15
ensino, já que havia controle tanto das metas, quanto das rotinas de
todos: Secretário de educação, pessoal da secretaria da escola,
coordenador pedagógico, diretor, aluno. Em alguns casos, a parceria
acabou, mas a legislação permanece, em outros, as rotinas
permanecem nas escolas ou a lógica encontra-se subjacente ao
previsto no Projeto Político Pedagógico ou similar. (ADRIÃO; PERONI,
2011, p. 51).
Atualmente, o IAS desenvolve programas baseados em competências
socioemocionais, que são firmados em características que envolvem a vida das
pessoas, agrupando as evidências disponíveis segundo os cinco grandes domínios
de personalidade. Eles são conhecidos como Big Five: 1. Abertura a novas
experiências; 2. Conscienciosidade (ser organizado, esforçado e responsável); 3.
Extroversão (definida como a orientação de interesses e energia em direção ao mundo
externo e pessoas e coisas); 4. Amabilidade; 5. Estabilidade Emocional ou
Neuroticismo (definida como a previsibilidade e consistência de reações emocionais,
sem mudanças bruscas de humor).
É a presença do que destacamos como os sujeitos individuais e coletivos na
direção das políticas educativas. E, da mesma forma, o conteúdo da proposta, afinal,
além de definir o que deve ser ensinado, ainda deve formatar as características
socioemocionais, moldando-as de acordo com o que se julga ser adequado para não
questionar as contradições da sociedade em que se vive. E, além disso tudo, fazem
uma avaliação para ter o controle não só do conhecimento, mas também da
subjetividade dos estudantes.
Outro exemplo é o Instituto Unibanco (PERONI, CAETANO, 2018; CARVALHO,
2020) criado em 1982, inicialmente para promover as ações e os investimentos sociais
do Banco. Tinha como objetivo que suas tecnologias se transformassem em políticas
públicas, por isso, em 2007, concebeu e implantou o Projeto Jovem de Futuro (PJF),
um projeto público desenvolvido pelo setor privado que atuou em escolas de ensino
médio, de forma experimental. Em 2011, o PJF teve sua tecnologia validada e
ampliada para a aplicação em larga escala, em parceria com o Ministério da
Educação, no Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI). A parceria passou a se
chamar ProEMI/JF. Ricardo Paes de Barros, membro do Conselho do IU e secretário
de Ações Estratégicas da SAE até o início de 2015, diz que a “parceria com o MEC
representa o reconhecimento federal da efetividade da estratégia JF e, daí, vem a
relevância do setor privado para a melhoria da qualidade da educação pública no país”
(Instituto Unibanco, 2012, p. 22).