ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v13i25.
Resumo:
O objetivo desse artigo é conceituar e significar a imagem etnográfica nas interpretações
sobre a realidade educacional e sociocultural na pesquisa qualitativa. A pergunta que norteou essa
investigação foi: O que é a imagem etnográfica e quais o as suas
desse trabalho é a metaetnografia que considera os conceitos elaborados nos estudos primários
como metáforas e, quando estudadas ou traduzidas, são transformadas em analogias que comparam
os sentidos em um outro olhar, cria
a imagem etnográfica possui que se constata esse artigo. Pois, entendo a imagem etnográfica como
representação cultural do contexto, ou seja, ela tem uma conotação global e não precisa de um
explicação ao visualizá-
la.Nesse artigo compreendi que as imagens analisadas são etnográficas por
serem
imagens que revelam a realidade da sala de aula de forma cultural de entendimento universal.
Ou seja, em qualquer contexto social de culturas aproxima
interpretada, dando a esse tipo de imagem uma especificidade no processo interpretativo e na
produção de conhecimento, especialmente, em educação.
Palavras-chave
: imagem etnográfica; metaetnografia; imagem; etnografia; e
Imagen etnográfica: conceptos, significados y relevancia para la investigación cualitativa en
educación
Resumen:
interpretaciones de la realidad educativ
que guió esta investigación fue: “¿Qué es la imagen etnográfica y cuáles son sus características?. La
metodología de este trabajo es la metaetnografía, que considera los conceptos elaborados e
estudios primarios como metáforas y, al ser estudiados o traducidos, se transforman en analogías
que comparan los significados en otra mirada, creando así una nueva interpretación. Este artículo
trata sobre el poder visual que tiene la imagen etnográ
como una representación cultural del contexto, es decir, tiene una connotación global y no necesita
explicación a la hora de visualizarla. En este artículo entendí que las imágenes analizadas son
etnográficas
porque son imágenes que revelan la realidad del aula de una manera cultural de
comprensión global. Es decir, en cualquier contexto social de culturas aproximadas, la imagen
etnográfica puede ser interpretada, dando a este tipo de imagen una especificidad e
interpretativo y en la producción de conocimiento, especialmente en la educación.
1
Adriane Matos Araújo. Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). Pesquisadora junto à Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil. E
adrianematosaraujo@gmail.com
Recebido em 28/03/2023,
aceito para publicação em
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
qualitativas em educação
Adriane Matos Araújo
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v13i25.
57787
O objetivo desse artigo é conceituar e significar a imagem etnográfica nas interpretações
sobre a realidade educacional e sociocultural na pesquisa qualitativa. A pergunta que norteou essa
investigação foi: O que é a imagem etnográfica e quais são as suas
características?.A metodologia
desse trabalho é a metaetnografia que considera os conceitos elaborados nos estudos primários
como metáforas e, quando estudadas ou traduzidas, são transformadas em analogias que comparam
os sentidos em um outro olhar, cria
ndo, assim, uma nova interpretação. É sobre a potência visual que
a imagem etnográfica possui que se constata esse artigo. Pois, entendo a imagem etnográfica como
representação cultural do contexto, ou seja, ela tem uma conotação global e não precisa de um
la.Nesse artigo compreendi que as imagens analisadas são etnográficas por
imagens que revelam a realidade da sala de aula de forma cultural de entendimento universal.
Ou seja, em qualquer contexto social de culturas aproxima
das, a imagem etnográfica pode ser
interpretada, dando a esse tipo de imagem uma especificidade no processo interpretativo e na
produção de conhecimento, especialmente, em educação.
: imagem etnográfica; metaetnografia; imagem; etnografia; e
ducação
Imagen etnográfica: conceptos, significados y relevancia para la investigación cualitativa en
El objetivo de este artículo es conceptualizar y dar sentido a la imagen etnográfica en las
interpretaciones de la realidad educativ
a y sociocultural en la investigación cualitativa. La pregunta
que guió esta investigación fue: “¿Qué es la imagen etnográfica y cuáles son sus características?. La
metodología de este trabajo es la metaetnografía, que considera los conceptos elaborados e
estudios primarios como metáforas y, al ser estudiados o traducidos, se transforman en analogías
que comparan los significados en otra mirada, creando así una nueva interpretación. Este artículo
trata sobre el poder visual que tiene la imagen etnográ
fica. Bueno, yo entiendo la imagen etnográfica
como una representación cultural del contexto, es decir, tiene una connotación global y no necesita
explicación a la hora de visualizarla. En este artículo entendí que las imágenes analizadas son
porque son imágenes que revelan la realidad del aula de una manera cultural de
comprensión global. Es decir, en cualquier contexto social de culturas aproximadas, la imagen
etnográfica puede ser interpretada, dando a este tipo de imagen una especificidad e
interpretativo y en la producción de conocimiento, especialmente en la educación.
Adriane Matos Araújo. Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). Pesquisadora junto à Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil. E
-
adrianematosaraujo@gmail.com
- https://orcid.org/0000-0002-3568-2393
aceito para publicação em
31/07/20
23, disponibilizado online em
01/09/2023.
699
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
Adriane Matos Araújo
1
O objetivo desse artigo é conceituar e significar a imagem etnográfica nas interpretações
sobre a realidade educacional e sociocultural na pesquisa qualitativa. A pergunta que norteou essa
características?”.A metodologia
desse trabalho é a metaetnografia que considera os conceitos elaborados nos estudos primários
como metáforas e, quando estudadas ou traduzidas, são transformadas em analogias que comparam
ndo, assim, uma nova interpretação. É sobre a potência visual que
a imagem etnográfica possui que se constata esse artigo. Pois, entendo a imagem etnográfica como
representação cultural do contexto, ou seja, ela tem uma conotação global e não precisa de um
a
la.Nesse artigo compreendi que as imagens analisadas são etnográficas por
imagens que revelam a realidade da sala de aula de forma cultural de entendimento universal.
das, a imagem etnográfica pode ser
interpretada, dando a esse tipo de imagem uma especificidade no processo interpretativo e na
ducão
Imagen etnográfica: conceptos, significados y relevancia para la investigación cualitativa en
El objetivo de este artículo es conceptualizar y dar sentido a la imagen etnográfica en las
a y sociocultural en la investigación cualitativa. La pregunta
que guió esta investigación fue: ¿Qué es la imagen etnográfica y cuáles son sus características?”. La
metodología de este trabajo es la metaetnografía, que considera los conceptos elaborados e
n los
estudios primarios como metáforas y, al ser estudiados o traducidos, se transforman en analogías
que comparan los significados en otra mirada, creando así una nueva interpretación. Este artículo
fica. Bueno, yo entiendo la imagen etnográfica
como una representación cultural del contexto, es decir, tiene una connotación global y no necesita
explicación a la hora de visualizarla. En este artículo entendí que las imágenes analizadas son
porque son imágenes que revelan la realidad del aula de una manera cultural de
comprensión global. Es decir, en cualquier contexto social de culturas aproximadas, la imagen
etnográfica puede ser interpretada, dando a este tipo de imagen una especificidad e
n el proceso
interpretativo y en la producción de conocimiento, especialmente en la educación.
Adriane Matos Araújo. Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
-
mail:
23, disponibilizado online em
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Palabras clave:
imagen etnográfica; metaetnografía; imagen; etnografia; educacióon.
Ethnographic image: concepts, meanings and relevance for qualitative
Abstract:
The objective of this article is to conceptualize and give meaning to the ethnographic image
in the interpretations of the educational and sociocultural reality in qualitative research. The question
that guided this investi
gation was: What is the ethnographic image and what are its characteristics?.
The methodology of this work is metaethnography, which considers the concepts elaborated in
primary studies as metaphors and, when studied or translated, are transformed into a
compare the meanings in another look, thus creating a new interpretation. This article is about the
visual power that the ethnographic image has. Well, I understand the ethnographic image as a cultural
representation of the context, that is,
when viewing it. In this article I understood that the analyzed images are ethnographic because they
are images that reveal the reality of the classroom in a cultural way of global understanding.
any social context of approximated cultures, the ethnographic image can be interpreted, giving this
type of image a specificity in the interpretative process and in the production of knowledge, especially
in education.
Keywords: ethnographic
image; metaethnography; image; ethnography; education.
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
Introdução
Quando penso sobre o conceito
etnográfico, entendo o “o ser e o fazer
etnográfico” como uma ação dialógica,
através da percepção e da interação
com o outro e com a sua
Isto é, interpretar junto com o outro, a
partir dasua realidade dentro de um
universo cultural e suas interações
sociais (MATTOS; CASTRO, 2011;
ERICKSON, 1992, 2004
). Por conta
disso esse artigo nasceu de uma
inquietação minha, enquanto
pesquisa
dora,pois realizei uma
metaetnografia
ao analisar a base de
dados do Núcleo de Etnografia em
Educação (NetEDU) que desenvolveu
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
imagen etnográfica; metaetnografía; imagen; etnografia; educacióon.
Ethnographic image: concepts, meanings and relevance for qualitative
research in education
The objective of this article is to conceptualize and give meaning to the ethnographic image
in the interpretations of the educational and sociocultural reality in qualitative research. The question
gation was: “What is the ethnographic image and what are its characteristics?.
The methodology of this work is metaethnography, which considers the concepts elaborated in
primary studies as metaphors and, when studied or translated, are transformed into a
compare the meanings in another look, thus creating a new interpretation. This article is about the
visual power that the ethnographic image has. Well, I understand the ethnographic image as a cultural
representation of the context, that is,
it has a global connotation and does not need an explanation
when viewing it. In this article I understood that the analyzed images are ethnographic because they
are images that reveal the reality of the classroom in a cultural way of global understanding.
any social context of approximated cultures, the ethnographic image can be interpreted, giving this
type of image a specificity in the interpretative process and in the production of knowledge, especially
image; metaethnography; image; ethnography; education.
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
qualitativas em educação
Quando penso sobre o conceito
etnográfico, entendo o o ser e o fazer
etnográfico como uma ação dialógica,
através da percepção e da interação
com o outro e com a sua
realidade.
Isto é, interpretar junto com o outro, a
partir dasua realidade dentro de um
universo cultural e suas interações
sociais (MATTOS; CASTRO, 2011;
). Por conta
disso esse artigo nasceu de uma
inquietação minha, enquanto
dora,pois realizei uma
ao analisar a base de
dados do Núcleo de Etnografia em
Educação (NetEDU) que desenvolveu
mais de 30 anos de pesquisas
etnográficas com imagens.
Essa inquietação
a questionar: “Toda imagem produzida
na pesqu
isa etnográfica pode ser
considerada uma imagem
etnográfica?”. Nesse sentido, refleti
“Será que toda imagem produzida nas
pesquisas etnográficas dá conta de
revelar o contexto cultural com
entendimento universal? e Será que
imagem etnográfica dent
pesquisa etnográfica ou outro tipo de
pesquisa pode gerar uma imagem
etnográfica?”.Essa problemática surgiu
durante o desenvolvimento da minha
tese de doutorado (A
700
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
imagen etnográfica; metaetnografía; imagen; etnografia; educacióon.
research in education
The objective of this article is to conceptualize and give meaning to the ethnographic image
in the interpretations of the educational and sociocultural reality in qualitative research. The question
gation was: What is the ethnographic image and what are its characteristics?”.
The methodology of this work is metaethnography, which considers the concepts elaborated in
primary studies as metaphors and, when studied or translated, are transformed into a
nalogies that
compare the meanings in another look, thus creating a new interpretation. This article is about the
visual power that the ethnographic image has. Well, I understand the ethnographic image as a cultural
it has a global connotation and does not need an explanation
when viewing it. In this article I understood that the analyzed images are ethnographic because they
are images that reveal the reality of the classroom in a cultural way of global understanding.
That is, in
any social context of approximated cultures, the ethnographic image can be interpreted, giving this
type of image a specificity in the interpretative process and in the production of knowledge, especially
image; metaethnography; image; ethnography; education.
Imagem etnográfica: conceitos, significados e relevância para as pesquisas
mais de 30 anos de pesquisas
etnográficas com imagens.
Essa inquietação
me provocou
a questionar: Toda imagem produzida
isa etnográfica pode ser
considerada uma imagem
etnográfica?. Nesse sentido, refleti
Será que toda imagem produzida nas
pesquisas etnográficas conta de
revelar o contexto cultural com
entendimento universal?” e Será que
há imagem etnográfica dent
ro da
pesquisa etnográfica ou outro tipo de
pesquisa pode gerar uma imagem
etnográfica?.Essa problemática surgiu
durante o desenvolvimento da minha
tese de doutorado (A
RAÚJO, 2020).
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Por esse motivo esse artigo é parte
dos resultados da tese supracitada.
Ao longo da história percebo o
quanto as imagens vê
m influenciando
os nossos processos educacionais e
culturais. Elas fazem parte da vida dos
seres humanos milhares de anos, a
evolução
humana é refletida nelas,
revelando os contextos e os espaços
de sua
s épocas. A percepção e a
subjetividade partem da criação ou da
recordação de imagens externas ou
internas ao indivíduo.
Segundo Nova
(2003) as imagens externas o
percebidas através de uma
interpretação em
termos espaciais e
tridimensionais, as imagen
internas, são produzidas na mente
independentemente, de termos físicos
e químicos e da percepção visual
ótica. Não por acaso,
as primeiras
manifestações de criatividade foram
exteriorizadas em formas imagéticas.
A imagem é polissêmica e em
cada época seu
sentido e seu alcance
vão sendo ampliados
na construção do
conceito de mundo, de cultura, de
sociedade e de religião. Segundo
Oliveira (2008), na concepção do
homem medieval, as imagens
poss
uíam um cunho religioso ligada à
visão de mundo das pessoas da
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Por esse motivo esse artigo é parte
dos resultados da tese supracitada.
