V.22, 48 - 2024 (maio-agosto) ISSN: 1808-799 X
FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL E ESTÉTICA MARXISTA
1
Benedita Alcidema Coelho dos Santos Magalhães
2
Ronaldo Marcos de Lima Araujo
3
Resumo
Trata da formação humana integral na perspectiva do ser social e de uma totalidade histórica e sua
relação com a estética marxista. Objetiva discutir a função ontológica da arte, o trabalho e a arte
como criação e a abordagem marxista da arte para compreender a contribuição desta para formação
humana numa perspectiva omnilateral, tendo o trabalho como elemento basilar. O estudo tem caráter
bibliográfico, a teoria adotada, com base no materialismo histórico dialético sustenta que não é
possível pensar processos de formação humana numa perspectiva omnilateral sem a arte.
Palavras-chave: Formação humana integral; Arte; Trabalho
FORMACIÓN HUMANA INTEGRAL Y ESTÉTICA MARXISTA
Resumen
Aborda la formación humana integral desde la perspectiva del ser social y una totalidad histórica y su
relación con la estética marxista. Pretende discutir la función ontológica del arte, el trabajo y el arte
como creación y el enfoque marxista del arte para comprender su contribución a la formación humana
desde una perspectiva omnilateral, con el trabajo como elemento básico. El estudio es de carácter
bibliográfico, y la teoría adoptada, basada en el materialismo histórico dialéctico, sostiene que no es
posible pensar los procesos de formación humana desde una perspectiva omnilateral sin el arte.
Palabras clave: Formación humana integral; Arte; Trabajo
INTEGRAL HUMAN FORMATION AND MARXIST AESTHETIC
Abstract
It deals with integral human formation from the perspective of the social being and a historical totality
and its relationship with Marxist aesthetics. It aims to discuss the ontological function of art, work and
art as creation and the Marxist approach to art in order to understand its contribution to human
formation from an omnilateral perspective, with work as a basic element. The study is bibliographical
in nature, and the theory adopted, based on dialectical historical materialism, argues that it is not
possible to think about processes of human formation from an omnilateral perspective without art.
Keywords: Integral Human Formation; Art; Labor.
3
Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais,Brasil. Professor do Programa de
Pós-Graduação em Gestão e Currículo da Educação Básica na Universidade Federal do Pará, Brasil.
Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação (GEPTE). Email: rlima@ufpa.br.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7901626430586502. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5982-793X.
2
Doutora em Educação/Universidade Federal do Pará- Brasil. Professora do Programa de
Pós-Graduação em Gestão e Currículo da Educação Básica Universidade Federal do Pará, Brasil.
Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação (GEPTE).
Email: alcidema@ufpa.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7484794171047694.
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7536-5184.
1
Artigo recebido em 04/02/2024. Primeira Avaliação em 03/04/2024. Segunda Avaliação em
15/04/2024. Aprovado em 29/05/2024. Publicado em 07/08/2024.
DOI: https://doi.org/10.22409/tn.v22i48.61783.
1
Introdução
Este texto trata da formação humana integral na perspectiva do ser social e
de uma totalidade histórica e sua relação com a estética marxista, produto da tese
de doutorado defendida em 2018
4
, onde foi realizado um Estudo de Caso sobre a
formação de artistas no âmbito da educação profissional
5
. A pesquisa buscou
contribuir com as discussões acerca da formação humana numa perspectiva integral
da classe trabalhadora.
O presente texto consiste na contribuição teórica que fundamentou o referido
estudo. Para isso, discute a função da arte na sua condição ontológica, o trabalho e
a arte como criação, a abordagem marxista da arte e a concepção de formação
humana integral. O trabalho como mediação de primeira ordem é a categoria central
que nos ajuda a compreender a arte como potência integradora no processo de
formação humana.
Aqui, utilizamos a palavra “potência” de acordo com o dicionário Aurélio
(2004) como “força” e “capacidade”. Na perspectiva marxista, podemos falar de
capacidades ou poderes humanos em satisfazer as suas necessidades. Pois, “o ser
humano real existe, para Marx, tanto como “efetividade” (o homem mercadoria,
alienado) quanto como “potencialidade” (o que Marx chama de ‘o rico ser humano’)”
(Mészáros, 2006, p.150).
Entendemos a essência humana em Sánchez Vázquez (2011) para quem o
ser humano é um ser prático, social e histórico, três dimensões inseparáveis. Prático
porque produz/cria e nesse processo produz a si mesmo, produz socialmente e num
determinado tempo.
