ACESSO LIVRE E EDUCAÇÃO DE SURDOS: REPOSITÓRIO DIGITAL HUET E
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
OPEN ACCESS AND DEAF EDUCATION: REPOSITÓRIO DIGITAL HUET AND
PEDAGOGICAL PRACTICE
Tania Chalhub55
Ricardo Janoario56
Resumo
Com as novas tecnologias ampliou as possibilidades de materiais didáticos com acessibilidade para
surdos. Professores e alunos devem apropriar-se destes materiais utilizando-os nas suas práticas
educacionais, de forma criativa e coletiva. O objetivo deste artigo é apresentar as potencialidades de
um sistema de armazenamento e recuperação de objetos educacionais para e sobre
educação de surdos, visando a atender aos alunos e profissionais do INES e de outras
instituições de ensino no Brasil. A metodologia é descritiva sobre o processo de criação,
características do Repositório e os objetos educacionais disponibilizados. Importante destacar o
crescente acesso aos conteúdos, possibilitando acesso, cópia e compartilhamento dos
objetos, possibilitando maior autonomia de professores e alunos.
Palavras-chave: Repositório. Educação de surdos. Práticas pedagógicas.
Abstract
New technologies have contributed to the creation of didactical materials more suited to the
deaf, allowing the use of images and videos in Libras (Brazilian Sign Language). Teachers and
students can adopt these materials for use in their educational practices, in a collective and
creative way. This paper presents the features of a system to store and retrieve educational
objects on and for deaf education, designed to provide access and use to educational
subjects of the Brazilian National Institute for Deaf Education (INES) and other Brazilian
educational institutions, the Huet Repository. Using a descriptive methodology, it discusses
the process of creation of the repository, its characteristics and the educational objects made
available through it. With a growing number of accesses, the repository allows visualization,
copy and sharing of the objects it contains, offering plenty of autonomy for teachers and
students.
Keywords: Repository. Deaf education. Pedagogical practices.
56Professor Adjunto do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Grupo de Pesquisa: Grupo de Estudos
sobre Racismo e Surdez. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2032-4726
55Professora Adjunta do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Grupo de Pesquisa Acessibilidade e
Inclusão na Educação de Surdos. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7160-3886
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Chalhub e Janoario
Início das reflexões e desafios
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) vêm, desde o final do século XX,
fazendo parte do cotidiano de diversos grupos da sociedade. Estas tecnologias impactam e
continuam impactando a comunicação, a economia, as relações pessoais, as relações
profissionais e, de uma maneira significativa, a educação e a construção do conhecimento.
A produção científica, principalmente a acadêmica, antes restrita aos espaços
universitários, bibliotecas de instituições de pesquisa e ensino de graduação e
pós-graduação, hoje está à disposição de qualquer usuário de tecnologias digitais, inclusive
as tecnologias móveis como celulares, tablets e laptop. Esse acesso livre a informações
científicas surgiu no contexto do Movimento de Acesso Livre via revistas eletrônicas e
repositórios digitais. Tanto as revistas quanto os repositórios são as principais ferramentas de
acesso livre à informação científica e cultural. São iniciativas que potencializam a
acessibilidade à produção científica resultante de pesquisas produzidas com financiamento
público ou de outras agências de fomento.
Criados como uma ferramenta importante para a disseminação de informação
acadêmica, tendo como espaço privilegiado as universidades e institutos de pesquisa, os
repositórios seguiram as tendências da Era da Informação e se expandiram para outros
segmentos educacionais. Atualmente a educação, que é uma das áreas que tem se
beneficiado significativamente com os avanços tecnológicos, tem usufruído dos repositórios
de objetos educacionais e com isso tem potencializado as práticas pedagógicas. Alguns
exemplos de repositórios de objetos educacionais são o Banco Internacional de Objetos
Educacionais (BIOE do MEC) e o Laboratório Didático Virtual (LabVirt da USP), além do
Repositório Digital Huet, com materiais próprios para educação de surdos.
