Pinhal-SP e depois na Escola Estadual Alberto Torres, no bairro do Butantã, em São
Paulo. Mas, neste início de carreira, estava insatisfeito com a falta de perspectivas
para a carreira de professor.
Foi em um reencontro com o Professor Joel Martins, em São Paulo, já no
CRPE de São Paulo, que novas possibilidades para a carreira docente foram
colocadas. Teve a oportunidade de participar de um processo seletivo para uma
bolsa de formação nos Estados Unidos da América (EUA), na linha da Escola Nova.
Depois de fazer um curso rápido de inglês, foi selecionado, junto com outras três
professoras, e passou o ano de 1958 nos EUA, em um curso de formação financiado
pelo Programa de Assistência Brasileiro-Americano ao Ensino Elementar – PABAEE
–, patrocinado pelo acordo MEC-USAID5, que tinha como objetivo formar
professores das escolas primárias com novas estratégias escolares orientadas pelo
progressivismo pedagógico, então dominante no pensamento educacional brasileiro.
Voltou em 1959 e, sob a perspectiva colocada acima, participou do processo
de criação da Escola de Demonstração de Professores e do curso de especialização
de professores para América Latina, coordenado por Joel Martins no CRPE de São
Paulo, com apoio de Fernando Azevedo, no Centro de Pesquisas Educacionais, e
de Anísio Teixeira, na presidência do INEP, pessoas com quem Celso conviveu e
que tiveram importância em seu processo de formação.
Aos 28 anos, em 1963, passou no vestibular de Pedagogia na Universidade
de São Paulo (USP), onde conviveu com José Mário Pires Azanha, Moisés Brejon,
Heládio Antunha, Maria Amélia Goldberg, Celso Beisiegel, Sylvia Leser de Mello,
Guiomar Namo de Melo e Maria José Garcia Werebe. Nesse período, teve maior
contato com o pensamento político de esquerda, se contrapondo, junto com seus
colegas, ao pensamento liberal defendido, entre outros, pelo Professor Roque
Maciel de Barros, então diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (que
aglutinava o curso de pedagogia) e articulista do Jornal Estado de São Paulo.
5“Série de acordos produzidos, nos anos 1960, entre o Ministério da Educação brasileiro (MEC) e
a United States Agency for International Development (USAID). Visavam estabelecer convênios de
assistência técnica e cooperação financeira à educação brasileira. Entre junho de 1964 e janeiro de
1968, período de maior intensidade nos acordos, foram firmados 12, abrangendo desde a educação
primária (atual ensino fundamental) ao ensino superior. O último dos acordos firmados foi no ano de
1976.” Tais acordos foram duramente criticados pelo movimento estudantil da época que via neles o
projeto de privatização da educação brasileira. Disponível em:
<https://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/mec-usaid#:~:text=Visavam%20estabelecer
%20convênios%20de%20assistência,ensino%20fundamental)%20ao%20ensino%20superior>.
Acesso em 06 de maio de 2024.