O MESTRADO
PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (ProfEPT)
E O SIGNIFICADO DESSA OFERTA DE FORMAÇÃO EM PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Paraná (IFPR)
Curitiba, PR, Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Paraná (IFPR)
Curitiba, PR, Brasil
Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC)
Videira,
SC, Brasil
DOI: https://doi.org/10.22409/mov.v7i14.43914
Este artigo tem como objetivo apresentar
a contribuição do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT) para a pós-graduação brasileira. Faz um
rápido histórico do Programa, apresentando o volume de inscritos, as
dissertações defendidas e os produtos educacionais em paralelo a discussão
sobre a oferta de cursos de mestrado no âmbito da Educação Profissional e
Tecnológica, dentro dos Institutos Federais. Verifica-se que desde sua
implantação em 2017, trezentas e quatorze dissertações foram defendidas com
seus respectivos produtos educacionais disponibilizados para uso na educação
profissional, tanto no ensino médio ou superior, quanto na gestão. Além disso,
é o único programa presente em todo o território nacional, demonstrando que a
demanda de formação ainda existe em nosso país, bem como a necessidade de
aprofundamento desta questão.
Palavras-chave:
Mestrado Profissional. Formação em rede. Pós-Graduação.
THE
PROFESSIONAL MASTER'S DEGREE IN PROFESSIONAL AND TECHNOLOGICAL EDUCATION (ProfEPT) AND THE MEANING OF THIS OFFER AT GRADUATE PROGRAMS IN
BRAZIL
ABSTRACT
This
article aims to present the contributions of the Professional Master’s Degree
in Professional and Technological Education (ProfEPT)
at Brazilian Graduate Program. It displays a brief history of the Program,
which includes the number of applicants, the dissertations defended and the
educational products along with the discussion on the offer of master's
programs in the scope of Professional and Technological Education, within the
Federal Institutes. The study shows that, since its implementation in 2017,
three hundred and fourteen dissertations have been defended and their
respective educational products were made available for use in professional
education, both in High School and University Degrees, in the educational
management. In addition, it is the only program that embraces the entire
national territory, demonstrating that the demand for training is essential in
our country, as well as the need to deepen the discussions around this issue.
Keywords:
Professional Master's Program. Network Training. Postgraduate studies.
EL MÁSTER PROFESIONAL EN EDUCACIÓN
PROFESIONAL Y TECNOLÓGICA (ProfEPT) Y EL SIGNIFICADO DE ESA OFERTA DE
FORMACIÓN EN PROGRMAS DE POSGRADO EN BRASIL.
RESUMEN
Este artículo tiene por
objetivo presentar la contribución del Máster Profesional en Educación Profesional y
Tecnológica (ProfEPT)
a los programas de posgrado brasileños. Hace un rápido histórico del
programa, presentando el volumen de inscriptos, las disertaciones defendidas y
los productos educacionales en paralelo a la discusión acerca de la oferta de
cursos de maestría, en el ámbito de la Educación Profesional, dentro de los
Institutos Federales. Se verifica que, desde su implantación en el año 2017,
trecientas trece disertaciones fueron defendidas, con sus respectivos productos
educacionales disponibles para uso en la educación profesional, tanto para la
enseñanza mediana o superior, como en la gestión. Además de eso, es el único
programa presente en todo el territorio nacional, demostrando que la demanda de
formación aún existe en nuestro país, así como la necesidad de profundizarse
esta cuestión.
Palabras-clave: Maestría
Profesional. Formación en red. Posgrado.
Introdução
Discutir sobre a pós-graduação no
Brasil de hoje é um tema desafiador em função dos tempos que temos vividos. O
ataque e a descrença na ciência se fazem presente em muitos espaços sociais e
na pós-graduação de forma bastante veemente, quando vemos o congelamento dos
investimentos na área educacional e os mais recentes decretos, reduzindo bolsas
e incentivos aos estudos.