Ao longo da história percebo o
m influenciando
os nossos processos educacionais e
culturais. Elas fazem parte da vida dos
seres humanos há milhares de anos, a
humana é refletida nelas,
revelando os contextos e os espaços
s épocas. A percepção e a
subjetividade partem da criação ou da
recordação de imagens externas ou
Segundo Nova
(2003) as imagens externas são
percebidas através de uma
termos espaciais e
tridimensionais, já as imagen
s
internas, o produzidas na mente
independentemente, de termos físicos
e químicos e da percepção visual
as primeiras
manifestações de criatividade foram
exteriorizadas em formas imagéticas.
A imagem é polissêmica e em
sentido e seu alcance
na construção do
conceito de mundo, de cultura, de
sociedade e de religião. Segundo
Oliveira (2008), na concepção do
homem medieval, as imagens
uíam um cunho religioso ligada à
vio de mundo das pessoas da
ép
oca. As imagens ilustravam,
propagavam e ensinavam a
dessas construções históricas e
religiosas. Os artistas medievais
elaboravam suas obras
ampliar a capacidade das pessoas de
vê-las e entendê-
las representando
Deus, as
criaturas e
abstratas da em diversificadas
formas artísticas como vitrais, afrescos
e mosaicos.
A revolução da imagem a partir
da perspectiva da pintura em tela,
mosaico, afresco e
vitral abriu caminho
para os cientistas. As imagens
científicas modern
as admitem a
realidade
dos fenômenos físicos e, no
século XIX, a imagem começa a
invadir os espaços das interações
humanas e adotam inovações
tecnológicas.
Prosseguindo para o
século XX, o paradigma analógico dá
lugar ao universo digital. Surge a
Internet que
rompe como fronteira
espacial, se populariza e pulveriza a
imagem. Uma enxurrada de imagens,
movimentos de imagens e diversas
dimensões da imagem
publicadas, acessadas e
compartilhadas em Rede, de maneira
incontrolável, dão às
701
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
oca. As imagens ilustravam,
propagavam e ensinavam a
respeito
dessas construções históricas e
religiosas. Os artistas medievais
elaboravam suas obras
no intuito de
ampliar a capacidade das pessoas de
las representando
criaturas e
as realidades
abstratas da fé em diversificadas
formas artísticas como vitrais, afrescos
A revolução da imagem a partir
da perspectiva da pintura em tela,
vitral abriu caminho
para os cientistas. As imagens
as admitem a
dos fenômenos físicos e, no
culo XIX, a imagem começa a
invadir os espaços das interações
humanas e adotam inovações
Prosseguindo para o
culo XX, o paradigma analógico
lugar ao universo digital. Surge a
rompe como fronteira
espacial, se populariza e pulveriza a
imagem. Uma enxurrada de imagens,
movimentos de imagens e diversas
dimensões da imagem
divulgadas,
publicadas, acessadas e
compartilhadas em Rede, de maneira
incontrolável, dão às
imagens um
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
destaque na cultura contemporânea
(WERTHEIM, 2001).
No século XXI, o parâmetro
vivido é de uma velocidade e fluidez
nunca experimentada
consequentemente altera a
sensibilidade e a experiência
tecnológica vira parâmetro do
espera da sala de au
la. A relação
física com os dispositivos eletrônicos
altera a forma de
agir entre os mais
novos e os mais velhos, sujeitos em
interação. Daí a importância de se
ampliara consciência de que as
imagens e as tecnologias digitais
fazem parte de um todo.
Diante
desse panorama
entendo que a imagem é uma forte
aliada tanto para as práticas
educacionais e pedagógicas, quanto
para as práticas de pesquisa,
especialmente, a pesquisa etnográfica
e a pesquisa qualitativa. Pois a
imagem potencializa as análises
científic
as ao descrever e discutir
contextos, pois expressa o que as
pessoas na sociedade, de uma forma
geral, vivenciam e como
elas refletem
suas subjetividades e representações
(ARAUJO, 2019).
Na primeira etapa da tese
(ARAÚJO, 2020) realizei
uma revio
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
destaque na cultura contemporânea
No culo XXI, o parâmetro
vivido é de uma velocidade e fluidez
nunca experimentada
antes,
consequentemente altera a
sensibilidade e a experiência
tecnológica vira parâmetro do
que se
la. A relação
física com os dispositivos eletrônicos
agir entre os mais
novos e os mais velhos, sujeitos em
interação. Daí a importância de se
ampliara consciência de que as
imagens e as tecnologias digitais
desse panorama
entendo que a imagem é uma forte
aliada tanto para as práticas
educacionais e pedagógicas, quanto
para as práticas de pesquisa,
especialmente, a pesquisa etnográfica
e a pesquisa qualitativa. Pois a
imagem potencializa as análises
as ao descrever e discutir
contextos, pois expressa o que as
pessoas na sociedade, de uma forma
elas refletem
suas subjetividades e representações
Na primeira etapa da tese
uma revisão
de lit
eratura que informou como as
pesquisas etnográficas entendiam a
imagem etnográfica. Verifiquei que não
havia uma definição precisa, mas uma
interpretação sobre o uso das imagens
em pesquisa etnográfica. Encontrei
três formas desse uso: 1) através da
etnografia visual
(MATTOS
2006; MATTOS, 1992; ERICKSON,
1992);
2) através da microetnografia
(ERICKSON, 2004a; 2004b; MATTOS;
COELHO, 2011; MATTOS; CASTRO,
2011; MATTOS; CASTRO; ARRUDA,
2004; MOURÃO, 2006; ERICKSON;
SHULTZ, 1981); e,
interp
retação das vozes dos sujeitos
pesquisados (SPINDLER; SPINDLER,
2000; MATTOS; CASTRO, 2005;
MOURÃO, 2006; LAGE, 2004; ALVES,
2012). Esses autores e teorias o os
pressupostos teóricos que me ajudam
a refletir e discutir os dados
trabalhados nesse artigo,
com Bourdieu (2015) quando trata
sobre a violência simbólica e as
relações de poder, assim como, com
Alves (2012) quando traz em sua
pesquisa o conceito de reflexividade
do aluno nas pesquisas. Bem como,
Mattos (2022) e Vasconcellos (2016)
quant
o discutem a questão do
702
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
eratura que informou como as
pesquisas etnográficas entendiam a
imagem etnográfica. Verifiquei que não
havia uma definição precisa, mas uma
interpretação sobre o uso das imagens
em pesquisa etnográfica. Encontrei
três formas desse uso: 1) através da
(MATTOS
et al.,
2006; MATTOS, 1992; ERICKSON,
2) através da microetnografia
(ERICKSON, 2004a; 2004b; MATTOS;
COELHO, 2011; MATTOS; CASTRO,
2011; MATTOS; CASTRO; ARRUDA,
2004; MOURÃO, 2006; ERICKSON;
3) através da
retação das vozes dos sujeitos
pesquisados (SPINDLER; SPINDLER,
2000; MATTOS; CASTRO, 2005;
MOURÃO, 2006; LAGE, 2004; ALVES,
2012). Esses autores e teorias são os
pressupostos teóricos que me ajudam
a refletir e discutir os dados
trabalhados nesse artigo,
juntamente
com Bourdieu (2015) quando trata
sobre a violência simbólica e as
relações de poder, assim como, com
Alves (2012) quando traz em sua
pesquisa o conceito de reflexividade
do aluno nas pesquisas. Bem como,
Mattos (2022) e Vasconcellos (2016)
o discutem a questão do
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
fracasso escolar e a multirrepetência
na educação brasileira.
Na etnografia visual, as
imagens etnográficas são entendidas
como um instrumento que possibilita a
interpretação do contexto social
analisado de forma crítica, ampliando
a visão do pesquisador a respeito dos
eventos, ações e interações. Nesse
sentido, a microetnografia
método que explora as imagens
etnográficas -
instiga o olhar atento do
etnógrafo em educação ao centro das
interações em sala de aula: professor
aluno, aluno-aluno, aluno-
professor e,
assim, sucessivamente. Enquanto, o
aspecto que tratou sobre a
interpretação das vozes dos sujeitos
mostra que as imagens nas pesquisas
etnográficas são validadas como
fontes de esclarecimento e
instrumento de transpar
ência. Pois,
possibilitam a compreeno de
sentidos e significados das interações
educacionais, ampliando as lentes da
educação para que tenha foco naquele
que deve ser o centro de todo
processo educativo -
o aluno
incluindo os que fracassam.
A partir
da revisão de literatura
desenvolvida percebia auncia de
uma definição clara ou um conceito
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
fracasso escolar e a multirrepetência
Na etnografia visual, as
imagens etnográficas o entendidas
como um instrumento que possibilita a
interpretação do contexto social
analisado de forma crítica, ampliando
a vio do pesquisador a respeito dos
eventos, ações e interações. Nesse
sentido, a microetnografia
- como um
método que explora as imagens
instiga o olhar atento do
etnógrafo em educação ao centro das
interações em sala de aula: professor
-
professor e,
assim, sucessivamente. Enquanto, o
aspecto que tratou sobre a
interpretação das vozes dos sujeitos
mostra que as imagens nas pesquisas
etnográficas são validadas como
fontes de esclarecimento e
ência. Pois,
possibilitam a compreensão de
sentidos e significados das interações
educacionais, ampliando as lentes da
educação para que tenha foco naquele
que deve ser o centro de todo
o aluno
-,
incluindo os que fracassam.
da revio de literatura
desenvolvida percebia ausência de
uma definição clara ou um conceito
sobre o caráter da imagem
etnográfica. Por esse motivo, me
debrucei a desenvolver um conceito e
perceber as caractesticas que dizem
respeito às
imagens etnográ
principalmente, porque é desejável
que os estudos qualitativos sejam
compreendidos de forma aprofundada.
Pois, as pesquisas qualitativas, em
especial as etnográficas, produzem
subsídios, em uma perspectiva
dialógica, que podem ser aplicados no
delin
eamento de estratégias de
superação das desigualdades
socioeducacionais.
Diante disso, o objetivo desse
artigo é conceituar e significar a
imagem etnográfica nas interpretações
sobre a realidade educacional e
sociocultural na pesquisa qualitativa.
Assim s
endo, a pergunta que norteou
essa investigação foi: O que é a
imagem etnográfica e quais o as
suas características?”.
A metodologia desenvolvida
a metaetnografia de Noblit e Hare
(1988) que é
fundamentada na teoria
de Turner (1980), onde toda
expli
cação é essencialmente
comparativa e toma a forma de
tradução, ou seja, interpretação.
Baseia-
se no legado literário do
703
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
sobre o caráter da imagem
etnográfica. Por esse motivo, me
debrucei a desenvolver um conceito e
perceber as características que dizem
imagens etnográ
ficas,
principalmente, porque é desejável
que os estudos qualitativos sejam
compreendidos de forma aprofundada.
Pois, as pesquisas qualitativas, em
especial as etnográficas, produzem
subsídios, em uma perspectiva
dialógica, que podem ser aplicados no
eamento de estratégias de
superação das desigualdades
Diante disso, o objetivo desse
artigo é conceituar e significar a
imagem etnográfica nas interpretações
sobre a realidade educacional e
sociocultural na pesquisa qualitativa.
endo, a pergunta que norteou
essa investigação foi: “O que é a
imagem etnográfica e quais são as
suas características?”.
A metodologia desenvolvida
foi
a metaetnografia de Noblit e Hare
fundamentada na teoria
de Turner (1980), onde toda
cação é essencialmente
comparativa e toma a forma de
tradução, ou seja, interpretação.
se no legado literário do
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
interpretativismo (TURNER, 1980;
CLIFFORD; MARCUS, 1986;) e
considera os conceitos elaborados nos
estudos primários como metáforas e,
qu
ando estudadas ou traduzidas, o
transformadas em analogias que
comparam os sentidos em um outro
olhar, criando, assim, uma nova
interpretação (NOBLIT; HARE, 1988).
Nesse artigo apresento a
descrição do processo metodológico e
nas seções dos resultados e
discussões revelo
o caráter da imagem
etnográfica, a partir de um quadro de
análise que identifica as peculiaridades
etnográficas de uma imagem e revelo
a análise de quatro imagens
produzidas em pesquisas etnográficas
em sala de aula.
Metodologia
A metodologia aplicada nesse
artigo é a metaetnografia. A
metaetnografia de Noblit e Hare (1988)
envolve sete etapas que devem
resultar na produção de uma nova
interpretação. Nela reúnem
descobertas dos relatos dos
participantes e as interpretações d
pesquisadores relatados nos estudos
originais através de uma variedade de
procedimentos, incluindo a análise de
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
interpretativismo (TURNER, 1980;
CLIFFORD; MARCUS, 1986;) e
considera os conceitos elaborados nos
estudos primários como metáforas e,
ando estudadas ou traduzidas, são
transformadas em analogias que
comparam os sentidos em um outro
olhar, criando, assim, uma nova
interpretação (NOBLIT; HARE, 1988).
Nesse artigo apresento a
descrição do processo metodológico e
nas seções dos resultados e
o caráter da imagem
etnográfica, a partir de um quadro de
análise que identifica as peculiaridades
etnográficas de uma imagem e revelo
a análise de quatro imagens
produzidas em pesquisas etnográficas
A metodologia aplicada nesse
artigo é a metaetnografia. A
metaetnografia de Noblit e Hare (1988)
envolve sete etapas que devem
resultar na produção de uma nova
interpretação. Nela reúnem
-se as
descobertas dos relatos dos
participantes e as interpretações d
os
pesquisadores relatados nos estudos
originais através de uma variedade de
procedimentos, incluindo a análise de
tradução recíproca, tradução refutável
e ntese de linhas de argumento
utilizadas por diferentes participantes
das análises.
