Abril – NEPA / UFF
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<p>A Revista Abril,<strong> </strong>do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana – NEPA UFF, é um veículo de divulgação nacional e internacional de estudos e resenhas, sobre obras literárias produzidas em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Princípe), de forma específica ou em abordagens comparatistas. Aceita também entrevistas com escritores dessas literaturas. QUALIS CAPES A2 (2017-2020)<br /><strong>ISSN</strong> 1984-2090</p>ABEC Brasilpt-BRAbril – NEPA / UFF1984-2090<p>Autorizo a Revista Aabril - NEPA/UFF a publicar o artigo que ora submeto, de minha autoria/responsabilidade, caso seja aceito para publicação online. Declaro, ainda, que esta contribuição é original, que não está sendo submetida a outro editor para publicação, e assino a presente declaração como expressão da verdade.</p><p>Os trabalhos publicados no espaço virtual da Revista Abril serão automaticamente cedidos, ficando os seus direitos autorais reservados à Revista Abril. Sua reprodução, total ou parcial, é condicionada à citação dos autores e dos dados da publicação.</p><p> </p><p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png" alt="Licença Creative Commons" /></a><br />A <strong><em>Revista Abril </em></strong>utiliza uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/" rel="license" target="_blank">Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional</a> <span>(CC BY-NC 4.0).</span></p>Sobre esta edição
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<p>Créditos da Abril 33.</p>Equipe Editorial
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2024-12-152024-12-15163318Vencendo a morte com humor e riso
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<p>Observo neste texto que a ironia retórica, em sua intenção de criticar ou reforçar ideologias — com a contraposição de opostos ou por dizer algo sem realmente dizê-lo — evolui posteriormente para o que Jankélévitch chama de ironia <em>humoresque </em>ou de segundo grau, a partir da consciência de que o absoluto se realiza e ao mesmo tempo se destrói, num momento fugidio, em equilíbrio entre a comédia e a tragédia. Ao assumir o estatuto de código evanescente da linguagem e mostrar a impossibilidade de atingir a pretendida “verdade”, essa ironia muitas vezes provoca o riso, o qual se relaciona com o que é mais característico do ser humano. Ou seja: com a tragicidade da vida, inevitavelmente terminada na (im)previsível morte. Liga-se também com a capacidade de distanciamento: o prazer de pensar, o gosto do engano e a possibilidade de subverter provisoriamente, através do jogo, a condenação à morte e a tudo aquilo que ela representa. Com base nessas reflexões e em outras de vários estudiosos do humor e do riso (como Freud, Schopenhauer, Bergson, Hobbes, Baudelaire, Bataille, Lacan, Jacques Alain-Miller e Abrão Slavutzky), analiso textos de ficção dos portugueses Lídia Jorge, Augusto Abelaira, valter hugo mãe e António Lobo Antunes, e dos angolanos João Melo e Manuel Rui. Concluo, com Maurice Blanchot, que o riso se relaciona com o desejo maior do ser humano — o de morrer contente, tendo em vista o descontentamento da vida.</p>Lelia Parreira Duarte
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2024-12-152024-12-151633173010.22409/abriluff.v16i33.62725Bathos e humor no “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente
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<p>Diversas leituras têm sido realizadas a respeito do “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente, ficando pouco explorada a linguagem humorística da peça compósita de 1532. Neste estudo, pretende-se observar como o <em>bathos</em>, a súbita mudança do registro sublime para o baixo, e explorado humoristicamente pelo dramaturgo. Baseiam a discussão as reflexões de Orlando Amorim (2013), Jose Augusto Cardoso Bernardes (2019) e Noémio Ramos (2022), sobre aquele auto, e as de Luiz Carlos Travaglia (2015) e Terry Eagleton (2020), acerca do humor batético. Nota-se que tanto a justaposição de personagens e gêneros dramáticos como seus discursos próprios, oscilando entre o registro alto e o baixo, garantem o efeito humorístico desse texto teatral.</p>Paulo Roberto Sodré
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2024-12-152024-12-151633314610.22409/abriluff.v16i33.62763A correção de masculinidades maritais através do riso: o caso de Júlio na Comédia do cioso de António Ferreira