Neste contexto, mais do que nunca
se faz necessário divulgar a produção acadêmica científica e sua importante
contribuição para a melhoria dos processos sociais. Diante disso, o objetivo
deste texto é analisar o impacto da oferta de formação oferecida pelo
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) a partir dos dados apresentados por este programa,
que, mesmo novo, está presente no país inteiro com números surpreendentes.
Segundo a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil tem 7,6 doutores para
cada 100 mil habitantes e o Reino Unido conta com um índice de 41 doutores para
cada 100 mil habitantes, demonstrando que temos ainda um longo caminho a
percorrer se quisermos alcançar indicadores educacionais como os de nações
desenvolvidas.
Cabe destacar que a pós-graduação
brasileira passou por uma expansão muito significativa nos últimos anos, claro
que, como bem se explicita em todos os aspectos, essa expansão se deu de forma
contraditória, com avanços e retrocessos, mas que nos indicam possibilidades. De acordo com a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão
vinculado ao Ministério da Educação, os cursos de mestrado e doutorado mais que
dobraram em 15 anos: se em 2000 havia 1.439 programas disponíveis, o número
saltou para 3.905 em 2015.
Assim sendo esse artigo inicia com
uma breve apresentação do histórico do ProfEpt,
apresentando sua proposta e sua oferta no território nacional. Apresenta os
dados de vagas e inscritos e faz uma apresentação das dissertações defendidas e
dos produtos educacionais publicados.
Segundo Machado e outros (2019) o ProfEPT “nasce por meio de uma série de movimentos
conjuntos e demandas compartilhadas da Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica (SETEC) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF)” (MACHADO et
.al. 2019, p. 549).
Leite (2017, p. 848) lembra que na
história da educação brasileira, “a educação profissional foi pensada com a
finalidade de treinar uma parcela da população para o desempenho de atividades
manuais consideradas de nível intelectual inferior. Visava também atender às
demandas da indústria e beneficiar os grupos sociais desfavorecidos
economicamente”.
Segundo a autora o mestrado
profissional sofreu forte influência internacional e acatou as regulamentações
do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que orientava a aproximação da
universidade com o setor produtivo a fim de atender a nova dinâmica do
mercado.
Assim, Leite (2017) conclui que a
principal diferença entre o mestrado acadêmico e o profissional é o resultado
desejado e, especialmente neste último, o objetivo é formar alguém que saiba
localizar, reconhecer, identificar e, sobretudo, utilizar a pesquisa de modo a
agregar valor a suas atividades pessoais ou sociais.
Barros, Valentim e Melo (2005)
ressaltam que o mestrado profissional é destinado a um público externo à
academia e se volta para a gestão, produção e aplicação do conhecimento
orientado para a pesquisa aplicada, a solução de problemas, a proposição de
novas tecnologias e o aperfeiçoamento tecnológico. As autoras destacam que os
mestrados profissionais possuem como alvo a capacitação de recursos humanos
para a prática profissional e transformadora, preservando a vinculação ensino
versus pesquisa.
Sobre a relação teoria e prática nos
mestrados profissionais, Ostermann e Rezende (2009)
apontam que o mestrado acadêmico forma pesquisadores e docentes, enquanto o
profissional qualifica para o mercado de trabalho.
Segundo os autores é forte a dicotomia
que sustenta todos os níveis de formação profissional no Brasil: de um lado os
que pensam e, do outro, os que executam.
Esse fato fica evidenciado na
própria orientação trazida pela Capes, que dispõe sobre os objetivos do
mestrado profissional voltados para questões da prática profissional.
Os autores compreendem que os
mestrados profissionais não precisam estimular à utilização do conhecimento de
modo pragmático. Ao contrário disso, necessitam promover a relação
indissociável entre teoria e prática.
Por isso, cabe aos Programas de
Pós-Graduação voltados aos mestrados profissionais colocar em foco essa
discussão de modo a pressionar os órgãos legisladores a modificarem suas
normativas e a contemplarem em suas leis as relações intrínsecas entre teoria e
prática.