A relevância de repositórios com objetos educacionais digitais se pela importância
deste novo tipo de material educacional para a prática pedagógica. Os objetos educacionais
sempre fizeram parte dos espaços educacionais, mas as tecnologias de informação e
comunicação possibilitaram que os mesmos pudessem ser disponibilizados em ambientes
virtuais alcançando público mais abrangente, sem barreiras espaciais e temporais, levando a
uma aprendizagem mais interativa e dinâmica. Ao fazerem parte do acervo de um repositório
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digital estes objetos educacionais são potencializados pois terão acesso livre para uso e
compartilhamento.
As novas tecnologias digitais têm contribuído para a ampliação de materiais didáticos
mais adequados à educação de surdos, com uso de imagens e vídeos em Língua Brasileira de
Sinais (Libras) com conteúdos de diversas disciplinas, com remix de objetos educacionais e
maior interação entre professores e alunos no processo de criação, utilização e
compartilhamento dos objetos.
No contexto da cibercultura, Soares (2002) aponta que as novas tecnologias exigem
“novas práticas e novas habilidades de leitura e de escrita”. Para Silva (2008, p. 69) a
educação se na atuação dos professores e dos alunos como agentes do processo de
comunicação e de aprendizagem, em sintonia com a dinâmica comunicacional da
cibercultura”. Desta forma, os professores precisam assumir um papel mais instigador e
menos centralizador, possibilitando relações mais interativas baseadas na concepção de
multidirecionalidade em rede, com o diálogo, a conectividade e a co-participação são
elementos fundamentais. Apesar de serem textos de mais de uma década, Soares (2002) e
Silva (2008) continuam atuais e denotam que o tema tecnologias tem despertado a atenção
na área da educação décadas. Os autores são reconhecidos por suas publicações nos
meios tradicionais acadêmicos (artigos em revistas científicas e livros impressos e digitais)
bem como participação nas redes sociais em produções textuais e imagéticas (vídeos, alguns
com acessibilidade em Libras para surdos) representando alto potencial na educação de
surdos.
Em estudo sobre tecnologias e aprendizagem da escrita de surdos, Arcoverde (2006,
p. 265) argumenta que as novas tecnologias possibilitam oportunidades de comunicação e
interação e aprendizagem para surdos, possibilitando “um novo fazer pedagógico” utilizando
“meios eficazes para vencer os desafios e limitações”.
Nos ambientes digitais alguns atores do processo educacional, professores e alunos,
mas não apenas estes57 podem baixar arquivos textuais ou imagéticos, criando, organizando,
remixando e compartilhando materiais diversos, possibilitando práticas pedagógicas mais
57 Reconhecemos a importância de outros atores como tutores, instrutores de AEE, mediadores, coordenadores
dentre outros
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inovadoras e dialógicas, valorizando a cultura do outro”, neste caso específico o aluno
surdo. Alunos e professores são coautores na construção do conhecimento, do
conhecimento coletivo, acessando e se apropriando de materiais, criando e compartilhando
objetos com acessibilidade informacional, numa prática pedagógica acessível.
O objetivo deste artigo é apresentar as potencialidades de um sistema de armazenamento
e recuperação de objetos educacionais para e sobre educação de surdos, visando a atender
aos alunos e profissionais do INES e de outras instituições de ensino no Brasil. A
metodologia utilizada é a abordagem qualitativa descritiva sobre o processo de criação do
sistema, as características do Repositório e os objetos educacionais disponibilizados.
Práticas pedagógicas com alunos surdos
A educação de surdos no Brasil apresentou diversas características e modalidades
que se configuram nas práticas do Oralismo, da Comunicação Total e do Bilinguismo. Cabe
ressaltar que essas abordagens deixaram marcas significativas nas vidas das pessoas surdas,
assim como em seus processos de escolarização como nos apontam (1999), Skliar (1999),
(2002), Fernandes (2003), Karnopp e Pereira (2004), Guarinello (2007), Dorziat (2009),
Lacerda e Santos (2013), dentre outros.