O trabalho, como mediação de primeira ordem, é a categoria central que nos
ajuda a compreender a arte como potência integradora. Mészáros (2006) distingue o
trabalho como mediação de primeira ordem e mediação de segunda ordem. O
trabalho como mediação de primeira ordem refere-se à sua acepção ontológica
como atividade produtiva fundamental da existência humana. Como mediação de
segunda ordem refere-se à acepção particular, na forma da divisão capitalista do
5
O estudo de caso foi publicado em artigo intitulado “Práxis artístico-pedagógica na formação de
artistas na educação profissional”. Revista Cocar. V.14 N.30 Set./Dez./2020 p. 1-18.
4
A tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPA, intitulou-se “TRABALHO,
ARTE E FORMAÇÃO HUMANA: processos de integração/fragmentação no curso técnico de nível
médio em Teatro da UFPA” (2018).
2
trabalho, que por sua vez, nega a dimensão criadora do primeiro. Frigotto (2009)
esclarece essa distinção feita por Mészáros:
[...] Mészáros (1981) traz uma distinção importante entre trabalho
como mediação de primeira ordem, em Marx processo antediluviano
entre homem e natureza, para designar sua compreensão ontológica
de trabalho e mediação de segunda ordem, para designar as formas
históricas que ele assume (FRIGOTTO,2009, p.174).
A arte é entendida em Marx como trabalho, e, portanto, compõem esse
complexo de mediações, a arte possui sua dimensão criadora - negada no trabalho
alienado - independente da forma histórico-concreta que ela assume na sua relação
com a realidade ou ideologia em que se apoia conforme sustenta Sánchez Vázquez
(2011).
Analisar arte como criação, trabalho criador, e suas repercussões para a
formação humana omnilateral é a tarefa que nos colocamos neste texto. Desta feita
nos questionamos: qual a contribuição da arte para formação humana numa
perspectiva omnilateral, tendo o trabalho como elemento basilar?
Trabalho e Arte: práxis criadora
O trabalho é o fundamento da existência humana. Pelo trabalho o ser humano
transforma a natureza e cria a si mesmo. Diferentemente dos animais, o homem e a
mulher têm consciência de sua atividade e define finalidades, bem como, é capaz de
projetá-la, ideá-la.
O trabalho enquanto produtor de valores-de-uso, enquanto trabalho útil, é,
independentemente das formas de sociedade, condição da existência do
homem, uma necessidade eterna, o mediador da circulação material entre a
natureza e o homem [isto é, da vida humana ]” (MARX, 2014 - Seção I,
Capítulo I.).
O trabalho é, portanto, uma atividade vital, porque produz coisas úteis, que
satisfaz as necessidades humanas, produz valor de uso e possui um caráter
ontológico, ou seja, o trabalho forma o próprio homem. Ao transformar a natureza o
homem muda a si próprio e as suas relações.
O trabalho, ressalta Engels, é muito mais do que fonte de riqueza como
querem os capitalistas, “o trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a
condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo
3
ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem” (Engels, 2016, p.1).
Estamos de acordo com Engels quando ressalta essa importância fundante
do trabalho como constituidora do ser humano, mas compreendemos em Netto e
Braz (2011) que a constituição do ser social não fica limitada ao trabalho.
No âmbito do materialismo histórico-dialético uma centralidade da
categoria trabalho, porém explica Netto e Braz (2011, p. 53) que “o trabalho é parte
constitutiva do ser social, mas o ser social não se reduz ou esgota no trabalho”.
Nesse aspecto, amplia a compreensão do desenvolvimento do ser social, pois, à
medida que este alcança um nível mais elevado no seu desenvolvimento, “mais as
suas objetivações transcendem o espaço ligado diretamente ao trabalho”.
Netto e Braz (2011, p.53) explicitam que novas exigências são postas ao ser
humano à medida que o ser social se desenvolve, que implicam: “uma racionalidade,
sensibilidade e atividade, sobre a base necessária do trabalho, criam objetivações
próprias”. É então, que os autores apresentam a categoria práxis como mais
abrangente para compreender essas novas objetivações que transcendem o
universo imediato do trabalho.
Nesse caso, distingue as formas de práxis voltadas para uma relação direta
com a natureza, o trabalho, a produção, das formas de práxis voltadas para influir no
comportamento e na ação do homem, relação de sujeito a sujeito (Netto; Braz,
2011).
