Sede de Ler

Expediente e Apresentação

Camila dos Santos Ferreira — 2023-12-31

A revista Sede de Ler, agora de “cara nova”, preserva o seu caráter extensionista e expande, em sua décima terceira edição, o diálogo entre universidade, escola e sociedade, dando visibilidade a práticas de ensino e de pesquisa voltadas para a formação humana e, mais particularmente, para ações concernentes ao desenvolvimento da escrita e da leitura no contexto escolar.

As fragmentações que nos constituem

Thaís Santos Thurler e Silva — 2023-12-31

Como forma de escolher meu tema de monografia utilizei esta escrita para revisitar as podas e os silenciamentos vividos enquanto criança e, assim compreender como aquilo marcou, marca e marcará minhas escolhas e feitos.

REGISTROS ARQUEOLÓGICOS DE UMA SALA DE AULA DO NEOLÍTICO BRASILEIRO

Holmes Antonio Vieira Martins — 2023-12-31

Na forma de um texto metafórico, localizamos uma homenagem ao ato de ensinar num Professor da UERJ e FIOCRUZ, Fernando Freitas. Falecido em fevereiro de 2022, Fernando promoveu uma ainda em curso revolução no Brasil sobre a despatologização da vida, sobre a leitura crítica ao usode psicotrópicos. É o organizador dos Seminários Internacionais a Epidemia das Drogas Psiquiátricas, junto com o Professor Paulo Amarante. Aqui um link de seu trabalho, que segue tocado por seus alunos, na qual podemos ler homenagens vindas de professores de diversos cantos do mundo:

https://madinbrasil.org/2023/02/fernando-de-freitas-um-amigo-querido-que-foi-um-guerreiro-da-mudanca-radical/

O Ônibus

Said Slaibi Araujo — 2023-12-31

Texto literário do gênero conto.

Relógio de Água

Bárbara Costa Ribeiro — 2023-12-31

Um Segundo

José D'Assunção Barros — 2023-12-31

Esopo em terena:

Wilmar da Rocha D'Angelis — 2023-12-31

Obra resenhada:

FARGETTI, Cristina M.; SILVA, Denise (orgs.). Kalihunoe exetinati mboke’exake. Fábulas de Esopo em terras Terena. Tradução ao Terena: Maisa Antônio. Coord. Concurso de Desenho: Walquíria A. Santos Bitonti. Assis: Triunfal Gráfica e Editora, 2018, 48 p.

É POSSÍVEL EXPLICAR O QUE É O FRACASSO ESCOLAR DA LEITURA?

Marília Flávia de Camargo Borin — 2023-12-31

Este artigo discutirá a respeito do uso abstrato de imagens dos conceitos de crise da leitura e de sua relação com a ideia de crise da escola. Para isso, recorrerá à uma pesquisa teórica inspirada na crítica, do autor José Mário Pires Azanha, à presença do estilo de investigação educacional, caracterizado como “abstracionismo pedagógico”, que atravessa os estudos acadêmicos na área da educação. Com este tratamento, buscará refletir sobre algumas implicações na educação que advém da apropriação sectária e dogmática dos diferentes discursos que tentam explicar o que seria a dificuldade de aprender e/ou ensinar a leitura, a partir de princípios generalizados que desprezariam a descrição de aspectos da concretude que constitui a dinâmica da cotidianidade das relações pedagógicas, na escola. Nesse sentido, intentará analisar representações teóricas disseminadas por discursos que distanciariam o olhar do (a) pesquisador (a) de situações complexas, imbricadas na relação pedagógica e no seu contexto social e histórico, as quais contribuiriam, a nosso ver, para maior compreensão das diferentes perspectivas de uso dos conceitos de crise da leitura e de crise da escola.

FORMAR LEITORES CONTRA A PESTE DA LINGUAGEM:

Carlos Henrique Fonseca — 2023-12-31

Partindo da noção, levantada por Ítalo Calvino (1990), de que a literatura é um meio de combater a peste da linguagem e da ideia de deslocamento, presente na leitura que Ricardo Piglia (2012) faz das conferências do escritor italiano, o presente trabalho almeja fazer reflexões sobre o lugar do texto literário em sala de aula e seu ensino. Se, como recorda Antonio Candido (1999; 2011), a experiência literária é essencial para a formação humana, também estando intimamente relacionada aos direitos do homem, a proposta aqui adotada reflete sobre a importância da formação do leitor literário como processo de extrema importância para a formação humana. Com base no trabalho desses autores, mas não apenas, pretende-se discutir também o ensino de literatura, problematizar a visão ainda remanescente no livro didático de literatura e refletir sobre alguns pontos contraditórios acerca da leitura literária presentes na BNCC, defendendo que, ainda hoje, o pensamento de Calvino mostra-se extremamente atual e que a formação do leitor literário também deve ser um exercício compromissado com um objetivo humanístico, a fim de emancipá-lo como sujeito crítico em seu devir histórico-social.