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<p>No enredo principal da <strong>Comédia do Cioso </strong>de António Ferreira e contada a estória de Júlio, um marido muito ciumento, que comete todo o tipo de desvarios e exageros para impedir qualquer ocasião em que Livia, a sua esposa, possa cometer adultério. Aos olhos dos habitantes de Veneza e ate dos estrangeiros, este e um caso único e chocante. As ações extremadas deste marido despoletam vários momentos de riso, cuja origem está na representação dos exageros em que caem alguns maridos na “regência das esposas”, puxando ao limite as considerações dos moralistas matrimoniais ibéricos. Com efeito, o comportamento de Júlio e um perfeito exemplo de uma das masculinidades matrimoniais existentes no teatro português quinhentista: o marido ciumento. Pretendemos demonstrar que, cumprindo uma das funções mais tradicionais da comedia, a de reforma social (Eagleton, 2022, p. 56), a <strong>Comédia do Cioso </strong>utiliza o riso para criticar os maridos que cometem semelhantes loucuras na proteção da fidelidade.</p>Carlos SilvaPaula Mendes
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2024-12-152024-12-151633476210.22409/abriluff.v16i33.62787Eça de Queirós cronista: a rir se castigam os costumes
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<p>Este trabalho investiga a produção cronística de Eça de Queirós presente em <strong>As</strong> <strong>Farpas</strong>, destacando sua crítica satírica à sociedade portuguesa do século XIX. Nas crônicas, o autor expõe as máscaras sociais usando o riso como um instrumento de conscientização, a partir das contradições captadas, por exemplo, nos discursos políticos e jornalísticos vigentes. Tomando como base alguns textos da obra <strong>Uma campanha alegre</strong>, o artigo analisa como a proposta de Eça de desmascarar a hipocrisia por meio da ridicularização (algo que também estaria presente no estilo romanesco do autor) se estrutura no discurso dinâmico da crônica.</p>Saulo Gomes ThimóteoLuiz Rogério Camargo
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2024-12-152024-12-151633637610.22409/abriluff.v16i33.62813A opereta cômica portuguesa de finais do século XIX
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<p>Em 1868, as operetas burlescas do compositor alemão, naturalizado francês, Jacques Offenbach (1819-1880), ganharam traduções para o português e tiveram montagens exitosas nos teatros de Lisboa, espalhando-se os sucessos pelo país. O apreço do público, por tais espetáculos, irá garantir longa vida às operetas no território português, sobretudo nas últimas três décadas do século XIX. Apesar do repertório ser constituído, inicialmente, por títulos franceses, logo, autores e compositores portugueses trabalharam para o desenvolvimento da opereta cômica nacional e algumas parcerias felizes foram constituídas. Entre os autores, destacamos os nomes de Gervásio Lobato (1850-1895) e de D. João da Câmara (1852-1908), que possuíam à época larga produção teatral. As partituras musicais foram criadas pelo maestro e músico Ciríaco de Cardoso (1846-1900). Este artigo tem por objetivo principal recuperar parte da recepção crítica de algumas operetas cômicas portuguesas, criadas por estes três autores, como <strong>O burro do Senhor Alcaide </strong>(1891), <strong>O solar dos Barrigas </strong>(1892) e <strong>O testamento da velha </strong>(1894), que despertaram o riso e cativaram o público, não apenas em Portugal, mas, também, no Brasil.</p>Claudia Barbieri
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2024-12-152024-12-151633779410.22409/abriluff.v16i33.62785Viagem ao país dos nefelibatas: o riso neorrealista de Joaquim Namorado
https://periodicos.uff.br/revistaabril/article/view/63101
<p>Este trabalho discorre sobre o papel do humor e do riso na escrita do poeta Joaquim Namorado, uma das figuras tutelares do neorrealismo português. Para tanto, analisamos os poemas de <strong>Viagem ao país dos nefelibatas</strong>, livro escrito no final da década de 1930, planejado inicialmente como obra au- tônoma, mas publicado como parte da coletânea <strong>Incomodidade </strong>(1945). O conjunto poético, através da ironia, da paródia e do sarcasmo, reúne textos no qual a leitura crítica da tradição literária, da história e da cultura portuguesa traz corrosivos questionamentos ao regime salazarista e a outras formas de dominação, além de se apresentar enquanto uma forma de resistência e de luta, não fugindo aos pressupostos do movimento neorrealista. Assim, ao considerar a radicalidade temática e estilística proposta pelo autor no auge da consolidação do neorrealismo em Portugal, visamos refletir como tal poesia, mediante as estratégias abertas pela comicidade e pelo risível, intenta inquirir o real e combater as adversidades do seu tempo histórico.</p>Oscar José de Paula Neto
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2024-12-152024-12-1516339511010.22409/abriluff.v16i33.63101Significar e contradizer: uma análise da ironia como estratégia discursiva na poesia de José Miguel Silva
