendemos a construção do
conhecimento.
Nas palavras de Prigogine
(1996, p. 26):
Atualmente, o mundo que vemos
fora de nós e o mundo que vemos
dentro de nós estão se convergindo.
Essa conver
gência é, talvez, um dos
eventos culturais mais importantes
da nossa era. Onde o mundo interior
e o mundo exterior se tocam, se
encontra o centro da alma.
A partir do pensamento de
Prigogine (1996), podemos considerar
que a arte em um ambiente acadêmic
seja algo de significativa importância,
considerando a participação da
comunidade acadêmica, como
fruidores (sujeitos que sentem,
percebem e experienciam as
diferentes formas de expressão
artística), que estimulam a emoção e a
construção do conhecimento.
Considerações finais
Articular e promover a interface
de diálogo entre educação, arte e
cultura significa estabelecer objetivos,
ações e metas, considerando a sua
relação com as manifestações,
expressões, produções artísticas e
culturais. Se a educação f
orma pelo e
para o diálogo, ela pode e deve ser
continuamente enriquecida por outros
campos de saberes, por diferentes
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
educação da sensibilidade a
Revista Latino
-Americana de
, p.
236-254, março 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Tramas entre cultura e educação")
teia, entendemos a construção do
Nas palavras de Prigogine
Atualmente, o mundo que vemos
fora de nós e o mundo que vemos
dentro de nós estão se convergindo.
gência é, talvez, um dos
eventos culturais mais importantes
da nossa era. Onde o mundo interior
e o mundo exterior se tocam, se
encontra o centro da alma.
A partir do pensamento de
Prigogine (1996), podemos considerar
que a arte em um ambiente acadêmic
o
seja algo de significativa importância,
considerando a participação da
comunidade acadêmica, como
fruidores (sujeitos que sentem,
percebem e experienciam as
diferentes formas de expressão
artística), que estimulam a emoção e a
construção do conhecimento.
Articular e promover a interface
de diálogo entre educação, arte e
cultura significa estabelecer objetivos,
ações e metas, considerando a sua
relação com as manifestações,
expressões, produções artísticas e
orma pelo e
para o diálogo, ela pode e deve ser
continuamente enriquecida por outros
campos de saberes, por diferentes
tradições culturais, interculturais, artes
e inovações.
Neste trabalho, apresentamos
uma experiência que aliou a arte e a
educação. Os re
sultados ressaltam a
importância do espaço da Galeria La
Salle, em uma Universidade, ao
estimular de forma sensorial e reflexiva
a vivência da diversidade cultural,
promovendo educação voltada para os
direitos humanos.
A partir do presente artigo
compreen
demos que é central a
inclusão de experiências estéticas
diversificadas como elementos de
plasticidade e visibilidade no cotidiano
acadêmico. Tais experiências
requerem a educação do olhar e do
sentir, do perceber, do criar e do
transformar e podem ser efe
mediante o contato com diferentes
formas de expressão, bem como no
desenvolvimento do gosto musical e
na apreciação da cultura popular e
erudita. Possibilitar que a cultura faça
parte do cotidiano da universidade,
utilizando concepções do imaginári
habitual, propicia a criação de relações
representativas, pois a visibilidade
permite uma apreensão significativa
dos sentidos. Ao ressignificarmos o
conhecimento, envolvemos,
252
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Tramas entre cultura e educação")
tradições culturais, interculturais, artes
Neste trabalho, apresentamos
uma experiência que aliou a arte e a
sultados ressaltam a
importância do espaço da Galeria La
Salle, em uma Universidade, ao
estimular de forma sensorial e reflexiva
a vivência da diversidade cultural,
promovendo educação voltada para os
A partir do presente artigo
demos que é central a
inclusão de experiências estéticas
diversificadas como elementos de
plasticidade e visibilidade no cotidiano
acadêmico. Tais experiências
requerem a educação do olhar e do
sentir, do perceber, do criar e do
transformar e podem ser efe
tivadas
mediante o contato com diferentes
formas de expressão, bem como no
desenvolvimento do gosto musical e
na apreciação da cultura popular e
erudita. Possibilitar que a cultura faça
parte do cotidiano da universidade,
utilizando concepções do imaginári
o
habitual, propicia a criação de relações
representativas, pois a visibilidade
permite uma apreensão significativa
dos sentidos. Ao ressignificarmos o
conhecimento, envolvemos,
ROJAS, Angelina A.; LIMA, André Cesari B. de; BRAGA, Lívia Ribeiro B. de
A. Cultura, arte e estética: uma análise da
educação da sensibilidade a
partir de uma exposição. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 20
, p.
necessariamente, a criatividade e a
sensibilidade, e, assim, aproximamos
a art
e da educação e,
consequentemente, da vida.
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