1. O ProfEPT
no cenário nacional
Tendo como objetivo geral oferecer e
oportunizar uma formação específica sobre a Educação Profissional e Tecnológica
aos profissionais da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (RFEPCT), visando tanto à produção de conhecimento como o
desenvolvimento de produtos, por meio da realização de pesquisas que
integrem os saberes inerentes ao mundo do trabalho e ao conhecimento
sistematizado o ProfEPT nasce diante de imensos
desafios e com uma proposta ambiciosa em termos numéricos.
Em 2017 foi realizado o primeiro
processo seletivo do ProfEPT. Através do edital do Exame Nacional de
Acesso (ENA) foram oferecidas 401
vagas em 18 Instituições Associadas (IAs) e o total
de inscrições homologadas, oriundas de muitos estados brasileiros, chegou a
18.864. Ainda em 2017 foi realizado um segundo processo seletivo para oferta de
20 vagas, em uma turma específica, para os servidores do quadro de carreira do
Ministério da Educação (MEC), sendo 12 destas vagas destinadas a servidores
vinculados à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Para
2018, com o aumento do número de IAs
associadas ocorreu um aumento no número de vagas. Foram ofertadas 820 vagas em
36 IAs e o número de inscrições homologadas, segundo
a Comissão Organizadora do ENA 2018, a chegou a 30.080. Em 2019
uma nova ampliação de oferta, 906 vagas disponibilizadas em 40 IAs, com 34.662 inscrições homologadas (ProfEPT,
2018a; 2018b; 2018c e 2019b). Para o ENA de 2020, ainda em andamento, estão
sendo disponibilizadas 913 vagas em 40 IAs e 30.535
inscrições foram homologadas conforme informação da Comissão Organizadora do
ENA 2020.
Como vimos, desde 2019 o ProfEPT passou a ser oferecido por IAs
localizadas em todos os estados do Brasil: IFES em Vitória- Espírito Santo,
CEFET-MG em Divinópolis- MG, Colégio Pedro II no Rio de Janeiro- RJ, IFAC
em Rio Branco- AC, IFAL em Maceió- AL, IFAM em Manaus- AM, IFAP em
Santana- AP, IFB em Brasília- Distrito Federal, IFBA em Salvador- BA, IF
Baiano em Catu- BA, IFC em Blumenau- SC, IFCE em Fortaleza- CE, IFFAR em São
Vicente do Sul- RS, IFFluminense em Macaé- RJ, IFG em
Goiânia- GO, IF Goiano em Morrinhos- GO, IFMA em São Luís- MA, IFMG em Ouro
Branco- MG, IFMS em Campo Grande- MS, IFMT em Cuiabá- MT, IFNMG em Montes
Claros- MG, IFPA em Belém- PA, IFPB em João Pessoa- PB, IFPE em Recife-
PE, IFPI na Parnaíba- PI, IFPR em Curitiba- PR, IFRJ em Nilópolis- RJ, IFRN em
Mossoró- RN, IFRO em Porto Velho- RO, IFRR em Boa Vista- RR , IFRS em Porto
Alegre- RS, IFS em Aracaju- SE, IFSC em Florianópolis- SC, IF SertãoPE em Salgueiro- PE, IFSP em Sertãozinho- SP, IF
SUDESTE MG em Rio Pomba- MG, IFSUL em Charqueadas- RS, IF Sul de Minas em Poços
de Caldas- MG, IFTM em Uberaba- MG, IFTO em Palmas- TO (ProfEpt,
2019b).
