
FONTES, Jean Vitor Alves; TAKEITI, Beatriz Akemi; CORREIA, Ricardo
Lopes. Contra-
colonialidades nos coletivos juvenis: uma experiência com
o “Cultura Zona Oeste” no Rio de Janeiro.
Latino-Americana de Estudos em Cultura,
não é o objetivo final e nem delimita as
ações do coletivo. Pois, quando o
coletivo se propõe a lidar e superaras
vulnerabilidades do território, a part
da oferta de acesso a bens culturais
de maneira popular e emancipatória,
como pela “cobrança” destes bens ao
poder público, o coletivo está
rompendo com uma das ferramentas
de exploração da população e do
território que é a precarização. De
acordo com Q
precarização é um estado necessário
para a instalação da dominação,
ninguém pode explorar ninguém se
não o domina e, para dominar
primeiramente, é necessário tornar os
dominados dependentes, assim como
colonização,
a escassez, a violência, a
precariedade eram promovidas como
ferramentas para tornar os povos
dominados reféns de um poder. A
mesma “mão” que possui o poder de
fornecer direitos e acessos, possui
também o poder de os retirar e,
retirando-
necessitam dependentes e, portanto,
vulneráveis a este.
Ainda sobre o processo de
colonização, Antônio Bispo dos Santos
(2019) expõe em seu livro
FONTES, Jean Vitor Alves; TAKEITI, Beatriz Akemi; CORREIA, Ricardo
colonialidades nos coletivos juvenis: uma experiência com
- Revista
Ano 12, n. 22, p. www.
periodicos.uff.br/pragmatizes
(Dossiê "Coletivos culturais –
resistências, disputas e potências
não é o objetivo final e nem delimita as
ações do coletivo. Pois, quando o
coletivo se propõe a lidar e superaras
vulnerabilidades do território, a part
ir
da oferta de acesso a bens culturais
de maneira popular e emancipatória,
como pela “cobrança” destes bens ao
poder público, o coletivo está
rompendo com uma das ferramentas
de exploração da população e do
território que é a precarização. De
precarização é um estado necessário
para a instalação da dominação,
ninguém pode explorar ninguém se
não o domina e, para dominar
primeiramente, é necessário tornar os
dominados dependentes, assim como
a escassez, a violência, a
precariedade eram promovidas como
ferramentas para tornar os povos
dominados reféns de um poder. A
mesma “mão” que possui o poder de
fornecer direitos e acessos, possui
também o poder de os retirar e,
que
necessitam dependentes e, portanto,
Ainda sobre o processo de
colonização, Antônio Bispo dos Santos
(2019) expõe em seu livro
“Colonização Quilombos: modos e
significações” as Bulas Papais, cartas
trocadas e outros documentos
histó
ricos deste período, que nos
permitem observar o quanto a
produção de narrativas foi uma
importante ferramenta para a produção
do poder, principalmente as narrativas
acerca de um Deus, pai e todo
poderoso, que determinava quem
eram os possuidores de alma e
não eram, qual a cor da pele de quem
possui o pecado e, portanto,quem
deve servir aqueles que não o possui.
Foi construído, com base em
narrativas, uma intelegibilidade euro
cristã que produzia, e continua
produzindo, verdades e imposições
para os po
também a importância do processo de
produção de narrativas que o Cultura
Zona Oeste vem se propondo a
construir, contrariando narrativas
estigmatizadas e produzindo um olhar
para a juventude periférica enquanto
age
ntes potentes, produtores de arte e
cultura, bem articulados, responsáveis
e capazes de gerir e promover ações
diversas nos seus territórios.
Demonstram que a generalização de
histórias e conceitos está implicada no
156
periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
resistências, disputas e potências
")
“Colonização Quilombos: modos e
significações” as Bulas Papais, cartas
trocadas e outros documentos
ricos deste período, que nos
permitem observar o quanto a
produção de narrativas foi uma
importante ferramenta para a produção
do poder, principalmente as narrativas
acerca de um Deus, pai e todo
poderoso, que determinava quem
eram os possuidores de alma e
quem
não eram, qual a cor da pele de quem
possui o pecado e, portanto,quem
deve servir aqueles que não o possui.
Foi construído, com base em
narrativas, uma intelegibilidade euro
-
cristã que produzia, e continua
produzindo, verdades e imposições
também a importância do processo de
produção de narrativas que o Cultura
Zona Oeste vem se propondo a
construir, contrariando narrativas
estigmatizadas e produzindo um olhar
para a juventude periférica enquanto
ntes potentes, produtores de arte e
cultura, bem articulados, responsáveis
e capazes de gerir e promover ações
diversas nos seus territórios.
Demonstram que a generalização de
histórias e conceitos está implicada no