FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
surdos no período de 1987
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v12i22.
Resumo:
Este artigo, por meio de balanço tendencial abrangendo o perí
objetivo analisar
as permanências e descontinuidades
prioritária.Destaca-
se entre os resultados de análise a incidência de pesquisas que se desenvol
em programas de pós-
graduação da área da educação em
apresentado,
acabaram sendo secundarizados nas investigações.
Palavras-chave
: educação de surdos; pesquisa discente; hier
en el período 1987-2017
Resumen
: Este artículo, a través de un balance de tendencias que abarca el período de 1987 a 2017,
tuvo como obje
tivo analizar las permanencias y discontinuidades en la distribución institucional de las
investigaciones desarrollad
as en programas de posgrado en el campo de la educación en
las
limitaciones que ocasiona la sordera, otros aspectos como las condiciones económicas y sociales,
Palabras clave
: educación de sordos; investigación estudiantil; jerarquías institucionais
1
Carla Cazelato Ferrari. Doutora em Educação. Professora da PUCSP/Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, Brasil. E
-
4753-4742
Recebido em 31/08/2021,
aceito para publicação em 2
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
surdos no período de 1987
-2017
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v12i22.
51444
Carla Cazelato Ferrari
Este artigo, por meio de balanço tendencial abrangendo o perí
odo de 1987 a 2017, teve por
as permanências e descontinuidades
da distribuição institucional das teses e
dissertações brasileiras sobre a educação de surdos, como expressão das disputas estabelecidas
nesse campo, por meio dos seguintes i
ndicadores: instância administrativa, área de conhecimento,
instituição de ensino superior (IES), grau acadêmico e identificação do sujeito da pesquisa e língua
se entre os resultados de análise a incidência de pesquisas que se desenvol
graduação da área da educação em
instituições de ensino superior públicas,
com investigações voltadas à escola, suas práticas e
sujeitos
. Assim como, observou
de considerar, para além das questões centradas nas lim
itações acarretadas pela surdez, outros
aspectos como condições econômicas e sociais, raça, idade e gênero, que conforme o panorama
acabaram sendo secundarizados nas investigações.
: educação de surdos; pesquisa discente; hier
arquias institucionais.
Panorama de las jerarquías en el campo de la educación de discapacitados auditivos y sordos
: Este artículo, a tras de un balance de tendencias que abarca el período de 1987 a 2017,
tivo analizar las permanencias y discontinuidades en la distribución institucional de las
tesis y disertaciones brasileñas sobre educación de sordos, como expresión de las disputas
establecidas en este campo, a través de los siguientes indicadores : instan
cia administrativa, área de
conocimiento, institución de educación superior (IES), título académico, identificación del sujeto de
investigación y lengua prioritaria. Entre los resultados del análisis, se destaca la incidencia de
as en programas de posgrado en el campo de la educación en
instituciones públicas de educación superior, con investigaciones enfocadas en la escuela, sus
prácticas y sujetos. Se observó la relevancia de considerar, además de las cuestiones centradas en
limitaciones que ocasiona la sordera, otros aspectos como las condiciones económicas y sociales,
la raza, la edad y el género, aspectos que, según el panorama presentado, terminaron siendo
secundarios en el panorama de las investigaciones.
: educación de sordos; investigación estudiantil; jerarquías institucionais
Carla Cazelato Ferrari. Doutora em Educação. Professora da PUCSP/Pontifícia Universidade
-
mail: carla_cazelato@hotmail.com -
https://orcid.org/00
aceito para publicação em 2
5/01/20
22, disponibilizado online em
01/03/2022.
641
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
Carla Cazelato Ferrari
1
odo de 1987 a 2017, teve por
da distribuição institucional das teses e
dissertações brasileiras sobre a educação de surdos, como expressão das disputas estabelecidas
ndicadores: instância administrativa, área de conhecimento,
instituição de ensino superior (IES), grau acadêmico e identificação do sujeito da pesquisa e língua
se entre os resultados de análise a incidência de pesquisas que se desenvol
veram
instituições de ensino superior públicas,
. Assim como, observou
-se a relevância
itações acarretadas pela surdez, outros
aspectos como condições econômicas e sociais, raça, idade e gênero, que conforme o panorama
arquias institucionais.
Panorama de las jerarquías en el campo de la educación de discapacitados auditivos y sordos
: Este artículo, a tras de un balance de tendencias que abarca el período de 1987 a 2017,
tivo analizar las permanencias y discontinuidades en la distribución institucional de las
tesis y disertaciones brasileñas sobre educación de sordos, como expresión de las disputas
cia administrativa, área de
conocimiento, institución de educación superior (IES), título académico, identificación del sujeto de
investigación y lengua prioritaria. Entre los resultados del análisis, se destaca la incidencia de
as en programas de posgrado en el campo de la educación en
instituciones públicas de educación superior, con investigaciones enfocadas en la escuela, sus
prácticas y sujetos. Se observó la relevancia de considerar, además de las cuestiones centradas en
limitaciones que ocasiona la sordera, otros aspectos como las condiciones económicas y sociales,
la raza, la edad y el género, aspectos que, según el panorama presentado, terminaron siendo
: educación de sordos; investigación estudiantil; jerarquías institucionais
Carla Cazelato Ferrari. Doutora em Educação. Professora da PUCSP/Pontifícia Universidade
https://orcid.org/00
00-0002-
22, disponibilizado online em
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
1987-2017
Abstract:
This article, by means of a trend balance covering the period
field, through the follow
ing indicators: administrative instance, area of knowledge, higher education
language.
Among the results of the analysis, the incidence of the research developed in
Keywords
: deaf education; student research; in
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
surdos no período de 1987
Introdução
O campo
acadêmico da
certas tensões, a par
tir de discussões
versus
diferença, inclusão escolar
versus
escolas exclusivas, cultura
diversa e plural versus
cultura própria,
distintas.
Nesse sentido, este estudo tem
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Panorama of hierarchies in the field of education of deaf and hearing impaired in the period
This article, by means of a trend balance covering the period
from 1987 to 2017, aimed to
analyze the regularities and discontinuities of the institutional distribution of Brazilian theses and
dissertations on the education of deaf people, as an expression of the disputes established in this
ing indicators: administrative instance, area of knowledge, higher education
institution (IES), academic degree and identification of the research subject and priority
Among the results of the analysis, the incidence of the research developed in
programs in the area of education in public higher education institutions stands out, with investigations
aimed at schools, their practices and subjects.As well, it was observed the relevance of considering, in
addition to the questions center
ed on the limitations caused by deafness, other aspects such as
economic and social conditions, race, age and gender, which according to the presented panorama,
ended up being secondary in the investigations.
: deaf education; student research; in
stitutional hierarchies
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
surdos no período de 1987
-2017
acadêmico da
educação de surdos possui como uma
de suas principais especificidades
tir de discussões
concorrenciais sobre deficiência
diferença, inclusão escolar
escolas exclusivas, cultura
cultura própria,
debates que se estabeleceram no
decorrer das últimas décadas e que
deflagram que esse é um cam
po
formado por perspectivas acadêmicas
Nesse sentido, este estudo tem
por objetivo analisar as tendências de
investigação sobre educação de
surdos2
, expressas por teses e
dissertações publicadas no decorrer
de 1987 a 2017, em que se coteja as
hi
erarquias constituídas em um campo
específico da educação especial.
A orientação das pesquisas da
educação de surdos no Brasil vem
sofrendo mudanças a partir de uma
vertente de estudos acadêmicos que
emergiu, especialmente, a partir dos
anos de 1990, junto
sociopolítico de negação da sua
caracterização como deficiência
auditiva e reivindicação de uma cultura
própria da surdez.
2
A fim de possibilitar melhor fluência na leitura
do texto será utilizada a expressão educação
de surdos”, englobando os estudos de
pesso
as com deficiência auditiva e surdez.
642
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Panorama of hierarchies in the field of education of deaf and hearing impaired in the period
from 1987 to 2017, aimed to
analyze the regularities and discontinuities of the institutional distribution of Brazilian theses and
dissertations on the education of deaf people, as an expression of the disputes established in this
ing indicators: administrative instance, area of knowledge, higher education
institution (IES), academic degree and identification of the research subject and priority
Among the results of the analysis, the incidence of the research developed in
postgraduate
programs in the area of education in public higher education institutions stands out, with investigations
aimed at schools, their practices and subjects.As well, it was observed the relevance of considering, in
ed on the limitations caused by deafness, other aspects such as
economic and social conditions, race, age and gender, which according to the presented panorama,
Panorama das hierarquias no campo da educação de deficientes auditivos e
, expressas por teses e
dissertações publicadas no decorrer
de 1987 a 2017, em que se coteja as
erarquias constituídas em um campo
espefico da educação especial.