Abaixo segue um
mapa para visualização da oferta
Figura 1: Instituições Associadas
que ofertam o ProfEPT
Fonte: Elaboração própria, adaptado
de ProfEPT (2019a)
Uma característica muito importante
do ProfEPT é a disponibilização de 50% das vagas para
servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,
como: Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia; Centros Federais
de Educação Tecnológica e Colégio Pedro II e 50% para ampla concorrência,
possibilitando a participação de qualquer pessoa que tenha o interesse e seja
portadora de diploma de curso superior ou declaração de conclusão de curso
superior, devidamente reconhecido (ou revalidado) por órgãos competentes do
Ministério da Educação. Além disso, cada IA possui sua própria regra
definida, que consta nos editais, a respeito do sistema de reserva de vagas e
cotas, como indígenas, portadores de deficiência e cotas raciais (ProfEPT, 2018a; 2018b; 2018c; 2019b e 2020b).
A seguir, a Tabela 1 apresenta a
quantidade total de inscritos no ENA 2017, 2018, 2019 e 2020, separados por
instituições associadas e estados
Tabela 1: Vagas do ProfEPT nos anos 2017, 2018,
2019 e 2020.
Fonte: Elaboração própria, adaptado ProfEPT
(2020a).
A grande procura pelas vagas no ProfEPT, observada através das inscrições realizadas,
demonstra a demanda por este tipo de formação. Para os servidores da
RFEPCT ele atende à demanda de formação continuada e qualificação profissional,
tornando possível o aperfeiçoamento das práticas educativas e da gestão escolar
vinculadas à EPT. Para o público em geral oferece possibilidades de formação
qualificada, otimizando a oferta das vagas do Programa ao aproveitar a grande
capilaridade de atuação territorial da RFEPCT.
Ao observarmos as inscrições
homologadas em 2017, 2018, 2019 e 2020 verificamos que a procura pelas vagas de
servidores da rede federal é alta, no entanto esse número praticamente se
manteve nos ENAs de 2017 a 2019 e teve uma leve
redução no ENA de 2020. Já a procura pelas vagas de ampla concorrência teve um
aumento considerável de 2017 a 2019, e também teve uma
leve redução em 2020. Apesar de ter sido observada uma leve redução do número
de candidatos inscritos no ENA de 2020 em relação ao ENA de 2019, o número de
inscritos para concorrer a uma vaga no ProfEPT
continua muito alto. Certamente fatores como ser ofertado por uma instituição
pública e gratuita de abrangência em todo território nacional e a não restrição
quanto a graduações específicas contribuem para esses altos índices, além
do fato de que o ProfEPT, bem como toda a
RFEPCT, vem ao longo dos anos consolidando sua qualidade e importância na
formação de cidadãos e profissionais.
Em 2017 do total de 18.864
inscrições homologadas para o ENA, 14.556 foram para vagas de ampla
concorrência e 4.308 foram vagas de servidores (ProfEPT,
2018a). No ano seguinte, conforme dados da Comissão Organizadora do ENA 2018,
foram homologadas 30.080 inscrições no total, sendo 25.190 para vagas de ampla
concorrência e 4.890 para vagas de servidores. Para o ENA de 2019 foram
homologadas 34.662 inscrições no total, com 30.151 vagas de ampla concorrência
e 4.511 vagas de servidores (ProfEPT, 2019b).
Neste ano, conforme dados da Comissão Organizadora do ENA 2020, do total de
30.535 inscrições homologadas, 26.630 foram para vagas de ampla concorrência e
3.905 foram para vagas de servidores.
O
Gráfico, a seguir, apresenta as inscrições realizadas para o ENA separadas
pelos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020.
Gráfico 1: Dados finais das inscrições por ano: 2017, 2018,
2019 e 2020.
Fonte: Elaboração própria, adaptado ProfEpt
(2020a), Comissão Organizadora 2018 e Comissão Organizadora 2020.
