SANTOS, Renan do Nascimento
. Resenha de "
de Amanda Coutinho. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 1
1, n. 2
2021.
Resenha: COUTINHO, Amanda.
Publishing, 2020
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i2
O livro
Trabalhadores da Cultura
Coutinho, é resultado de sua pesquisa de Doutorado em Ciências Sociais, defendida
na Unicamp em 2017. O livro, posto em circulação em 2020 pela editora Brazil
Publishing em suporte físico, também
gratuitamente pelos canais da editora
1
Renan do Nascimento Santos.
em Ciências Sociais da Pontifícia
rnazzos@gmail.com -
2 Ver:
https://aeditora.com.br/produto/trabalhadores
Texto recebido em 29/03/20
21,
. Resenha de "
Trabalhadores da cultura",
Revista Latino
-Americana de
1, n. 2
1, p 146-149, setembro
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Trabalho cultural e precarização
Resenha: COUTINHO, Amanda.
Trabalhadores da Cultura.
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i2
1.49422
Renan do Nascimento Santos
Trabalhadores da Cultura
”, de autoria da pesquisadora Amanda
Coutinho, é resultado de sua pesquisa de Doutorado em Ciências Sociais, defendida
na Unicamp em 2017. O livro, posto em circulação em 2020 pela editora Brazil
Publishing em suporte físico, também
está disponível em versão digital
gratuitamente pelos canais da editora
2
.
Renan do Nascimento Santos.
Doutorando em Ciênc
ias Sociais no Programa de Pós
em Ciências Sociais da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-
Rio
https://orcid.org/0000
-0001-8949-9917
https://aeditora.com.br/produto/trabalhadores
-da-cultura/
21,
aceito para publicação em
03/06/2021 e disponibilizado online
em 01/09/2021.
146
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Trabalho cultural e precarização
" - RESENHA)
Curitiba: Brazil
Renan do Nascimento Santos
1
”, de autoria da pesquisadora Amanda
Coutinho, é resultado de sua pesquisa de Doutorado em Ciências Sociais, defendida
na Unicamp em 2017. O livro, posto em circulação em 2020 pela editora Brazil
está disponível em versão digital
ias Sociais no Programa de Pós
-Graduação
Rio
, Brasil. E-mail:
03/06/2021 e disponibilizado online
SANTOS, Renan do Nascimento
. Resenha de "
de Amanda Coutinho. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 1
1, n. 2
2021.
O objetivo central do estudo de Amanda Coutinho é, em seus próprios termos,
o seguinte: “descortinar a composição, a estrutura, a expansão, as tensões,
assimetrias, lutas e formas
da cultura no Brasil.” (p. 13). A rigor, os
se ocupa em seu estudo são os músicos, em particular, aqueles chamados de
independentes.
A abordagem que a
acompanha as conclusões de Pierre
Artista Enquanto Trabalhador” (2005), que caracteriza o mercado de trabalho
artístico como laboratório da flexibilidade e
de acumulação capitalista, a figura exemplar de trabalhador flexível.
engrossa o coro de uma série de outras pesquisas interessadas nas condições
laborais dos músicos no Brasil, e a interlocução com estes
pesquisa, contribui para a construção de um quadro de referências que converge
para a identificação de processos e relações de trabalho muito precários no campo
da música.
Contudo, considero como um dos principais valores do estudo
introdução da ideia de
independência
grande campo das produções culturais que mobiliza suas questões e que seria “a
expressão paradigmática de uma inclusão ainda mais subsidiária, cooperada,
especiali
zada e precária no mercado cultural” (p. 17), de outro, o
chave analítica para compreender estas dinâmicas de trabalho dos músicos.