A orientação das pesquisas da
educação de surdos no Brasil vem
sofrendo mudanças a partir de uma
vertente de estudos acadêmicos que
emergiu, especialmente, a partir dos
anos de 1990, junto
ao movimento
sociopolítico de negação da sua
caracterização como deficiência
auditiva e reivindicação de uma cultura
A fim de possibilitar melhor fluência na leitura
do texto será utilizada a expressão “educação
de surdos, englobando os estudos de
as com deficiência auditiva e surdez.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
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Nesse sentido, a partir da
de que os proces
sos de oralização
ouvintismo
, foram produzidos
sobre a surdez,
pouco tempo depois
Surdos.
Por outro lado, desde o final do
contrap
useram a perspectiva
identi
dade de uma pessoa surda
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-2017.
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(Fluxo contínuo)
Nesse sentido, a partir da
perspectiva de que a língua primeira
desses sujeitos é a língua de sinais e
sos de oralização
foram uma imposição da comunidade
ouvinte sobre eles, processo esse
denominado por Skliar (1998) como
, foram produzidos
inúmeros trabalhos até os anos 2000,
o que passou a se denominar como
vertente socioantropológica
de estudos
pouco tempo depois
parte dessa vertente passou a ser
denominada também como
Estudos
Por outro lado, desde o final do
culo passado, a partir da iniciativa
de Bueno (1998) foram desenvolvidos
estudos e investigações que se
useram a perspectiva
socioantropológica da surdez, na
medida em que consideram a surdez
como deficiência, pois a perda da
audição acarreta impedimentos
auditivos importantes para a vida
social, assim como não constitui a
única marca na composição da
dade de uma pessoa surda
porque, para qualquer sujeito (surdo
ou não), marcas como condição de
classe, raça, gênero, local de moradia
e trajetória social constituem
elementos que se inscrevem na
construção social da identidade dos
indivíduos, valendo a pen
estudos de Cukierkorn (1996, 2005),
Dantas (2006), Ferrari (2010; 2017),
Lima (2013), Silva (2011) e Botarelli
(2014).
Nesse sentido, tomar a
produção de conhecimento da
educação especial, sem perder a
perspectiva do âmbito da educação
geral
, tem fundamental relencia para
se entender as lutas simbólicas
travadas nesse espaço concorrencial,
no caso o campo científico de uma
área específica.
No campo da produção
científica, as influências que
possibilitam seu delineamento e
redefinições são
aquelas que o
estruturam e definem o capital
específico que irá regular aquilo que é
eficaz e quem irá dispor de poder e
autoridade. Assim, as forças que
detém o poder simbólico de impor um
discurso no campo definem
relacionalmente em posições
localizad
as nesse espaço e
pertencentes a ele, sobretudo
configurando-
o como um território de
disputas (BOURDIEU, 2004, p.169).
643
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- ISSN 2237-1508
elementos que se inscrevem na
construção social da identidade dos
indivíduos, valendo a pen
a destacar os
estudos de Cukierkorn (1996, 2005),
Dantas (2006), Ferrari (2010; 2017),
Lima (2013), Silva (2011) e Botarelli
Nesse sentido, tomar a
produção de conhecimento da
educação especial, sem perder a
perspectiva do âmbito da educação
, tem fundamental relevância para
se entender as lutas simbólicas
travadas nesse espaço concorrencial,
no caso o campo científico de uma
No campo da produção
científica, as influências que
possibilitam seu delineamento e
aquelas que o
estruturam e definem o capital
espefico que irá regular aquilo que é
eficaz e quem irá dispor de poder e
autoridade. Assim, as forças que
detém o poder simbólico de impor um
discurso no campo definem
-se
relacionalmente em posições
as nesse espaço e
pertencentes a ele, sobretudo
o como um território de
disputas (BOURDIEU, 2004, p.169).
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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Desse modo, as teorizações de
conceitos
de campo e campo
Ao tomarmos as pesquisas de
programas de pós-
graduação, a partir
tomar
am, visto que muitas produções
Foram utilizadas como fonte dos
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
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(Fluxo contínuo)
Desse modo, as teorizações de
Pierre Bourdieu (1983, 2004, 2013)
dão a contribuição necessária,
principalmente com relação aos
de campo e campo
científico, entendidos a partir de um
estado de relação de forças entre
sujeitos ou instituições que estão
engajados em um espaço de jogo.
Existe, assim, o espaço de posições
sociais que se retraduz em lugar de
tomadas de posição, visto qu
e são
visões tomadas a partir de um ponto,
isto é, a partir de uma determinada
posição no espaço social”
(BOURDIEU, 1983, p.157).
Ao tomarmos as pesquisas de
mestrado e doutorado como fonte de
investigação sobre as tendências no
campo da educação de surdo
s, sabe-
se, incontestavelmente, que os
graduação, a partir
dos anos de 1970, constituíram o
principal espaço de realização de
pesquisas no país. Tal como, o
dúvidas de que essas investigações
indicam os caminhos que as pesquisas
am, visto que muitas produções
de artigos e livros o frutos de
estudos de mestrado e doutorado.
Foram utilizadas como fonte dos
dados as teses e dissertações sobre
educação de surdos constantes no
Catálogo da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal d
Superior (CAPES), compreendendo o
período de 1987 a 2017, no que se
refere aos dados de identificação e
resumo dessas pesquisas.
A primeira parte desse
levantamento foi realizado no ano de
2012 e abrangeu o período de 1987 a
2010, utilizando-
se se
“surdo escola”, “surdo escolarização,
“surdo educação”, “deficiente auditivo
escola”, “deficiente auditivo
escolarização” e “deficiente auditivo
educação”, por meio da busca por
“todas as palavras e mediante
supressão de duplicatas, resul
em 643 teses e dissertações sobre a
educação de surdos.
A ampliação do período de
coleta de dados em 7 anos, ocorreu
em 2018, utilizando como
procedimento a busca booleana com
os mesmos descritores utilizados
anteriormente, totalizando com os dois
l
evantamentos 1225 pesquisas. Para a
organização dos resultados foi
utilizado o
software
estatístico
Sphinx IQ2
organizar os dados coletados em
gráficos e tabelas, buscando examinar:
644
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educação de surdos constantes no
Catálogo da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal d
e Nível
Superior (CAPES), compreendendo o
período de 1987 a 2017, no que se
refere aos dados de identificação e
resumo dessas pesquisas.
A primeira parte desse
levantamento foi realizado no ano de
2012 e abrangeu o período de 1987 a
se se
is descritores:
surdo escola, surdo escolarização”,
surdo educação, deficiente auditivo
escola, deficiente auditivo
escolarização e deficiente auditivo
educação, por meio da busca por
todas as palavras” e mediante
supressão de duplicatas, resul
tando
em 643 teses e dissertações sobre a
A ampliação do período de
coleta de dados em 7 anos, ocorreu
em 2018, utilizando como
procedimento a busca booleana com
os mesmos descritores utilizados
anteriormente, totalizando com os dois
evantamentos 1225 pesquisas. Para a
organização dos resultados foi
software
de tratamento
Sphinx IQ2
, que possibilita
organizar os dados coletados em
gráficos e tabelas, buscando examinar:
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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Quem e quando investigaram?
Sobre o que e
quem investigaram?
Assim, a organização dos dados
deu-
se a partir do recorte temporal
Período 1: 1987 a 1999
Período 2: 2000 a 2009
Período 3: 2010 a 2017
Para a determinação dos
períodos,
foram estabelecidos dois
critérios de subdivisão:
O primeiro critério refere
específicas que for
am regulamentadas
2005).
O segundo corte temporal, e
2010, fez-
se devido à mudança
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(Fluxo contínuo)
Quem e quando investigaram?
quem investigaram?
Assim, a organização dos dados
se a partir do recorte temporal
abarcado pelo balanço de 1987 a 2017
subdividido em três períodos:
Período 1: 1987 a 1999
Período 2: 2000 a 2009
Período 3: 2010 a 2017
Para a determinação dos
foram estabelecidos dois
O primeiro critério refere
-se ao
corte temporal no ano 2000, pois leva
em conta o Manifesto A educação que
nós surdos queremos” tornado público
em abril de 1999 e demais legislações
am regulamentadas
a partir desse momento. Isso se faz
relevante porque a educação de
surdos passa a ter alguns de seus
aspectos normatizados em decretos e
leis de forma independente das
demais deficiências (BRASIL, 2002 e
O segundo corte temporal, e
m
se devido à mudança
ocorrida no Ministério da Educação
(MEC) em que a Educação Especial
deixa de ser uma atribuição da
Secretaria de Educação Especial
(Seesp), com a extinção dessa
secretaria, e passa à Secretaria de
Educação Continuada, Alfabe
Diversidade e Inclusão
Vale ressaltar que essa secretaria já
existia sob a denominação de
Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (SECAD)
e em 2011 ela incorpora em suas
funções as ações sobre a incluo. Tal
mudan
ça ocorrida no ministério
deflagra uma tensão política e
acadêmica que já se processava em
anos anteriores e que passa a figurar
maior enfrentamento por parte dos
profissionais da educação de surdos,
que buscam manter as escolas
exclusivas (para surdos) di
ações promovidas pela SECADI,
voltadas à inclusão escolar.