Entendemos que a arte, faz parte desta segunda forma de práxis em que o
sujeito atua sobre si mesmo e sobre os outros, assim, afirmam os autores
“verificamos a existência de esferas de objetivação que se autonomizaram das
exigências imediatas do trabalho- a ciência, a filosofia, a arte, etc.” (Netto; Braz,
2011, p.53, grifo nosso).
Compreendemos também que essa autonomização não significa a negação
da centralidade do trabalho, mas o reconhecimento de que o trabalho ao criar o ser
humano, cria também necessidades e que estas não se constroem sem a
necessária base do trabalho. Assim, a arte entendida como criação, está
diretamente articulada à essência humana (prático, social e histórico) e, portanto,
sua função essencial “é ampliar e enriquecer, com suas criações, a realidade
humanizada pelo trabalho humano” (Sánchez Vásquez, 2011, p. 42).
É importante destacar, que não tomamos a arte como a solução para os
4
problemas do capitalismo. Isso foi feito por Schiller, quando propôs uma educação
estética da humanidade colocando no indivíduo a solução para os problemas que
dizem respeito a uma estrutura maior do funcionamento sociometabólico do capital,
tornando-se uma utopia educacional, como enfatiza Mészáros,
Para Schiller a educação estética pretendia oferecer um modelo
estético que permitisse à Alemanha obter as conquistas sociais da
revolução Francesa, sem uma revolução. Segundo Lukács, Schiller
ressalta acima de tudo a transformação interior da vida espiritual do
homem” (MÉSZÁROS, 2006, p. 264).
Não queremos, contudo, diminuir a contribuição significativa de Schiller e sua
influência na constituição de uma educação estética e do ensino da arte. Queremos,
com este exemplo, ressaltar que o ser social é uma totalidade, composta de
subjetividade e objetividade e que, portanto, as transformações necessárias para se
garantir a inteireza humana não podem tomar essas duas dimensões de forma
dissociada.
A educação estética é muito importante como destaca Mészáros (2006) para
se criar o órgão do consumo artístico, pois para Marx (2015, p.352) “somente pela
riqueza objetivamente desdobrada da essência humana é em parte produzida, em
parte desenvolvida a riqueza da sensibilidade humana subjetiva”, com isso
depreendemos a importância e a necessidade da educação dos sentidos e a
construção de novas relações sociais e culturais.
Ora, na sociedade capitalista essa educação estética é direcionada para
educar sentidos subordinados aos interesses do mercado e dizem respeito a uma
estetização do consumo, da atomização das individualidades e subjetividades, da
criação de necessidades “fantasmagóricas”. Ou seja, não é possível pensar a
educação estética descolada dos problemas estruturais que envolvem a educação
no Brasil.
Na relação de tensão entre arte e capitalismo, percebemos o quanto o
capitalismo hostiliza e busca subordinar a arte, esvaziando-a de sua finalidade
precípua, tornando-a mercadoria. Entendemos, neste caso, que as mediações de
segunda ordem são colocadas em movimento e afetam a criação artística, o gozo
estético e a formação em artes.
Para Kosik o rompimento da relação trabalho e arte, impulsionada pelo
avanço das relações de produção capitalista, nega a dimensão criadora do trabalho
5
e o opõe à criação, transformando o primeiro em “uma fadiga incriativa e
extenuante” (Kosik, 1976, p. 110).
A arte é potência integradora, mas não é única e nem pode ser tomada de
forma isolada das condições materiais em que ela é produzida e floresce, daí reside,
nossa escolha em compreendê-la a partir do materialismo histórico-dialético, pois,
ele nos afasta de perspectivas mistificadoras e fetichizadas da arte, que o
desenvolvimento desta no ser humano como produto de talento, dom, genialidade -
e acaba por reforçar uma estética da fragmentação produto da realidade social
dividida em classes.
Para Marx (2015, p.352) “a formação dos cinco sentidos é um trabalho de
toda história do mundo até hoje”. Neste sentido, nosso estudo, ao perpassar pela
estética na perspectiva marxista, cuja concepção de arte como trabalho criador, nos
permitiu compreender a relação tensão entre arte e capitalismo no campo
educacional e as razões de sua negação e hostilização por parte do capitalismo que
cada vez mais constrói uma estética da fragmentação.
A estética marxista também é muito ampla, e por isso, realizamos recortes.
No interior mesmo do marxismo as abordagens sobre a arte também têm diferentes
perspectivas. Dentro do marxismo, autores que defendem a função utilitária da
arte, a função de propaganda política, de instrumento político que acabaram por
constituir o realismo socialista de tendências stalinistas. O realismo socialista, era
“uma ideologia que buscava justificar uma prática artística e literária de acordo com
os interesses do Partido e do Estado soviético” (Sánchez Vázquez, 2011, p.438).
