Análise da correlação dos índices de estrutura e recursos humanos do serviço veterinário oficial em 2019 e as incidências acumuladas (2017 – 2019) de doenças de notificação obrigatória em bovinos e equinos no Brasil
Resumo
As doenças de notificação obrigatória em bovinos podem gerar impactos sociais e econômicos significativos na cadeia pecuária brasileira, além de consequências negativas no mercado internacional devido a embargos sanitários. Para auxiliar no entendimento de como um sistema de vigilância epidemiológica com mais recursos pode gerar mais credibilidade para o país, foram realizadas análises de correlação entre a notificação de doenças e a estrutura veterinária disponível nos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESAs), a partir dos dados contidos no Sistema Nacional de Informação Zoossanitária (SIZ), entre os anos de 2017 e 2019. Com base nos dados do serviço veterinário, foram produzidos o Índice de Estrutura Física Oficial (IEFO) e o Índice de Recursos Humanos do Serviço Oficial (IRHSO). Foi realizada análise de correlação entre a notificação de doenças de bovinos com a capacidade de estrutura física e recursos humanos de vigilância epidemiológica disponíveis no Serviço Veterinário brasileiro. Os estados AP, RR e SC foram os que mais notificaram brucelose e tuberculose no período e estão entre os melhores índices de estrutura e recursos humanos do país. A análise dos índices mostrou que a raiva não possui correlação significativa com estrutura e recursos humanos do serviço, entretanto, brucelose e tuberculose possuem correlação positiva com estrutura veterinária oficial disponível para a vigilância em bovinos. Portanto, melhorias na estrutura podem refletir no incremento dos índices de notificação das doenças de bovinos, assim como na qualidade de suas informações.