Na atualidade movimentos surdos têm tomado protagonismo em reivindicar espaço e
direitos na sociedade brasileira. De fato, pesquisar o tema da tecnologia e práticas
pedagógicas com alunos surdos significa trazer indagações no contexto de processos sociais,
políticos e culturais mais abrangentes, que afetam as relações construídas nas instituições de
ensino. Algumas dessas indagações se apresentam, como por exemplo: Como utilizar a
tecnologia com alunos surdos? Como tornar a tecnologia mais acessível em espaços
predominantemente surdos? Como tornar a prática pedagógica mais significativa no
processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos? Longe de darmos respostas prontas a
todas essas perguntas, cabe trazê-las para reflexão, no sentido de tornar o fazer pedagógico
mais significativo e sobretudo, acessível.
Entendemos que a prática pedagógica (FREIRE, 1979; 1980; 1988; 1996; 1998; 2006)
pode e deve ser um processo capaz de impedir os desgastes, as expectativas frustradas e a
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sensação de imobilismo, além de despertar, nos profissionais comprometidos, o
compromisso de fazer a diferença na vida dos alunos e de toda comunidade. Enfatiza-se um
ambiente de constante combate às práticas discriminatórias, isoladas, dissociadas, que
tendem a desvalorizar as diferentes culturas presentes nos ambientes escolares e não
escolares. Ao questionarmos o fazer pedagógico, abrimos possibilidades educacionais,
horizontes não vistos de técnicas e práticas de ensino que proporcionam um melhor diálogo
entre as múltiplas ferramentas de aprendizagem que se apresentam nas sociedades
contemporâneas. Práticas estas que levam em consideração a cultura do outro”, suas
percepções e valores culturais.
A prática pedagógica de uma forma geral, e a com alunos surdos em especial, deve, a
todo o momento, colaborar para o desenvolvimento da ação conjunta, participativa,
associada à valorização da autonomia, da acessibilidade a ambientes até então não
explorados. Por isso, o acesso à informação deve ser construído socialmente, pois uma
teia de significações que delineiam as experiências educacionais, que não podem ser
silenciadas, mas sim orientadas para a dinamização e coordenação do processo
coparticipativo que atenda às metas e às demandas educacionais. de se reconhecer que
as práticas pedagógicas com alunos surdos não podem deixar de levar em consideração os
valores culturais implícitos na diversidade de ser surdo.
Considerar o ambiente pedagógico como um organismo, vivo, dinâmico, ciente de seu
compromisso em representar, não novas ideias, mas também de trabalhar com a ordem
diferenciada, transformadora, dialética, representa defender uma abordagem de prática
pedagógica preocupada em perceber as limitações, as desigualdades, a falta de
acessibilidade dos espaços. É de fato, buscar uma formação que ultrapasse o domínio de
meras técnicas pedagógicas e assegure, ao ambiente educacional, um caráter autônomo e
comprometido com o fazer pedagógico acessível a todos.
É importante ressaltar que não é possível ter a teoria como uma verdade universal.
Não se pode estabelecer uma relação hierárquica entre teoria e prática, pois não
necessariamente a prática é a correspondente direta da teoria. No universo educacional é
preciso conhecimentos que vão além de práticas autoritárias, fixas, imutáveis, sugerindo
atitudes pautadas no diálogo. É necessário, na sociedade atual, construir uma linguagem que
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seja capaz de traduzir o que é a escola e a sociedade, captando o contexto e evidenciando,
principalmente, as relações entre educação e tecnologia. Além de dar visibilidade às
diferenças e fortalecer uma educação não alienada da realidade.
A prática pedagógica com alunos surdos suscita muitas questões para a ação
educativa relacionada com a seleção dos programas escolares, as estratégias de ensino, o
relacionamento entre professor e aluno e dos alunos entre si, o sistema de avaliação, o papel
do professor, a organização da sala de aula, a relação entre escola e comunidade, enfim,
entre a dinâmica da organização institucional. Dessa forma, a prática pedagógica, a formação
de educadores, não podem estar alheias aos contextos plurais e complexos em que nos
movemos hoje. Refletir sobre o que significa, na prática, educar alunos surdos no contexto
tecnológico é pensar a educação levando em conta a pluralidade de culturas de nossas
sociedades complexas, desiguais e desconectadas.