Em nome das dificuldades objetivas que o bolchevismo tinha de
enfrentar, todas as energias humanas da União Soviética foram
convocadas e logo coercitivamente mobilizadas para o trabalho
político imediatamente útil. Os artistas e os escritores foram
chamados a cumprir suas tarefas (KONDER, 2013, p.89).
Lukács tem sido apontado como aquele que conseguiu sistematizar e
desenvolver uma estética marxista de forma lúcida e coerente cujas matizes
encontram-se nas obras do próprio Marx e Engels sobretudo, na compreensão de
que em toda teoria econômica de Marx-Engels está imbricada uma estética
6
.
6
Baumgarten (1714-1762), filósofo alemão, criou a estética como um sistema de teoria do belo.
Apresenta a estética como teoria da sensibilidade, ou seja, tudo aquilo que é apreendido pelos
sentidos humanos. Contribuiu para constituição da estética como disciplina autônoma (LOUREIRO,
2002, p. 22).
6
Portanto, articular uma estética marxista para a compreensão de processos de
formação humana, nos permite na complexidade desse processo formativo - criativo,
captar a essência da função da arte e as contradições na sua materialização.
Notas Introdutórias sobre a Estética Marxista
Discutir a Arte na perspectiva marxista não é tarefa das mais fáceis, uma vez
que ela tem sido secundarizada e muitas vezes negligenciada no interior do próprio
marxismo.
O esforço em recolocar arte no centro das preocupações e necessidades
humanas, devidamente articulada a outros aspectos que envolvem a constituição
deste ser, foi assumida por dois importantes marxistas do século XX, o Russo
Mikhail Alexandrovicht Lifschitz e o Húngaro György Lukács, que trabalhando juntos,
no Instituto Marx-Engels-Lenin em Moscou, dedicaram-se a investigar no conjunto
da obra de Marx e Engels “os fundamentos para uma teoria da arte original” como
explicou José Paulo Netto e Miguel Yoshida, em “nota à edição” de uma obra
importante publicada no Brasil com o título “Cultura, arte e literatura: textos
escolhidos” (Marx & Engels, 2012, p.7-8).
A obra, acima indicada, reúne escritos de Marx e Engels, produzidos em
diferentes momentos de suas vidas que tratam da questão da arte, cultura e
literatura e de alguma forma apontam caminhos e dão pistas significativas para
fundamentar o que mais tarde se constituiu como “Estética marxista”, embora
ressaltem Lukács e Lifschitz, Marx e Engels “jamais tenham se colocado a tarefa de
pensar sistematicamente a arte (isto é, de elaborar uma estética) (Marx & Engels,
2012, p.7-8).
Lukács (2010) trata Engels como teórico e crítico da literatura e afirma que
este o fazia determinado pelas grandes tarefas da luta da classe proletária. Lukács
ressalta o papel de Engels destacando a sua preocupação centrada na influência
burguesa sobre a consciência proletária e defendia, por sua vez, a grande herança
que consiste na missão histórica e universal do proletariado de destruir o triste
mundo capitalista para criar uma nova sociedade, que garanta um grandioso
desenvolvimento cultural” (Lukács, 2010, p. 40).
Coube, portanto, a Lukács a sistematização de uma estética marxista, que
resultou a importante obra “Estética” organizada em quatro volumes (em versão
7
espanhola) ainda inacessível em português para os brasileiros. De acordo com
Frederico (2013, p.113) “as ideias centrais foram antecipadas no livro, concluído em
1956, Introdução à uma estética marxista, dedicado à categoria central da estética: a
particularidade.”
De acordo com o filósofo brasileiro amazônico Benedito Nunes (2010) - que
dedicou sua vida ao estudo de questões estéticas - Lukács é um dos mais lúcidos
marxistas a tratar da questão da estética. O que faz Lukács ser a principal referência
no debate de uma estética marxista, sem desconsiderar outros também importantes,
é a sua capacidade de uma elaboração teórica profunda, fiel às fontes e que
sobretudo não condiciona a compreensão da arte às tendências, mas parte do
entendimento que a arte é uma forma particular de compreensão da realidade.
