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Ano 2, número 3, semestral, setembro 2012
Disponível em http://www.pragmatizes.uff.br
caráter de protesto também foi criticada pela esquerda.
Seu desfecho se deu no nal da década de 60. Brandão e
Duarte resumem esse período histórico, de engajamento
da juventude na cultura e na política brasileira: “Nesse
contexto, a cultura jovem dos anos 60, no Brasil, chegou
ao nal da década enfrentando duas novas questões. De
um lado, a tentativa de manter uma produção cultural
engajada, motivada pela idéia de revolução e transfor-
mação social, tal como fora equacionada até 1964 (...),
de outro lado, a participação na indústria cultural, identi-
cada como uma espécie de “traição” à cultura nacional,
pois era tida como uma forma de cooptação utilizada pelo
regime militar ao capital estrangeiro. A esse impasse, o
Tropicalismo tentou responder de forma original. Entre
a exigência de uma cultura politizada e a solicitação de
uma cultura de consumo, optou pela tensão que poderia
ser estabelecida entre esses dois pólos de concepção
estética e política” (Brandão e Duarte, 1990:74). Apesar
de compreender que o hibridismo vem-se instalando na
música brasileira há muito tempo, foi através da gura
desse movimento que houve uma explosão no Brasil em
termos de experimentação musical, trazendo à tona uma
nova forma de criar música. Desapegado de valores tra-
dicionalistas, a Tropicália surge com a proposta de fundir
gêneros e estilos musicais, trazendo para a época novos
conceitos e tendências e aliando o tradicional ao moder-
no. O Tropicalismo representou uma nova linguagem da
música popular brasileira, partindo da “tradição” da mú-
sica, aliada a elementos da modernidade. Essa iniciativa
de unir elementos foi bastante criticada na época pelos
que apostavam num movimento para a construção de
uma identidade nacional.
3
Este depoimento foi retirado do jornal O Povo, do dia 14
de março de 1999, através do site www. noolhar/vidaearte
4
Músico cearense, José Ednardo Costa Soares, nasci-
do em Fortaleza em 1945, ajudou a organizar o evento
Massafeira em Fortaleza, e autor de uma das músicas
mais importantes para armar a fusão da música com a
literatura de cordel “Pavão Misterioso”. Retirado do jor-
nal O Povo, no dia 14 de março de 1999, disponível em
http//www.noolhar.com.br/vidaearte.
5
Poeta cearense.
6
Retirado do Jornal O Globo, entrevista realizada por
Ana Maria Bahiana, em 1982, com a atemática “Uma
Luz no fundo das trevas”.
7
Entrevista concedida ao jornal O POVO no dia 12 de
abril de 2004, disponível em http// www.noolhar.com.
br/vidaearte.
8
É o conjunto musical mais típico do interior cearense,
especialmente na região do Cariri. Tem origem perdida
no tempo, mas se desenvolveu e adquiriu peculiaridades
próprias entre o povo do Cariri. Há também uma inu-
ência indígena, devido ao uso de instrumentos típicos
como os pífanos (ou pífaros). A Banda compõe-se de
quatro elementos, que tocam zabumba, pífaros e uma
caixa. A mais conhecida é a Banda Cabaçal dos Irmãos
Aniceto, localizada no Crato. Toca quase toda espécie
de música popular: antiga, regional, religiosa e carna-
valesca. O ritmo é o baião, característico dos pés-de-
-serra do Cariri. Apresenta-se, em geral, em festividades
de cunho cultural, artístico e religioso. Disponível no site
http://www.turismo.ce.gov.br/atrativos_folclore.htm.
9
Referente ao dia 25 de agosto de 2003
10
Assunto sobre o qual me deterei de uma forma mais
aprofundada posteriormente.
11
Também chamada Banda de Couro, é o conjunto mu-
sical mais típico do interior cearense, especialmente
na região do Cariri. Originou-se no meio dos escravos
africanos, mas se desenvolveu e adquiriu peculiarida-
des próprias entre o povo do Cariri. Há também uma
inuência indígena, devido ao uso de instrumentos de
características indígenas (pífanos e pífaros). A banda
compõe-se de 4 elementos tocando zabumba, pífaros
e uma caixa. A mais conhecida é a Banda Cabaçal dos
Irmãos Aniceto, localizada no Crato. Toca quase toda
espécie de música popular: antiga, regional, religiosa e
carnavalesca. O ritmo é o baião, característico dos pés-
-de-serra do Cariri. Apresenta-se, em geral, em festivida-
des de cunho cultural, artístico e religioso. Disponível no
site http://www.turismo.ce.gov.br/atrativos_folclore.htm.
12
A Banda, originária do Crato, é composta por cin-
co integrantes de uma mesma família: a Lourenço da
Silva. São dois pifeiros, Raimundo e Antônio, o za-
bumbeiro Adriano, lho de Antônio, Jeová na caixa, e
Cícero nos pratos. Segundo Assumpção essa Banda
representa a “tradição” oral perpertuada pelas diferen-
tes gerações, descendente direto dos índios Cariri.
Tem uma relação muito estreita com os elementos da
natureza, em virtude de sua própria origem, os índios