Estar diante da prática pedagógica com alunos surdos significa desconstruir
referências ideológicas, reinterpretar referenciais teóricos, desvendar práticas sociais,
ressignificar práticas pedagógicas, posicionar-se politicamente e situar-se socialmente. Nesse
emaranhado de significados, contextualizar as relações sociais pode ser útil para
exemplificar, contrapor, ampliar o conhecimento da diversidade humana, tanto na escola
quanto nos espaços não escolares. Mesmo diante da dinâmica que envolve a sociedade
contemporânea, ainda se percebem tendências mecanicistas, rígidas, inflexíveis, as quais nos
direcionam a pensar instrumentos de formação de educadores(as), teóricos e práticos, que
abordam outras modalidades de propor, produzir e dialogar com as interações existentes
dentro e fora da instituições educacionais.
Vale ressaltar que as práticas dos professores englobam tanto as práticas de ensino
em sala de aula quanto práticas profissionais mais amplas que moldam o ambiente de
aprendizado. Ambos os tipos de práticas têm suas bases nas filosofias da educação, nos
fundamentos pedagógicos e na pesquisa empírica. A prática educativa é complexa: não
existe a melhor maneira de ensinar e sim, uma preocupação constante em atender às
necessidades do contexto específico, da turma e dos alunos.
O conceito de escola como organização de aprendizado está ganhando popularidade
na educação e considera os professores como parte de uma comunidade de aprendizado
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profissional com alto nível de colaboração, atividades coerentes de desenvolvimento
profissional e práticas compartilhadas. Pesquisas interculturais sugerem que as tradições
pedagógicas e as culturas nacionais têm influências consideráveis no uso das práticas
profissionais dos professores. Portanto, é importante levar em consideração as diferenças
transnacionais e testar empiricamente suposições de universalidade.
Cabe dizer que entendemos cooperação nesse contexto, como o trabalho em
conjunto para alcançar objetivos; desenvolver e aprender novas técnicas ou trabalhar em
projetos concretos para melhorar o ambiente escolar. Essa cooperação também pode
incentivar e apoiar os professores na vontade de melhorar a prática pedagógica.
O curso de Pedagogia do INES, tanto na modalidade online quanto presencial, tem na
produção de materiais em Libras seu foco na formação de educadores. Estes materiais -
vídeos em Libras com aulas motivadoras, textos traduzidos ou interpretados em Libras, jogos,
literatura infantil e demais objetos educacionais produzidos por professores do Instituto e
de outras instituições de ensino como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de instituições de pesquisa ou culturais
como o Museu Nacional e Museu Imperial, fazem parte do sistema desenvolvido para
compartilhamento de objetos para educação de surdos, ampliando o acesso de materiais
com acessibilidade em Libras para uma prática pedagógica acessível a todos.
Da proposta à realidade do acesso aos objetos sobre e para surdos
Apesar dos avanços nos materiais pedagógicos e das conquistas das tecnologias para
a educação de surdos, um grande desafio ainda se fazia necessário vencer: como construir
um sistema de acesso livre a objetos educacionais específicos para educação de surdos? Os
tradicionais repositórios institucionais ou temáticos não atendem a padrões comunicacionais
adequados à comunidade surda.
Os avanços com relação à educação de surdos são visíveis no crescimento de
matrículas de alunos em todos os segmentos educacionais, na visibilidade que o tema tem
adquirido nos debates educacionais, sendo inclusive tema de seleção/avaliação ao nível
nacional (ENEM 2018) e no aumento de pesquisas e publicações. Com relação a este último
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quesito podemos comparar os dados referentes aos artigos publicados na Plataforma SciELO
Brasil com os termos Surdos e Educação nos últimos anos (Gráfico 1).
Gráfico 1. Quantitativo de artigos publicados em revistas da SciELO com os termos Surdos e Educação de 1998 a
2019
Fonte: Dados dos autores
A tendência de crescimento mostra pouca variação de um ano para outro, sendo que
a partir de 2013 (18 artigos) o quantitativo ficou sempre acima de 13 artigos (2019) e os anos
de 2018 e 2014 cada um com 21 artigos. Este cenário quantitativo reflete a importância de
novas reflexões sobre práticas pedagógicas (VIEIRA; MOLINA, 218), políticas linguísticas
(FERNANDES; MOREIRA, 2017), surdos na educação superior (MORAES et al., 2018), inclusão
e acessibilidade (MARTINS; NAPOLITANO, 2017), recursos pedagógicos (NERY; BORGES, 2002)
dentre outros58.