O que faz Lukács tão especial nesse debate é a sua dedicação por
compreender o ser humano na sua ontologia, o ser social. Três anos após ter escrito
a obra “Estética I (1963) passou a preocupar-se com a ontologia e a partir de então,
seus estudos passaram a ser uma antologia dos estudos de Marx. Lukács sofreu
influência de Kant e Hegel e seus principais interlocutores foram Weber, Marx e
Hegel. Lukács em Introdução aos escritos estéticos de Marx e Engels, escrito em
1945, esclarece categoricamente que:
Os princípios mais gerais da estética e da história marxista da
literatura encontram-se, pois, na teoria do materialismo histórico.
a partir do materialismo histórico podem ser compreendidas a
gênese da arte e da literatura, as leis do desenvolvimento, as suas
transformações, as linhas de ascensão e queda no interior do
processo de conjunto (MARX & ENGELS, 2012, p.13).
Daí depreende-se que a arte não deve ser pensada de forma isolada do
conjunto do desenvolvimento histórico, mas respeitando as suas particularidades e
conexões imanentes, entendê-la no âmbito da (re) produção material e espiritual da
existência humana, que em última instância é determinada pela base material da
existência humana.
Analisar a arte sob o prisma do materialismo histórico-dialético exige, como
alerta Lukács (2010) afastar algumas interpretações que ele considera vulgar e
deformadora, quais sejam por exemplo, interpretar de forma mecânica a relação
entre base econômica e superestrutura numa relação de causa-efeito, ou seja, a arte
(situada na superestrutura) entendida como mero efeito da base econômica (causa).
Como dito anteriormente, a arte possui suas particularidades e conexões
8
imanentes, que lhe conferem uma autonomia relativa, que por sua vez afetada pelas
forças sociais produtivas também produz efeitos sobre esta. “A dialética - afirma
Lukács- [..] reconhece até mesmo nos dados mais elementares da realidade,
complexas interações de causa e efeito” (Marx & Engels, 2012, p.13).
Sánchez Vázquez, conhecido no Brasil, principalmente por causa de sua obra
Filosofia da Práxis (2011), também se dedicou aos estudos no campo da estética
marxista. O adensamento do pensamento estético marxista culminou na obra "As
Ideias estéticas de Marx (2010) e inúmeras obras dedicadas à estética, a arte e seu
destino sob o capitalismo. De acordo com este autor as questões estéticas e
artísticas em Marx estão ligadas à sua concepção de homem, “[...] o homem total,
desalienado e em plena posse de suas forças essenciais. Certamente a criação
artística e o gozo estético prefiguram, aos seus olhos, a apropriação
especificamente humana das coisas e da natureza humana” (Sánchez Vázquez,
2010, p.11-12).
Sánchez Vázquez (2010, p.89) destaca também o papel da prática na estética
marxista, afirmando que esta, é o fundamento da relação estética e da criação
artística. “[...] segundo essa concepção, a arte como trabalho superior é uma
manifestação da atividade prática do homem, graças à qual este se expressa e se
afirma no mundo objetivo como ser social, livre e criador”. Nestes termos, corrobora
Lukács na introdução do livro de textos reunidos Cultura, arte e literatura”, de Marx
e Engels,
A ideia central do marxismo, no que se refere à evolução histórica é
a de que o homem se fez homem diferenciando-se do animal através
do seu próprio trabalho. A função criadora do sujeito se manifesta,
por conseguinte, no fato de que o homem se cria a si mesmo, se
transforma ele mesmo em homem, por intermédio do seu trabalho,
cujas características, possibilidades, graus de desenvolvimento, etc,
são determinados pelas circunstâncias objetivas, naturais ou sociais.
Este modo de conceber a evolução histórica está presente em toda
visão marxista da sociedade e também, na estética marxista (MARX
& ENGELS, 2012, p. 14).
A tese cara ao marxismo de que o ser humano se humaniza mediado pelo
trabalho é a base que sustenta toda a estrutura de uma estética marxista. Para
Mészáros “a estrutura de referência comum é o homem como um ser natural que é
ativo a fim de satisfazer as suas necessidades, não apenas econômicas, mas
também artisticamente”, é, portanto, a capacidade criadora do ser humano que
9
orienta toda a compreensão de uma estética marxista que se opõe à estética do
realismo socialista (Mészáros, 2006, p.174).
Mészáros em A teoria da Alienação em Marx ao discutir os aspectos da
alienação (econômicos, políticos, ontológicos, morais e estéticos) toma como ponto
de partida para a análise dos aspectos estéticos a constatação de que a “criação e o
gozo artísticos foram profundamente afetados pela alienação” e contrapondo-se ao
que ele chama de “ouvidos afinados com o utilitarismo” destaca que
As considerações estéticas ocupam um lugar muito importante na
teoria de Marx. Estão elas tão intimamente ligadas a outros aspectos
de seu pensamento que é impossível compreender adequadamente
até mesmo a concepção econômica sem entender suas ligações
estéticas (MÉSZÁROS, 2006, p.173).