2. A organização didática e
metodológica do Programa
A proposta do ProfEPT
está organizada em dois anos com a oferta de disciplinas obrigatórias e
eletivas, iniciando com a discussão das Bases Conceituais, chegando até a
produção do texto da dissertação e da proposta de produto educacional. O
programa possui duas linhas de pesquisa: 1) Práticas Educativas em Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) que trata dos fundamentos das práticas
educativas e do desenvolvimento curricular na Educação Profissional e
Tecnológica, em suas diversas formas de oferta, com foco nas estratégias transversais
e interdisciplinares, e 2) Organização e Memórias de Espaços Pedagógicos na
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) em que se encontram as discussões
sobre os processos de concepção e organização do espaço pedagógico na Educação
Profissional e Tecnológica, com foco nas estratégias transversais e
interdisciplinares, que possibilitem formação integral e significativa do
estudante.
Cabe
destacar que o programa está fundamentado no trabalho como princípio educativo
e na pesquisa como princípio pedagógico, em espaços formais e não formais
indicando a concepção de formação ofertada o que por si só já é um enorme
desafio diante da realidade atual.
Segundo
Pereira e Rôças (2017, p. 168)
havia, em funcionamento nos IF, em 2017, 70 cursos, dos quais 20 eram de
mestrados acadêmicos, 49 de mestrados profissionais e apenas um de doutorado.
De acordo com dados disponíveis na
Plataforma Sucupira (2020), nos Institutos Federais verifica-se a oferta de 32
mestrados profissionais e 17 mestrados acadêmicos. As tabelas seguintes
apresentam as ofertas.
Instituto Federal |
Mestrados Profissionais |
Amazonas |
Ensino
tecnológico |
Bahia |
Engenharia
de sistemas e produtos Produção
vegetal no semiárido |
Ceará |
Produção
e sanidade animal |
Espírito
Santo |
Ensino
de humanidades Engenharia
de controle e automação Tecnologias
sustentáveis Agroecologia Educação
em ciências e matemática |
Goiás |
Irrigação
no cerrado Bioenergia
e grãos Tecnologia
de alimentos Olericultura Proteção
de plantas Engenharia
aplicada e sustentabilidade Conservação
de recursos naturais do cerrado |
Minas
Gerais |
Sustentabilidade
e tecnologia ambiental Nutrição
e produção animal Ciência
e tecnologia de alimentos |
Pará |
Engenharia
de materiais Desenvolvimento
rural e gestão de empreendimentos agroalimentares |
Rio
de Janeiro |
Ciência
e tecnologia de alimentos Ensino
de ciências |
Rio
Grande do Norte |
Uso
sustentável de recursos naturais |
Santa
Catarina |
Clima
e ambiente Proteção
radiológica Mecatrônica |
São
Paulo |
Ensino
de ciências e matemática Automação
e controle de processos |
Rio
Grande do Sul |
Engenharia
e ciências ambientais Ciências
e tecnologias na educação Educação
e tecnologia |
Tabela
2 – Mestrados Profissionais
ofertados nos IFs
Fonte: Elaboração própria, baseado
em Plataforma Sucupira, 2020.
Instituto
Federal |
Mestrado
Acadêmico |
Ceará |
Ciência
da computação Tecnologia
de alimentos Ensino
de ciências e matemática Engenharia
de telecomunicações Energias
renováveis Tecnologia
e gestão ambiental |
Espírito
Santo |
Engenharia
metalúrgica e de materiais |
Goiás |
Zootecnia Ciências
agrárias - Agronomia Biodiversidade
e conservação Agroquímica |
Paraíba |
Engenharia
elétrica |
Piauí |
Engenharia
de materiais |
Paraná |
Ciência,
tecnologia e sociedade |
Rio
de Janeiro |
Ensino
de ciências |
Rio
Grande do Norte |
Educação
profissional |
São
Paulo |
Engenharia
mecânica |
Tabela
3 - Mestrado Acadêmico Instituição -
Programa
Fonte: Elaboração própria, baseado
na Plataforma Sucupira, 2020
Percebe-se então que até o
surgimento do ProfEPT, somente no estado do Rio
Grande do Norte existia um programa voltado a discussão da Educação
Profissional. E desde 2008, com a institucionalização dos Institutos Federais,
vimos uma demanda crescente de discussão, reflexão e formação para esse aspecto
tão significativo da educação.