Para Noblit e
tradução recíproca busca a analogia e
a compreensão dos significados
encontrados nos estudos. Sendo
assim, entendo que, para Noblit e Hare
(1988), tradução refutável é uma ação
que pode ser contestada, que não é
absoluta, que parte de uma
in
terpretação, de um meio de
comparação e de análise de
significados que podem ser refutadas.
Enquanto, a síntese de linhas de
argumento diz respeito a coerência
dos embasamentos que as pesquisas
estudadas usam para validar seus
argumentos.
Este trabalho fo
baseado
nas 07 (sete)
metodológicas propostas ao processo
metaetnográfico (NOBLIT; HARE,
1988). Dessa forma, o delineamento
metodológico foi o seguinte:
Etapa 1
Escolher a base de dados
da pesquisa:escolhi o banco de dados
de 32 ano
s de pesquisas
desenvolvidas pelo NetEDU (tive
acesso por fazer parte do grupo de
pesquisa na época);
704
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
tradução reproca, tradução refutável
e ntese de linhas de argumento
utilizadas por diferentes participantes
Para Noblit e
Hare (1988) a
tradução reproca busca a analogia e
a compreensão dos significados
encontrados nos estudos. Sendo
assim, entendo que, para Noblit e Hare
(1988), tradução refutável é uma ação
que pode ser contestada, que não é
absoluta, que parte de uma
terpretação, de um meio de
comparação e de análise de
significados que podem ser refutadas.
Enquanto, a ntese de linhas de
argumento diz respeito a coerência
dos embasamentos que as pesquisas
estudadas usam para validar seus
Este trabalho fo
i desenvolvido
nas 07 (sete)
etapas
metodológicas propostas ao processo
metaetnográfico (NOBLIT; HARE,
1988). Dessa forma, o delineamento
metodológico foi o seguinte:
Escolher a base de dados
da pesquisa:escolhi o banco de dados
s de pesquisas
etnográficas
desenvolvidas pelo NetEDU (tive
acesso por fazer parte do grupo de
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Etapa 2
Coletar e selecionar as
pesquisas: criei critérios que
selecionassem pesquisas que usaram
Quadro 1
Base de dados
376 textos sobre
imagem e imagem
etnográfica
-
somente documentos de projetos e
-
somente pesquisas que usaram e
-
somente pesquisas que produziram
09 Pesquisas selecionadas do NetEDU (coordenadas pela Prof.ª Dr.ª Carmen de Mattos):
1)
Mulheres Encarceradas e seus Filhos(as): vulnerabilidades, desigualdades e disparidades
socioeducacionais e suas intersecções de gênero e pobreza
2)
Gênero e Pobreza: a situação educacional dos filhos e filhas de mulheres presas e dos filhos
e filhas de jovens infratoras no estado do Rio de Janeiro (MATTOS; CASTRO; MACIEL,
3)
Gênero e Pobreza: Práticas
4)
Fracasso Escolar no Brasil: Gênero e Pobreza (MATTOS, 2010)
5)
Imagens Etnográficas da Inclusão Escolar: o Fracasso Escolar na Perspectiva do Aluno
6) TEJA / META:
ações socioeducativas usando computadores (MATTOS; PUGGIAN,2002)
7)
Metacognição em sala de aula: um estudo sobre os processos de construção do
conhecimento na perspectiva do jovem infrator no Estado do Rio de Janeiro (MATTOS;
8) TEJA -Tecnologia E
ducacional para Jovens e Adultos: enfrentando o fracasso escolar. UERJ/
9)
Fracasso Escolar: Imagens de Explicações Populares sobre dificuldades educacionais entre
jovens de áreas rural e urbana do Estado do Rio de Janeiro (MATTOS, 199
Etapa 3
Ler e relacionar as
pesquisas: a ferramenta de leitura e
análise foi o mapa conceitual anotado
e as pesquisas foram selecionadas
pelas imagens produzidas em sala de
aula;
Etapa 4
Sintetizar as pesquisas:
analisei e organizei a caracterização
de cada pesquisa;
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Coletar e selecionar as
pesquisas: criei critérios que
selecionassem pesquisas que usaram
imagens em suas interpretações sobre
a sala de aula.
Quadro 1
– Base, coleta e seleção (Etapa 1 e 2)
Critério de seleção
Textos analisados
somente documentos de projetos e
relatórios de pesquisa;
somente pesquisas que usaram e
estudaram as imagens;
somente pesquisas que produziram
imagens.
25 textos acadêmicos, sendo:
11 projetos de pesquisa, 10
relatórios de pesquisa, 03 artigos
e
01 manual de pesquisa.
Totalizando o material de 09
09 Pesquisas selecionadas do NetEDU (coordenadas pela Prof.ª Dr.ª Carmen de Mattos):
Mulheres Encarceradas e seus Filhos(as): vulnerabilidades, desigualdades e disparidades
socioeducacionais e suas intersecções de gênero e pobreza
-
um estudo etnográfico
DF e Rio de Janeiro (MATTOS, 2015)
Gênero e Pobreza: a situação educacional dos filhos e filhas de mulheres presas e dos filhos
e filhas de jovens infratoras no estado do Rio de Janeiro (MATTOS; CASTRO; MACIEL,
Gênero e Pobreza: Práticas
, Políticas, Teorias e Tecnologias Educacionais
Escolas (MATTOS, 2012)
Fracasso Escolar no Brasil: Gênero e Pobreza (MATTOS, 2010)
Imagens Etnográficas da Inclusão Escolar: o Fracasso Escolar na Perspectiva do Aluno
(MATTOS, 2008)
ações socioeducativas usando computadores (MATTOS; PUGGIAN,2002)
Metacognição em sala de aula: um estudo sobre os processos de construção do
conhecimento na perspectiva do jovem infrator no Estado do Rio de Janeiro (MATTOS;
MACIEL,2002)
ducacional para Jovens e Adultos: enfrentando o fracasso escolar. UERJ/
UFF/UENF (MATTOS, 1998)
Fracasso Escolar: Imagens de Explicações Populares sobre dificuldades educacionais entre
jovens de áreas rural e urbana do Estado do Rio de Janeiro (MATTOS, 199
Fonte: Araújo (2020)
Ler e relacionar as
pesquisas: a ferramenta de leitura e
análise foi o mapa conceitual anotado
e as pesquisas foram selecionadas
pelas imagens produzidas em sala de
Sintetizar as pesquisas:
analisei e organizei a caracterização
Etapa 5
Apresentar os resultados
interpretados/traduzidos:
os resultadosencontrados através da
tradução recíproca e da linha de
argumentos;
Etapa 6 Disser
tar sobre o objeto de
estudo: apresentei as análises e as
novas interpretações das pesquisas a
partir dos direcionamentos
metaetnográficos;
705
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
imagens em suas interpretações sobre
Textos analisados
25 textos acadêmicos, sendo:
11 projetos de pesquisa, 10
relatórios de pesquisa, 03 artigos
01 manual de pesquisa.
Totalizando o material de 09
pesquisas
09 Pesquisas selecionadas do NetEDU (coordenadas pela Prof.ª Dr.ª Carmen de Mattos):
Mulheres Encarceradas e seus Filhos(as): vulnerabilidades, desigualdades e disparidades
um estudo etnográfico
em Brasília,
Gênero e Pobreza: a situação educacional dos filhos e filhas de mulheres presas e dos filhos
e filhas de jovens infratoras no estado do Rio de Janeiro (MATTOS; CASTRO; MACIEL,
2012)
, Políticas, Teorias e Tecnologias Educacionais
- Imagens de
Fracasso Escolar no Brasil: Gênero e Pobreza (MATTOS, 2010)
Imagens Etnográficas da Inclusão Escolar: o Fracasso Escolar na Perspectiva do Aluno
ações socioeducativas usando computadores (MATTOS; PUGGIAN,2002)
Metacognição em sala de aula: um estudo sobre os processos de construção do
conhecimento na perspectiva do jovem infrator no Estado do Rio de Janeiro (MATTOS;
ducacional para Jovens e Adultos: enfrentando o fracasso escolar. UERJ/
Fracasso Escolar: Imagens de Explicações Populares sobre dificuldades educacionais entre
jovens de áreas rural e urbana do Estado do Rio de Janeiro (MATTOS, 199
6)
Apresentar os resultados
interpretados/traduzidos:
categorizei
os resultadosencontrados através da
tradução reproca e da linha de
tar sobre o objeto de
estudo: apresentei as análises e as
novas interpretações das pesquisas a
partir dos direcionamentos
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Etapa 7 -
Considerações finais do
estudo.
A partir do desenvolvimento
metodológico que apresentei, esse
artigo tra
z parte dos resultados da tese
(ARAÚJO
, 2020) e revela o resultado
da análise sobre como identificar o
caráter da imagem etnográfica.
Resultados e discussões
Na análise das pesquisas
estudadas percebi que o NetEDU
entende a imagem como uma forma
de inte
rpretação (MATTOS, 2005;
ALVES, 2012; VASCONCELLOS,
2016; BORGES, 2018), porém
acentua-
se que toda interpretação tem
perdas e, por esse motivo, nenhuma
forma de descrição da imagem a
substitui. que se interpreta a partir
do que se tem sobre nossas
repre
sentações, visões de mundo e
conceitos. Em suas discussões o
NetEDU traz
Sicard (1998), que
entende a imagem mais que
aparência, pois, para ele, a imagem
faz parte do objeto da realidade.
Aplicou, também, Goffman (1959) na
questão do self
socialmente const
a partir das interações humanas e
referências culturais, ou seja, a
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Considerações finais do
A partir do desenvolvimento
metodológico que apresentei, esse
z parte dos resultados da tese
, 2020) e revela o resultado
da análise sobre como identificar o
caráter da imagem etnográfica.
Na análise das pesquisas
estudadas percebi que o NetEDU
entende a imagem como uma forma
rpretação (MATTOS, 2005;
ALVES, 2012; VASCONCELLOS,
2016; BORGES, 2018), porém
se que toda interpretação tem
perdas e, por esse motivo, nenhuma
forma de descrição da imagem a
substitui. Já que se interpreta a partir
do que se tem sobre nossas
sentações, vies de mundo e
conceitos. Em suas discussões o
Sicard (1998), que
entende a imagem mais que
aparência, pois, para ele, a imagem
faz parte do objeto da realidade.
Aplicou, também, Goffman (1959) na
socialmente const
ruído
a partir das interações humanas e
referências culturais, ou seja, a
imagem autoprojetada na perspectiva
teatral.
A despeito da realidade como
um conjunto de imagens e memória
como preservação da imagem,
trabalhou com os estudos de Bergson
(1968). En
quanto visitou Santaella
(1983) para estudar a imagem
enquanto signo e portadora de
cognição como semiótica da imagem.
Em Mitchel (1992), estudou sobre as
dimensões da imagem, tais como
gráficas, óticas, perceptivas, mentais e
verbais. Contudo, em Sontag (
estudou que as mudanças sociais o
substituídas por mudança de imagem,
como exemplo minimeras de
vigilância subjetivam a realidade com a
intenção de objetivá
esse pensamento com Noth; Santaella
(1999) com o entendimento da
represe
ntação da imagem como
resultado da mente e imagem da
mente como resultado de objetos
concretos. Por fim, estudou sobre a
etnografia da imagem em Kendon
(1977), Erickson (1986; 1992), Becker
(1985) e Mattos (2004).
Percebi um fator interessante na
pesquisa
de Mattos (2005)
constatou que o uso de imagem não
era bem aceito na educação; muitas
706
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
imagem autoprojetada na perspectiva
A despeito da realidade como
um conjunto de imagens e memória
como preservação da imagem,
trabalhou com os estudos de Bergson
quanto visitou Santaella
(1983) para estudar a imagem
enquanto signo e portadora de
cognição como semiótica da imagem.
Em Mitchel (1992), estudou sobre as
dimensões da imagem, tais como
gráficas, óticas, perceptivas, mentais e
verbais. Contudo, em Sontag (
1977),
estudou que as mudanças sociais são
substituídas por mudança de imagem,
como exemplo minicâmeras de
vigilância subjetivam a realidade com a
intenção de objetivá
-la. Acrescentou
esse pensamento com Noth; Santaella
(1999) com o entendimento da
ntação da imagem como
resultado da mente e imagem da
mente como resultado de objetos
concretos. Por fim, estudou sobre a
etnografia da imagem em Kendon
(1977), Erickson (1986; 1992), Becker
(1985) e Mattos (2004).
Percebi um fator interessante na
de Mattos (2005)
na qual se
constatou que o uso de imagem não
era bem aceito na educação; muitas
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
vezes, ela foi questionada sobre seu
uso nas diferentes formas de análise
do campo educacional. Diante disso,
os(as) pesquisadores(as)
interpretaram de forma
crítica essa
constatação, uma vez que a área da
educação privilegiava letras e
números, desmerecendo o valor da
imagem.
A partir disso, entendi que,
principalmente na época da produção
dessas pesquisas, a imagem ainda
não tinha a grande proporção de
prod
ução como nos dias de hoje, pois
nos anos 90 (noventa), o uso de
imagem exigia câmeras pesadas e
hoje apenas um telefone celular já é o
suficiente. Acredito, também, que a
imagem ainda não era considerada
criticamente como um texto, uma
mensagem ou uma lin
guagem visual.
Porém, mesmo na época, os(as)
pesquisadores(as) do NetEDU já
criticavam essa postura e entendiam,
segundo os relatos das pesquisas, que
a imagem era um instrumento de
esclarecimento da realidade e de
práticas que valiam um debate crítico.