A questão estética tem a sua importância filosófica e teórica sobretudo porque
trata de “uma dimensão essencial da existência humana” e da cultura (Sánchez
Vázquez, 2010, p. 12). Os Manuscritos Econômicos Filosóficos de 1844 de Marx é
considerada a obra que contém os elementos fundamentais de sua estética. E,
conforme esclarece Frederico (2013) Lukács foi o único autor marxista do século 20
“que se reclamou herdeiro direto da ontologia esboçada em 1844 e se dispôs a
desenvolver as ideias estéticas nela presente” (Frederico, 2013, p. 56).
Lukács (1968), ao prefaciar a sua obra Introdução a uma estética marxista,
esclarece a importância de se discutir aprofundadamente a categoria, que ele
considera, central da estética: a particularidade. Além disso, trata da “especificidade
do fato estético [...], a sua diferença em relação ao reflexo científico da realidade
objetiva e em relação ao reflexo que se realiza na vida cotidiana, e, os problemas do
Reflexo Estético” (Lukács, 1968, p.1).
Konder referindo-se a Lukács esclarece “[...] a ciência funda a nossa
consciência histórica, ao passo que a arte funda a nossa autoconsciência histórica.
A arte antropomorfiza o real em sua representação: a ciência desantropomorfiza
(KONDER, 2013, p. 137). A diferença entre reflexo científico e reflexo estético é
esclarecido por Infranca, nestes termos,
[...] Lukács, entende o espelhamento artístico e científico como
postura ativa para com a realidade, e não como mera reprodução
fotográfica. Todo espelhamento da realidade concentra-se no objeto,
a diferença entre espalhamento científico e espelhamento estético
consiste no fato de que no primeiro demanda-se uma concentração
sobre a realidade em si da forma mais pura possível, tendo assim um
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processo de desantropomorfização da realidade; no segundo, o
complexo dos objetos está em relação com a subjetividade,
dando lugar a um processo de antropomorfização (INFRANCA,
2014, p.129).
Importante ressaltar que Sánchez Vázquez (2010) amplía o entendimento
sobre o reflexo artístico e alerta que é possível falar dele quando a arte cumpre
função cognoscitiva, ou seja, como uma forma de conhecimento ainda assim,
precisa ter explícita a distinção entre reflexo científico e reflexo artístico - e ao
mesmo tempo, revele, o caráter específico da realidade refletida, papel peculiar do
sujeito na relação estética, funções próprias da imaginação, dos sentidos, da
emoção e do pensamento nessa relação” e que, portanto, a arte não pode ser
reduzida a seu valor cognoscitivo (Sánchez Vázquez, 2010, p.17).
No livro Marxismo e teoria da literatura são reunidos escritos de Lukács em
momentos diferentes, a sua análise criteriosa e rigorosa pautada no materialismo
histórico- dialético sobre a arte e literatura o situa como um dos mais importantes
estudiosos da estética marxista, seja pela sua análise lúcida, pela clara tomada de
posição a favor de uma arte realista, essencialmente autêntica, nem “livre”, nem
“dirigida”, seja pelo profundo conhecimento da literatura e de seus clássicos, sendo
estes marxistas ou não.
Realiza no conjunto de textos apresentados, uma análise minuciosa por
dentro do marxismo, apontando aqueles que conseguem objetivamente trabalhar a
Arte como reflexo da realidade e produzir uma composição literária que acompanha
o movimento dinâmico da própria realidade, assim como, identifica aqueles
influenciados pela decadência do capitalismo que capitulam na perspectiva de uma
arte dirigida, fatalista, descritiva, subjetivista, individualista e apologética e acabam
por perder a autenticidade da arte.
Konder (2013) brasileiro, discípulo de Lukács com quem se comunicava por
meio de cartas, dentre as suas várias obras, escreveu o livro Os marxistas e a arte
onde destaca a concepção e as diferenças de vários marxistas acerca da arte.
Konder “defende a arte como herança cultural da humanidade, do humanismo” e
entende a “arte como um modo particular de totalização dos conhecimentos obtidos
na vida” (Konder, 2013, p.12).