Vozes femininas na Literatura Indígena Contemporânea

Helena Correia de Faria — 2023-12-31

RESUMO: Este artigo apresenta uma análise dos discursos poéticos de Aline Rochedo Pachamama, do povo Puri da Mantiqueira, e de Márcia Wayna Kambeba, do povo Omágua/Kambeba, como instrumentos de reafirmação de identidade, resistência e de um múltiplo movimento cultural. Como focos de análise, selecionamos poemas de Pachamama: a poesia está na alma de quem escreve (2021) e Ay Kakyri Tama: Eu moro na cidade (2020). Obras que contribuem para desconstruir os estereótipos frequentes na representação do sujeito indígena elaborada pelo olhar eurocêntrico e que apresentam uma linguagem literária multimodal vinculada à oralidade. Partimos da reflexão de Candido (2011) sobre o direito à literatura, entendido, em sentido amplo, como um bem indispensável à nossa humanização. Apresentamos, também, conceitos de literatura indígena elaborados por Graúna (2003), Munduruku (2017), Dorrico (2017) e Thiél (2012) e um breve levantamento das escritoras indígenas do cenário literário do Brasil. Para tal, como caminho teórico-metodológico, realizamos uma pesquisa bibliográfica qualitativa de caráter interpretativo a partir da apreciação sensível dos traços dos textos (DURÃO, 2015). Além disso, buscamos apontar, a partir de um viés comparativo (CARVALHAL, 2006), a intertextualidade existente entre os poemas escolhidos. Desta forma, este trabalho pretende contribuir para as transformações de uma realidade de silenciamento dos povos originários e de sua produção literária.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Indígena. Aline Rochedo Pachamama. Márcia Wayna Kambeba.

A LEITURA LITERÁRIA E O PERCURSO FORMATIVO DO LEITOR COM TEA:

Manuela Sendim Tavares Alves — 2023-12-31

Esta investigação acadêmica analisa as potencialidades e fragilidades que a obra Um Mundinho de Paz, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen, provocou a dois estudantes com Transtorno do Espectro Austista incluídos em classes de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal localizada no Rio de Janeiro. O espaço de interação entre leitor e obra ocorreu na Sala de Leitura e mediada por minha atuação como Agente de Apoio à Educação Especial, a partir do desenvolvimento de estratégias pedagógicas com os elementos atrativos do livro e as diferentes possibilidades de trabalho, leituras e construção de significados realizados.

Entrevista com Cecilia Goulart para a Revista Sede de Ler

Cecília Goulart — 2023-12-31

Danuse Pereira Vieira e Jéssica do Nascimento Rodrigues (DPV e JNR): Cecilia, para nós, é uma honra entrevistá-la para a 13.a edição da Sede de Ler, revista do nosso PROALE, programa de extensão cuja história nos conta muito sobre o seu trabalho. Sua trajetória como professora, pesquisadora e profissional é sempre um convite para novas partilhas com leitoras-professoras e leitores-professores em contínua formação. Antes de apresentarmos nossa primeira pergunta, pedimos que, bem à vontade, teça algumas considerações sobre o seu trabalho na Revista Sede de Ler, quando dela foi coordenadora.

Literatura infantil ou literatura dirigida à infância?

Ana Crélia Dias — 2023-12-31

Para tratar do conceito de literatura infantil, é quase impossível não falar da relação estreita que ela estabelece com a escolarização. Nascida com o advento da escola para a ela servir, o texto dirigido ao público infantil tinha propósitos de apoiar o projeto pedagógico institucional de instrução das crianças.

