Suportes de memória. Pesquisa-ação em museologia social: o contexto como
regra metodológica
Apresentação
Esta apresentação visa, em uma
breve reflexão, a partir do debate
contemporâneo em torno das noções
de “patrimônio” e da “crise ambiental”,
analisar a atividade do “Museu
Ambulante”, um trabalho de
museologia social realizado pelo
coletivo “Grupo Erosão” centrado em
práticas teatrais. O trabalho foi
produzido pela residência artística que
atua desde 2017 na cidade de São
João da Barra “CasaDuna – centro de
arte, pesquisa e memória de Atafona”.
Partindo dos campos da arte
contemporânea e da filosofia,
fundamos, com diversas e variantes
alianças locais, um projeto dedicado a
uma pesquisa interdisciplinar, visando
criar ações socioculturais levando em
conta um contexto antropogeográfico
específico local.
No ano de 2020, fomos
surpreendidos pelo vírus da COVID-19
em uma pandemia global que, com as
crescentes mortes e intensidades de
contágio, determinou nossos cotidianos
durante aproximadamente os dois anos
seguintes. Esse foi o contexto no qual
surgiu nosso trabalho que aqui será
apresentado. Tivemos que interromper
as atividades com nosso grupo de
teatro intermunicipal que se encontrava
semanalmente, aos finais de semana,
em imersões de pesquisa ambiental e
de linguagem cênica no
desenvolvimento de um espetáculo
teatral de rua, o Tempontal. Nós, o
Grupo Erosão, assim como grande
parte da humanidade, vimo-nos
atônitos, sem saber como dar
continuidade às atividades e como nos
manter enquanto grupo sem
perspectiva de possibilidade de
podermos voltar a produzir
aglomerações, voltar a ensaiar etc.
Nossa pesquisa se apresenta a
partir de um trabalho territorial na praia
de Atafona, na cidade de São João da
Barra, litoral norte do estado do Rio de
Janeiro. Lá, temos uma comunidade de
aproximadamente 7.000 moradores,
dos quase 30.000 do município, que é
um forte destino turístico durante o
período das férias de verão. Nesta
praia é onde temos o delta do rio