Desse modo, os dois recortes
temporais foram determinados a partir
de dois pontos de inter
campos político e acadêmico na área
específica da educação
contribuem p
ara a organização dos
resultados que são apresentados a
seguir.
Quem e quando investigaram?
Os dados sobre a distribuição
da produção em relação à instância
645
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- ISSN 2237-1508
secretaria, e passa à Secretaria de
Educação Continuada, Alfabe
tização,
Diversidade e Inclusão
SECADI.
Vale ressaltar que essa secretaria
existia sob a denominação de
Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (SECAD)
e em 2011 ela incorpora em suas
funções as ações sobre a inclusão. Tal
ça ocorrida no ministério
deflagra uma tensão política e
acadêmica que já se processava em
anos anteriores e que passa a figurar
maior enfrentamento por parte dos
profissionais da educação de surdos,
que buscam manter as escolas
exclusivas (para surdos) di
ante das
ações promovidas pela SECADI,
voltadas à incluo escolar.
Desse modo, os dois recortes
temporais foram determinados a partir
de dois pontos de inter
-relações dos
campos político e acadêmico na área
espefica da educação
de surdos e
ara a organização dos
resultados que são apresentados a
Quem e quando investigaram?
Os dados sobre a distribuição
da produção em relação à instância
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educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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Tabela 1 - Distribu
ição da produção por instância administrativa, nos três períodos.
Ano
Instância
1987/1999
No
Federal 49
Privada 42
Estadual 24
Municipal 1
Comunitária 0
Total 116
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coor
de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média
Verifica-
se que as pesquisas no
municipal e comunitária.
Cabe mencionar que a
i
nvestigações voltadas à educação de
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-2017.
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2.
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(Fluxo contínuo)
administrativa em que as pesquisas se
realizaram estão dispostos na tabela 1.
ição da produção por instância administrativa, nos três períodos.
1987/1999
2000/2009 2010/2017
M/A No M/A No M/A
3,8 212 21,0 368 46,0
3,2 143 14,0 144 18,0
1,9 101 10,0 127 15,9
0,1 3 0,3 5 0,6
0,0 0 0,0 6 0,7
9,0 459 46,0 650 81,5
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coor
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média
anual.
se que as pesquisas no
campo da educação de surdos
aumentaram significativamente nos
últimos 31 anos, nas instâncias
Federal, Privada e Estad
ual,com
média anual de 9 produções no
primeiro período, ultrapassando 81
produções após 17 anos,notando
pouca incidência naquelas de instância
Cabe mencionar que a
incidência na instância Federal é
resultante da disseminação das
nvestigações voltadas à educação de
surdos correlacionadas à criação de
18 Universidades Federais e 360
unidades de Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia a
partir dos anos 2000 (CARREIRA,
2017), além do crescimento
exorbitante daquelas de c
privado nas últimas décadas.
De acordo com o Censo da
Educação Superior divulgado pelo
Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira em 2017, a distribuição das
instituições de ensino superior no
Brasil era de 2.152 Institu
privadas e de 296 públicas,
estas distribuídas em 41,9% estaduais;
36,8%, federais e 21,3%, municipais
(BRASIL. INEP, 2017).
Entende-
se, portanto, que na
educação de surdos as instituições de
ensino superior públicas concentram
maior incidência
de investigações, e a
diferença entre as produções oriundas
646
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realizaram estão dispostos na tabela 1.
ição da produção por instância administrativa, nos três períodos.
Total
No M/A
629 20,3
329 10,6
252 8,13
9 0,29
6 0,19
1225 39,5
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coor
denação
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média
2017), além do crescimento
exorbitante daquelas de c
aráter
privado nas últimas décadas.
De acordo com o Censo da
Educação Superior divulgado pelo
Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira em 2017, a distribuição das
instituições de ensino superior no
Brasil era de 2.152 Institu
ições
privadas e de 296 públicas,
sendo
estas distribuídas em 41,9% estaduais;
36,8%, federais e 21,3%, municipais
(BRASIL. INEP, 2017).
se, portanto, que na
educação de surdos as instituições de
ensino superior públicas concentram
de investigações, e a
diferença entre as produções oriundas
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
instituições privadas.
Os dados referentes à
distribuição das pes
quisas por
rol completo, optou-
se em dividir as
diferenças, quais sejam:
No primeiro grupo foram
organizados os dados das IES que
apresentaram produção
permanente e relevante durante os
31 anos, o que diz respeito a um
conjunto de 10 universidades com
maior tradiçã
o na área da
educação especial, motivo pelo
qual será analisado mais
detalhadamente, conforme
apresenta a tabela 2.
No segundo grupo há a
organização dos dados das IES
(ANEXO
Grupo 2) que
apresentaram produção mais
significativa a partir dos anos
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
dessas instituições fica ainda maior,
quando se verifica que o número de
IES públicas abrange
aproximadamente 14% do número de
Os dados referentes à
quisas por
instituições de ensino superior (IES)
compreende o conjunto de 150
Universidades, Centros Universitários
e Institutos Federais distintos. Tendo
em vista a complexidade em analisar o
se em dividir as
IES em três blocos, a part
ir da
organização de suas principais
No primeiro grupo foram
organizados os dados das IES que
apresentaram produção
permanente e relevante durante os
31 anos, o que diz respeito a um
conjunto de 10 universidades com
o na área da
educação especial, motivo pelo
qual será analisado mais
detalhadamente, conforme
No segundo grupo a
organização dos dados das IES
Grupo 2) que
apresentaram produção mais
significativa a partir dos anos
2000,
reúne um conjunto de 25
IES, principalmente estaduais e
federais, contando com pelo
menos uma IES de cada região do
país.
No terceiro grupo foram
organizados os dados das IES
(ANEXO
Grupo 3) que
apresentaram maior dispersão nas
produções, pois reúne núm
expressivo de espaços
acadêmicos distintos, em um
conjunto de 113 universidades de
praticamente todas as regiões do
país, compreendendo instâncias
estaduais, federais e privadas que
possuem reduzida produção na
área, com início das publicações
principa
lmente após o ano de
2010.
Vale destacar duas IES que não
se enquadraram nessa organização:
UNIFESP e PUCRS, pois
apresentaram irregularidade na
produção durante os três períodos.
Enquanto a produção da UNIFESP é
menor nos dois primeiros períodos e
mais s
ignificativa no terceiro, no caso
da PUCRS a produção mais
significativa
encontra
primeiro e segundo período.
647
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
reúne um conjunto de 25
IES, principalmente estaduais e
federais, contando com pelo
menos uma IES de cada região do
No terceiro grupo foram
organizados os dados das IES
Grupo 3) que
apresentaram maior dispersão nas
produções, pois reúne núm
ero
expressivo de espaços
acadêmicos distintos, em um
conjunto de 113 universidades de
praticamente todas as regiões do
país, compreendendo instâncias
estaduais, federais e privadas que
possuem reduzida produção na
área, com início das publicações
lmente após o ano de
Vale destacar duas IES que não
se enquadraram nessa organização:
UNIFESP e PUCRS, pois
apresentaram irregularidade na
produção durante os três períodos.
Enquanto a produção da UNIFESP é
menor nos dois primeiros períodos e
ignificativa no terceiro, no caso
da PUCRS a produção mais
encontra
-se somente no
primeiro e segundo período.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
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202
A distribuição das produções do
Tabela 2 -
Distribuição da produção por I
Período
1987/1999
Instituição No
PUCSP 27
USP 5
UFRGS 8
UNICAMP 9
UFSC 1
UFSCar 7
UnB 5
UFSM 7
UERJ 9
UFRJ 5
Outras3 33
Total 116
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A
3
Foram reunidas em “Outras” as Universidades, Centros Universitários e Institutos Federais que
compreendem os outros dois b
locos de IES caracterizados.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
A distribuição das produções do
primeiro grupo de IES são
a
presentadas na tabela a seguir.
Distribuição da produção por I
ES, nos três períodos.