As importantes conquistas com relação ao tema se refletem também no compromisso
de desenvolvimento de recursos educacionais que atendam às especificidades
comunicacionais dos surdos, em Libras e com padrões de visualidade.
Porém, ainda uma lacuna na produção e disponibilização de materiais que
atendam à demanda específica da educação de surdos de uma forma geral, e
especificamente na formação de professores bilíngues Libras-Português para atuarem com
este grupo em abordagem de ensino inclusivo. Para atender a estas questões o INES
desenvolveu um repositório digital tendo como base “literatura sobre educação de surdos,
58 Dados parciais de pesquisa em andamento pelos autores, integrantes do Grupo de Pesquisa Acessibilidade e
Inclusão na Educação de Surdos.
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materiais pedagógicos para surdos, cultura surda, experiências de outras instituições com
cursos e materiais para educação de surdos.” (CHALHUB, 2019).
Sendo responsável por ações para educação de surdos ao longo de mais de 160
anos e tendo desenvolvido ações de incentivo, instrumentação e capacitação de profissionais
da área, o Instituto apresenta atualmente propostas de educação bilíngue com práticas
pedagógicas diferenciadas nos diversos segmentos, da educação infantil ao ensino superior
nas modalidades presencial e online.
Uma destas propostas é o curso de Pedagogia na modalidade online que teve início
em 2018 com turmas de alunos surdos e ouvintes em 13 polos em universidades públicas em
todas as cinco (5) macrorregiões do Brasil. O curso apresenta diversificação das práticas
pedagógicas, com ênfase na aprendizagem utilizando Objetos de Aprendizagem que
potencializam a educação bilíngue Libras/Português. Tais objetos são vídeos, textos,
animações, jogos dentre outros, com destaque para os vídeos em Libras.
No cenário da educação online e presencial os objetos de aprendizagem (OA) são
relevantes por serem recursos capazes de enriquecerem as práticas pedagógicas levando a
novas formas de uso e interação (AUDINO; NASCIMENTO, 2010). Os do curso online do INES
foram desenvolvidos numa perspectiva inclusiva e podem ser utilizados nos cursos
presenciais, nas disciplinas para as quais foram desenvolvidos ou serem adaptados para
outras disciplinas (exemplo: OA da Educação Infantil ser utilizado na disciplina História da
Educação) dos cursos de Pedagogia ou de outras áreas e segmentos educacionais.
Para atender à realidade diferenciada do aluno surdo foi planejado um repositório de
objetos digitais que atenderia aos alunos do curso de Pedagogia na modalidade online e de
todos os cursos do INES e de outras instituições de ensino no Brasil. Para que os alunos de
diferentes regiões tivessem acesso aos conteúdos foi desenvolvida uma proposta construção
de um sistema que possibilitasse a democratização da informação, um sistema que
permitisse o acesso, cópia e compartilhamento de todos os objetos, possibilitando maior
autonomia de professores, tutores, coordenadores e alunos de qualquer parte do país.
Iniciado em 2015 o projeto do repositório contou com a participação de diversos
profissionais do INES e a parceria da UFRJ e FIOCRUZ (instituições com reconhecida
experiência no desenvolvimento de repositórios institucionais). A consultoria com
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profissionais do INES, Departamento de Educação Básica (DEBASI), Departamento de Ensino
Superior (DESU) e Departamento de Desenvolvimento Humana, Científico e Tecnológico
(DDHCT), foi essencial, especialmente as trocas de ideias com professores, intérpretes e
alunos surdos visando um melhor entendimento da concepção de visualidade da
comunicação para a comunidade surda.
