Qualificando o caráter ‘regressivo’ da especialização industrial do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22409/reuff.v15i1.34859Resumo
Este trabalho tem como objetivo revisar a forma como é observada a estrutura industrial brasileira e avaliar se esta pode ser qualificada como de ‘regressiva’. Para isto será utilizado: (i) uma classificação industrial específica construída a partir de um conjunto de indicadores relativos aos resultados de inovação; (ii) a evolução do crescimento das exportações mundiais para cada cluster contemplado; (iii) os efeitos de encadeamento (up e downstream) de cada cluster. A partir desta caracterização, o trabalho revisa a evolução da produção industrial, a estrutura de exportações e o desempenho industrial do Brasil entre 1996 e 2011. O artigo conclui que não é possível qualificar a estrutura produtiva brasileira como regressiva por diversas razões. Primeiro, porque uma parte significativa de sua especialização em industrias tradicionais que exploram recursos naturais tem representativos efeitos encadeamento e um nível de conteúdo tecnológico médio-alto (petróleo). Segundo, porque não ha diferenças significativas na agregação de valor entre as atividades com alto e baixo grau de inovatividade, ou seja, entre atividades onde o Brasil se especializa e não se especializa. Terceiro, porque o crescimento da produtividade real está positiva e significativamente relacionado com a evolução da estrutura industrial em termos de valor agregado, ou seja, a diversificação industrial contribuiu positivamente ao crescimento da produtividade industrial.
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