Di
ante dessas constatações
compreendi o quanto
a imagem é
poderosa. Esse poder pode impactar
sociedades e eternizar evidências da
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
vezes, ela foi questionada sobre seu
uso nas diferentes formas de análise
do campo educacional. Diante disso,
os(as) pesquisadores(as)
crítica essa
constatação, uma vez que a área da
educação privilegiava letras e
números, desmerecendo o valor da
A partir disso, entendi que,
principalmente na época da produção
dessas pesquisas, a imagem ainda
não tinha a grande proporção de
ução como nos dias de hoje, pois
nos anos 90 (noventa), o uso de
imagem exigia meras pesadas e
hoje apenas um telefone celular é o
suficiente. Acredito, também, que a
imagem ainda não era considerada
criticamente como um texto, uma
guagem visual.
Porém, mesmo na época, os(as)
pesquisadores(as) do NetEDU
criticavam essa postura e entendiam,
segundo os relatos das pesquisas, que
a imagem era um instrumento de
esclarecimento da realidade e de
práticas que valiam um debate crítico.
ante dessas constatações
a imagem é
poderosa. Esse poder pode impactar
sociedades e eternizar evidências da
realidade que a imagem traz na sua
essência. No contexto da escola,
entendi que a imagem etnográfica
coopera na representação, n
significação e na interpretação dos
aspectos culturais do contexto da sala
de aula, pois, na análise de uma
imagem etnográfica, ela fala por si ,
ela se traduz no mundo, ou seja, tem
uma conotação global.
Para clarificar essa explicação,
escolhi uma i
magem que traduz o que
significa imagem etnográfica a partir
da ideia exposta. Essa imagem não é
do acervo do NetEDU, mas é de uma
sala de aula na Universidade de
Oklahoma, nos Estados Unidos, no
ano de 1948. Ela corrobora no
entendimento do quanto a image
etnográfica possui um significado
universal quando analisada.
Figura 1 –
George W. McLaurin
afro-americano
da Universidade de
Oklahoma
Fonte: Cross (1975)
707
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
realidade que a imagem traz na sua
essência. No contexto da escola,
entendi que a imagem etnográfica
coopera na representação, n
a
significação e na interpretação dos
aspectos culturais do contexto da sala
de aula, pois, na análise de uma
imagem etnográfica, ela fala por si só,
ela se traduz no mundo, ou seja, tem
uma conotação global.
Para clarificar essa explicação,
magem que traduz o que
significa imagem etnográfica a partir
da ideia exposta. Essa imagem não é
do acervo do NetEDU, mas é de uma
sala de aula na Universidade de
Oklahoma, nos Estados Unidos, no
ano de 1948. Ela corrobora no
entendimento do quanto a image
m
etnográfica possui um significado
universal quando analisada.
George W. McLaurin
– primeiro
da Universidade de
Oklahoma
Fonte: Cross (1975)
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
A imagem etnográfica exposta
na “Figura 1” revela o enfrentamento
de McLaurin para estudar em uma sala
de aula na Universidade de Oklahoma
nos Estados Unidos no ano de 1948.
No contexto da época, as pessoas
afro-
americanas sofriam com a
segregação racial,
facilmente notada
ao analisar essa imagem, onde
McLaurin foi excluído geograficamente
dentro da sala de aula. No contexto
dos anos 40 (quarenta), as pessoas
afro-
americanas lutavam pelo seu
acesso e seu direito à educação.
Contudo, a implacável excluo
ed
ucacional e todos os estigmas e
preconceitos que a acompanham
faziam parte do dia a dia dessas
pessoas e, ainda, perseveram nos
espaços escolares atualmente,
conforme revelam as imagens das
pesquisas estudadas na tese de
Araújo (2020).
É sobre essa potênc
que a imagem etnográfica possui que
se constata esse artigo. Pois, entendo
a imagem etnográfica como
representação cultural do contexto, ou
seja, ela tem uma conotação global e
não precisa de uma explicação ao
visualizá-
la dentro de culturas
apro
ximadas. Se levarmos em conta a
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
A imagem etnográfica exposta
na Figura 1 revela o enfrentamento
de McLaurin para estudar em uma sala
de aula na Universidade de Oklahoma
nos Estados Unidos no ano de 1948.
No contexto da época, as pessoas
americanas sofriam com a
facilmente notada
ao analisar essa imagem, onde
McLaurin foi excluído geograficamente
dentro da sala de aula. No contexto
dos anos 40 (quarenta), as pessoas
americanas lutavam pelo seu
acesso e seu direito à educação.
Contudo, a implavel exclusão
ucacional e todos os estigmas e
preconceitos que a acompanham
faziam parte do dia a dia dessas
pessoas e, ainda, perseveram nos
espaços escolares atualmente,
conforme revelam as imagens das
pesquisas estudadas na tese de
É sobre essa potênc
ia visual
que a imagem etnográfica possui que
se constata esse artigo. Pois, entendo
a imagem etnográfica como
representação cultural do contexto, ou
seja, ela tem uma conotação global e
não precisa de uma explicação ao
la dentro de culturas
ximadas. Se levarmos em conta a
etnografia como epistemologia,
facilmente, compreendemos a Figura
1” como uma imagem etnográfica, pelo
fato da imagem por si expressar
valores, comportamentos, cultura, o
núcleo das relações, a ação social e
por identifi
car os atores sociais que se
revelam através do visual refletido na
imagem. Mas, se a etnografia for
considerada somente uma
metodologia, não será possível
compreender essa imagem como
etnográfica, uma vez que não se sabe
se é uma imagem construída em
camp
o de pesquisa etnográfico.
Todavia, trata-
se de uma imagem
criada repleta de sentidos e
representações universais.
Com o avanço da tecnologia
digital na indústria da imagem, o uso
de imagens no campo de pesquisa
vem sendo aprimorado. Hoje, a
imagem está e
m praticamente tudo,
nos meios de comunicação, no
jornalismo, nas atividades domésticas,
individuais e pessoais. A imagem
tornou-
se um lugar das verdades”, ou
seja, se não tem imagem, não tem
verdade.
De certa forma, isso facilita o
trabalho de pesquisad
usar o registro de imagens de
708
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
etnografia como epistemologia,
facilmente, compreendemos a “Figura
1 como uma imagem etnográfica, pelo
fato da imagem por si expressar
valores, comportamentos, cultura, o
núcleo das relações, a ação social e
car os atores sociais que se
revelam através do visual refletido na
imagem. Mas, se a etnografia for
considerada somente uma
metodologia, não será possível
compreender essa imagem como
etnográfica, uma vez que não se sabe
se é uma imagem construída em
o de pesquisa etnográfico.
se de uma imagem
criada repleta de sentidos e
representações universais.
Com o avanço da tecnologia
digital na indústria da imagem, o uso
de imagens no campo de pesquisa
vem sendo aprimorado. Hoje, a
m praticamente tudo,
nos meios de comunicação, no
jornalismo, nas atividades domésticas,
individuais e pessoais. A imagem
se um lugar das “verdades”, ou
seja, se não tem imagem, não tem
De certa forma, isso facilita o
trabalho de pesquisad
ores que podem
usar o registro de imagens de
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
diferentes formas e perspectivas e
podem, ainda, armazená
maneira segura. As imagens podem
ser revisitadas, reestudadas,
reinterpretadas, reanalisadas
considerando o contexto e
comparadas com novas descob
em novas pesquisas; cooperando,
substancialmente, com novos estudos,
uma vez que o processo educacional é
dinâmico e transitório.
Todavia, a imagem etnográfica
é diferenciada da imagem do senso
comum, como se
pôde notar na
imagem da “Figura 1”, pois
além de uma imagem produzida em
campo de pesquisa. Ela surge a partir
da análise e da interpretação de novos
conhecimentos e saberes através de
uma linguagem visual que desvela
contextos sociais. Isto é, a imagem
etnográfica aplicada no campo
educa
cional reflete muito mais do que
uma imagem, mas, sim, uma
expressão da realidade de forma
visual, pois explora a concepção de
que a imagem é a representação, a
percepção e a expressão da realidade.
Para o NetEDU (base de dados
desse artigo) a imagem reve
sentido dos textos e dos contextos, ou
seja, através das imagens, busca
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
diferentes formas e perspectivas e
podem, ainda, armazená
-las de
maneira segura. As imagens podem
ser revisitadas, reestudadas,
reinterpretadas, reanalisadas
considerando o contexto e
comparadas com novas descob
ertas
em novas pesquisas; cooperando,
substancialmente, com novos estudos,
uma vez que o processo educacional é
Todavia, a imagem etnográfica
é diferenciada da imagem do senso
pôde notar na
imagem da Figura 1, pois
ela vai
além de uma imagem produzida em
campo de pesquisa. Ela surge a partir
da análise e da interpretação de novos
conhecimentos e saberes através de
uma linguagem visual que desvela
contextos sociais. Isto é, a imagem
etnográfica aplicada no campo
cional reflete muito mais do que
uma imagem, mas, sim, uma
expressão da realidade de forma
visual, pois explora a concepção de
que a imagem é a representação, a
percepção e a expressão da realidade.
Para o NetEDU (base de dados
desse artigo) a imagem reve
la o
sentido dos textos e dos contextos, ou
seja, através das imagens, busca
-se
entender a hermenêutica da cultura
visual identificada. Isto é, o NetEDU
parte da abordagem semiótica, onde
as relações tanto com o objeto quanto
com os outros signos eram a ba
análise por considerar a imagem
enquanto signo. Dessa forma,
comparavam a imagem física e seu
significado a partir de três planos da
expressão: 1) sobre o que a imagem
mostra; 2) sobre a realidade do
significante,
que a imagem se refere;
e, 3) sobre
o conteúdo material, ou
seja, significado dele. Afinal, o NetEDU
interpretava as imagens questionando
as percepções, tais como: situações
sociais, econômicas e culturais do
contexto estudado e dos seus sujeitos.
O cleo se baseou nos estudos de
Rogoff (19
98), que entende que as
imagens têm uma relação não com
o que se vê, mas com o que se ouve,
com o que se fala, sobre o espaço e
sobre a história da conjuntura.
Para o processo de seleção das
imagens etnográficas da sala de aula,
geradas nas pesquisas do
elaborei, na minha tese,um quadro de
análise para avaliar se a imagem
produzida tinha o caráter etnográfico
ou não. Como entendo a etnografia
como interpretação de contexto e
709
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
entender a hermenêutica da cultura
visual identificada. Isto é, o NetEDU
parte da abordagem semiótica, onde
as relações tanto com o objeto quanto
com os outros signos eram a ba
se da
análise por considerar a imagem
enquanto signo. Dessa forma,
comparavam a imagem física e seu
significado a partir de três planos da
expressão: 1) sobre o que a imagem
mostra; 2) sobre a realidade do
que a imagem se refere;
o conteúdo material, ou
seja, significado dele. Afinal, o NetEDU
interpretava as imagens questionando
as percepções, tais como: situações
sociais, econômicas e culturais do
contexto estudado e dos seus sujeitos.
O núcleo se baseou nos estudos de
98), que entende que as
imagens têm uma relação não com
o que se vê, mas com o que se ouve,
com o que se fala, sobre o espaço e
sobre a história da conjuntura.
Para o processo de seleção das
imagens etnográficas da sala de aula,
geradas nas pesquisas do
NetEDU,
elaborei, na minha tese,um quadro de
análise para avaliar se a imagem
produzida tinha o caráter etnográfico
ou não. Como entendo a etnografia
como interpretação de contexto e
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
assumo que a imagem é
representação, cultura e linguagem
visual e signif
icado da realidade, elegi
quatro conceitos: 1) representação
(GOFFMAN, 2009); 2) cultura
(GEERTZ,
1989); 3) linguagem visual
(MATOS, 2005); e,4) significado
(SANTAELLA, 1983)”. Gerei, a partir
desses conceitos, quatro perguntas de
análise imagética:
1) “O
que está acontecendo nessa
imagem?”(representação);
2) “Qual é o núcleo das relações?
(cultura);
3) “Que lugar é esse?(linguagem
visual);
4) “O que significa esse
espaço?”(significado).
Defini que, ao se deparar com
uma imagem, era preciso que essas
Quadro 2: Quadro Analítico da Imagem Etnográfica
Quadro Analítico da Imagem Etnográfica
Conceito
Representação
Cultura
Linguagem Visual
Significado
Pergunta final que transpassa todas elas:
5)
Tem caráter universal, se reconhece em qualquer contexto?
Cada
imagem encontrada nas
pesquisas do NetEDU passou pelo
processo analítico exposto no Quadro
2”. Na tese de Araújo
(2020)
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
assumo que a imagem é
representação, cultura e linguagem
icado da realidade, elegi
quatro conceitos: 1) representação
(GOFFMAN, 2009); 2) cultura
1989); 3) linguagem visual
(MATOS, 2005); e,4) significado
(SANTAELLA, 1983). Gerei, a partir
desses conceitos, quatro perguntas de
que está acontecendo nessa
imagem?(representação);
2) Qual é o núcleo das relações?”
3) Que lugar é esse?”(linguagem
4) O que significa esse
Defini que, ao se deparar com
uma imagem, era preciso que essas
perguntas fossem feitas e respondidas
individualmente a cada imagem. Mas,
ao final das quatro primeiras
perguntas, eu precisava saber se as
respostas possuíam um
reconhecimento de caráter universal,
gerando assim, a quinta pergunta do
quadro analítico:
5)
“Tem caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?.
Essa resposta precisava ser positiva
para que uma imagem fosse
considerada etnográfica, pois a
interpretação da imagem tem que
impactar o particular e o geral. Os
detalhes podem ser vistos no Qu
2” a seguir:
Quadro 2: Quadro Analítico da Imagem Etnográfica
Quadro Analítico da Imagem Etnográfica
Pergunta
1)
O que está acontecendo nessa imagem?