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<p>Este artigo pretende pensar a ironia na poesia de José Miguel Silva como uma estratégia discursiva que transforma o poema em um espaço de refle- xão sobre o estar-no-mundo e de denúncia das contradições vigentes na sociedade atual. Transitando entre um humor que espelha o <em>nonsense </em>da vida moderna e uma certa melancolia, a poesia irônica de José Miguel Silva faz do cotidiano a sua matéria e da linguagem a sua “arma” na luta contra o esvaziamento do sentido da palavra na sociedade comunicacional contem- porânea e as incoerências do modelo econômico corrente.</p>Ana Carolina Botelho
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2024-12-152024-12-15163311112510.22409/abriluff.v16i33.62417“A mão deformada”: o riso subversivo de Patrícia Lino
https://periodicos.uff.br/revistaabril/article/view/64448
<p>Reflexão sobre a poesia de Patrícia Lino a partir da dicção risível e paródica que promove outras possibilidades de criação poética por meio de práticas de apropriação e de fricção de códigos. Presença da comicidade como es- tratégia ridicularizadora de lugares-comuns sobre o imaginário colonial. Construções de cantos paralelos que valorizam o afeto por meio do riso. Presença da ironia como estratégia corrosiva de discursos eurocêntricos ex- cludentes. Desmonte de mentalidades de teor machista, patriarcal e purista. A poesia como lugar de encontro de dissidentes por meio do cruzamento de culturas, línguas e textualidades, o que revela seu caráter exofônico graças às estratégias de mobilidade e de migração.</p>Paulo Alberto da Silva Sales
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2024-12-152024-12-15163312714210.22409/abriluff.v16i33.64448Entre o poético, a infância e a (nova) utopia: o riso
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<p>Este artigo propõe analisar a presença do riso e de seus mecanismos, tais como o jogo irônico, a comicidade e o humor, cultivados sobretudo por personagens marginais, dos quais se destacam as crianças, na obra <strong>Avóde- zanove e o segredo do soviético </strong>(2009), de Ondjaki. Através da observância dessa recorrência temática, na obra, objetiva-se perceber como o riso confi- gura-se como um elemento de desnudamento de questões problemáticas no ambiente distópico do pós-independência do mesmo modo que se constitui como instrumento para a manutenção da utopia e do sonho. O percurso analítico percorre bases teóricas sobre o risível e seus mecanismos, a partir das teorias de Verena Alberti, Wladimir Propp e Henri Bergson associados a outros pesquisadores do tema, e como elas se associam com a ideia de leveza, defendida por Ítalo Calvino, e com o otimismo que é observada na produção literária do autor angolano.</p>Elisangela Silva Heringer
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2024-12-152024-12-15163314315410.22409/abriluff.v16i33.62775Apresentação
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<p>Apresentação à Abril 33.</p>Deyse MoreiraIda Alves
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2024-12-152024-12-151633091310.22409/abriluff.v16i33.65448Resenha de Annona ou misto curioso
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<p>Resenha de <em>Annona ou misto curioso. </em>Folheto semanal que ensina o método de cozinha e copa com um artigo de recreação. 1836-1837.</p>Joana Monteleone
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2024-12-152024-12-15163315716210.22409/abriluff.v16i33.63674O que retorna com o épico?
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<p>Livro resenhado:<br />SILVEIRA, Jorge Fernandes da. <strong>O retorno do épico e outras voltas</strong>. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2023.</p>Lucas Laurentino de Oliveira
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2024-12-152024-12-15163316317010.22409/abriluff.v16i33.60757Resenha de O tamanho do mundo, de António Lobo Antunes
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<p>Livro resenhado:<br />ANTUNES, António Lobo. <strong>O Tamanho do Mundo</strong><em>. </em>Alfragide: D. Quixote, 2022.</p>Paulo Rodrigues Ferreira
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2024-12-152024-12-15163317117510.22409/abriluff.v16i33.62598Vencer o esquecimento ou Da arte como instrumento para tornar sensível o inumano
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<p>Livro resenhado:<br />FARIA, Paulo. <strong>Louvado seja o pesadelo. </strong>Lisboa: Minotauro, 2024.</p>Jorge Vicente Valentim
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2024-12-152024-12-15163317718210.22409/abriluff.v16i33.63128