MATHIAS, Roberta Filgueiras; PUCARELLI, Michele. Identidad Marron e o
mito do labirinto. Luta e resistência do coletivo dos povos originários de
Buenos Aires. PragMATIZES - Revista Latino-
Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 21, p. 165-187
deixar de ser objeto de fetiche e
ser objeto de ação. Saímos para
enunciativa, saímos para gritar
que irmanda
trabalhadores domésticos.
Entendemos que muitos não
puderam ir, entendemos por que
muitos de nossos primos, avós ou
irmãs são precarizados, não
registrados, sem contribuições, e
faltar ao trabalho, na maioria das
veze
s, resultará em não comer e
não pagar o aluguel. Saímos para
encontrar nossa voz, exigir
entendemos que o discurso é
bonito, mas muitos de nós não
podem parar, porque quando o
desemprego é precário, parar não
(MAMANI;
6
Somos las hijas de las empleadas domésticas
que al 8m no pudieron ir ayer las mujeres y
travestis marrones salimos a marchar,
nosotras como mujeres marrones, co
travestis marrones, pero no solo por nosotras,
sino por nuestras madres y nuestras abuelas
marrones, indígenas, campesinas, que fueron
explotadas aprovechándose de su
precariedad. Salimos a abrazarnos, a dejar de
ser el objeto de fetiche para ser las su
acción. Salimos a cuestionar una sororidad
enunciativa, salimos a gritar que sororidad
también es pagar los aportes de las
empleadas domésticas. Entendemos que
muchas no pudieron ir, entendemos porque
muchas de nuestras primas, madres abuelas o
he
rmanas están precarizadas, no registradas,
sin aportes, y faltar al trabajo es la mayoría de
las veces no comer, no pagar el alquiler.
Salimos a buscar nuestra voz, a exigir una
sincera empatía, todas entendemos que el
discurso es bello pero muchas de noso
podemos parar porque cuando se está
precarizada el paro no es una opción sino un
privilegio.
<
https://m.facebook.com/identidadmarron
de março de 2019 acesso em 17 de janeiro de
2021. (Tradução livre dos autores).
MATHIAS, Roberta Filgueiras; PUCARELLI, Michele. Identidad Marron e o
mito do labirinto. Luta e resistência do coletivo dos povos originários de
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
deixar de ser objeto de fetiche e
ser objeto de ação. Saímos para
enunciativa, saímos para gritar
trabalhadores domésticos.
Entendemos que muitos não
puderam ir, entendemos por que
muitos de nossos primos, avós ou
irmãs são precarizados, não
registrados, sem contribuições, e
faltar ao trabalho, na maioria das
s, resultará em não comer e
não pagar o aluguel. Saímos para
encontrar nossa voz, exigir
entendemos que o discurso é
bonito, mas muitos de nós não
podem parar, porque quando o
desemprego é precário, parar não
ilégio.
6
Somos las hijas de las empleadas domésticas
que al 8m no pudieron ir ayer las mujeres y
travestis marrones salimos a marchar,
nosotras como mujeres marrones, co
mo
travestis marrones, pero no solo por nosotras,
sino por nuestras madres y nuestras abuelas
marrones, indígenas, campesinas, que fueron
explotadas aprovechándose de su
precariedad. Salimos a abrazarnos, a dejar de
ser el objeto de fetiche para ser las su
jetas de
acción. Salimos a cuestionar una sororidad
enunciativa, salimos a gritar que sororidad
también es pagar los aportes de las
empleadas domésticas. Entendemos que
muchas no pudieron ir, entendemos porque
muchas de nuestras primas, madres abuelas o
rmanas están precarizadas, no registradas,
sin aportes, y faltar al trabajo es la mayoría de
las veces no comer, no pagar el alquiler.
Salimos a buscar nuestra voz, a exigir una
sincera empatía, todas entendemos que el
discurso es bello pero muchas de noso
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podemos parar porque cuando se está
precarizada el paro no es una opción sino un
https://m.facebook.com/identidadmarron
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de março de 2019 acesso em 17 de janeiro de
2021. (Tradução livre dos autores).
Estarem umas pelas outras,
muitas delas que não podem perder
um dia de trabalho sob o risco de
serem dispensadas, demonstra o
esforço do sentido de solidariedade
para que juntas possam reclamar por
um espaço próprio, que é ta
espaço de seus pais e avôs. Uma das
críticas a ser destacada do
a de que o trabalho precarizado e com
trabalhadores já era uma regra para as
gerações que os antecederam,
reafirmando a segregação de seus
corpos.
Essa característica pode ser
observada inclusive na configuração
de ocupação dos territórios da cidade,
pois os descendentes de indígenas
não conseguem espaços na cidade de
Buenos Aires e buscam moradia e
trabalho nos distritos vizinhos.
é um trabalho extremamente
precarizado combinado ao discurso
midiático do empreendedorismo. Se no
mundo colonial a grande perversidade
era desumanizar o corpo do outro,
com a precarização talvez seja a
ilusão de que ao abrir o próprio
negócio, a
trabalhistas, esse outro (indígena,
imigrante, negro) passe a ditar as
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www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Estarem umas pelas outras,
muitas delas que não podem perder
um dia de trabalho sob o risco de
serem dispensadas, demonstra o
esforço do sentido de solidariedade
para que juntas possam reclamar por
um espaço próprio, que é ta
mbém um
espaço de seus pais e avôs. Uma das
críticas a ser destacada do
Colectivo é
a de que o trabalho precarizado e com
trabalhadores já era uma regra para as
gerações que os antecederam,
reafirmando a segregação de seus
Essa característica pode ser
observada inclusive na configuração
de ocupação dos territórios da cidade,
pois os descendentes de indígenas
não conseguem espaços na cidade de
Buenos Aires e buscam moradia e
trabalho nos distritos vizinhos.
observamos
é um trabalho extremamente
precarizado combinado ao discurso
midiático do empreendedorismo. Se no
mundo colonial a grande perversidade
era desumanizar o corpo do outro,
com a precarização talvez seja a
ilusão de que ao abrir o próprio
trabalhistas, esse outro (indígena,
imigrante, negro) passe a ditar as