2) Qual é o núcleo das
relações?
Linguagem Visual
3) Que lugar é esse?
4)
O que significa esse espaço?
Pergunta final que transpassa todas elas:
Tem caráter universal, se reconhece em qualquer contexto?
Fonte: Araújo (2020)
imagem encontrada nas
pesquisas do NetEDU passou pelo
processo analítico exposto no “Quadro
(2020)
foram
eleitas 10 (dez) imagens que foram
consideradas etnográficas e o fruto
das pesquisas do NetEDU. Essas
imagens foram categorizad
710
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
perguntas fossem feitas e respondidas
individualmente a cada imagem. Mas,
ao final das quatro primeiras
perguntas, eu precisava saber se as
respostas possuíam um
reconhecimento de caráter universal,
gerando assim, a quinta pergunta do
Tem caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?”.
Essa resposta precisava ser positiva
para que uma imagem fosse
considerada etnográfica, pois a
interpretação da imagem tem que
impactar o particular e o geral. Os
detalhes podem ser vistos no “Qu
adro
Quadro 2: Quadro Analítico da Imagem Etnográfica
O que está acontecendo nessa imagem?
relações?
O que significa esse espaço?
Tem caráter universal, se reconhece em qualquer contexto?
eleitas 10 (dez) imagens que foram
consideradas etnográficas e são fruto
das pesquisas do NetEDU. Essas
imagens foram categorizad
as em 03
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
(três) temáticas que eram comuns
entre elas: briga, crime e sala de aula.
Na categoria “briga”, encontrei
imagens de brigas dentro da sala de
aula; na categoria “crime, encontrei
imagens que remetiam ao crime
organizado (tráfico de drogas); e, na
categoria “sala de aula e a relação
professor-
aluno”, encontrei as imagens
que revelavam a imagem da sala de
aula e as relações professor
Para o recorte de análise
artigo
elenquei a categoria sala de
aula e a relação professor
t
rês categorias desenvolvidas na tese
trazem relevantes contribuições, mas o
recorte de um artigo possui limitações
em suas dimensões. Diante disso,
escolhi apenas uma das categorias de
forma aleatória como caráter de
amostragem/recorte dos resultados
encon
trados. Essa categoria escolhida
possui 04 imagens que serão
analisadas uma a uma.
1-
Análise das Imagens
etnográficas
categoria “sala de
aula e relação professor-
aluno
As imagens expostas a seguir
nas “Figuras 2, 3 e 4 e 5 revelam a
representação da sal
a de aula e a
relação professor-
aluno. As três
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
(três) temáticas que eram comuns
entre elas: briga, crime e sala de aula.
Na categoria briga, encontrei
imagens de brigas dentro da sala de
aula; na categoria crime”, encontrei
imagens que remetiam ao crime
organizado (tráfico de drogas); e, na
categoria sala de aula e a relação
aluno, encontrei as imagens
que revelavam a imagem da sala de
aula e as relações professor
-aluno.
Para o recorte de análise
desse
elenquei a categoria “sala de
aula e a relação professor
-aluno”. As
rês categorias desenvolvidas na tese
trazem relevantes contribuições, mas o
recorte de um artigo possui limitações
em suas dimensões. Diante disso,
escolhi apenas uma das categorias de
forma aleatória como caráter de
amostragem/recorte dos resultados
trados. Essa categoria escolhida
possui 04 imagens que serão
Análise das Imagens
categoria “sala de
aluno”
As imagens expostas a seguir
nas Figuras 2, 3 e 4 e 5 revelam a
a de aula e a
aluno. As três
primeiras imagens “Figuras 2, 3 e 4
são desenhos feitos pelos alunos nas
pesquisas etnográficas de Mattos
(2010) quando foram solicitados que
escrevessem uma redação e
desenhassem a sua própria realidade.
Enq
uanto a “Figura 5 é a imagem de
uma das cenas de deo da pesquisa
etnográfica de Mattos (2008).A partir
da análise feita com a aplicação do
quadro exposto anteriormente (
2: Quadro Analítico da Imagem
Etnográfica)
, constatei que essas
imagens são c
aracterizadas como
imagens etnográficas. Cada imagem
selecionada para esse artigo e seus
processos analíticos estão expostos
nas subseções a seguir.
1.1 Imagem etnográfica: Sala de
aula -
avaliação da professora
Figura 2–
Imagem etnográfica: avaliação
professora
Fonte: Mattos (2010)
711
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
primeiras imagens Figuras 2, 3 e 4”
o desenhos feitos pelos alunos nas
pesquisas etnográficas de Mattos
(2010) quando foram solicitados que
escrevessem uma redação e
desenhassem a sua própria realidade.
uanto a Figura 5” é a imagem de
uma das cenas de vídeo da pesquisa
etnográfica de Mattos (2008).A partir
da análise feita com a aplicação do
quadro exposto anteriormente (
Quadro
2: Quadro Analítico da Imagem
, constatei que essas
aracterizadas como
imagens etnográficas. Cada imagem
selecionada para esse artigo e seus
processos analíticos estão expostos
nas subseções a seguir.
1.1 Imagem etnográfica: Sala de
avaliação da professora
Imagem etnográfica: avaliação
da
professora
Fonte: Mattos (2010)
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
a)
As cinco perguntas do
Quadro Analítico da Imagem
Etnográfica:
I)
Pergunta sobre a
representação:
O que está
acontecendo nessa imagem?
No lado esquerdo da imagem, aparece
uma professora grande apontando
para um quadro com expressões
numéricas variadas e os alunos
pequenos sentados em cadeiras. Do
lado direito da imagem, aparece a
mesma professora entregando algo a
um aluno, o que parece s
er um boletim
de notas, e dizendo a ele que sua nota
foi “0” porque não prestou atenção.
II)
Pergunta sobre a cultura:
é o núcleo das relações?
Revela uma cultura escolar
aplica de conteúdo e avalia
comportamento, uma vez que a nota
foi
avaliada pelo comportamento do
aluno quando se percebe que está
descrito: “porque o prestou
atenção”. E a marca da hierarquização
da sala de aula por conta do tamanho
da professora ser bem maior do que
do aluno.
III)
Pergunta sobre a linguagem
visual: Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
As cinco perguntas do
Quadro Analítico da Imagem
Pergunta sobre a
O que está
acontecendo nessa imagem?
No lado esquerdo da imagem, aparece
uma professora grande apontando
para um quadro com expressões
numéricas variadas e os alunos
pequenos sentados em cadeiras. Do
lado direito da imagem, aparece a
mesma professora entregando algo a
er um boletim
de notas, e dizendo a ele que sua nota
foi 0 porque não prestou atenção.
Pergunta sobre a cultura:
Qual
Revela uma cultura escolar
na qual se
aplica de conteúdo e avalia
-se por
comportamento, uma vez que a nota
avaliada pelo comportamento do
aluno quando se percebe que está
descrito: porque não prestou
atenção. E a marca da hierarquização
da sala de aula por conta do tamanho
da professora ser bem maior do que
Pergunta sobre a linguagem
Aparenta ser uma sala de aula.
IV)
Pergunta sobre o significado
da imagem:
O que significa esse
espaço?
Significa uma sala de aula pela
estrutura que se vê de mesas,
cadeiras, crianças enfileiradas,
escrito com conteúdo numérico, a
posição
geográfica e hierárquica dos
personagens.
V)
Pergunta final que transpassa
todas as anteriores :
respostas têm caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?
b)
A análise da imagem
etnográfica na “Figura 2:
Eu considero a imagem na Figura
como uma imagem etnográfica, uma
vez que, responde satisfatoriamente
as 05 perguntas do quadro analítico.
Pois ela revela o caráter
representativo, o aspecto cultural, a
linguagem visual e o significado do
contexto apresentado na imagem.
Essa imagem etn
duas cenas em uma sala de aula. Na
primeira cena, o aluno representa a si
mesmo e a sua turma (GOFFMAN,
2009) como
bem pequenos diante de
uma professora bem grande
ensinando multiplicação, divio e
soma, tudo na mesma expressão
712
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Pergunta sobre o significado
O que significa esse
Significa uma sala de aula pela
estrutura que se de mesas,
cadeiras, crianças enfileiradas,
quadro
escrito com conteúdo numérico, a
geográfica e hierárquica dos
Pergunta final que transpassa
todas as anteriores :
Todas as
respostas têm caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?
Sim
A análise da imagem
etnográfica na “Figura 2”:
Eu considero a imagem na “Figura
2”
como uma imagem etnográfica, uma
vez que, responde satisfatoriamente
as 05 perguntas do quadro analítico.
Pois ela revela o caráter
representativo, o aspecto cultural, a
linguagem visual e o significado do
contexto apresentado na imagem.
Essa imagem etn
ográfica reflete
duas cenas em uma sala de aula. Na
primeira cena, o aluno representa a si
mesmo e a sua turma (GOFFMAN,
bem pequenos diante de
uma professora bem grande
ensinando multiplicação, divisão e
soma, tudo na mesma expressão
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
matemática
. Na segunda cena, há um
dos alunos, acredito que seja o próprio
aluno que fez o seu desenho
autorreflexivo (ALVES, 2012),
recebendo um boletim de avaliação da
professora -
ele pressupõe ter
recebido nota zero, porque ele não
prestou atenção durante as
seja, ele se vê avaliado pelo seu
comportamento e não pelo resultado
do seu trabalho, revelando um tipo de
violência simbólica caracterizada pelas
relações de poder impostas na sala de
aula (BOURDIEU, 2015).
Além disso, a imagem
etnográfica
reflete como o aluno se vê
em sua realidade em sala de aula,
como ele a professora e o que ele
espera dela. A percepção do aluno é
que ela é maior do que ele, ou seja,
ela detém o poder e conhece o
resultado das suas atividades em sala,
pois ele expr
essa que não aprende
nada, por isso tira zero. Conflito e
fracasso escolar (MATTOS, 2022)
estão expostos nesse texto em
formato de desenho produzido por um
aluno -
sujeito da pesquisa.
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
. Na segunda cena, um
dos alunos, acredito que seja o próprio
aluno que fez o seu desenho
autorreflexivo (ALVES, 2012),
recebendo um boletim de avaliação da
ele já pressupõe ter
recebido nota zero, porque ele não
prestou atenção durante as
aulas. Ou
seja, ele se vê avaliado pelo seu
comportamento e não pelo resultado
do seu trabalho, revelando um tipo de
violência simbólica caracterizada pelas
relações de poder impostas na sala de
Além disso, a imagem
reflete como o aluno se
em sua realidade em sala de aula,
como ele vê a professora e o que ele
espera dela. A percepção do aluno é
que ela é maior do que ele, ou seja,
ela detém o poder e já conhece o
resultado das suas atividades em sala,
essa que não aprende
nada, por isso tira zero. Conflito e
fracasso escolar (MATTOS, 2022)
estão expostos nesse texto em
formato de desenho produzido por um
sujeito da pesquisa.
1.2 Imagem etnográfica: Sala de
aula -
comportamento
Figura 3– Ima
gem etnográfica: Sala de aula
comportamento
Fonte: Mattos (2010)
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
I)
Pergunta sobre a
representação:
O que está
acontecendo nessa imagem?
Uma sala com duas pessoas
posicionadas atrás,com pe
mesas mais ao centro
distantes de uma pessoa maior que
elas atrás de uma mesa. Com duas
legendas: na pessoa maior, Quietos”
e, nas pessoas menores, Ela dano
esporo”.
II)
Pergunta sobre a cultura:
é o núcleo das relações?
Revela uma
cultura escolar por conta
da posição geográfica das duas
pessoas menores que parecem ser
alunos e da pessoa maior em uma
mesa maior que se assemelha à
713
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
1.2 Imagem etnográfica: Sala de
comportamento
gem etnográfica: Sala de aula
comportamento
Fonte: Mattos (2010)
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
Pergunta sobre a
O que está
acontecendo nessa imagem?
Uma sala com duas pessoas
posicionadas atrás,com pe
quenas
mesas mais ao centro
do espaço e
distantes de uma pessoa maior que
elas atrás de uma mesa. Com duas
legendas: na pessoa maior, “Quietos”
e, nas pessoas menores, “Ela dano
Pergunta sobre a cultura:
Qual
é o núcleo das relações?
cultura escolar por conta
da posição geográfica das duas
pessoas menores que parecem ser
alunos e da pessoa maior em uma
mesa maior que se assemelha à
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
professora. Mostra, também, que os
alunos expressam que o professor
chama mais atenção dos seus
comportam
entos do que se empenha
em aplicar os conteúdos escolares.
III)
Pergunta sobre a linguagem
visual: Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
IV)
Pergunta sobre o significado
da imagem:
O que significa esse
espaço?
Significa uma sala de aula pela
estrutura
que se de mesas
pequenas e grandes, crianças
enfileiradas e pelo conteúdo das
legendas.
V)
Pergunta final que transpassa
todas as anteriores :
respostas têm caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?
b) A análise da imagem etnográf
na “Figura 3”:
Eu considero a imagem na
“Figura 3” como uma imagem
etnográfica, uma vez que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
quadro analítico. Pois
espaço da sala de aula e como o aluno
demonstra a professora e sua atuação.
Percebe-
se que o aluno que produziu
esse desenho se (ALVES, 2012)
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
professora. Mostra, também, que os
alunos expressam que o professor
chama mais atenção dos seus
entos do que se empenha
em aplicar os conteúdos escolares.
Pergunta sobre a linguagem
Aparenta ser uma sala de aula.