Diz Konder (2003, p.17) que “como toda concepção do mundo, o marxismo
possui a sua própria teoria estética, que integra, de modo geral, a sua teoria do
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conhecimento”. E, por isso mesmo, tem seu lugar próprio, sua necessidade de
compreensão e interpretação articulada a essa teoria marxista mais ampla. Neste
sentido, enfatiza que diferentes posições foram se formando no interior do marxismo
e reivindicando representar uma estética marxista, ainda que contraditória com a
doutrina estética do marxismo (Konder, 2013, p.17).
No sistema Hegeliano, a arte constituía-se parte de um estágio inferior que
seria superado pela religião e depois pela filosofia, Marx e Engels, por sua vez,
reabilitaram os sentidos humanos, historicizando-os e possibilitando com isso, a
“valorização do conhecimento artístico” e da “humanização dos sentidos na
formação humana” (Konder, 2013, p. 38-39).
Em síntese, a estética marxista tem como base fundante a tese de que o ser
humano se humaniza mediado pelo trabalho, um ser humano ativo que busca
satisfazer suas necessidades econômicas e artísticas. A arte, neste caso, representa
a positividade do trabalho. O trabalho como atividade vital do ser humano está em
contradição com as condições de produção capitalista que negam sua dimensão
criadora.
A arte é trabalho criador “[...] essa concepção da arte como criação, por seu
caráter universal, se contrapunha a toda concepção que reduzisse a arte a
determinada forma histórico-concreta (fosse o realismo ou outra)”, destaca Sánchez
Vázquez (2011, p. 438).
A estética marxista, na perspectiva que adotamos, tem como referência a
concepção do ser humano como ser social, prático, criador, trabalhador e histórico.
Para isso, a práxis é a categoria mais abrangente, para entendê-la nos processos de
objetivações, que transcendem as exigências imediatas do trabalho. Os princípios
mais gerais da estética marxista encontram-se na teoria do materialismo
histórico-dialético (Mészáros, 2006).
Formação humana integral e a necessidade da arte e da cultura
Os processos de formação humana integral, na perspectiva do ser humano
como ser social e uma totalidade histórica, neste texto, estão relacionados à ideia de
formação humana omnilateral, que no plano da luta hegemônica, está associada aos
interesses da classe trabalhadora.
12
A necessidade em compreender processos de formação cuja referência seja o
ser humano na perspectiva do ser social e uma totalidade histórica concreta, nos
permite a aproximação com a relação trabalho-arte como eixo fundamental de
processos formativos integradores. A arte como trabalho criador constitui esfera
fundamental da vida humana.
A educação dos sentidos possibilita o desenvolvimento amplo do sujeito e
que, portanto, a arte pode contribuir de forma significativa na formação das crianças,
das juventudes e dos/as trabalhadores/as e por isso mesmo ela é negada. Em uma
perspectiva de formação integrada, as artes cumprem papel fundamental, porque
além de sua potência emancipatória, ela é também, reveladora da diversidade
sociocultural, da identidade, da constituição subjetiva e objetiva da sociedade, do
mundo, da natureza, da espiritualidade e das relações sociais.
Como pensar processos de formação humana que levem em conta a arte com
sua função humanizadora e o trabalho como princípio educativo, em sistemas
educacionais cujas finalidades estão cada vez mais empenhadas ao atendimento
das demandas e necessidades do mercado, onde o conceito de trabalho é reduzido
a emprego e a arte ao lazer, e quando se separa escola para a classe trabalhadora e
seus filhos e escola para as classes dirigentes, instaurando-se dois modelos de
escolas?
No enfrentamento às perspectivas de formação humana adestradora, estreita
e fragmentada, propõe-se uma escola unitária e formação humana omnilateral,
politécnica ou tecnológica, com vistas à emancipação humana. Gramsci (1991,
p.118) a seu tempo, falou da necessidade de uma “escola desinteressada” e
“formativa”. Para ele é preciso pôr fim à separação entre o homo faber e homo
sapiens e organizar a escola e seu programa de tal forma que favoreça “o estudo, a
capacidade de pensar, de dirigir e controlar quem dirige”. Para isso, defendeu uma
“escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre
equanimemente o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente e o
desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual”, pois não aprendemos
somente com a cabeça, aprendemos com o corpo todo, aprendemos como seres
humanos totais (Gramsci, 1991. p.136).