2000/2009
2010/2017
M/A No M/A No M/A
2,1 39 3,9 18 2,3
0,4 39 3,9 24 3,0
0,6 25 2,5 24 3,0
0,7 25 2,5 15 1,9
0,1 26 2,6 20 2,5
0,6 24 2,4 16 2,0
0,4 19 1,9 22 2,8
0,6 12 1,2 14 1,8
0,7 7 0,7 8 1,0
0,4 6 0,6 10 1,2
2,5 237 23,7
261 32,6
9,0 459 46,0
652 81,5
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A
corresponde a média anual.
Foram reunidas em Outras as Universidades, Centros Universitários e Institutos Federais que
tiveram menos de 1 produção na média anual do período total que é abarcado pelo levantamento e
locos de IES caracterizados.
648
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presentadas na tabela a seguir.
ES, nos três períodos.
Total
No M/A
84 2,7
68 2,2
57 1,9
49 1,6
47 1,5
47 1,5
46 1,48
33 1,1
24 0,8
21 0,7
749 24,0
1225 39,5
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A
Foram reunidas em Outras as Universidades, Centros Universitários e Institutos Federais que
tiveram menos de 1 produção na média anual do período total que é abarcado pelo levantamento e
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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202
De acordo co
m os dados
destacaram, verifica-
se crescimento
primeiro pe
ríodo, para 46 e depois 81,
subsequentes.
Importante mencionar que, com
todo o período
; duas são gaúchas e
com 46.
No entanto, ao estabelecer a
respectivas IES, constata-
se que: São
por Unidade de Federa
ção.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
m os dados
apresentados na tabela 2, composta
somente pelas dez instituições de
ensino superior que mais se
se crescimento
exponencial de pesquisas na área da
educação de surdos, passando de 9
pesquisas anuais, em média, no
ríodo, para 46 e depois 81,
respectivamente, nos períodos
Importante mencionar que, com
exceção da PUCSP, todas as demais
instituições universitárias são de
caráter público. Quatro dessas são
paulistas e somam 248 pesquisas em
; duas o gaúchas e
somam 90 produções; duas são
cariocas com 45; uma catarinense com
47 pesquisas e uma do Distrito Federal
No entanto, ao estabelecer a
média por Unidade de Federação, sem
considerar as diferenças entre as
se que: São
Paulo possui em média 62 produções
por IES; Rio Grande do Sul tem em
média 45 por IES, Santa Catarina
possui 47; o Distrito Federal 46 e o Rio
de Janeiro 45 produções, o que mostra
um equilíbrio maior entre a produção
ção.
Em relação ao número de
investigações em todo o período
abarcado pelo levantamento, três IES
(PUCSP, USP e UFRGS) apresentam
produção com maior destaque,
reunindo de 57 a 84 investigações,
seguidas de um conjunto de IES com
incidência muito próxima,
46 e 49 produções e três instituições
com produção mais baixa, a UFSM
com 33, UERJ com 24 e UFRJ com 21
produções no período.
Percebe-
se, também, que a
maior incidência de pesquisas na
PUCSP deve-
se ao destaque que
tinha no período, na med
a produção das demais IES foi muito
baixa. Isto é, a soma das produções
das demais IES mais incidentes foi de
apenas 56 investigações contra 27 da
PUCSP. Em relação ao segundo
período (2000/2009), a USP se
equiparou a PUCSP e todas as demais
exp
erimentaram, percentualmente,
incremento superior (com exceção da
UFRJ e UERJ), além de, no 3º
período, ter sido superada por quatro
IES (USP, UFRGS, UFSC e UnB) e
ser a que apresentou queda mais
expressiva entre a produção do 2º
período para o último, de
649
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Em relação ao número de
investigações em todo o período
abarcado pelo levantamento, três IES
(PUCSP, USP e UFRGS) apresentam
produção com maior destaque,
reunindo de 57 a 84 investigações,
seguidas de um conjunto de IES com
incidência muito próxima,
ficando entre
46 e 49 produções e três instituições
com produção mais baixa, a UFSM
com 33, UERJ com 24 e UFRJ com 21
produções no período.
se, também, que a
maior incidência de pesquisas na
se ao destaque que
tinha no 1º período, na med
ida em que
a produção das demais IES foi muito
baixa. Isto é, a soma das produções
das demais IES mais incidentes foi de
apenas 56 investigações contra 27 da
PUCSP. Em relação ao segundo
período (2000/2009), a USP se
equiparou a PUCSP e todas as demais
erimentaram, percentualmente,
incremento superior (com exceção da
UFRJ e UERJ), além de, no
período, ter sido superada por quatro
IES (USP, UFRGS, UFSC e UnB) e
ser a que apresentou queda mais
expressiva entre a produção do
período para o último, de
39 para 18
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
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202
Assim é possível observar que
que a USP, embora em proporção
A partir dos anos 2000, verifica
Tabela 3 -
Distribuição da produção por área de conhecimento, nos três períodos.
Ano
1987/1999
Área de
Conhecimento
Educação
Letras/Linguística/
Linguagem
Fonoaudiologia/Saúde
Psicologia
Outras*
Total
116
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
*Compreende as áreas de Enferma
Computação, Design e informação e Diversidade e Inclusão.
Com relação às diferentes áreas
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
pesquisas, ou seja, menos da metade
da incidência do período anterior.
Assim é posvel observar que
entre as três mais incidentes, a maior
constância da produção parece ser a
da UFRGS, com 25 e 24 produções,
respectivamente, no 2º e período
s,
já que a USP, embora em proporção
menor que a PUCSP, apresentou
queda expressiva nesses dois
períodos: de 39 para 24 investigações.
A partir dos anos 2000, verifica
-
se significativa disseminação das
investigações no âmbito dessa
temática, o que não sig
aumento das produções, como
também sua descentralização.
Sobretudo, em relação à UnB que é a
única, em termos quantitativos, que se
destaca fora do eixo Sul
Os dados da tabela a seguir
apresentam as áreas de conhecimento
segundo o
s programas de pós
graduação com maior expressão no
conjunto dos dados.
Distribuição da produção por área de conhecimento, nos três períodos.
1987/1999
2000/2009
2010/2017
No M/A No M/A No
52 4,0 255 25,5 350
12 0,9 87 8,7 112
24 1,9 46 4,6 40
12 0,9 36 3,6 24
16 1,2 38 3,8 121
116
9,0 462 46,2 651
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
*Compreende as áreas de Enferma
gem,Comunicação social, Administração, Artes, Serviço social,
Computação, Design e informação e Diversidade e Inclusão.
Com relação às diferentes áreas
de conhecimento em que as pesquisas
foram desenvolvidas, verifica
-se que
nos últimos 31 anos a educação
(geral) é responvel por 21 pesquisas
anuais sobre a educação de surdos,
representando mais de 50% das
investigações e
sendo mais expressiva
do que as áreas da psicologia e
fonoaudiologia.
650
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- ISSN 2237-1508
investigações no âmbito dessa
temática, o que não sig
nificou somente
aumento das produções, como
também sua descentralização.
Sobretudo, em relação à UnB que é a
única, em termos quantitativos, que se
destaca fora do eixo Sul
-Sudeste.
Os dados da tabela a seguir
apresentam as áreas de conhecimento
s programas de pós
-
graduação com maior expressão no
conjunto dos dados.
Distribuição da produção por área de conhecimento, nos três períodos.
2010/2017
Total
M/A No M/A
44,0
657 21,2
14,0
211 6,8
5,0 110 3,5
3,0 72 2,3
15,0
175 5,6
81,0
1225 39,5
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
gem,Comunicação social, Administração, Artes, Serviço social,
anuais sobre a educação de surdos,
representando mais de 50% das
sendo mais expressiva
do que as áreas da psicologia e
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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202
É possível realizar algumas
percebe-
se incidência maior de
Linguísticas e Lin
guagem acaba
Entende-
se, portanto, que o
Tabela 4 - Dis
tribuição da produção por grau acadêmico, nos três períodos.
Ano
1987/1999
Grau
N
Mestrado Acadêmico
100
Doutorado
16
Mestrado Profissional
0
Total
116
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPE
É possível verificar, nos dois
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
É possível realizar algumas
inferências a partir dos resultados
apresentados na tabela 3, pois
se incidência maior de
produções, no primeiro período, entre
as áreas da Educação” e
Fonoaudiologia e Saúde, com 1,9 e
4,0 produções anuais em média, e nas
décadas posteriores a área de “Letras,
guagem” acaba
assumindo posição relevante, com
destaque para o número de produções
entre os anos de 2010 e 2017,
chegando a 14 pesquisas anuais.
se, portanto, que o
crescimento progressivo do interesse
nos programas da área de Letras,
Linguística
e Linguagem esteja, de
alguma forma, relacionado a
pesquisas sobre a língua brasileira de
sinais (libras), visto que ela passa
reconhecimento oficial a partir da lei
10.436/2002
(BRASIL, 2002) e do
decreto 5626/2005 (BRASIL, 2005)
que regulamenta o
uso e difusão da
libras para o acesso à educação e
torna obrigatória a formação a respeito
dessa língua nos cursos superiores
para professores e fonoaudiólogos.