Pergunta sobre o significado
O que significa esse
Significa uma sala de aula pela
que se vê de mesas
pequenas e grandes, crianças
enfileiradas e pelo conteúdo das
Pergunta final que transpassa
todas as anteriores :
Todas as
respostas têm caráter universal, se
reconhece em qualquer contexto?
Sim
b) A análise da imagem etnográf
ica
Eu considero a imagem na
Figura 3 como uma imagem
etnográfica, uma vez que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
nota-se o
espaço da sala de aula e como o aluno
demonstra a professora e sua atuação.
se que o aluno que produziu
esse desenho se vê (ALVES, 2012)
praticamente sozinho na sala de aula e
que a professora está diante dele
tratando o seu comportamento e não
ministrando conteúdos escolares.
Nota-
se que o documento nas mãos
da professora esc
rito quietos não é
sobre conteúdos escolares, mas sim,
uma advertência sobre o
comportamento. Ratificando, dessa
forma, Mattos (2008; 2012) quando
conclui que os professores analisados
nas pesquisas avaliam mais seus
alunos pelo caráter disciplinar e
com
portamental do que por conta da
interação pedagógica, como trecho da
pesquisa a seguir:
O que essas falas têm em
comum é que as
características de
transgressão às normas de
sala de aula, de não aceitação
da rotina escolar foram
marcantes para as professora
que mencionaram o fato no
conselho de classe antes da
avaliação da aprendizagem
desses alunos. As falas
dessas professoras
demonstram que outras
características se sobrepõem
a aprendizagem dos alunos no
momento da avaliação nos
Conselhos de Classe como f
mencionado no caso acima de
comer na sala de aula, chegar
atrasado, misturar calçado
com alimentos, ou seja, toda
uma série de questionamentos
são feitos antes de chegar à
produção escolar do aluno.
Por sua vez, as meninas, por
714
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
praticamente sozinho na sala de aula e
que a professora está diante dele
tratando o seu comportamento e não
ministrando conteúdos escolares.
se que o documento nas mãos
rito “quietos” não é
sobre conteúdos escolares, mas sim,
uma advertência sobre o
comportamento. Ratificando, dessa
forma, Mattos (2008; 2012) quando
conclui que os professores analisados
nas pesquisas avaliam mais seus
alunos pelo caráter disciplinar e
portamental do que por conta da
interação pedagógica, como trecho da
O que essas falas têm em
comum é que as
características de
transgressão às normas de
sala de aula, de não aceitação
da rotina escolar foram
marcantes para as professora
s
que mencionaram o fato no
conselho de classe antes da
avaliação da aprendizagem
desses alunos. As falas
dessas professoras
demonstram que outras
características se sobrepõem
a aprendizagem dos alunos no
momento da avaliação nos
Conselhos de Classe como f
oi
mencionado no caso acima de
comer na sala de aula, chegar
atrasado, misturar calçado
com alimentos, ou seja, toda
uma rie de questionamentos
o feitos antes de chegar à
produção escolar do aluno.
Por sua vez, as meninas, por
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
apresentarem um
comportam
ento mais próximo
do “modelo de aluno
esperado pela escola
mesmo que apresentem
passividade diante das tarefas
propostas, elas transgridem
menos as normas da escola,
recebem avaliações centradas
no conceito, na aprendizagem,
no comportamento e nas falta
pela ordem de menções pelas
professoras. Elas o menos
consideradas nas apreciações
do que dos meninos
(MATTOS, 2012, p. 11).
Percebe-
se, nessa imagem
etnográfica, que o aluno entende que o
foco na sala de aula seria disciplinar o
comportamento dele. E
la expressa o
quanto o aluno se sente distante,
isolado e intimidado diante da
interação entre ele e a professora em
sala de aula.
1.3 Imagem etnográfica: Sala de
aula –
excesso de tarefas
Figura 4–
Imagem etnográfica: Sala de aula
excesso de tarefas
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
apresentarem um
ento mais próximo
do modelo de aluno”
esperado pela escola
mesmo que apresentem
passividade diante das tarefas
propostas, elas transgridem
menos as normas da escola,
recebem avaliações centradas
no conceito, na aprendizagem,
no comportamento e nas falta
s
pela ordem de menções pelas
professoras. Elas são menos
consideradas nas apreciações
do que dos meninos
(MATTOS, 2012, p. 11).
se, nessa imagem
etnográfica, que o aluno entende que o
foco na sala de aula seria disciplinar o
la expressa o
quanto o aluno se sente distante,
isolado e intimidado diante da
interação entre ele e a professora em
1.3 Imagem etnográfica: Sala de
excesso de tarefas
Imagem etnográfica: Sala de aula
excesso de tarefas
Fonte: Mattos (2010)
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
VI)
Pergunta sobre a
representação:
O que está
acontecendo nessa imagem?
Uma professora bem grande
apontando para um quadro cheio de
informações com uma legenda
dizendo que
os alunos têm que fazer
tudo. Aparecem pequenos quadrados
que aparentam ser os alunos em suas
carteiras com uma legenda nós não
aguentamos mais”. Acima, está escrito
algo difícil de ler, mas que parece se
referir à solicitação acima que é Faça
uma redaçã
o sobre o que é realidade
para você”.
VII)
Pergunta sobre a
cultura:
Qual é o núcleo das relações?
Revela a cultura escolar de
hierarquização de poder por conta da
forma que a professora está
representada e como os alunos
reagem expressando o esgotamento
dessa relação.
VIII)
Pergunta sobre a linguagem
visual:
Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
715
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Fonte: Mattos (2010)
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
Pergunta sobre a
O que está
acontecendo nessa imagem?
Uma professora bem grande
apontando para um quadro cheio de
informações com uma legenda
os alunos têm que fazer
tudo. Aparecem pequenos quadrados
que aparentam ser os alunos em suas
carteiras com uma legenda “nós não
aguentamos mais”. Acima, está escrito
algo difícil de ler, mas que parece se
referir à solicitação acima que é “Faça
o sobre o que é realidade
Pergunta sobre a
Qual é o núcleo das relações?
Revela a cultura escolar de
hierarquização de poder por conta da
forma que a professora está
representada e como os alunos
reagem expressando o esgotamento
Pergunta sobre a linguagem
Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
IX)
Pergunta sobre o significado
da imagem:
O que significa esse
espaço?
Significa uma sala de aula pela
estrutura que se de mesas
pequenas enfileiradas, quadro c
tarefas, professora grande e pelo
conteúdo das legendas.
X)
Pergunta final que
transpassa todas as anteriores :
Todas as respostas m caráter
universal, se reconhece em qualquer
contexto? Sim.
b) A análise da imagem etnográfica
na “Figura 4”:
Eu considero a imagem na
“Figura 4” como uma imagem
etnográfica, uma vez que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
quadro analítico. Pois
nela percebo
que a aluna produziu uma imagem de
um professor superior (BO
2015), bem maior que os alunos, tanto
que os(as) alunos(as) aparecem nas
suas mesas bem pequenos. Além
disso, eles estão enfileirados
clamando “nós não aguentamos mais”,
enquanto a professora diz vai ter que
fazer tudo” e mostra o quadro todo
escri
to com conteúdo ou tarefas.
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Pergunta sobre o significado
O que significa esse
Significa uma sala de aula pela
estrutura que se vê de mesas
pequenas enfileiradas, quadro c
om
tarefas, professora grande e pelo
Pergunta final que
transpassa todas as anteriores :
Todas as respostas têm caráter
universal, se reconhece em qualquer
b) A análise da imagem etnográfica
Eu considero a imagem na
Figura 4 como uma imagem
etnográfica, uma vez que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
nela percebo
que a aluna produziu uma imagem de
um professor superior (BO
URDIEU,
2015), bem maior que os alunos, tanto
que os(as) alunos(as) aparecem nas
suas mesas bem pequenos. Além
disso, eles estão enfileirados
clamando nós não aguentamos mais”,
enquanto a professora diz “vai ter que
fazer tudo e mostra o quadro todo
to com conteúdo ou tarefas.
Logo acima, há um texto que
está ilegível, mas consigo perceber
que a aluna está falando algo como:
“ainda bem que está acabando o
ano e todos vão se livrar da
professora, [trecho ilegível...] que
alguém repita de ano. Esse
caracteriza a expressão da aluna que
se sente fadada ao fracasso escolar
(MATTOS, 2022), pois expressa uma
relação de poder e de excluo
educacional que inviabiliza o diálogo,
ondese espera como primeira opção
dessa relação de ensino e
aprendiz
agem, a reprovação. Revela,
ainda, por meio da reflexividade
(ALVES, 2012), que a aluna não
compreende a importância e a clareza
das atividades e que se sente
pressionada por alguém superior que
exige dela algo maior que suas forças
e possibilidades. Essa
demonstra para mim que não há na
percepção dessa aluna um processo
pedagógico dialógico que faça o
professor e ela experimentarem da
descoberta de novos conhecimentos
de forma consciente e didática.
Isso me faz lembrar o conceito
de fracasso escola
estudos de Mattos (2022), onde a
autora expõe que os estudantes que
716
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Logo acima, um texto que
está ilegível, mas consigo perceber
que a aluna está falando algo como:
ainda bem que já está acabando o
ano e todos vão se livrar da
professora, [trecho ilegível...] que
alguém repita de ano”. Esse
trecho
caracteriza a expressão da aluna que
já se sente fadada ao fracasso escolar
(MATTOS, 2022), pois expressa uma
relação de poder e de exclusão
educacional que inviabiliza o diálogo,
ondese espera como primeira opção
dessa relação de ensino e
agem, a reprovação. Revela,
ainda, por meio da reflexividade
(ALVES, 2012), que a aluna não
compreende a imporncia e a clareza
das atividades e que se sente
pressionada por alguém superior que
exige dela algo maior que suas forças
e possibilidades. Essa
imagem
demonstra para mim que o na
percepção dessa aluna um processo
pedagógico dialógico que faça o
professor e ela experimentarem da
descoberta de novos conhecimentos
de forma consciente e didática.
Isso me faz lembrar o conceito
de fracasso escola
r discutido nos
estudos de Mattos (2022), onde a
autora expõe que os estudantes que
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
superam esse tipo de
pedagógico, conseguem se livrar do
peso, mas os que não conseguem
por qualquer motivo que seja e por
conta das diferenças que há dentro de
uma sala de aula -
são empurrados
para a repetência e,
Figura 5 –
Imagem etnográfica: Sala de aula
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
I)
Pergunta sobre a
representação:
O que está
acontecendo nessa imagem?
São duas imagens da mesma sala de
aula. Sendo que a imagem do lado
esquerdo possui uma sala com várias
crianças em mesas ou em pé, uma
professora sentada à mesa dando
atenção a dois alunos, enquanto os
outros estão escrevendo, conversando
ou observando a c
âmera que captou a
imagem. E a imagem do lado direito
mostra um menino bem grande, se
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
superam esse tipo de
processo
pedagógico, conseguem se livrar do
peso, mas os que não conseguem
-
por qualquer motivo que seja e por
conta das diferenças que dentro de
o empurrados
para a repetência e,
consequentemente, para o fracasso
escolar.
1.4 Imagem etnográfica: Sala de
aula – identidade -
capitão
Imagem etnográfica: Sala de aula
– identidade –
capitão
Fonte: Mattos (2008)
a) As cinco perguntas do Quadro
Analítico da Imagem Etnográfica:
Pergunta sobre a
O que está
acontecendo nessa imagem?
São duas imagens da mesma sala de
aula. Sendo que a imagem do lado
esquerdo possui uma sala com várias
crianças em mesas ou em pé, uma
professora sentada à mesa dando
atenção a dois alunos, enquanto os
outros estão escrevendo, conversando
âmera que captou a
imagem. E a imagem do lado direito
mostra um menino bem grande, se
comparado as demais crianças,
andando ao centro da sala.
II)
Pergunta sobre a cultura:
é o núcleo das relações?
Revela a cultura escolar de realizar
tarefas em conjunto e
informações sobre as tarefas ou sobre
outras coisas com a professora. E a
presença de um menino acima da
média da idade revelando a cultura da
repetência.
III)
Pergunta sobre a linguagem
visual:
Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
IV) Pergunta
sobre o significado
da imagem:
O que significa esse
espaço?
717
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
consequentemente, para o fracasso
1.4 Imagem etnográfica: Sala de
capitão
capitão
comparado as demais crianças,
andando ao centro da sala.
Pergunta sobre a cultura:
Qual
é o núcleo das relações?
Revela a cultura escolar de realizar
tarefas em conjunto e
buscar
informações sobre as tarefas ou sobre
outras coisas com a professora. E a
presença de um menino acima da
média da idade revelando a cultura da
Pergunta sobre a linguagem
Que lugar é esse?
Aparenta ser uma sala de aula.
sobre o significado
O que significa esse
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
Significa uma sala de aula
estrutura que se de quadros verde
e branco, cartazes expostos na
parede, mesas e cadeiras, crianças
uniformizadas e materiais escolares
dispostos nas mesas.
V) P
ergunta final que
transpassa todas as anteriores :
Todas as respostas m caráter
universal, se reconhece em qualquer
contexto? Sim
b) A análise da imagem etnográfica
na “Figura 5”:
Eu considero a imagem na
“Figura 5” como uma imagem
etnográfica, uma vez
que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
quadro analítico. Pois
diferentes posturas dos estudantes
diante de uma mesma tarefa proposta
pedagogicamente. Além do mais,
vislumbrei pequenos espaços de
construção coletiva atuante e alguns
d
e isolamentos. Chama atenção a
imagem de um menino de maior
estatura que os demais alunos, fato
que revela a defasagem de idade
na sala de aula.
