então, inovações de diferentes ordens, mas não suficientes para levar a cabo a
superação do sistema capitatista. Elas ocorrem, seja de forma gradual ou por meio
de vários saltos qualitativos, e, com isso, vêm tornando a face do capitalismo
diferente e diversa. Além disso, conforme Izerrougene (2013, p.89)
Mesmo que as inovações radicais possam potencialmente aparecer
em grande número, somente uma parte delas pode dar lugar a novas
atividades comerciais, pois a economia precisa de situações de
estabilidade social e institucional para poder estimular o surgimento
de trajetórias de crescimento sustentável, na base da exploração do
conjunto das inovações menores contidas em algumas oportunas
inovações maiores.
Assim, inovações e mudanças quantitativas não conduzem de imediato à
destruição ou à mudança essencial de um ser ou fenômeno. Somente quando chega
a um limite determinado (tecnológico, produtivo ou social) é que as mudanças
quantitativas provocam as qualitativas. É por isso que a lógica dialética também é
conhecida como a ciência dos limites.
A mudança seria, então, decorrente da luta de contrários, do desenvolvimento
por meio de contradições, da negação da negação. Esse processo, como todas as
grandes transformações, implica um novo mapa da realidade. Não se trata, segundo
Engels (1971), de uma quantidade aumentada qualquer. Uma mentira contada aos
quatro cantos do universo não faz do fato mentiroso uma verdade. Por outro lado,
não se trata de qualquer mudança. Conforme Lênin (1977, s/p),
Atualmente, a idéia do desenvolvimento, da evolução, penetrou
quase completamente na consciência social, mas por outra via que
não a da filosofia de Hegel. No entanto, esta idéia, tal como a
formularam Marx e Engels, apoiando-se em Hegel, é muito mais
vasta e rica de conteúdo do que a idéia corrente da evolução. É um
desenvolvimento que parece repetir etapas já percorridas, mas sob
outra forma, numa base mais elevada (“negação da negação”); um
desenvolvimento por assim dizer em espiral, e não em linha reta; um
desenvolvimento por saltos, por catástrofes, por revoluções;
“soluções de continuidade”; transformações da quantidade em
qualidade; impulsos internos do desenvolvimento, provocados pela
contradição (...).
Portanto, o rompimento com as análises deterministas, mecânicas e lineares
sobre o processo inovativo, as inovações e suas relações com as mudanças
tecnológicas, produtivas, sociais, educacionais, culturais, políticas etc. requer a
mobilização de vários momentos lógicos da reflexão sociológica.