no primeiro capítulo,
construir uma categoria de
da pesquisa, o debate ganha em consistência e complexidade quando trata de pôr
em evidência não apenas como os artistas reivindicam tal independência
discursivamente e na operação da cadeia produtiva,
outras relações de dependência que se estabelecem em consequência e nos efeitos
que esta independência pode ter para o trabalho concretamente realizado por estes
trabalhadores artistas. A questão da independência como opção e como
contingência é recolocada diversas vezes ao longo do debate, tensionado de um
. Resenha de "
Trabalhadores da cultura",
Revista Latino
-Americana de
1, n. 2
1, p 146-149, setembro
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Trabalho cultural e precarização
O objetivo central do estudo de Amanda Coutinho é, em seus próprios termos,
o seguinte: “descortinar a composição, a estrutura, a expansão, as tensões,
de reconhecimento político
profissional dos trabalhadores
da cultura no Brasil.” (p. 13). A rigor, os
trabalhadores da cultura
dos quais a autora
se ocupa em seu estudo são os músicos, em particular, aqueles chamados de
A abordagem que a
autora traz para uma sociologia do trabalho artístico
acompanha as conclusões de Pierre
-Michel
Menger em seu seminal livro
Artista Enquanto Trabalhador” (2005), que caracteriza o mercado de trabalho
artístico como laboratório da flexibilidade e
o artista seria, nas configurações atuais
de acumulação capitalista, a figura exemplar de trabalhador flexível.
engrossa o coro de uma série de outras pesquisas interessadas nas condições
laborais dos músicos no Brasil, e a interlocução com estes
estudos
pesquisa, contribui para a construção de um quadro de referências que converge
para a identificação de processos e relações de trabalho muito precários no campo
Contudo, considero como um dos principais valores do estudo
independência
, de um lado, como um fenômeno dentro do
grande campo das produções culturais que mobiliza suas questões e que seria “a
expressão paradigmática de uma inclusão ainda mais subsidiária, cooperada,
zada e precária no mercado cultural” (p. 17), de outro, o
independente
chave analítica para compreender estas dinâmicas de trabalho dos músicos.
no primeiro capítulo,
Artistas independentes: conceitos em discussão
construir uma categoria de
independência suficientemente estável para os objetivos
da pesquisa, o debate ganha em consistência e complexidade quando trata de pôr
em evidência não apenas como os artistas reivindicam tal independência
discursivamente e na operação da cadeia produtiva,
como também põe foco nas
outras relações de dependência que se estabelecem em consequência e nos efeitos
que esta independência pode ter para o trabalho concretamente realizado por estes
trabalhadores artistas. A questão da independência como opção e como
contingência é recolocada diversas vezes ao longo do debate, tensionado de um
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www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Trabalho cultural e precarização
" - RESENHA)
O objetivo central do estudo de Amanda Coutinho é, em seus próprios termos,
o seguinte: “descortinar a composição, a estrutura, a expansão, as tensões,
profissional dos trabalhadores
dos quais a autora
se ocupa em seu estudo são os músicos, em particular, aqueles chamados de
autora traz para uma sociologia do trabalho artístico
Menger em seu seminal livro
“Retrato do
Artista Enquanto Trabalhador” (2005), que caracteriza o mercado de trabalho
o artista seria, nas configurações atuais
de acumulação capitalista, a figura exemplar de trabalhador flexível.
Coutinho
engrossa o coro de uma série de outras pesquisas interessadas nas condições
estudos
, feita em sua
pesquisa, contribui para a construção de um quadro de referências que converge
para a identificação de processos e relações de trabalho muito precários no campo
Contudo, considero como um dos principais valores do estudo
de Coutinho, a
, de um lado, como um fenômeno dentro do
grande campo das produções culturais que mobiliza suas questões e que seria “a
expressão paradigmática de uma inclusão ainda mais subsidiária, cooperada,
independente
como
chave analítica para compreender estas dinâmicas de trabalho dos músicos.
Artistas independentes: conceitos em discussão
”, ao
independência suficientemente estável para os objetivos
da pesquisa, o debate ganha em consistência e complexidade quando trata de pôr
em evidência não apenas como os artistas reivindicam tal independência
como também põe foco nas
outras relações de dependência que se estabelecem em consequência e nos efeitos
que esta independência pode ter para o trabalho concretamente realizado por estes
trabalhadores artistas. A questão da independência como opção e como
contingência é recolocada diversas vezes ao longo do debate, tensionado de um
SANTOS, Renan do Nascimento
. Resenha de "
de Amanda Coutinho. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 1
1, n. 2
2021.
lado, autonomia e liberdade artística, de outro, intermitência, polivalência e
intensidade do trabalho.