Saviani (2007, p.164) ao tratar sobre o vínculo ontológico-histórico da relação
trabalho e educação, reafirma a importância da construção de um ensino politécnico,
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entendido como “os fundamentos científicos das múltiplas técnicas que caracterizam
a produção moderna”, trata-se da “união entre formação intelectual e trabalho
produtivo”. Para Mészáros (2008, p.10) “pensar a educação tendo como parâmetro o
ser humano exige a superação da lógica desumanizadora do capital que tem no
individualismo, no lucro, na competição seus fundamentos”. No campo contra
hegemônico está a concepção que toma o trabalho como princípio educativo para a
definição de políticas e estratégias de educação para os trabalhadores e a arte como
potência integradora nos processos formativos.
Tomar o trabalho como princípio educativo, significa, em primeiro lugar,
compreender que este, dada a sua importância e centralidade para a vida humana,
constitui-se “[...] num dever e num direito”. Um dever a ser aprendido, socializado
desde a infância. [...] um direito, pois é por ele que pode recriar, reproduzir
permanentemente sua existência humana (Frigotto, 2001, p.74).
É essa dimensão criadora e livre do trabalho que precisa ser ensinada nas
escolas, que deve orientar os processos pedagógicos, contrapondo-se às formas
como ele apresenta-se nas sociedades capitalistas. Pensar a formação humana
omnilateral significa contrapor-se a essa lógica de empobrecimento dos sentidos e
potências humanas. A concepção de formação humana omnilateral se insere num
projeto societário que visa superar o capitalismo e busca dar conta de todas as
dimensões humanas e suas condições objetivas e subjetivas reais (Frigotto, 2012).
No campo educacional brasileiro, Frigotto (2010), Ciavatta (2005, 2014),
Ramos (2005), Machado (2013), Araujo, Rodrigues e Silva (2014) opõem-se a
processos de formação humana fragmentadores e caminham na direção e na defesa
de um ensino integrado, não somente na forma, mas sobretudo no conteúdo, ou
seja, um ensino onde busca a formação dos seres humanos por inteiro, uma
formação completa, ampla, que potencializa todas as dimensões humanas e
corrobora para emancipação do trabalhador e da trabalhadora.
Nesses termos, depreendemos que a arte ao tomar o ser humano em sua
totalidade e o trabalho como princípio educativo, ambas práxis criadoras,
corroboram fundamentalmente para se pensar processos de formação humana
omnilateral, onde os seres humanos possam desenvolver todas as dimensões do
seu ser, tomar consciência de sua desumanização e sentir necessidade de sua
inteireza.
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Portanto, compreendemos que o trabalho, a arte e a cultura constituem
elementos fundantes no processo de formação humana. E, que, portanto, não é
possível pensar e/ou defender uma educação numa perspectiva emancipatória
desconsiderando-os. Para além disso, é preciso que se pense também situado na
cultura de onde emergem determinadas expressões da arte.
Considerações Finais
Iniciamos este texto questionando sobre a contribuição da arte para formação
humana numa perspectiva omnilateral, tendo o trabalho como elemento basilar.
Discutimos a arte como trabalho criador, discorremos sobre a concepção de arte na
perspectiva marxista, a sua dimensão ontológica e finalizamos afirmando que não é
possível pensar processos de formação humana numa perspectiva omnilateral sem
a arte. Daí depreendemos a importância e a complexidade em compreender a arte
na formação de trabalhadores e trabalhadoras e de seus filhos e filhas, que em sua
maioria estão nas escolas públicas.
Para as crianças e jovens advindas das classes populares, o seu primeiro
contato com a arte, acontece na escola. A arte e seu ensino, com sua função
humanizadora e integradora, corrobora para o desembrutecimento humano
educando os sentidos para a criação e fruição da obra de arte, opondo-se a
processos de formação humana fragmentados que subordinam as suas finalidades
educativas aos interesses do mercado, pois a vida reduzida a mera utilidade no
âmbito do capital, também produz sentidos empobrecidos.
Para Marx (2015, p, 350-351) “não pelo pensar, mas com todos os sentidos
afirma-se, portanto, homem no mundo objetivo”. Neste caso, o desenvolvimento dos
sentidos e da sensibilidade que se manifesta na criação e fruição da obra de arte,
tem sido negado aos trabalhadores e seus filhos, seja na escola, seja no campo ou
cidade, pouco democráticas do ponto de vista cultural.
Assim, afirmamos que, não é possível pensar processos de formação humana
numa perspectiva omnilateral, sem arte, pois a arte ao tomar o ser humano em sua
totalidade opõe-se às perspectivas miserabilizadoras do ser humano, constituindo-se
como potência integradora e, portanto, fundamental à formação humana.
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