A tabela 4, a seguir, mostra a
distribuição dos trabalhos por grau
acadêmico.
tribuição da produção por grau acadêmico, nos três períodos.
1987/1999
2000/2009 2010/2017
N
o % No % No
100
86,0
372 81,0
435
16
14,0
82 18,0
129
0
0,0 5 1,0 86
116
100 459 100 650
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPE
S).
É possível verificar, nos dois
primeiros períodos, a predominância
de mais de 80% das publicações em
nível de mestrado, isto é, de pesquisas
iniciais e pesquisadores iniciantes,
como já era de se esperar, pois a
duração e dificuldade para atingir tal
grau acadêmico é menor do que para
o doutorado. No entanto, essa
discrepância diminui no último período
com o aumento do mero deteses de
doutorado, possível indicativo das
651
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- ISSN 2237-1508
nos programas da área de “Letras,
e Linguagem” esteja, de
alguma forma, relacionado a
pesquisas sobre a língua brasileira de
sinais (libras), visto que ela passa
a ter
reconhecimento oficial a partir da lei
(BRASIL, 2002) e do
decreto 5626/2005 (BRASIL, 2005)
uso e difusão da
libras para o acesso à educação e
torna obrigatória a formação a respeito
dessa língua nos cursos superiores
para professores e fonoaudiólogos.
A tabela 4, a seguir, mostra a
distribuição dos trabalhos por grau
tribuição da produção por grau acadêmico, nos três períodos.
Total
% No %
67,0
907 74,0
20,0
227 18,0
13,0
91 8,0
100 1225 100
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
duração e dificuldade para atingir tal
grau acadêmico é menor do que para
o doutorado. No entanto, essa
discrepância diminui no último período
com o aumento do número deteses de
doutorado, possível indicativo das
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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202
verifica-se a co
nsolidação da pesquisa
expressiva.
Com relação aos dados sobre o
mestrado profis
sional, vale considerar
Tabela 5 -
Distribuição da produção por termo utilizado, nos três períodos.
Ano
1987/1999
Deficiência N
o
Surdo 63
DA 37
Ambos 13
NE 3
Total 116
F
onte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de N
anual. DA corresponde a Deficiência auditiva. NE corresponde a não especificado.
Observa-
se, no primeiro
apresentam-se em
quantidade quase
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
políticas de expansão do ensino
superior nesse período.Sobretudo,
nsolidação da pesquisa
(campo científico) sobre os processos
educacionais de indivíduos com
deficiência, conforme já constatado por
Bueno (2014), nos quais a educação
de surdos contribui de maneira
Com relação aos dados sobre o
sional, vale considerar
seu recente reconhecimento,
justificando assim o aparecimento de
dados sobre esse grau acadêmico
somente a partir dos anos 2000.
Sobre
quem e o que investigaram?
Os dados sobre o termo utilizado
na identificação
da deficiência,
expostos na tabela 5.
Distribuição da produção por termo utilizado, nos três períodos.
2000/2009 2010/2017
M/A N
o
M/A N
o
M/A
5,0 375 37,5 603
75,0
2,8 45 4,5 18
2,0
1 19 1,9 8
1,0
0,2 20 2,0 21
2,5
9,0 459 46,0 650
80,5
F
onte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de N
ível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde a média
anual. DA corresponde a Deficiência auditiva. NE corresponde a não especificado.
se, no primeiro
período, que as pesquisas que citam o
termo surdo ou deficiente auditivo”
quantidade quase
que equiparadas, bem como a
utilização de ambos os termos
aparecem com relevância nas
pesquisas até a primeira década dos
anos 2000. Vale ressaltar que a
escolha pela utilização por um termo
ou outro indica a perspectiva que a
investigação
tem em relação ao seu
objeto de estudo, assim entende
que entre os anos de 1987 e 1999
coexistiam vertentes que disputavam
posição de destaque nesse campo.
652
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seu recente reconhecimento,
justificando assim o aparecimento de
dados sobre esse grau acadêmico
somente a partir dos anos 2000.
quem e o que investigaram?
Os dados sobre o termo utilizado
da deficiência,
estão
expostos na tabela 5.
Distribuição da produção por termo utilizado, nos três períodos.
Total
M/A
N
o
M/A
75,0
1041 34,0
2,0
100 3,0
1,0
40 1,0
2,5
44 1,5
80,5
1225 39,5
onte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
ível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde a média
anual. DA corresponde a Deficiência auditiva. NE corresponde a não especificado.
anos 2000. Vale ressaltar que a
escolha pela utilização por um termo
ou outro indica a perspectiva que a
tem em relação ao seu
objeto de estudo, assim entende
-se
que entre os anos de 1987 e 1999
coexistiam vertentes que disputavam
posição de destaque nesse campo.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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202
Tal aspecto se modifica no
(2000-
2017), bem como houve
que
utilizam as duas expreses.
Com relação a utilização do
levantamento.
Sobre isso, o estudo de
doutorad
o de Souza (2018) demonstra
artigos da
Revista Brasileira de
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
Tal aspecto se modifica no
decorrer dos anos subsequentes, pois
o termo surdo vai sendo incor
porado
às pesquisas e passa a ser
predominante nos anos seguintes
2017), bem como houve
decréscimo no número de pesquisas
utilizam as duas expressões.
Com relação a utilização do
termo deficiente auditivo, verifica
-se
a redução do número de pes
quisas
que utilizam essa expressão entre os
anos de 2010 e 2017, no entanto, o
termo se manteve nas pesquisas,
sendo unicamente ou em conjunto,
como modo de identificação desses
sujeitos por todo o período do
Sobre isso, o estudo de
o de Souza (2018) demonstra
que o termo deficiência aparece nos
Revista Brasileira de
Educação Especial (RBEE),
periódico
de maior reconhecimento na área,
durante todo o período compreendido
pelo balanço tendencial realizado pela
autora, de 19
92 a 2015.Esse achado
reitera o que demonstramos dados da
tabela 5, em que parte das pesquisas
mais atuais continua utilizando a
expressão “deficiência, o que
representa mais de
produções em todo o período.
Fica claro, que a receptividade e
ampl
iação do uso do termo surdo ao
longo dos últimos 20 anos revela a
penetração de certa vertente de
estudos no campo da educação
especial. Sobretudo, por ser uma
receptividade que possui interesses e
engajamento político voltados ao
reconhecimento dos dire
educacionais e a visibilidade às
dificuldades vivenciadas por essas
pessoas.
A tabela a seguir apresenta a
distribuição da produção por temática
relacionada a língua/linguagem,
aspecto elementar nas discussões da
área quando se trata de pes
surdez ou deficiência auditiva.
653
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
92 a 2015.Esse achado
reitera o que demonstramos dados da
tabela 5, em que parte das pesquisas
mais atuais continua utilizando a
expressão deficiência”, o que
representa mais de
10% das
produções em todo o período.
Fica claro, que a receptividade e
iação do uso do termo “surdo” ao
longo dos últimos 20 anos revela a
penetração de certa vertente de
estudos no campo da educação
especial. Sobretudo, por ser uma
receptividade que possui interesses e
engajamento político voltados ao
reconhecimento dos dire
itos sociais e
educacionais e a visibilidade às
dificuldades vivenciadas por essas
A tabela a seguir apresenta a
distribuição da produção por temática
relacionada a língua/linguagem,
aspecto elementar nas discussões da
área quando se trata de pes
soas com
surdez ou deficiência auditiva.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
Tabela 6 -
Distribuição da produção por língua/linguagem, nos três períodos.
Ano
Língua/
1987/1999
Linguagem No
Língua de sinais 29
LP Escrita 26
LP Oral 22
Bilíngue 0
Gestual 4
NA/NE 65
Total 146
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
NA é não aplicável e NE não especificado. LP corresponde
superior ao número de pesquisas levantadas pois para esse aspecto cabe mais de uma resposta.
De acordo com os dados da
tabela 6, percebe-
se que no primeiro
q
ue essas concentravam outras
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Distribuição da produção por língua/linguagem, nos três períodos.
1987/1999
2000/2009
2010/2017
M/A No M/A No
M/A
2,2 224 22,4 170
21,2
2,0 111 11,1 40
5,0
1,7 55 5,5 9
1,1
0,0 0 0,0 45
5,5
0,3 3 0,3 2
0,2
5,0 184 18,4 414
52,0
11,2 577 57,7 680
85,0
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
NA é não aplicável e NE não especificado. LP corresponde
à língua portuguesa. *O número total é
superior ao número de pesquisas levantadas pois para esse aspecto cabe mais de uma resposta.