Assim, o ProfEPT
nasce com a perspectiva de atender a necessidade de qualificação profissional
dos servidores pois estes
[...] apresentam perfis os mais
distintos possíveis: (a) docentes com alta titulação acadêmica e pouca
experiência junto ao setor produtivo, qualidade necessária à EPT; (b) docentes
com grande experiência junto ao setor produtivo e baixa titulação acadêmica;
(c) docentes que não tiveram formação pedagógica para atuação junto à EPT; e
(d) docentes que não foram capacitados para promover a integração do ensino com
as expectativas profissionais, sociais e econômicas da clientela que atende e
da região em que atua (IFES, 2019)
Visto que os IFs apresentam em sua
proposta de criação, a oferta da educação profissional e tecnológica em
diferentes níveis e modalidades da educação, o ProfEpt
vem ao encontro dessa possibilidade. Seu primeiro
coordenador, professor Rony Freitas, ao explicar as características do
Programa, afirma que
[...] é importante dizer que em
nosso caso a rede já existia antes do ProfEPT e isso
me parece ser uma característica essencial uma vez que já havia certa interação
entre as instituições que compõem o programa. Isso torna mais fáceis as
articulações e investimentos necessários para a manutenção e qualificação do
programa. Outro aspecto a considerar é a excelente infraestrutura que a Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica possui, além de um
corpo docente altamente preparado e inserido em atividades de ensino, pesquisa
e extensão. Tal corpo docente atua em diversos níveis e modalidades, entre
elas: ensino médio integrado; cursos técnicos; graduação e pós-graduação, o que
aproxima de forma positiva pesquisa na área de Ensino de práticas reais de ação
docente. Ainda se pode destacar o fato de, apesar de termos elementos centrais
que nos caracterizam como um único programa, o ProfEPT
respeita particularidades locais. Isso porque cada componente curricular possui
ementa e referências básicas únicas para todas as Instituições Associadas.
(FREITAS, 2019, p. 368).
3. Dissertações defendidas e
produtos educacionais publicados
Até
2019 o ProfEPT
conta, de acordo com a Plataforma Sucupira, com trezentos e quatorze (314) dissertações defendidas e estão divididas de acordo com a
tabela abaixo:
Estado |
Defesas |
Alagoas |
1 |
Amazonas |
20 |
Bahia |
22 |
Ceará |
24 |
Goiás |
33 |
Mato Grosso |
01 |
Minas Gerais |
29 |
Pernambuco |
13 |
Paraná |
24 |
Rio de Janeiro |
11 |
Rio Grande do Norte |
21 |
Rio Grande do Sul |
59 |
Santa Catarina |
23 |
Sergipe |
15 |
São Paulo |
15 |
Tocantins |
03 |
Tabela 4: Número de defesas de dissertações do ProfEpt
por estado da federação.
Fonte: Elaboração
própria, com base na Plataforma Sucupira, 2020
Conforme o
Regulamento Geral do ProfEPT, a dissertação é o
relatório de pesquisa do produto educacional (ProfEPT,
2020c). A partir dela, pode-se verificar a variedade de conhecimentos sistematizados e interdisciplinares,
com vistas à integração dos campos do Trabalho, da Ciência, da Cultura e da
Tecnologia, que estão sendo gerados através das pesquisas realizadas. A
qualificação de recursos humanos, promovida pelo ProfEPT
e demonstrada através destes trabalhos, possibilita a melhoria nos processos de
ensino e de gestão, em espaços formais e não-formais, gerando possibilidades de
inserção social e desenvolvimento socioeconômico, científico e cultural em
todas as regiões do Brasil.