Foi elaborada uma customização do DSpace59 priorizando a comunicação visual e a
acessibilidade em Libras na página de abertura (Figura 1), tornando-o diferenciado dos
tradicionais repositórios institucionais de universidades e institutos de pesquisa que utilizam
formato textual de apresentação das informações.
Figura 1. Página de abertura do Repositório Digital Huet: elementos visuais e Libras
Fonte: Dados dos autores
Foram realizados dois levantamentos, um da produção do INES, composto
principalmente por documentos, publicações, acervo histórico;em seguida uma pesquisa da
produção acadêmica e cultural de profissionais de outras instituições sobre a temática
Educação de Surdos. Após o levantamento foi realizada organização e preparação
(digitalização de parte do acervo, quando necessária, e estudo dos metadados necessários)
para inserção no sistema.
59 DSpace é um sistema de código livre, criado nos EUA em 2002 pelo Massachuset Institute of Technology
(MIT), utilizado pela maioria de instituições de ensino e pesquisa em todos os continentes.
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Considerando a diversidade de materiais oriundos dos levantamentos foram
elaboradas propostas de organização das coleções sendo apresentadas e discutidas com
diversos profissionais e alunos ao longo de quase dois (2) anos. Foi definido que o
Repositório seria composto por quatro (4) Comunidades: Acervo Histórico, Áreas do
Conhecimento, Diversão e Lazer e Jornalismo, cada uma destas com suas coleções próprias.
O povoamento teve início com objetos de diferentes tipos: vídeos, imagens, animações,
textos, manuscritos, produzidos pela instituição e outras instituições de ensino e pesquisa.
Os jogos educacionais ainda não começaram a ser inseridos no sistema devido à urgência de
inserção dos vídeos base das disciplinas online.
Um dos princípios que nortearam o projeto foi o da encontrabilidade da informação,
cuja importância reside na “possibilidade de os sujeitos informacionais encontrarem a
informação por meio de sua representação e organização” (VECHIATO; VIDOTTI, 2018). Dessa
forma foram desenhadas duas formas de recuperar os objetos: uma por busca com
palavras-chave (Figura 2) e a outra por meio de exibição de listas por comunidades e
coleções, data do documento, autoria, título, tipo, assunto (Figura 3).
Figura 2. Campo de busca do Repositório Digital Huet
Fonte: Dados dos autores
A recuperação pela busca usando palavras-chave pode ser diferenciada por tipos
de material: vídeo, texto, imagem, animação, jogo, outras mídias ou tudo. Este tipo de
busca foi pensado para facilitar o acesso aos materiais uma vez que possibilita a
recuperação de materiais específicos segundo o objetivo do usuário (Figura 3).
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Figura 3. Acesso via exibição de lista dos materiais inseridos no Repositório Digital Huet
Fonte: Dados dos autores
Este tipo de navegação pelo sistema, via exibição de listas (colunas à esquerda e à
direita da intérprete surda), aumenta a encontrabilidade de materiais que podem ser
desconhecidos dos usuários que estão se familiarizando, estudando a temática
(CHALHUB, 2019). As figuras 4 e 5 apresentam os resultados de exibição dos materiais
via listas.
Figura 4. Recuperação de materiais via exibição da lista Assunto do Repositório Digital Huet
Fonte: Dados dos autores
A disponibilização dos materiais recuperados nas exibições pode ser modificada
por cronologia ou ordem alfabética. No item Assuntos o usuário terá uma ideia dos
temas que estão inseridos e o quantitativo de materiais, sendo que um material pode
estar cadastrado com mais de um assunto pois o mesmo segue os termos utilizados
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como palavras-chaves pelos autores. Por exemplo: um vídeo pode aparecer nos
assuntos acessibilidade e Libras. Ao clicar no assunto desejado abrirá uma lista com os
arquivos com detalhes semelhantes aos da Figura 5 que é uma nova forma de exibição.
Figura 5. Recuperação de materiais via exibição da Coleção Ciências Humanas da Comunidade
Áreas de Conhecimento do Repositório Digital Huet
Fonte: Dados dos autores
A visualização dos materiais recuperados via exibição da coleção Ciências Humanas
é bem completa pois traz informações sobre título da obra, autores e data de sua
produção e a coluna à direita apresenta os resultados dos autores com o quantitativo
de produção na coleção em questão. Se o usuário clicar no título de cada obra a
mesma será aberta apresentando suas informações específicas (metadados) de seu
cadastro no sistema.