De acordo com os dados da
se que no primeiro
período as investigações permeavam
proporcionalmente temáti
cas
relacionadas a língua de sinais, língua
portuguesa escrita e falada. Mas,
nesse mesmo período, na tabela
anterior (tabela 3), a maior parte das
pesquisas não se mostraram
décor-
rentes da área de Letras, Linguística e
Linguagem, o que leva a entender
ue essas concentravam outras
problemáticas, o que nos remete ao
entendimento de Bourdieu (1983, p.89)
sobre os interesses específicos que
contribuem para definir o campo
científico: [...] não se poderia motivar
um filósofo com questões próprias dos
geógrafos.”
A equiparação no primeiro
período entre as três modalidades de
língua demonstra a preocupação dos
estudiosos com a comunicação, sendo
essa oral ou por sinais, mas também
com a língua escrita, cujo interesse vai
se perdendo ao longo dos períodos
poste
riores visto que a língua
portuguesa nessa modalidade passa a
ser considerada, por relevante parte
dos pesquisadores, segunda língua da
pessoa surda ou língua estrangeira
Assim, nas décadas
subsequentes os estudos sobre a
4
Mais informações sobre Bilinguismo,
consultar Quadros (1997).
654
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Distribuição da produção por língua/linguagem, nos três períodos.
Total
M/A
No M/A
21,2
423 13,6
5,0
177 5,7
1,1
86 2,7
5,5
45 1,4
0,2
9 0,3
52,0
663 21,4
85,0
1403* 45,3
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Legenda: M/A corresponde à média anual.
à língua portuguesa. *O número total é
superior ao número de pesquisas levantadas pois para esse aspecto cabe mais de uma resposta.
um filósofo com questões próprias dos
A equiparação no primeiro
período entre as três modalidades de
língua demonstra a preocupação dos
estudiosos com a comunicação, sendo
essa oral ou por sinais, mas também
com a língua escrita, cujo interesse vai
se perdendo ao longo dos períodos
riores visto que a língua
portuguesa nessa modalidade passa a
ser considerada, por relevante parte
dos pesquisadores, segunda língua da
pessoa surda ou língua estrangeira
4.
Assim, nas décadas
subsequentes os estudos sobre a
Mais informações sobre Bilinguismo,
consultar Quadros (1997).
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
partir de 2010
em contraste com a
lín
gua oral e escrita. Esses indícios
a língua brasileira
de sinais.
Não por acaso, autores como
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
língua de sinais passam a super
ar 20
produções anuais, seguidos dos
interesses sobre a língua portuguesa
escrita ou do estudo de ambas quando
se referem ao ensino bilíngue. Este, no
caso, somente começa a aparecer a
em contraste com a
queda dos estudos que tratam da
gua oral e escrita. Esses indícios
sugerem uma reconfiguração do
campo científico da educação especial
no que se refere ao núcleo que trata
da educação de surdos, pois parte
dessa produção se retraduz
expressivamente em discussões sobre
de sinais.
Não por acaso, autores como
Bueno e Ferrari (2013) e Santana e
Bergamo (2005, p.578) entendem que
um conjunto de pesquisas da área
que acabam por reduzir e negligenciar
a complexidade das relações
exis
tentes entre linguagem, cultura e a
cons
tituição da identidade. É dizer
que,
Essa negligência indica que tanto
as informações oriundas das
pesquisas de campo quanto as
discussões provenientes das
ciências sociais, [...] passam por
uma recepção espefica que tem
interesse em matizar a questão
linguística em detrimento de
outras tão importantes quanto,
promovendo uma redução
arbitrária da complexidade da
vida social (SANTANA;
BERGAMO, 2005, p. 578).
Em busca de explorar um pouco
mais tal discussão, são apresentadas
a seguir as temáticas focaliz
1225 pesquisas.
655
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
há um conjunto de pesquisas da área
que acabam por reduzir e negligenciar
a complexidade das relações
tentes entre linguagem, cultura e a
tituição da identidade. É dizer
Essa negligência indica que tanto
as informações oriundas das
pesquisas de campo quanto as
discussões provenientes das
ciências sociais, [...] passam por
uma recepção específica que tem
interesse em matizar a questão
linguística em detrimento de
outras tão importantes quanto,
promovendo uma redução
arbitrária da complexidade da
vida social (SANTANA;
BERGAMO, 2005, p. 578).
Em busca de explorar um pouco
mais tal discussão, são apresentadas
a seguir as temáticas focaliz
adas nas
1225 pesquisas.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
Tabela 7 -
Distribuição das produções por temática investigada, nos três períodos.
Ano
1987/99
Temática N
Linguagem/língua 46
Ensino/docência 9
Escola 31
Aluno 24
Política 4
Tecnologia 9
Família 6
NE/Outros5 16
Total 145
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
5
Foram selecionadas, neste momento, as temáticas com maior incidência,
sinais, gestão e raça.
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Distribuição das produções por temática investigada, nos três períodos.
1987/99
2000/2009 2010/2017
% N % N
%
32,0
217 32,0 182
23,0
6,0 95 14,0 124
16,0
21,0
154 23,0 41
5,0
16,0
90 13,0 49
6,0
3,0 40 6,0 30
4,0
6,0 21 3,0 25
3,0
4,0 19 2,85 14
2,0
12,0
40 6,0 319
41,0
100 676 100 784
100
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Foram selecionadas, neste momento, as temáticas com maior incidência,
tendo em vista, a
complexidade em analisar o rol completo
de campos temáticos, quais sejam:
inclusão, escrita,
matemática, ensino superior, cultura/arte, clínica/terapêutica, educação especial, saúde, currículo,
trabalho, aprendizagem/desempenho, tradutor/intérprete, material didático, representações (surdez),
atendimento educacional especializa
do, movimento social, disciplinas curriculares (física, geografia e
química), relações sociais, comunidades surdas, sociedade, trajetórias, interculturalidade, livro, sala
de recursos multifuncionais, implante coclear, avaliação, leitura, educação sexual,
educação indígena, educação em geral, Instituto Nacional de Educação de Surdos, gênero, escrita de
656
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Distribuição das produções por temática investigada, nos três períodos.
Total
%
N %
23,0
445 28,0
16,0
228 14,0
5,0
226 14,0
6,0
163 10,0
4,0
74 5,0
3,0
55 3,5
2,0
39 2,5
41,0
375 23,0
100
1605 100
Fonte: Tabela produzida pela autora a partir de levantamento no Banco de Teses da Coordenação
tendo em vista, a
inclusão, escrita,
matemática, ensino superior, cultura/arte, clínica/terapêutica, educação especial, saúde, currículo,
trabalho, aprendizagem/desempenho, tradutor/intérprete, material didático, representações (surdez),
do, movimento social, disciplinas curriculares (física, geografia e
química), relações sociais, comunidades surdas, sociedade, trajetórias, interculturalidade, livro, sala
de recursos multifuncionais, implante coclear, avaliação, leitura, educação sexual,
violência,
educação indígena, educação em geral, Instituto Nacional de Educação de Surdos, gênero, escrita de
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
Destaca-
se, no primeiro
período, as incidênc
ias mais elevadas
temática m
ais abordada nos últimos
anos.
A preponderância do foco das
Agora, se somarmos os valo
das principais temáticas
investigadas,
a escola e suas práticas;
o ensino e outros aspectos que
permeiam a
docência; e
o aluno
Sobre isso, constata
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
se, no primeiro
ias mais elevadas
das temáticas voltadas à
Linguagem/língua (32%), à Escola
(21%) e ao Aluno (16%),enquanto nos
dois períodos posteriores o foco das
investigações envolvendo o Ensino e
Doncia acaba se sobressaindo,
chegando a superar a segunda
ais abordada nos últimos
A preponderância do foco das
investigações está no âmbito da
Língua e Linguagem nos três períodos
destacados, totalizando 28% das
pesquisas, o que equivale ao dobro
das duas temáticas seguintes.
Agora, se somarmos os valo
res
investigadas,
que compõem o campo da educação
de surdos, três dessas dizem respeito
aos aspectos constituidores do
processo de escolarização:
a escola e suas práticas;
o ensino e outros aspectos que
docência; e
Sobre isso, constata
-se
relevante número de pesquisas que
voltaram seu foco ao aluno, não com
tamanha expressividade como em
outras análises (FERREIRA, 1991;
BUENO, 2004 e 2013; SOUZA, 2018)
em que o maior número de produções
se refere ao alunado da
especial. De acordo com Bueno
(2013), a ênfase que se tem procurado
dar aos efeitos que a escolarização e
socialização tem ocasionado aos
sujeitos, que são a razão de ser da
educação especial, explicam essa
configuração.