Das trezentos e quatorze dissertações defendidas
cento e noventa e seis (196) se enquadram na linha de pesquisa Práticas
Educativas em Educação Profissional e Tecnológica, e cento e quatorze (114) se
enquadram na linha de pesquisa Organização e Memórias de Espaços Pedagógicos na
Educação Profissional e Tecnológica e 4 dissertações não tem a identificação
referente à linha pedagógica.
Diante da
análise destes dados percebe-se que há um equilíbrio na escolha entre as duas
linhas. Este equilíbrio demonstra que há muito a ser estudado, seja para suprir
uma necessidade, propor alternativas, publicizar bons
resultados ou sugerir discussões relacionados aos processos ou a práticas
relacionadas à EPT.
Uma das
principais características do Mestrado Profissional que, inclusive, o
diferencia do mestrado acadêmico, é a necessidade de criação de um
produto educacional, uma vez que, nessa modalidade de Pós-Graduação stricto
sensu o foco está na integração entre conteúdo disciplinar e conhecimento
pedagógico, como explicita o Documento de Área – Ensino (BRASIL, 2016b).
Portanto,
compreende-se o produto educacional como um elo auxiliar entre a teoria e
prática educacional.
Gerar um produto
educacional a partir da pesquisa e dos estudos desenvolvidos ao longo do Mestrado
Profissional é o que a CAPES denomina de “produção técnica”:
A produção de materiais educacionais é dirigida a
determinados públicos, envolvendo processos de formação em ambientes de ensino
formal (escolas e instituições educacionais nos diversos níveis de ensino) ou
não formal (museus e centros de ciência, arte e cultura, centros de saúde e
similares, entre outros). (BRASIL, 2020, p. 1).
Tal produção
complementa o objetivo a que se propõe o Mestrado Profissional, ou seja, “o de
qualificar profissionais para produzir conhecimento científicos que culminem
com a construção de um produto final, ampliando assim a contribuição do
universo acadêmico para a sociedade por meio da atuação desses profissionais”,
conforme explicita a CAPES (BRASIL, 2020).
Deste modo, as
produções acadêmicas do ProfEPT
tem sido um campo de discussão e criação de ferramentas que buscam criar,
aprimorar ou questionar situações vivenciadas no âmbito das instituições de
ensino voltadas à educação profissional e tecnológica.
Souza (2019) lembra
as orientações da CAPES para o ProfEPT sobre os
produtos educacionais que devem ser disponibilizados para uso em escolas
públicas do país, além das dissertações e artigos derivados do relato
descritivo e analítico dessas experiências e afirmava que
[...] a perspectiva é que, a partir de 2019, o ProfEPT gere centenas de produtos educacionais que ficarão
disponíveis para professores e alunos da educação básica de todo o país, os
quais poderão adaptá-los à realidade local, significando um grande avanço em
termos de experiência de ensino-aprendizagem em uma área carente desse tipo de
material (SOUZA, 2019, p. 228).
Assim, seguindo
as orientações da CAPES, o ProfEPT deve gerar
produtos educacionais que serão disponibilizados para uso em escolas públicas do
país, além das dissertações e artigos derivados do relato descritivo e
analítico dessas experiências.
Sobre as
diretrizes da CAPES e as perspectivas de Souza, é oportuno observar o gráfico
abaixo que apresenta os produtos educacionais produzidos pelas turmas de 2017 e
2018. Percebe-se uma grande variedade de produtos educacionais, dentre as
várias possibilidades os produtos que mais foram criados foram: Guia - 43, Sequência didática – 34, Cartilha – 22, Curso
de extensão – 14, Oficina – 13, Blog – 11, E-book – 11, Formação continuada – 10,
Documentário–8.
Gráfico 2 – Produtos Educacionais
Fonte: Elaboração própria, com base
na Plataforma EduCAPES.