Para examinar estas questões, Coutinho toma como pontos de referência um
conjunto de 22 músicos independentes, em diferentes níveis de inserção no
mercado de trabalho artístico, com quem dialoga sobre temas como os sentidos do
trabalho artístico, as estruturas de remuneração, relações familiares e de formação,
migrações artíst
icas, concepções acerca da independência, polivalência e
empreendedorismo cultural, modelos de negócios, políticas públicas, meios de
comunicação, órgãos de representação, relações de gênero, raça e sexualidade.
O segundo capítulo “Trajetória e Formação”
abordagem interseccional as trajetórias dos sujeitos interlocutores da pesquisa. Além
das condições de classe, raça e gênero dos sujeitos, Coutinho considera também
outras variáveis como faixa etária, orientação sexual, formaçã
família na busca por uma identidade artística e profissional e uma posterior inserção
no mercado de trabalho.
É no capítulo seguinte,
autora aponta a insuficiência de noções como dom e
trabalho artístico e aposta numa abordagem apoiada em teóricos neomarxistas para
analisar trabalho imaterial realizado pelos artistas, reconhecendo que tais
teorizações informam dimensões importantes da reestruturação
mutabilidades do capitalismo contemporâneo. Contudo, Coutinho faz a ressalva que
uma teoria sobre trabalho imaterial pouco esclarece sobre as condições e as lógicas
de sua produção material e sobre as formas de remuneração e apropriação deste
trabalho. A
pesquisa passa então a considerar as facetas da precarização das
condições de trabalho artístico: informalidade, hiperflexibilidade, trabalho intermitente
e trabalho não pago, para citar algumas. Também é pertinente considerar como os
sucessivos desenvolvi
mentos sociotécnicos, sobretudo a internet, alteraram
profundamente as condições de trabalho possíveis para músicos independentes
tanto em termos de produção, distribuição, difusão, como também na recepção
desta produção
, debate presente no capítulo
de negócios”.
. Resenha de "
Trabalhadores da cultura",
Revista Latino
-Americana de
1, n. 2
1, p 146-149, setembro
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Trabalho cultural e precarização
lado, autonomia e liberdade artística, de outro, intermitência, polivalência e
Para examinar estas questões, Coutinho toma como pontos de referência um
conjunto de 22 músicos independentes, em diferentes níveis de inserção no
mercado de trabalho artístico, com quem dialoga sobre temas como os sentidos do
trabalho artístico, as estruturas de remuneração, relações familiares e de formação,
icas, concepções acerca da independência, polivalência e
empreendedorismo cultural, modelos de negócios, políticas públicas, meios de
comunicação, órgãos de representação, relações de gênero, raça e sexualidade.