Sobretudo, observa
t
endência hegemônica dos estudos
voltados ao aluno,
os quais procuram
estabelecer a possível relação entre as
condições desse alunado, a
organização escolar para atender suas
especificidades e a formação e
atuação especializada do professor.
Isso parece faz
er muito sentido aqui,
pois o ensino/docência e a escola
foram temáticas que alcançaram
patamares de destaque,
isoladamente, são as discussões
sobre a Linguagem/Língua o ponto de
preocupação de grande parte das
pesquisas
desse campo espefico.
A
lgumas considerações
As análises realizadas
evidenciam o que parece ser um traço
importante do núcleo da educação de
surdos no campo acadêmico da
657
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
BUENO, 2004 e 2013; SOUZA, 2018)
em que o maior número de produções
se refere ao alunado da
educação
especial. De acordo com Bueno
(2013), a ênfase que se tem procurado
dar aos efeitos que a escolarização e
socialização tem ocasionado aos
sujeitos, que o a razão de ser da
educação especial, explicam essa
Sobretudo, observa
-se a
endência hegemônica dos estudos
os quais procuram
estabelecer a posvel relação entre as
condições desse alunado, a
organização escolar para atender suas
especificidades e a formação e
atuação especializada do professor.
er muito sentido aqui,
pois o ensino/doncia e a escola
foram temáticas que alcançaram
patamares de destaque,
embora,
isoladamente, o as discussões
sobre a Linguagem/Língua o ponto de
preocupação de grande parte das
desse campo específico.
lgumas considerações
As análises realizadas
evidenciam o que parece ser um traço
importante do núcleo da educação de
surdos no campo acadêmico da
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
que programas de pós-
graduação da
escola, suas prát
icas e sujeitos, além
brasileira de sinais.
No entanto, cabe mencionar
nesse campo específico.
Por fim, cabe mencionar que
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
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(Fluxo contínuo)
educação especial: as principais
tendências das pesquisas envolvendo
as autorias institucionais demonstram
graduação da
área da educação em instituições de
ensino superior públicas concentram
maior incidência das investigações, e
as temáticas e sujeitos sobre as quais
se debruçaram permeiam,
principalmente, discussões sobre a
icas e sujeitos, além
dos aspectos da língua e linguagem de
sujeitos surdos que utilizam da língua
No entanto, cabe mencionar
que o termo deficiência continuou
sendo utilizado por todo o período, tal
como língua portuguesa (falada
e
escrita), por um conjunto menos
expressivo de pesquisas, revelando
que vertentes acadêmicas distintas
permanecem disputando espaço
Por fim, cabe mencionar que
este estudo é parte integrante de uma
pesquisa maior sobre as “Tendênc
ias
de investigação no campo da
educação de surdos”, que por meio de
análise das pesquisas sobre a
educação desses sujeitos abrange
outros dados que não puderam ser
incluídos neste texto, devido às
limitações exigidas para a
do dossiê, mas a tod
o momento busca
contribuir para o aprimoramento da
pesquisa no campo da educação
especial, no sentido de analisar e
refletir para além das questões
centradas somente nas limitações
acarretadas
pela surdez, por entender
que outros aspectos,como condições
ec
onômicas e sociais, raça, idade,
gênero e outros, merecem ser
apreciados, mas conforme o panorama
(inicial) aqui apresentado tais
elementos acabam sendo
secundarizados.
Referências b
ibliográficas
BOTARELLI, G. I. B.
aprendizagem do português es
para surdos em pesquisas
resumos acadêmicos (1987
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658
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
limitações exigidas para a
composição
o momento busca
contribuir para o aprimoramento da
pesquisa no campo da educação
especial, no sentido de analisar e
refletir para além das questões
centradas somente nas limitações
pela surdez, por entender
que outros aspectos,como condições
onômicas e sociais, raça, idade,
gênero e outros, merecem ser
apreciados, mas conforme o panorama
(inicial) aqui apresentado tais
elementos acabam sendo
ibliográficas
BOTARELLI, G. I. B.
O ensino-
aprendizagem do português es
crito
para surdos em pesquisas
: análise de
resumos acadêmicos (1987
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(Mestrado em Educação)
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Coisas ditas.
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Ricardo (org.).
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Questões de
. Rio de Janeiro: Marco Zero,
Decreto 5.626, de 22 de
. Regulamenta a Lei
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
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PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
no
10.436, de 24 de abril de 2002
Sinais -
Libras, e sobre o art. 18 da Lei
no
10.098, de 19 de dezembro de
2000.
Disponível em
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FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
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-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
10.436, de 24 de abril de 2002
, que
dispõe sobre a Língua Brasileira de
Libras, e sobre o art. 18 da Lei
10.098, de 19 de dezembro de
Disponível em
:
http://www.planalto.gov.br. Acesso
Lei n.10.436, de 24 de abril
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a
Libras e
Disponível em
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http://www.planalto.gov.br. Acesso em:
-
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Contrapontos socioeducacionais da
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CUKIERKORN, M. M. DE O
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educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
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(Fluxo contínuo)
. Práticas cotidianas
de ensino da língua escrita em classe
(Mestrado em
Pontifícia Universidade
006.
Os agrupamentos
espontâneos de jovens e adultos
: um estudo sobre suas
trajetórias e composição. (Mestrado
Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo,
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: as trajetórias sociais na
construção das identidades de agentes
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Excepcionalidade,
deficiência ou necessidades
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constituinte d
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: um estudo sobre trajetória
educacional no mu
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Excepcionalidade,
deficiência ou necessidades
educacionais especiais
: o aluno como
o campo da educação
especial. (Doutorado em Educação)
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Pontifícia Universidade Católica de
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
Sigla IES – Grupo 2
UFF
Universidade Federal Fluminense
UNESP
Universidade Estadual Paulista
UFES
Universidade Federal do Espír
UEM
Universidade Estadual de Maringá
UFC
Universidade Federal do Ceará
UFPA
Universidade Federal do Pará
UFPB
Universidade Federal da Paraíba
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
UTP
Universidade Tuiuti do Paraná
UFBA Universidade Fed
eral da Bahia
UFPR
Universidade Federal do Paraná
UFU
Universidade Federal de Uberlândia
UNIMEP
Universidade Metodista de Piracicaba
PUCRJ
Pontifícia Universidade Católica do RJ
UFPE
Universidade Federal de Pernambuco
UFPEL
Universidade Federal de P
UPM
Universidade Presbiteriana Mackenzie
UFG
Universidade Federal de Goiás
UNISINOS
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UFAM
Universidade Federal do Amazonas
CUML
Centro Universitário Moura Lacerda
UFMS
Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul
UFMT
Universidade Federal de Mato Grosso
UFS
Universidade Federal de Sergipe
UNIR
Universidade Federal de Rondônia
Sigla IES – Grupo 3
UMESP
Universidade Metodista de São Paulo
UNICAP
Universidade Católica de Pernambuco
UFRN
Universidade Fe
deral do Rio Grande do
Norte
UCB
Universidade Católica de Brasília
UECE
Universidade Estadual do Ceará
UEL
Universidade Estadual de Londrina
ULBRA
Universidade Luterana do Brasil
UNIJUI
Universidade Regional do Estado do RGS
UVA Universidade Veiga de
Almeida
IFG
Universidade Federal de Goiás
UEPA
Universidade do Estado do Pará
UESB
Universidade Estadual do Sudoeste da
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
ANEXO –IES
Universidade Federal Fluminense
Universidade Estadual Paulista
Universidade Federal do Espír
ito Santo
Universidade Estadual de Maringá
Universidade Federal do Ceará
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal da Paraíba
Universidade Federal de Minas Gerais
Universidade Tuiuti do Paraná
eral da Bahia
Universidade Federal do Paraná
Universidade Federal de Uberlândia
