Tanto um desenvolvimento insuficiente que conduza à pobreza como
um desenvolvimento inadequado que resulte em consumo excessivo,
associados a uma população mundial em expansão, podem resultar
em sérios problemas para a saúde relacionados ao meio ambiente,
tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos. Os
tópicos de ação da Agenda 21 devem estar voltados para as
necessidades de atendimento primário da saúde da população
mundial, visto que são parte integrante da concretização dos
objetivos do desenvolvimento sustentável e da conservação primária
do meio ambiente. Os vínculos existentes entre saúde e melhorias
ambientais e socioeconômicas exigem esforços intersetoriais
(CNUMAD, 1992).
No Brasil, a Agenda 21 ganhou contornos próprios, em 2003, compondo o
plano plurianual à época (2004/2007) (BRASIL, 2004). No documento brasileiro, a
saúde fica evidente no objetivo sete (BRASIL, 2004, p.3): “promover a saúde e evitar
a doença, democratizando o Sistema Único de Saúde”, seguindo para
recomendações e ações:
Promover a elaboração da Agenda 21 dos hospitais brasileiros, tendo
em vista a melhoria dos seus serviços médicos e a qualidade do
atendimento, introduzindo consultas com hora marcada, registrando
o diagnóstico médico e o seu receituário de maneira a permitir,
sobretudo para os mais pobres, o acompanhamento médico no curso
da vida. Para isso, usar a caderneta-saúde ou seu equivalente
eletrônico, que acompanharia o indivíduo do nascimento à morte.
Intensificar e universalizar ações de promoção à saúde, prevenção e
controle de doenças e de assistência integral, com base em
programas como dos agentes comunitários e de saúde de família,
partes integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Melhorar a rede de saúde hierarquizando o atendimento médico em
função de sua complexidade, nível de gravidade e de especialização;
estabelecer um sistema coerente que comece com forte política
preventiva e progressivamente envolva os postos de saúde, os
hospitais de emergência e os especializados.
Promover a articulação entre os setores governamentais e destes
com a sociedade, para uma política integrada de redução de risco à
saúde e melhoria das condições de vida da população.
Aprimorar mecanismos de implementação da vigilância em saúde
relacionada à qualidade de água, solo, produtos, serviços e
ambientes de trabalho, de forma a eliminar ou reduzir fatores de risco
à saúde.
Promover o desenvolvimento de ações educativas, preventivas e
curativas, com o fim de diagnosticar, tratar e acompanhar alunos com
problemas de saúde, impedindo que estes interfiram no processo de
aprendizagem.
Ampliar as ações de detecção precoce dos problemas de saúde,
como hipertensão, diabetes, câncer de colo de útero, desnutrição,
defeitos congênitos etc., garantindo condições para
acompanhamento e tratamento.
Priorizar como política de saúde pública as ações educativas quanto
ao tabagismo, uso do álcool e outras drogas, dietas adequadas,