O segundo capítulo “Trajetória e Formação”
se aprofunda e analisa numa
abordagem interseccional as trajetórias dos sujeitos interlocutores da pesquisa. Além
das condições de classe, raça e gênero dos sujeitos, Coutinho considera também
outras variáveis como faixa etária, orientação sexual, formaçã
o e a influência da
família na busca por uma identidade artística e profissional e uma posterior inserção
É no capítulo seguinte,
Retratos do mercado de trabalho artístico
autora aponta a insuficiência de noções como dom e
vocação para a explicar o
trabalho artístico e aposta numa abordagem apoiada em teóricos neomarxistas para
analisar trabalho imaterial realizado pelos artistas, reconhecendo que tais
teorizações informam dimensões importantes da reestruturação
mutabilidades do capitalismo contemporâneo. Contudo, Coutinho faz a ressalva que
uma teoria sobre trabalho imaterial pouco esclarece sobre as condições e as lógicas
de sua produção material e sobre as formas de remuneração e apropriação deste
pesquisa passa então a considerar as facetas da precarização das
condições de trabalho artístico: informalidade, hiperflexibilidade, trabalho intermitente
e trabalho não pago, para citar algumas. Também é pertinente considerar como os
mentos sociotécnicos, sobretudo a internet, alteraram
profundamente as condições de trabalho possíveis para músicos independentes
tanto em termos de produção, distribuição, difusão, como também na recepção
, debate presente no capítulo
O
rganização do trabalho e modelos
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Trabalho cultural e precarização
" - RESENHA)
lado, autonomia e liberdade artística, de outro, intermitência, polivalência e
Para examinar estas questões, Coutinho toma como pontos de referência um
conjunto de 22 músicos independentes, em diferentes níveis de inserção no
mercado de trabalho artístico, com quem dialoga sobre temas como os sentidos do
trabalho artístico, as estruturas de remuneração, relações familiares e de formação,
icas, concepções acerca da independência, polivalência e
empreendedorismo cultural, modelos de negócios, políticas públicas, meios de
comunicação, órgãos de representação, relações de gênero, raça e sexualidade.
se aprofunda e analisa numa
abordagem interseccional as trajetórias dos sujeitos interlocutores da pesquisa. Além
das condições de classe, raça e gênero dos sujeitos, Coutinho considera também
o e a influência da
família na busca por uma identidade artística e profissional e uma posterior inserção
Retratos do mercado de trabalho artístico
”, que a
vocação para a explicar o
trabalho artístico e aposta numa abordagem apoiada em teóricos neomarxistas para
analisar trabalho imaterial realizado pelos artistas, reconhecendo que tais
teorizações informam dimensões importantes da reestruturação
produtiva e
mutabilidades do capitalismo contemporâneo. Contudo, Coutinho faz a ressalva que
uma teoria sobre trabalho imaterial pouco esclarece sobre as condições e as lógicas
de sua produção material e sobre as formas de remuneração e apropriação deste
pesquisa passa então a considerar as facetas da precarização das
condições de trabalho artístico: informalidade, hiperflexibilidade, trabalho intermitente
e trabalho não pago, para citar algumas. Também é pertinente considerar como os
mentos sociotécnicos, sobretudo a internet, alteraram
profundamente as condições de trabalho possíveis para músicos independentes
tanto em termos de produção, distribuição, difusão, como também na recepção
rganização do trabalho e modelos
SANTOS, Renan do Nascimento
. Resenha de "
de Amanda Coutinho. PragMATIZES -
Revista Latino
Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 1
1, n. 2
2021.
Os 22 artistas que compõem a amostra deste estudo afirmam que seus
rendimentos vêm exclusivamente ou principalmente de suas atividades musicais.
Independentes ou empreendedores culturais, como muitas vezes
depoimentos selecionados por Coutinho, estes artistas refletem sobre o que significa
trabalhar e “viver de música” nestas condições, mobilizando noções como liberdade
e autonomia com incerteza e intensificação do trabalho. Questionados s
estrutura de renda básica que os permite viver de música, vêm à tona
que recebe precisamente o título
unanimemente a predominância da indústria do show como principal fonte de
remuneração e as con
dições de trabalho nesse segmento; a ampliação da
autoextração do trabalho do músico e a polivalência de atividades; autogestão e
empresariamento de si; informalidade, instabilidade e intermitência.
No último capítulo,
esquema argumentativo reconstituindo brevemente a história das políticas culturais
do Brasil desde a década de 1930, com suas sucessivas transformações até a
presente década. Coutinho realiza um diagnóstico crítico do papel do Estado e su
gestão neoliberal da cultura, com a predominância do modelo de incentivo fiscal via
Lei Rouanet, e também da lógica tecnocrática dos editais públicos de fomento.
