UNIVERSIDADE E JUVENTUDE NA AMÉRICA LATINA: Horizontes e desafios para uma afirmação das Epistemologias do Sul - diálogos com Boaventura de Sousa Santos

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DOI:

https://doi.org/10.22409/mov.v7i13.41383

Resumo

Considerando a vasta contribuição de Boaventura de Sousa Santos ao debate motivador dessa entrevista, nosso diálogo buscará, no contexto da sua obra, abordar os desafios e estratégias das Epistemologias do Sul frente a tempos de retrocesso da democracia e avanço de forças conservadoras em escala global. No contexto da política do conhecimento, as Epistemologias do Sul aportam conhecimentos válidos criados e recriados diuturnamente nas práticas comunitárias e nas lutas sociais. Sua intervenção epistemológica se torna tão mais eficaz, quanto mais alargado o diálogo intercultural, que Boaventura compreende na medida de uma Ecologia de Saberes. Ao longo da entrevista, buscaremos discutir em que medida a luta social assume o papel de força motriz das Epistemologias do Sul, e os desafios de uma ciência que pretenda promover sua emergência. A referência a uma ciência das emergências, busca ampliar os horizontes da Sociologia das Emergências, apontada sucessivamente na obra de Boaventura de Sousa Santos, de modo a reconhecer os deslocamentos críticos que se desdobram também nos campos das Antropologia das Emergências, Ecologia das Emergências, Pedagogia das Emergências, Arte das Emergências, entre outros nos quais a política do conhecimento válido é cotidianamente reconfigurada. Que lutas necessitam ser travadas para que o ingresso de estudantes indígenas e afrodescendentes nas universidades possa efetivamente contribuir para que as Epistemologias do Sul operem politicamente como dispositivos de reversão ou bifurcação nas dinâmicas de produção do conhecimento e na transformação da realidade?  Nesse sentido, a conversa buscará compreender os desdobramentos das lutas sociais no plano institucional das universidades, especialmente frente à implementação e consolidação de políticas públicas de corte étnico-racial e de gênero, e o impacto das ações afirmativas nas identidades sociais. Em seu recente livro, “O Fim do Império Cognitivo – a afirmação das Epistemologias do Sul” (2019), Boaventura confere um tratamento especial à categoria de luta, e nossa conversa visa a também criar uma oportunidade de aproximar os leitores e leitoras dos aportes dessa obra, no auge de sua atualidade no Brasil e na América Latina. 

ABSTRACT

Considering the vast contribution of Boaventura de Sousa Santos to the motivating debate of this interview, our dialogue will seek, in the context of his work, to address the challenges and strategies of epistemologies of the South  in the face of times of democracy setback and advancement of conservative forces on a global scale. In the context of knowledge policy, epistemologies of the South provide valid knowledge created and recreated daily in community practices and social struggles. His epistemological intervention becomes more effective, the wider the intercultural dialogue, which Bonaventure comprises as far as an Ecology of Knowledge. Throughout the interview, we will discuss the extent to which social struggle assumes the role of driving force of Southern Epistemologies,and the challenges of a  science that intends to promote its  emergence. The reference to a science of emergencies seekstobroaden the horizons of the Sociology of Emergencies,pointed out successively in the work of Boaventura de Sousa Santos, in order to recognize the critical displacements that also unfold in the fields of Anthropology of Emergencies, Ecology of Emergencies, Pedagogy of Emergencies, Art of Emergencies, among others in which the policy of valid knowledge is daily reconfigured. What  struggles need to be fought so that the entry of indigenous and Afrodescendant students into universities can effectively contribute to the  Epistemologies of the South operating politically as devices of reversal or fork in the dynamics of knowledge production and in the transformation of reality?  In this sense, the conversation will seek to understand the consequences of social struggles at the institutional level of universities, especially in view of the implementation and consolidation of public policies of ethnic-racial and gender-cutting, and the impact of affirmative actions on social identities. In his recent book, "The End of the Cognitive Empire – the affirmation of the Epistemologies of the South" (2019), Boaventura gives a special treatment to the category of  struggle,and our conversation aims to also create an opportunity to bring readers and readers closer to the contributions of this work, at the peak of its present date in Brazil and Latin America.

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Biografia do Autor

Ana Elisa de Castro Freitas, Universidade Federal do Paraná

Bióloga, mestre em Ecologia e doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora no curso de Licenciatura em Artes; no Bacharelado em Ciências Ambientais e no Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais do Setor Litoral da Universidade Federal do Paraná. Pesquisadora do Laboratório de Interculturalidade e Diversidade nesta mesma Universidade, atua na formação de jovens intelectuais indígenas no ensino superior. Sua produção intelectual e artística situa-se na interface dos campos disciplinares da antropologia, da ecologia, da educação e das artes.

Publicado

2020-08-07

Como Citar

Freitas, A. E. de C. (2020). UNIVERSIDADE E JUVENTUDE NA AMÉRICA LATINA: Horizontes e desafios para uma afirmação das Epistemologias do Sul - diálogos com Boaventura de Sousa Santos. Movimento-Revista De educação , 7(13). https://doi.org/10.22409/mov.v7i13.41383