Visando a tornar mais efetiva a recuperação da informação foi produzido um
tutorial em Libras por professoras surdas do INES. A figura 6 apresenta uma cena do
vídeo e o link abaixo da figura o acesso ao próprio vídeo.
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Figura 6. Vídeo com tutorial de acesso de materiais no Repositório Digital Huet
https://www.youtube.com/watch?v=qeAeKtocH9E&t=7s
Fonte: Dados dos autores
Por se tratar de uma ferramenta para uso educacional para alunos e professores de
todos os segmentos, a linguagem utilizada é clara e objetiva, mesmo que às vezes apresente
algum grau de redundância.
Características dos materiais que povoam o Repositório Huet
O Repositório Digital Huet foi inaugurado em novembro de 2017 e atualmente estão
inseridos mais de 900 itens, sendo 638 vídeos em Libras e português (aulas das disciplinas do
curso online, literatura infantil, documentários produzidos pelo INES, programas culturais e
jornalísticos da TV INES), 287 textos (documentos, livros, capítulos de livros, anais de
congressos, artigos, teses e dissertações) e fotografias históricas. Até abril de 2022 foram
realizados mais de 33 milhões de acessos aos materiais disponibilizados.
Em um breve passeio pelas coleções podemos ter uma visão da diversidade de
materiais que compõem o acervo, a começar pelas próprias comunidades: Acervo Histórico,
Áreas do Conhecimento, Diversão e Lazer, Jornalismo. A primeira, Acervo Histórico, é
composta de duas coleções, as dos arquivos do Instituto e Arquivos Externos. Ambas
comunidades agregam documentos como cartas manuscritas (Relatório Huet), documentos
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administrativos do Instituto, fotos dos alunos e do prédio, relatórios anuais dos diretores,
publicações institucionais e de associações (Figura 7).
Figura 7. Materiais da Comunidade Arquivo Histórico
Fonte: Dados dos autores
A comunidade Áreas do Conhecimento segue a nomenclatura do CNPq segundo as
áreas para nomear as coleções: Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas,
Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes. Essas coleções
também apresentam diversidade de materiais como textos - artigos, teses e dissertações,
anais de congressos com reflexões teóricas sobre a temática e reflexões sobre práticas
pedagógicas; vídeos com aulas das disciplinas do curso de Pedagogia na modalidade online;
vídeos com materiais específicos para aulas da educação básica, videos de práticas
pedagógicas; vídeos com materiais de exposições de museus (Casa da Ciência e Museu
Nacional) e pôsteres apresentados em eventos acadêmicos (Figura 8).
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Figura 8. Materiais da coleção Áreas do Conhecimento
Fonte: Dados dos autores
Na Comunidade Diversão e Lazer estão os materiais específicos de cultura e
entretenimento, muitos vídeos de cultura surda (Humor) e outros traduções de clássicos da
literatura infantil e lendas brasileiras (Infantil), além de animações e programas de
entrevistas da coleção Produções Culturais (Café com Pimenta) e Esportes (Super Ação)
(Figura 9).
Figura 9. Objetos das coleções Produções Culturais, Esportes e Infantil
Fonte: Dados dos autores
Jornalismo é uma comunidade com coleções de Documentários (Gera Mundos,
Imagens do Invisível e Surdocegueira), Jornal (Jornal Primeira Mão) e Reportagens
(Panorama Visual, Salto para o Futuro) (Figura 10).
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Figura 10. Materiais das coleções Jornal, Reportagens e Documentários
Fonte: Dados dos autores
Os conteúdos mais buscados são relacionados a arquivos teóricos, históricos e
culturais. Entre os materiais mais acessados es o documento de 1855 que Huet60 enviou a
Dom Pedro (pertencente ao Museu Imperial). Este documento que serviu de base para a
institucionalização da educação de surdos no país está também disponibilizado em vídeo em
Libras61. Segundo estudo de identificação de materiais mais acessados no Repositório Digital
Huet uma demanda para materiais teóricos sobre educação de surdos e a história desta
educação, sendo as que as temáticas mais presentes são ensino de ciências, pesquisas sobre
material didático, currículos, políticas públicas, práticas pedagógicas, letramento” (CHALHUB,
2019).