A partir desse
levantamento é possível concluir que os objetivos citados por Machado e
Urbanetz (2019) sobre a finalidade dos produtos educacionais produzidos no ProfEPT estão sendo
alcançados pois, segundo as autoras estes produtos:
[...] contribuirão para melhorar os processos
da EPT nos Institutos Federais com uma diversidade de modelos de pesquisas que
emergiram de lacunas temáticas, por meio de investigações sobre: demandas,
formas de ofertas e seus ofertantes, finalidades, relações com o mundo do trabalho,
financiamento, currículos, regulações, queixas dos estudantes e dos
professores, trabalho docente, processo de ensino aprendizagem e promoção da
educação democrática (MACHADO; URBANETZ, 2019, p.899).
A educação profissional
tecnológica, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, a ciência
e à tecnologia, visa assegurar aos cidadãos brasileiros, o direito à
apropriação de competências profissionais que os façam aptos para adentrar em
setores profissionais nos quais haja utilização de tecnologias, independente de
classe social (BRASIL, 2020). Assim sendo busca oportunizar uma formação ominilateral
que possibilite o desenvolvimento de todas as potencialidades do ser humano de
tal maneira que o leve a construção de sua existência de forma mais completa,
sem limites e ações alienantes, superando a perspectiva de atendimento aos
pobres e desvalidos (SILVEIRA, 2008).
Por meio da Lei
nº 11.892, de 2008, foi instituída a Rede Federal de Educação Profissional, Científica
e Tecnológica e foram criados os Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia. Atualmente esta rede é composta por trinta e oito Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), dois Centros Federais de
Educação Tecnológica (CEFETs), o Colégio Pedro II
(CPII), vinte e quatro Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais e
a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Nesta
institucionalização, fortaleceu-se a verticalização do ensino, concepção
adotada pelos CEFETs desde a sua criação (SILVEIRA,
2020). Com a oferta de diversos níveis e modalidades de educação e formação
profissional em uma mesma instituição, o estudante pode escolher o itinerário
formativo que melhor atende às suas expectativas dentro de determinado eixo
tecnológico. Ao oferecer tanto cursos de curta duração quanto cursos de
pós-graduação, alicerçados na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão, os Institutos Federais representam uma possibilidade de formação
altamente qualificada em regiões do país onde antes não se tinha acesso à
formação profissional.
A oferta do
mestrado profissional dentro dos institutos caminha nesta mesma direção, no
sentido de oportunizar uma formação de pós-graduação em locais onde antes isso
não existia e ainda, sobre uma temática tão importante.
O ProfEPT pode possibilitar o aperfeiçoamento das práticas
educativas e também da gestão escolar vinculadas à EPT
em todas as regiões brasileiras em função da grande capilaridade de atuação
territorial ainda que enfrentando os desafios que se colocam a um programa em
rede, com a crescente desvalorização da ciência e da redução dos investimentos
em educação.
As dissertações e
produtos educacionais publicizados apontam a riqueza
da produção acadêmica que está sendo realizada no país sobre os processos e as
práticas relacionadas à EPT mostrando que esse programa tem muito a contribuir
com a pós-graduação no país.
Referências
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SOBRE AS AUTORAS
SANDRA TEREZINHA URBANETZ é doutora e
mestra em Educação pela Universidade Federal do Paraná, professora do Instituto
Federal do Paraná IFPR, Campus Curitiba. Realizou estudos pós-doutoral na Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/PPFH) e na Universidade do Porto, Portugal
(UP/FPCE)
E-mail: sandra.urbanetz@ifpr.edu.br
ELISTE LOPES CASSIANO é bibliotecária documentalista
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Campus
Curitiba, mestranda em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT)
no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR)
E-mail: elisete.cassiano@ifpr.edu.br
VANESSA BETTONI é servidora
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
(IFC), Campus Videira, mestranda do Programa de Mestrado Profissional em
Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEPT)
no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Paraná (IFPR).
E-mail: vanebettoni@gmail.com
Recebido
em: 13.07.2020
Aceito
em: 16.07.2020