Na pesquisa de Mattos (2008)
o relato do caso desse menino da
imagem, pois, em uma entrevista com
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Significa uma sala de aula
pela
estrutura que se vê de quadros verde
e branco, cartazes expostos na
parede, mesas e cadeiras, crianças
uniformizadas e materiais escolares
ergunta final que
transpassa todas as anteriores :
Todas as respostas têm caráter
universal, se reconhece em qualquer
b) A análise da imagem etnográfica
Eu considero a imagem na
Figura 5 como uma imagem
que, responde
satisfatoriamente as 05 perguntas do
quadro analítico. Pois
nela notei
diferentes posturas dos estudantes
diante de uma mesma tarefa proposta
pedagogicamente. Além do mais,
vislumbrei pequenos espaços de
construção coletiva atuante e alguns
e isolamentos. Chama atenção a
imagem de um menino de maior
estatura que os demais alunos, fato
que revela a defasagem de idade
-série
Na pesquisa de Mattos (2008)
há o relato do caso desse menino da
imagem, pois, em uma entrevista com
as
pesquisadoras, ele se denomina o
“Capitão”. O aluno explica para as
pesquisadoras que ele é quem manda
na sala de aula e na escola porque
pertence a uma determinada gangue
da comunidade em que vive e, por
isso, era respeitado (BO
2015). Isso revela
a relação de poder
que ele reproduz do seu entorno social
para dentro da escola, que reproduz
os múltiplos espaços sociais dentro de
um pequeno espaço chamado sala de
aula, onde eles convivem grande parte
dos seus dias.Vale destacar também
que o aluno rela
multirrepetente (VASCONCELLOS,
2016) dessa mesma rie. Diante
disso esse poder que ele assumiu na
sala de aula diz respeito, ainda, a
questão da repetência que é produzida
dentro da escola e tem como fruto
diferentes violências, dentre uma delas
o fracasso escolar desses estudantes
que ficam a margem do processo
educativo.
Ao refletir a escola a partir
dessa imagem etnográfica, entendo a
importância de reconhecer que em
uma mesma sala de aula há
estudantes com perspectivas distintas,
posturas dife
rentes, entornos sociais
diferenciado
se, constantemente,
718
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
pesquisadoras, ele se denomina o
Capitão. O aluno explica para as
pesquisadoras que ele é quem manda
na sala de aula e na escola porque
pertence a uma determinada gangue
da comunidade em que vive e, por
isso, era respeitado (BO
URDIEU,
a relação de poder
que ele reproduz do seu entorno social
para dentro da escola, que reproduz
os múltiplos espaços sociais dentro de
um pequeno espaço chamado sala de
aula, onde eles convivem grande parte
dos seus dias.Vale destacar também
que o aluno rela
ta que é
multirrepetente (VASCONCELLOS,
2016) dessa mesma série. Diante
disso esse poder que ele assumiu na
sala de aula diz respeito, ainda, a
questão da repetência que é produzida
dentro da escola e tem como fruto
diferentes violências, dentre uma delas
o fracasso escolar desses estudantes
que ficam a margem do processo
Ao refletir a escola a partir
dessa imagem etnográfica, entendo a
importância de reconhecer que em
uma mesma sala de aula
estudantes com perspectivas distintas,
rentes, entornos sociais
se, constantemente,
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
estão diante de um mesmo desafio.
Esses aspectos formam o coletivo da
sala de aula que se configura, nessa
imagem, como um lugar de expressão
de identidades.
Por fim, nesse artigo, entendo a
imagem
etnográfica como
representação generalizável
culturalmente, muito mais do que uma
imagem produzida em um campo
etnográfico. O NetEDU aplicou a
etnografia tanto quanto método como
episteme em suas pesquisas e, por
isso, gerou imagens etnográficas da
sala de
aula em amplas dimensões de
análise.
Desse modo compreendi
imagem etnográfica -
por revelar a
cultura, as formas de ação e interação
do sujeito como um todo -
representa o
fato, o fenômeno, a cultura e, até
mesmo, a própria realidade. As
pesquisas e
studadas produziram
imagens etnográficas no campo de
investigação -
no caso a escola
dessa forma, revelaram como elas
ressoam as vozes e as imagens dos
sujeitos pesquisados. A partir do
estudo das pesquisas do NetEDU,
percebo claramente que na pesquis
etnográfica educacional, a imagem
corresponde a um elemento de análise
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
estão diante de um mesmo desafio.
Esses aspectos formam o coletivo da
sala de aula que se configura, nessa
imagem, como um lugar de expressão
Por fim, nesse artigo, entendo a
etnográfica como
representação generalizável
culturalmente, muito mais do que uma
imagem produzida em um campo
etnográfico. O NetEDU aplicou a
etnografia tanto quanto método como
episteme em suas pesquisas e, por
isso, gerou imagens etnográficas da
aula em amplas dimensões de
Desse modo compreendi
que a
por revelar a
cultura, as formas de ação e interação
representa o
fato, o fenômeno, a cultura e, até
mesmo, a própria realidade. As
studadas produziram
imagens etnográficas no campo de
no caso a escola
- e,
dessa forma, revelaram como elas
ressoam as vozes e as imagens dos
sujeitos pesquisados. A partir do
estudo das pesquisas do NetEDU,
percebo claramente que na pesquis
a
etnográfica educacional, a imagem
corresponde a um elemento de análise
e interpretação que pode orientar e
definir teorias e conceitos que dão
significado à educação, visibilidade e
permitem o surgimento das ações e
interações dos sujeitos da pesquisa.
Considerações finais
Nesse artigo entendi que a
imagem é etnográfica por ser uma
imagem que revela a realidade do
contexto pesquisado de forma cultural
de entendimento universal. Ou seja,
em qualquer contexto social de
culturas aproximadas, a imagem
etnogr
áfica pode ser interpretada,
dando a esse tipo de imagem uma
especificidade no processo
interpretativo e na produção de
conhecimento, especialmente, em
pesquisas qualitativas.
A partir do estudo
metaetnográfico que desenvolvi
percebi que as imagens
munem os etnógrafos em educação
das concepções dos sujeitos e
participantes do contexto da pesquisa
e apresentam a realidade do dia a dia
que norteia novas concepções
teóricas, pedagógicas e educacionais.
E, especialmente, deram aos(as)
pesqui
sadores(as) do NetEDU a
possibilidade de sugerir essas
719
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
e interpretação que pode orientar e
definir teorias e conceitos que dão
significado à educação, visibilidade e
permitem o surgimento das ações e
interações dos sujeitos da pesquisa.
Considerações finais
Nesse artigo entendi que a
imagem é etnográfica por ser uma
imagem que revela a realidade do
contexto pesquisado de forma cultural
de entendimento universal. Ou seja,
em qualquer contexto social de
culturas aproximadas, a imagem
áfica pode ser interpretada,
dando a esse tipo de imagem uma
especificidade no processo
interpretativo e na produção de
conhecimento, especialmente, em
pesquisas qualitativas.
A partir do estudo
metaetnográfico que desenvolvi
percebi que as imagens
etnográficas
munem os etnógrafos em educação
das concepções dos sujeitos e
participantes do contexto da pesquisa
e apresentam a realidade do dia a dia
que norteia novas concepções
teóricas, pedagógicas e educacionais.
E, especialmente, deram aos(as)
sadores(as) do NetEDU a
possibilidade de sugerir essas
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
concepções com potencial em
direcionar políticas públicas a partir da
escuta da voz do aluno, das imagens
deles, das suas produções imagéticas,
juntamente
com suas próprias
sugestões, soluções críticas
expectativas das suas próprias
condições. Provando, assim, a
autonomia e a capacidade crítica e
reflexiva do aluno, que é o cerne da
escola, junto ao pesquisador
etnográfico. E,como pesquisadora
metaetnográfica, assumo que a
imagem etnográfica agrega co
potente dado de pesquisa que gera
uma camada interpretativa que pode
ampliar as vozes, as imagens e as
produções de imagens dos
participantes da pesquisa, em especial
no contexto estudado, dos estudantes
e da sala de aula.
Diante do exposto, entendo
a imagem etnográfica revela
visualmente a cultura captada pelas
lentes e pelos olhares dos
participantes do contexto estudado.
Logo, muito mais do que imagens da
realidade, ela é a produção de uma
experiência humana. À vista disso, a
imagem etnográfica
transparece muito
mais do que a voz e a imagem do
outro, ela também expressa os
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
concepções com potencial em
direcionar políticas públicas a partir da
escuta da voz do aluno, das imagens
deles, das suas produções imagéticas,
com suas próprias
sugestões, soluções críticas
e
expectativas das suas próprias
condições. Provando, assim, a
autonomia e a capacidade crítica e
reflexiva do aluno, que é o cerne da
escola, junto ao pesquisador
etnográfico. E,como pesquisadora
metaetnográfica, assumo que a
imagem etnográfica agrega co
mo um
potente dado de pesquisa que gera
uma camada interpretativa que pode
ampliar as vozes, as imagens e as
produções de imagens dos
participantes da pesquisa, em especial
no contexto estudado, dos estudantes
Diante do exposto, entendo
que
a imagem etnográfica revela
visualmente a cultura captada pelas
lentes e pelos olhares dos
participantes do contexto estudado.
Logo, muito mais do que imagens da
realidade, ela é a produção de uma
experiência humana. À vista disso, a
transparece muito
mais do que a voz e a imagem do
outro, ela também expressa os
símbolos, as interações humanas, os
corpos no contexto, os sentimentos, as
expressões humanas, os espaços, os
rostos e os olhares. Sendo geradas
por gravações de deos, fotog
ou desenhos, elas elucidam padrões
de comportamento, digos das
interações verbais e não verbais e
significados das relações espaciais e
particularidades do
espaço/tempo/época.
Deste modo, noto o quanto a
imagem etnográfica da sala de aula
pode coo
perar com a educação e
como as suas características as
auxiliam à escola e seus participantes
a refletirem suas práticas e a
dialogarem sobre novas perspectivas
das práticas pedagógicas nos
processos de ensino e aprendizagem.
Referências
ALVES, W. B. A Es
cola no Espelho
representaçõ
es do aluno. 2012. 153 f.
Tese [Doutorado
Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2012.
ARAUJO, A. M.
Imagem e educação
uma linha histórica e dialógica entre
elas. In:
Anais do VI Congresso
Nacional em
Educação
Grande: Realize Editora.
em:
https://editorarealize.com.br/artigo/visu
alizar/60742
720
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
mbolos, as interações humanas, os
corpos no contexto, os sentimentos, as
expressões humanas, os espaços, os
rostos e os olhares. Sendo geradas
por gravações de vídeos, fotog
rafias
ou desenhos, elas elucidam padrões
de comportamento, códigos das
interações verbais e não verbais e
significados das relações espaciais e
particularidades do
Deste modo, noto o quanto a
imagem etnográfica da sala de aula
perar com a educação e
como as suas características as
auxiliam à escola e seus participantes
a refletirem suas práticas e a
dialogarem sobre novas perspectivas
das práticas pedagógicas nos
processos de ensino e aprendizagem.
cola no Espelho
: as
es do aluno. 2012. 153 f.
em Educação].
Universidade Federal Fluminense,
Imagem e educação
:
uma linha histórica e dialógica entre
Anais do VI Congresso
Educação
. Campina
Grande: Realize Editora.
Disponível
https://editorarealize.com.br/artigo/visu
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
ARAÚJO, A. M.
Imagem etnográfica
da sala de aula
: metaetnografia das
pesquisas do Núcleo de Etnografia em
Educação (NetEDU) no período de
1984 a 2016. Tese [
Doutorado
Educação]. Un
iversidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
BECKER, H. S. Outsiders
:
sociologie de ladéviance. Paris:
Métoulié. 1985
BERGSON, H.
Matière et Memoire
Paris: P.U.F. 1968.
BOURDIEU, Pierre.
A produção da
crença:
contribuição para uma
economia dos bens simbólicos. Porto
Alegre: Zouk, 2015.
CLIFFORD, J. MARCUS, G.
culture.
Berkeley: University
California Press, 1986.
CROSS, G. L.
Blacks in college
Oklahoma’s
landmark cases. Norman:
Universityof Oklahoma Press
ERICKSON, E.
Qualitative methods in
research on teaching
. In: WITTROCK,
M. C. (ed.),
Handbook of research on
teaching.
New York: Macmillan, 1986.
p. 119-161.
ERICKSON, F.
Ethnographic
microanalysis of interaction
LECOMPTE, M. D.;
MILLROY
PREISSLE, J. (orgs.)
The Handbook of
Qualitative Research in Education
New York: AcademicPress,Inc, 1992.
ERICKSON, F.
O que faz a etno
da escola “etnográfica”?
In: MATTOS,
Carmen Lúcia Guimarães de
Etnografia na Educação
:
Frederick Erickson. Rio de Janeiro:
Netedu. E-
book, 2004b. p. 225
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
Imagem etnográfica
: metaetnografia das
pesquisas do Núcleo de Etnografia em
Educação (NetEDU) no período de
Doutorado
em
iversidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
:
Études de
sociologie de ladéviance. Paris:
Matière et Memoire
,
A produção da
contribuição para uma
economia dos bens simbólicos. Porto
CLIFFORD, J. MARCUS, G.
Writing
Berkeley: University
of
Blacks in college
:
landmark cases. Norman:
Universityof Oklahoma Press
, 1975.
Qualitative methods in
. In: WITTROCK,
Handbook of research on
New York: Macmillan, 1986.
Ethnographic
microanalysis of interaction
. In:
MILLROY
, W. L.;
The Handbook of
Qualitative Research in Education
.
New York: AcademicPress,Inc, 1992.
O que faz a etno
grafia
In: MATTOS,
Carmen Lúcia Guimarães de
(org.).
:
Textos de
Frederick Erickson. Rio de Janeiro:
book, 2004b. p. 225
- 268.