A diversidade de materiais disponibilizados neste sistema potencializa a utilização
tanto dos objetos produzidos com objetivos educacionais quanto aqueles que apesar de
terem sido produzidos para divulgação jornalísticas e documentárias além de culturais
apresentam elementos que podem deixar o processo de aprendizagem mais dinâmico e
criativo em todos os segmentos educacionais.
61 A tradução foi autorizada pelo Museu Imperial e realizada por uma equipe de profissionais intérpretes e
tradutores surdos e ouvintes do INES, sendo sua gravação realizada por professor surdo supervisionado por
professores de Libras surdos.
60 E. Huet foi o professor surdo francês que idealizou o projeto do Imperial Colégio de Surdos-Mudos, atual
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) fundado por Dom Pedro II em 1857.
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Chalhub e Janoario
Novas perspectivas
Hoje, o fazer pedagógico enfrenta pressões crescentes para avançar abordagens
didáticas mais centradas na tecnologia. No entanto, as práticas pedagógicas tradicionais,
onde o professor geralmente es à frente da sala de aula numa troca de conhecimento, na
construção coletiva, estão, cada vez mais, complementadas por outros métodos de ensino,
incluindo abordagens com base em tecnologias digitais.
As práticas pedagógicas descritas no artigo mostram que existe uma grande
flexibilidade associada à prática docente e ao aprendizado colaborativo ou co-construído. Os
alunos surdos podem aprender através das práticas centradas no professor, mas também por
meio das metodologias que incentivam maior independência e incorporam a escolha do
aluno sobre o que quer aprender.
À medida em que os professores se apropriem e rompam com a barreira do uso das
tecnologias na sala de aula, é possível desenvolver a cooperação e a colaboração para um
ambiente interativo. Essa prática é alcançada por meio da troca de ideias, informações e
materiais digitais, nas atividades de aprendizagem coletiva. Uma das principais metas da
prática pedagógica é a colaboração no ambiente educacional, fator essencial para prática
profissional.
O repositório digital do INES foi desenvolvido para atender os padrões de
acessibilidade dos surdos e disponibilizar objetos educacionais acessíveis em Libras e
materiais sobre educação de surdos visando potencializar as mudanças na prática
pedagógica bilíngue.
Porém, como o Repositório Digital Huet utiliza um sistema criado para agregar e
disponibilizar materiais textuais com objetivo de divulgar produção científica proveniente de
investimentos públicos apresenta algumas limitações, uma destas é a não utilização de sinais
nas buscas, como já acontece em glossários.
Um desafio mais viável de ser alcançado é o aumento da interatividade com os
usuários, o que até o momento se viabiliza via e-mail e demais contatos. Outros elementos
interativos são importantes para a identificação da satisfação e demanda do usuário.
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ACESSO LIVRE E EDUCAÇÃO DE SURDOS: REPOSITÓRIO DIGITAL HUET E
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
É fundamental que os professores e alunos se apropriem destes materiais textuais ou
imagéticos utilizando-os nas suas práticas educacionais, recontextualizando-os num
movimento criativo e de construção coletiva do conhecimento.
A necessidade de melhorar continuamente a experiência educativa com alunos
surdos tem sido um fator sine qua non para a prática pedagógica brasileira. Urge pensarmos
práticas de ensino que ajudem a moldar a experiência de aprendizado do aluno tanto no que
diz respeito à motivação quanto ao desempenho educacional. É urgente incentivar os
professores a compartilhar mais de seus conhecimentos e experiências e de maneiras que
vão além da mera troca de informações.
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ACESSO LIVRE E EDUCAÇÃO DE SURDOS: REPOSITÓRIO DIGITAL HUET E
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
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Data do envio: 06/06/2021
Data do aceite: 25/05/2021
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