BIBLIOTECA COMUNITÁRIA MARIA AUGUSTA BARBOSA FONSECA (BC-MABF)

Cesar Augusto de Oliveira Casella — 2023-12-31

Esse trabalho discute e reflete, a partir da concepção de letramento literário de Rildo Cosson (2009), sobre a Biblioteca Comunitária Maria Augusta Barbosa Fonseca (BC-MABF) como uma agência de letramento. Busca-se compreender como esta instituição de Itaberaí (GO), privada e gratuita, sem apoio do poder público, corrobora para o letramento literário e a democratização do acesso ao livro, relatando-se o seu processo de fomento à leitura. No trajeto de pesquisa, foi necessário um frequente procedimento de visita, acompanhamento, observação e análise dos ambientes de interesse que, além da BC-MABF, incluiu outras bibliotecas e outros espaços de leitura da cidade. Fazem parte do referencial teórico, ajudando a refletir sobre a leitura, a literatura e o letramento, obras de Magda Soares (2014), Brian Street (2014), Michèle Petit (2019) e Antônio Candido (2011). Verificou-se, ao longo da pesquisa, como o espaço da BC-MABF é frequentado e qual a demanda que o mantém ativo, no quadro de outras bibliotecas da cidade, a biblioteca municipal e as escolares.

ESTUDANTE-AUTOR EXPERIÊNCIA QUE AGREGA VALOR FORMATIVO

Márcia Maria Fonteles Vasconcelos — 2023-12-31

Esta proposição objetiva trazer uma reflexão da literatura sob o prisma de uma experiência no espaço de sala de aula. Entendendo este espaço como um processo de construção em que o professor, mais do que mediador, incentiva a prática de ações protagonistas, o convite se estende aos leitores para que possamos ressignificar nossos conceitos e sermos autores de nossas histórias. De forma a embasar a escrita, apresentamos a temática à luz dos pressupostos teóricos de autores como Candido (1989, 2002), Coelho (1997), Zilberman (2003), dentre outros. Após a contemplação de como a literatura contribui para a formação humanizadora, especificamos a literatura infantojuvenil, foco de nossa vivência a partir de componente curricular ministrado. Seguido a isso, trazemos à tona as ações que nortearam o cumprimento da referida disciplina a nível superior de uma instituição pública na cidade de Camocim-CE. Com a experiência, foi perceptível o valor agregado aos estudantes, uma vez que manifestaram novas visões acerca da literatura, assim como ressignificaram o fazer literário, não sendo este limitado a grandes nomes. Além disso, os discentes puderam ampliar suas concepções no que tange à desmistificação de conceitos, ao reconhecimento artístico local, bem como à descoberta de uma habilidade artística e criativa, até então, adormecida. Evidenciamos, portanto, o produto dessas experiências e a reflexão de como a literatura é capaz de transformar e de libertar o homem.

Um RELATO DA EXPERIÊNCIA COM A FORMAÇÃO E ELABORAÇÃO DE MATERIAIS PARA AS “OFICINAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO”

Heloisa Souza — 2023-12-31

O presente trabalho é o relato da experiência vivida pela Coordenação de Sala de Leitura e Biblioteca Escolares da Rede Pública Municipal de Itaboraí no ano de 2022, especificamente na Formação dos professores do projeto Oficina de Leitura e Produção Textual. Este projeto tem como objetivo o reforço nas habilidades e competências leitora e de escrita, em função da defasagem de aprendizagem ocorrida nos dois anos de afastamento social em função do COVID-2019. Coube a CSLBE fazer a formação e elaborar materiais para os profissionais da oficina que são professores de Língua Portuguesa, apresentando a estes, uma proposta de estudo da língua, já defendida por linguista há algum tempo, que não apresente a dicotomia literatura/gramática, ou apenas um estudo metalinguístico desta. Este trabalho teve como base o clássico “O texto na sala de aula, organizado por Geraldi (2012), no qual foram considerados os entraves salientados por autores como Leite (2012), Possenti (2012) e o próprio Geraldi, além da Dramática de Bagno (2014) e das estratégias de leitura e uso da literatura defendidos por Solé (1998) e Colomer (2007) e para abordar a linguagem a partir dos Descritores da Língua Portuguesa, Pestana (1998).O desafio foi então montar oficinas de linguagem nas quais o texto, em especial o texto literário infantil e juvenil, fosse o objeto de estudo. Os textos foram escolhidos a partir das suas temáticas, considerando os autores homenageados pela rede na Feira Municipal do Livro e a compreensão e a interpretação analisadas através dos descritores.

Palavras Chave: Linguagem, Literatura, Ensino