ERICKSON, F.
Talk and social theory:
Ecologies of
speaking and listening in
everyday life.
Cambridge: Polity Press,
2004.
ERICKSON, F.; SHULTZ, J.
context:
Some issues and methods in
the analysis of social competence.
Ethnography and Language
Ablex, 1981. p. 147-
160.
GEERTZ, C. A
Interpretação das
Culturas. Rio de
Janeiro: LTC, 1989.
GOFFMAN, E.
A representação do eu
na vida cotidiana
. Petrópolis
2009.
GOFFMAN, E.
The presentation of self
in everyday life.
Nova York: Doubleday
& Co, 1959.
KENDON, A.
Studies in behavior of
social interaction
. Bloomington:
University of Indiana Press.
LAGE, M. C. W. F
. Imagens de uma
sala de aula:
um estudo etnográfico
dos processos sócio
metacognitivos numa turma de
série do ensino fundamental público do
Rio de Janeiro
. Dissertação
em Educação].
Universid
Estado do Rio de Janeiro, 2004.
MATTOS, C. L. G.
Densa.
In: MATTOS, Carmen Lúcia
Guimarães de
(org.).
Educação
: textos de Frederick
Erickson. Rio de Janeiro: Netedu. E
book, 2004.
MATTOS, C. L. G.
Escolar Gênero e Pobreza.
final de Pesquisa. CNPq. UERJ.
NETEDU: Rio de Janeiro, 2010.
721
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Talk and social theory:
speaking and listening in
Cambridge: Polity Press,
ERICKSON, F.; SHULTZ, J.
When is a
Some issues and methods in
the analysis of social competence.
In.:
Ethnography and Language
. Editora:
160.
Interpretação das
Janeiro: LTC, 1989.
A representação do eu
. Petrópolis
: Vozes,
The presentation of self
Nova York: Doubleday
Studies in behavior of
. Bloomington:
University of Indiana Press.
1977.
. Imagens de uma
um estudo etnográfico
dos processos cio
-educacionais e
metacognitivos numa turma de
8a
rie do ensino fundamental público do
. Dissertação
[Mestrado
Universid
ade do
Estado do Rio de Janeiro, 2004.
MATTOS, C. L. G.
de. Descrição
In: MATTOS, Carmen Lúcia
(org.).
Etnografia na
: textos de Frederick
Erickson. Rio de Janeiro: Netedu. E
-
MATTOS, C. L. G.
de. Fracasso
Escolar Gênero e Pobreza.
Relatório
final de Pesquisa. CNPq. UERJ.
NETEDU: Rio de Janeiro, 2010.
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
MATTOS, C. L. G. de.
Escolar:
Imagens de Explicações
Populares sobre "Dificuldades
Educacionais" entre Jovens de Áreas
Rural e Urbana do Estado do Rio de
Janeiro UFF/INEP. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. FAPERJ. INEP
de Janeiro, 1996.
MATTOS, C. L. G.
de.
escolar:
uma etnografia. Curitiba:
Appris, 2022.
MATTOS, C. L. G. de.
Pobreza: Práticas,
Políticas e Teorias
Educacionais
Imagens de escolas.
CNPq. FAPERJ. UERJ. NETEDU: Rio
de Janeiro, 2012. Relatório de
Pesquisa.
MATTOS, C. L. G. de.
Imagens da
exclusão.
Projeto de Pesquisa. Rio de
Janeiro: ProPEd, 2005.
MATTOS, C. L. G.
de.
Etnog
ráficas da Inclusão Escolar:
Fracasso Escolar na Perspectiva do
Aluno. UERJ. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. FAPERJ: Rio de
Janeiro, 2008.
MATTOS, C. L. G.
de.
Encarceradas e seus Filhos(as):
vulnerabilidades, desigualdades e
disparidades soc
ioeducacionais e suas
intersecções de gênero e pobreza
estudo etnográfico em Bralia, DF e
Rio de Janeiro. CNPq. Relatório de
Pesquisa.
FAPERJ. UERJ. NETEDU:
Rio de Janeiro, 2015.
MATTOS, C. L. G. de.
Picturing School
Failure:
A Study of Diversity in
Explanations of Educational Difficulties
among Rural and Urban youth in
Brazil.
Tese [Doutorado em
Educação]
. Graduate School of
Education, The University of
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
MATTOS, C. L. G. de.
Fracasso
Imagens de Explicações
Populares sobre "Dificuldades
Educacionais" entre Jovens de Áreas
Rural e Urbana do Estado do Rio de
Janeiro UFF/INEP. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. FAPERJ. INEP
. Rio
de.
Fracasso
uma etnografia. Curitiba:
Gênero e
Políticas e Teorias
Imagens de escolas.
CNPq. FAPERJ. UERJ. NETEDU: Rio
de Janeiro, 2012. Relatório de
Imagens da
Projeto de Pesquisa. Rio de
de.
Imagens
ráficas da Incluo Escolar:
o
Fracasso Escolar na Perspectiva do
Aluno. UERJ. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. FAPERJ: Rio de
de.
Mulheres
Encarceradas e seus Filhos(as):
vulnerabilidades, desigualdades e
ioeducacionais e suas
intersecções de gênero e pobreza
- um
estudo etnográfico em Brasília, DF e
Rio de Janeiro. CNPq. Relatório de
FAPERJ. UERJ. NETEDU:
Picturing School
A Study of Diversity in
Explanations of Educational Difficulties
among Rural and Urban youth in
Tese [Doutorado em
. Graduate School of
Education, The University of
Pennsylvania, Philadelphia, USA.
1992.
MATTOS, C. L. G.
Tecnologia Educacional para Jov
Adultos
enfrentando o fracasso
escolar. Projeto de Pesquisa: Rio de
Janeiro, UERJ/CNPq
,
MATTOS, C. L. G.
de
(orgs.)
Etnografia e educação
conceitos e usos.
Ca
EDUEPB, 2011.
MATTOS, C. L.
G. de; CASTRO, P.
Análises etnográficas das imagens
sobre a realidade do aluno no
enfrentamento das dificuldades e
desigualdades na sala de aula.
Encontro de Pesquisa em Educação
da Região Sudeste
. 2005.
MATTOS, C. L.
G. de
ARRUDA, J. J.
B.
exclusão educação: microanálise da
interação entre professora e alunos/as.
In:
I Seminário Brasileiro de Estudos
Culturais e Educação. 2004
UERJ/ProPEd.
MATTOS, C. L.
G. de; CASTRO, P. A;
MACIEL, S. A.
Gênero e Pobreza
situação educacional dos filhos e filhas
de mulheres presas e dos filhos e
filhas de jovens infratoras no estado do
Rio de Janeiro. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. UERJ. NETEDU: Rio
de Janeiro, 2012.
MATTOS, C. L.
G. de; CASTRO, P.
SILVA, J. P.;
SANTORO, A.
Etnografia visual:
o uso de imagens na
pesquisa etnográfica.
Interno de. Imagem,
Janeiro, 2006.
MATTOS, C. L.
G. de; COELHO, M.
M.
Violência na escola reconstruindo e
722
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
Pennsylvania, Philadelphia, USA.
MATTOS, C. L. G.
de. TEJA:
Tecnologia Educacional para Jov
ens e
enfrentando o fracasso
escolar. Projeto de Pesquisa: Rio de
,
1998.
de
; CASTRO, P. A.
Etnografia e educação
:
Ca
mpina Grande:
G. de; CASTRO, P.
A.
Análises etnográficas das imagens
sobre a realidade do aluno no
enfrentamento das dificuldades e
desigualdades na sala de aula.
In: VII
Encontro de Pesquisa em Educação
. 2005.
G. de
; CASTRO, P. A.;
B.
Imagens de
exclusão educação: microanálise da
interação entre professora e alunos/as.
I Seminário Brasileiro de Estudos
Culturais e Educação. 2004
.
G. de; CASTRO, P. A;
Gênero e Pobreza
: a
situação educacional dos filhos e filhas
de mulheres presas e dos filhos e
filhas de jovens infratoras no estado do
Rio de Janeiro. Relatório final de
Pesquisa. CNPq. UERJ. NETEDU: Rio
G. de; CASTRO, P.
A;
SANTORO, A.
C. S.
o uso de imagens na
pesquisa etnográfica.
In: II Seminário
Interno de. Imagem,
UERJ. Rio de
G. de; COELHO, M.
I.
Violência na escola reconstruindo e
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura,
25, p. 699-723, set. 2023.
revisitando trajetórias e imagens de
pesquisas produzidas por no Núcleo
de Etnografia em Educação entre 1992
e 2007. In: MATTOS, C
.
CASTRO, P. A. (orgs.).
Etnografia e
educação
: conceitos e usos.
Gra
nde: EDUEPB, 2011. p. 195
MATTOS, C. L.
G. de; MACIEL, S.
Metacoginição em sala de aula
estudo sobre os processos de
construção do conhecimento na
perspectiva do jovem infrator no
Estado do Rio de Janeiro. CRIAM.
UERJ. Projeto de Pesquisa. CNPq.
FAPERJ: Rio de Janeiro, 2002.
MATTOS, C. L. G. de; PUGGIAN, C.
TEJA / META
: ões socioeducativas
usando computadores. DEGASE.
UERJ. Relatório de Pesquisa. CNPq.
FAPERJ: Rio de Janeiro, 2002.
MITCHELL, W. J. T.
The reconfigured
eye: Visual truth in the post
photographic era.
Cambridge: MIT
Press, 1992.
MOURÃO, L. de M.
Um estudo sobre a
reflexividade de alunos do Ensino
Médio:
da culpa da vitima ao sonho da
sociedade perfeita. 2006.
[Mestrado
em E
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, 2006.
NOBLIT, G.;
HARE, R.
ethnography synthesizing qualitative
studies.
Newbury Park, California: A
SAGE University Paper, 1988.
NÖTH, Winfried; SANTAELLA, L
Imagem.
São Paulo: Iluminuras, 1999.
NOVA, C.
Imagem e Educação
Rastreando Possibilidades. In:
Educação e tecnologia
ARAÚJO, Adriane Matos. Imagem etnográfica: conceitos, significados e
relevância para as pesquisas qualitativas em educação.
PragMATIZES -
Americana de Estudos em Cultura,
Niterói/RJ, Ano 13, n.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
(Fluxo contínuo)
revisitando trajetórias e imagens de
pesquisas produzidas por no Núcleo
de Etnografia em Educação entre 1992
.
L. G. de;
Etnografia e
: conceitos e usos.
Campina
nde: EDUEPB, 2011. p. 195
-219.
G. de; MACIEL, S.
A.
Metacoginição em sala de aula
: um
estudo sobre os processos de
construção do conhecimento na
perspectiva do jovem infrator no
Estado do Rio de Janeiro. CRIAM.
UERJ. Projeto de Pesquisa. CNPq.
FAPERJ: Rio de Janeiro, 2002.
MATTOS, C. L. G. de; PUGGIAN, C.
: ações socioeducativas
usando computadores. DEGASE.
UERJ. Relatório de Pesquisa. CNPq.
FAPERJ: Rio de Janeiro, 2002.
The reconfigured
eye: Visual truth in the post
-
Cambridge: MIT
Um estudo sobre a
reflexividade de alunos do Ensino
da culpa da vitima ao sonho da
sociedade perfeita. 2006.
Dissertação
em E
ducação].
Universidade do Estado do Rio de
HARE, R.
Meta-
ethnography synthesizing qualitative
Newbury Park, California: A
SAGE University Paper, 1988.
NÖTH, Winfried; SANTAELLA, L
.
São Paulo: Iluminuras, 1999.
Imagem e Educação
:
Rastreando Possibilidades. In:
Educação e tecnologia
: trilhando
caminhos. v.1. Salvador. Editora da
UNEB, 2003. p. 1-17.
OLIVEIRA, C. I. C.
Educação. v
. 1. Rio de Janeiro
Fundação CECIERJ, 2008.
ROGOFF, I.
Studying visual culture
MIRZOEFF, N. (ed.).
reader. New York:
Routledge, 1998.
24–26.
SANTAELLA, L.
O que é Semiótica
São Paulo: Brasiliense
SICARD, M.
La fabrique du regard
Paris: Odile Jacob, 1998.
SONTAG, S. H.
Onphotography
York: Farrar-Strauss,
SPINDLER, G. D.; SPINDLER, L.
Years of
Anthropologyand Education
1950–2000
. Mahwah, NJ: Erlbaum,
2000.
TURNER, S.
Sociological Explanation
as Translation.
New York
University Press,
1980.
VASCONCELLOS, S. S.
Multiplicidades da Avaliação Escolar:
um estudo etnográfico sobre a
repetência.
Tese [Doutorado em
Educação].
Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, 2016.
WERTHEIM, M.
Uma história do
espaço de Dante à Internet
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
723
www.periodicos.uff.br/pragmatizes
- ISSN 2237-1508
caminhos. v.1. Salvador. Editora da
OLIVEIRA, C. I. C.
et al. Imagem e
. 1. Rio de Janeiro
:
Fundação CECIERJ, 2008.
Studying visual culture
. In:
The visual culture
Routledge, 1998.
p.
O que é Semiótica
.
São Paulo: Brasiliense
, 1983.
La fabrique du regard
Paris: Odile Jacob, 1998.
Onphotography
. New
1977.
SPINDLER, G. D.; SPINDLER, L.
Fifty
Anthropologyand Education
,
. Mahwah, NJ: Erlbaum,
Sociological Explanation
New York
: Cambridge
1980.
VASCONCELLOS, S. S.
Multiplicidades da Avaliação Escolar:
um estudo etnográfico sobre a
Tese [Doutorado em
Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, 2016.
Uma história do
espaço de Dante à Internet
. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.