PARDO, Ana Lúcia. A crescente precariedade do trabalho na cultura na
cidade do Rio de Janeiro. PragMATIZES -
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 11, n. 2
institucional dessas pastas, cujo
conceito vem sendo adotado também
nas políticas adotadas, além das
chamadas cidades criativas. Erisvelton
aponta
propostas de políticas culturas
que, em seu entendimento, poderiam
fazer a diferença para melhorar as
condições de trabalho na Cultura.
Através da criação de políticas
culturais que deem suporte a
ações e movimentos populares,
não é ser sustentado pelo
g
pensar, é ter suporte. Existem
centenas de músicos que se
apresentam nas ruas por não
existirem palcos para shows
gratuitos no país. Centenas de
artistas plásticos expõem suas
pinturas, esculturas, artesanatos
galeria pública onde pudesse ser
feita a comercialização das obras.
Ou ainda, não existe um circuito
cultural de valorização de
produções locais e disseminação
de produtos por todo o território
brasileiro, pois pouco sabemos
outras regiões, visto que o
governo foca seu olhar na região
sudeste negligenciando as outras
quatro regiões (Ibidem, 2021).
concentradora, desigual e de mal uso
da cultura, acaba por ser utilizada para
fins políticos e interesses individuais,
mercadológicos e hegemônicos,
acirrando as desigualdades e as
PARDO, Ana Lúcia. A crescente precariedade do trabalho na cultura na
-Americana de
188-228, set. 2021.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
institucional dessas pastas, cujo
conceito vem sendo adotado também
nas políticas adotadas, além das
chamadas cidades criativas. Erisvelton
propostas de políticas culturas
que, em seu entendimento, poderiam
fazer a diferença para melhorar as
condições de trabalho na Cultura.
Através da criação de políticas
culturais que deem suporte a
ações e movimentos populares,
não é ser sustentado pelo
pensar, é ter suporte. Existem
centenas de músicos que se
apresentam nas ruas por não
existirem palcos para shows
gratuitos no país. Centenas de
artistas plásticos expõem suas
pinturas, esculturas, artesanatos
aver uma
galeria pública onde pudesse ser
feita a comercialização das obras.
Ou ainda, não existe um circuito
cultural de valorização de
produções locais e disseminação
de produtos por todo o território
brasileiro, pois pouco sabemos
o em
outras regiões, visto que o
governo foca seu olhar na região
sudeste negligenciando as outras
quatro regiões (Ibidem, 2021).
concentradora, desigual e de mal uso
da cultura, acaba por ser utilizada para
fins políticos e interesses individuais,
mercadológicos e hegemônicos,
acirrando as desigualdades e as
opressões. Para fazer uma mudança
conforme sinalizam Erisvelton e Ynaê,
implica ampliar o olhar acerca da
sociedade que vivemos, reorganizar o
cotidiano e construir uma nova
hegemonia.
Nesse sentido, sustento que as
políticas culturais devem se
concentrar em mostrar como
surg
iu a ordem que temos. Para
transformar a realidade, é preciso
primeiro mudar a maneira de
olhar para ela. Acho que as
políticas culturais devem apontar
para isso. Mais do que produzir
um novo tipo de dever, a questão
é gerar uma imagem que nos
faça ver o t
temos. [...]
políticas culturais deve então
consistir na tentativa de
contribuir para a construção de
uma nova hegemonia. Agora, o
que é o cotidiano? Poderíamos
dizer que é o mundo da inércia,
dos hábitos estabelecidos, do
senso comum existente, das
maneiras estabelecidas do fazer.
Contudo, sem dúvida, trata
criatividade, da agência, do lugar
onde pequenas mudanças sociais
poderiam acontecer. O cotidiano
também de resistência; é inércia,
mas também a possibilidade de
Além de aprofundar o significado
de cotidiano, Victor Vich lança o
197
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
opressões. Para fazer uma mudança
públicas,
conforme sinalizam Erisvelton e Ynaê,
implica ampliar o olhar acerca da
sociedade que vivemos, reorganizar o
cotidiano e construir uma nova
Nesse sentido, sustento que as
políticas culturais devem se
concentrar em mostrar como
iu a ordem que temos. Para
transformar a realidade, é preciso
primeiro mudar a maneira de
olhar para ela. Acho que as
políticas culturais devem apontar
para isso. Mais do que produzir
um novo tipo de dever, a questão
é gerar uma imagem que nos
O objetivo das
políticas culturais deve então
consistir na tentativa de
, de
contribuir para a construção de
uma nova hegemonia. Agora, o
que é o cotidiano? Poderíamos
dizer que é o mundo da inércia,
dos hábitos estabelecidos, do
senso comum existente, das
maneiras estabelecidas do fazer.
Contudo, sem dúvida, trata
-se
criatividade, da agência, do lugar
onde pequenas mudanças sociais
poderiam acontecer. O cotidiano
plicidade, mas
também de resistência; é inércia,
mas também a possibilidade de
, p. 49).
Além de aprofundar o significado
de cotidiano, Victor Vich lança o
-lo, na medida