Por fim, do ponto de vista da forma, a pesquisa está organizada numa
estrutura coesa e
favorecida também pelo texto claro, sem grandes rebuscamentos
linguísticos
ainda que merecesse uma revisão ortográfica mais criteriosa. O livro
Trabalhadores da Cultura
pesquisadores e pesquisadoras i
como um
retrato do músico independente no Brasil
Referências
bibliográficas:
MENGER, Pierre-Michel.
Retrato do artista enquanto trabalhador:
capitalismo.
Lisboa: Roma Editora, 2005
. Resenha de "
Trabalhadores da cultura",
Revista Latino
-Americana de
1, n. 2
1, p 146-149, setembro
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "
Trabalho cultural e precarização
Os 22 artistas que compõem a amostra deste estudo afirmam que seus
rendimentos vêm exclusivamente ou principalmente de suas atividades musicais.
Independentes ou empreendedores culturais, como muitas vezes
se identificam nos
depoimentos selecionados por Coutinho, estes artistas refletem sobre o que significa
trabalhar e “viver de música” nestas condições, mobilizando noções como liberdade
e autonomia com incerteza e intensificação do trabalho. Questionados s
estrutura de renda básica que os permite viver de música, vêm à tona
que recebe precisamente o título
Viver de música
relatos que evocam
unanimemente a predominância da indústria do show como principal fonte de
dições de trabalho nesse segmento; a ampliação da
autoextração do trabalho do músico e a polivalência de atividades; autogestão e
empresariamento de si; informalidade, instabilidade e intermitência.
No último capítulo,
Política Cultural Neoliberal Cout
inho arremata seu
esquema argumentativo reconstituindo brevemente a história das políticas culturais
do Brasil desde a década de 1930, com suas sucessivas transformações até a
presente década. Coutinho realiza um diagnóstico crítico do papel do Estado e su
gestão neoliberal da cultura, com a predominância do modelo de incentivo fiscal via
Lei Rouanet, e também da lógica tecnocrática dos editais públicos de fomento.
Por fim, do ponto de vista da forma, a pesquisa está organizada numa
favorecida também pelo texto claro, sem grandes rebuscamentos
ainda que merecesse uma revisão ortográfica mais criteriosa. O livro
Trabalhadores da Cultura
”, objeto desta resenha, é aqui leitura recomendada a
pesquisadores e pesquisadoras i
nteressados no grande campo da produção cultural,
retrato do músico independente no Brasil
.
bibliográficas:
Retrato do artista enquanto trabalhador:
Lisboa: Roma Editora, 2005
.
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www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Trabalho cultural e precarização
" - RESENHA)
Os 22 artistas que compõem a amostra deste estudo afirmam que seus
rendimentos vêm exclusivamente ou principalmente de suas atividades musicais.
se identificam nos
depoimentos selecionados por Coutinho, estes artistas refletem sobre o que significa
trabalhar e “viver de música” nestas condições, mobilizando noções como liberdade
e autonomia com incerteza e intensificação do trabalho. Questionados s
obre a
estrutura de renda básica que os permite viver de música, vêm à tona
no capítulo
relatos que evocam
unanimemente a predominância da indústria do show como principal fonte de
dições de trabalho nesse segmento; a ampliação da
autoextração do trabalho do músico e a polivalência de atividades; autogestão e
empresariamento de si; informalidade, instabilidade e intermitência.
inho arremata seu
esquema argumentativo reconstituindo brevemente a história das políticas culturais
do Brasil desde a década de 1930, com suas sucessivas transformações até a
presente década. Coutinho realiza um diagnóstico crítico do papel do Estado e su
a
gestão neoliberal da cultura, com a predominância do modelo de incentivo fiscal via
Lei Rouanet, e também da lógica tecnocrática dos editais públicos de fomento.
Por fim, do ponto de vista da forma, a pesquisa está organizada numa
favorecida também pelo texto claro, sem grandes rebuscamentos
ainda que merecesse uma revisão ortográfica mais criteriosa. O livro
”, objeto desta resenha, é aqui leitura recomendada a
nteressados no grande campo da produção cultural,
Retrato do artista enquanto trabalhador:
metamorfoses do