Universidade Metodista de Piracicaba
Pontifícia Universidade Católica do RJ
Universidade Federal de Pernambuco
Universidade Federal de P
elotas
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Universidade Federal de Goiás
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Universidade Federal do Amazonas
Centro Universitário Moura Lacerda
Universidade Federal de Mato Grosso do
Universidade Federal de Mato Grosso
Universidade Federal de Sergipe
Universidade Federal de Rondônia
Universidade Metodista de São Paulo
Universidade Católica de Pernambuco
deral do Rio Grande do
Universidade Católica de Brasília
Universidade Estadual do Ceará
Universidade Estadual de Londrina
Universidade Luterana do Brasil
Universidade Regional do Estado do RGS
Almeida
Universidade Federal de Goiás
Universidade do Estado do Pará
Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
UFGD
Universidade Federal da Grande Dourados
UFJF
Universidade Federal de Juiz de Fora
UNESA
Universidade Estácio de Sá
PUCMG
Pontifícia Universidade Católica de MG
USF
Universidade São Francisco
CUMIPA
Centro Universitário Metodista IPA
IFSP
Instituto Federal São Paulo
UCPEL
Universidade Católica de Pelotas
UERN
Universidade do Esta
Norte
UFOP
Universidade Federal de Ouro Preto
UNIGRANRIO
Universidade do Grande Rio
UNILASALLE
Universidade La Salle
UNITAU
Universidade de Taubaté
UPF
Universidade de Passo Fundo
FURG
Universidade Federal do Rio Grande
PUCCAMP
P
ontifícia Universidade Católica de
Campinas
PUCGO
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
UCDB
Universidade Católica Dom Bosco
UDESC
Universidade do Estado de Santa Catarina
UEA
Universidade do Estado do Amazonas
UEFS
Universidade Estadual de Feira
UEMS
Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul
UFPI
Universidade Federal do Piauí
UNEB
Universidade do Estado da Bahia
UNIAN
Universidade Anhanguera
UNIRIO
Universidade Federal do Estado do RJ
Anhembi
Morumbi
Universidade AnhembiMorumbi
CEFETRJ
Centro Federal de Educação Tecnológica
do RJ
CUM
Centro Universitário Metropolitano
FURB
Universidade Regional de Blumenau
FVC
Faculdade Vale do Cricaré
UEG
Universidade Estadual de Goiás
UEMG
Universidade do Estado de Minas Gerais
UEPB Un
iversidade Estadual da Paraíba
UERR
Universidade Estadual de Roraima
UFAC
Universidade Federal do Acre
UFRRJ
Universidade Federal Rural do RJ
661
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Universidade Federal de Alagoas
Universidade Federal da Grande Dourados
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Estácio de Sá
Pontifícia Universidade Católica de MG
Universidade São Francisco
Centro Universitário Metodista IPA
Instituto Federal São Paulo
Universidade Católica de Pelotas
Universidade do Esta
do do Rio Grande do
Universidade Federal de Ouro Preto
Universidade do Grande Rio
Universidade La Salle
Universidade de Taubaté
Universidade de Passo Fundo
Universidade Federal do Rio Grande
ontifícia Universidade Católica de
Campinas
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Universidade Católica Dom Bosco
Universidade do Estado de Santa Catarina
Universidade do Estado do Amazonas
Universidade Estadual de Feira
de Santana
Universidade Estadual de Mato Grosso do
Universidade Federal do Piauí
Universidade do Estado da Bahia
Universidade Anhanguera
Universidade Federal do Estado do RJ
Universidade AnhembiMorumbi
Centro Federal de Educação Tecnológica
Centro Universitário Metropolitano
Universidade Regional de Blumenau
Faculdade Vale do Cricaré
Universidade Estadual de Goiás
Universidade do Estado de Minas Gerais
iversidade Estadual da Paraíba
Universidade Estadual de Roraima
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal Rural do RJ
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 12, n. 22, p. 641-662, mar.
202
UFTM
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
UFV
Universidade Federal de Viçosa
UFVJM
Universidade Federal
dos Vales do
Jequitinhonha
UMC
Universidade de Mogi das Cruzes
UNAMA
Universidade da Amazônia
UNIFAP
Universidade Federal do Amapá
UNIFEI
Universidade Federal de Itajubá
UNIFOA
Centro Universitário de Volta Redonda
UNIFOR
Universidade de Fortaleza
UNIMES
Universidade Metropolitana de Santos
UNIMONTES
Centro Universitário Monte Serrat
UNINOVE
Centro Universitário Nove de Julho
UNIOESTE
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
UNIPLI
Centro Universitário Plínio Leite
UNISAL
Centro Universitário S
alesiano de São
Paulo
UNISC
Universidade de Santa Cruz do Sul
UNISO
Universidade de Sorocaba
UNIT
Centro Universitário Tiradentes
UNIUBE
Universidade de Uberaba
UNIVALI
Universidade do Vale do Itajaí
UNIVAS
Universidade do Vale do Sapucaí
URI
Univer
sidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e Das Missões
USM
Universidade São Marcos
UTFPR
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
CEFETMG
Centro Federal de Educação Tecnológica
de MG
CESJF
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
FUVATES
Fundação
Vale do Taquari de Ed. e
Desenvolvimento Social
HOSPHEL
Centro Universitário de Ciências Biológicas
e Saúde -
Hospital Heliópolis
IES
Instituto de Ensino Superior da Grande
Florianópolis
IFAM
Instituto Federal do Amazonas
IFES
Instituto Federal do Esp
FERRARI, Carla Cazelato. Panorama das hierarquias no campo da
educação de deficientes auditivos e surdos no período de 1987
-2017.
Americana de Estudos em Cultura,
202
2.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Universidade Federal de Viçosa
dos Vales do
Universidade de Mogi das Cruzes
Universidade da Amazônia
Universidade Federal do Amapá
Universidade Federal de Itajubá
Centro Universitário de Volta Redonda
Universidade de Fortaleza
Universidade Metropolitana de Santos
Centro Universitário Monte Serrat
Centro Universitário Nove de Julho
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Centro Universitário Plínio Leite
alesiano de São
Universidade de Santa Cruz do Sul
Universidade de Sorocaba
Centro Universitário Tiradentes
Universidade de Uberaba
Universidade do Vale do Itajaí
Universidade do Vale do Sapucaí
sidade Regional Integrada do Alto
Universidade São Marcos
Universidade Tecnológica Federal do
Centro Federal de Educação Tecnológica
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
Vale do Taquari de Ed. e
Desenvolvimento Social
Centro Universitário de Ciências Biológicas
Hospital Heliópolis
Instituto de Ensino Superior da Grande
Instituto Federal do Amazonas
Instituto Federal do Esp
írito Santo
IFRJ
Instituto Federal do Rio de Janeiro
IFSUL
Instituto Federal Sul
ITA
Instituto Tecnológico de Aeronáutica
PUCPR
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
UBC
Universidade Braz Cubas
UCS
Universidade de Caxias do Sul
UENF
Universidade Estadual do Norte
Fluminense
UEPG
Universidade Estadual de Ponta Grossa
UESC
Universidade Estadual de Santa Cruz
UFCG
Universidade Federal de Campina Grande
UFERSA
Universidade Federal Rural do Semi
UFLA
Universidade Federal de L
UFMA
Universidade Federal do Maranhão
UFRR
Universidade Federal de Roraima
UFSJ
Universidade Federal de São João Del
UGF
Universidade Gama Filho
UNESC
Universidade do Extremo Sul Catarinense
UNESPAR
Universidade
UNIBAN U
niversidade Bandeirante de São Paulo
UNICID
Universidade Cidade de São Paulo
UNINCOR
Universidade
UNIFRA
Universidade Franciscana
UNEMAT
Universidade do Estado de Mato Grosso
UNINTER
Centro Universitário Internacional
UNIPLAC Unive
rsidade do Planalto Catarinense
UNISANTOS
Universidade Católica de Santos
UNIVALE
Universidade Vale do Rio Doce
UNIVATES
Universidade do Vale do Taquari
UNIVERSO
Universidade
UNOCHAPECÓ
Universidade
Chapecó
UNOESTE
Universidade do Oeste Paulista
USU
Universidade Santa Úrsula
662
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Instituto Federal do Rio de Janeiro
Instituto Federal Sul
-rio-grandense
Instituto Tecnológico de Aeronáutica
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Universidade Braz Cubas
Universidade de Caxias do Sul
Universidade Estadual do Norte
Fluminense
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Universidade Estadual de Santa Cruz
Universidade Federal de Campina Grande
Universidade Federal Rural do Semi
-árido
Universidade Federal de L
avras
Universidade Federal do Maranhão
Universidade Federal de Roraima
Universidade Federal de São João Del
-Rei
Universidade Gama Filho
Universidade do Extremo Sul Catarinense
Universidade
Estadual do Paraná
niversidade Bandeirante de São Paulo
Universidade Cidade de São Paulo
Universidade
Vale Do Rio Verde
Universidade Franciscana
Universidade do Estado de Mato Grosso
Centro Universitário Internacional
rsidade do Planalto Catarinense
Universidade Católica de Santos
Universidade Vale do Rio Doce
Universidade do Vale do Taquari
Universidade
Salgado de Oliveira
Universidade
Comunitária da Região de
Chape
Universidade do Oeste Paulista
Universidade Santa Úrsula