Anais do Uso Público em Unidades de Conservação

SAÚDE FÍSICA E MENTAL E SUAS RELAÇÕES COM O USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS:

Luiz Renato Vallejo — 2023-11-01

Os efeitos negativos da modernidade na saúde física e mental são destacados em várias pesquisas, particularmente no tocante à depressão e ansiedade. O sedentarismo, sobrepeso, obesidade, pressão alta, diabetes, aparecem como causas. Existe um potencial terapêutico e curativo dos espaços naturais na prevenção e no tratamento de várias doenças, por meio de práticas regulares de imersão dos sentidos. É necessário ampliar o estímulo ao uso público em áreas naturais, via projetos e programas que estimulem a imersão dos indivíduos, reavaliando as percepções sobre a interdependência entre homem e meio natural. De forma qualitativa e interdisciplinar, fez-se uma pesquisa bibliográfica incluindo as experiências acadêmicas e empíricas do próprio autor. Três temas foram priorizados: caminhadas, acampamentos e “banhos de floresta”. A participação regular nestas atividades pode contribuir para maior concentração, sensibilidade, conhecimento, autoconhecimento, confiança, iniciativa, liderança, tranquilidade, criatividade, entre outros benefícios físicos, psicológicos e sociais. Atividades ao ar livre dependem dos cuidados com a segurança individual e coletiva, pois os ambientes naturais apresentam seus riscos. Em áreas legalmente protegidas, os gestores dos territórios precisam estar conscientes e atentos a estas questões e, neste sentido, a infraestrutura de uso público tem que estar compatível.

DIRETRIZES PRELIMINARES PARA O TURISMO RESPONSÁVEL EM PRAIAS TURÍSTICAS INSULARES NO ENTORNO DE ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS

Camila Lopes Seixas — 2023-11-01

Praias são ambientes utilizados de forma recreativa no Brasil, quase sempre associadas a um padrão massificado de uso. No entanto, algumas praias estão localizadas no interior e entorno de áreas naturais protegidas, ensejando a necessidade de um planejamento e gestão menos impactantes ao ambiente. Com base nesta perspectiva, foram realizadas pesquisas em duas praias no entorno do Parque Estadual de Ilhabela (SP), sendo uma delas com uso mais massificado (Perequê) e outra com maiores restrições ao uso turístico (Castelhanos). A pesquisa foi desenvolvida com trabalhos de campo de observação direta, pautada pela identificação de aspectos ligados ou destoantes em relação ao turismo responsável. As análises dos dados coletados foram feitas a partir de pesquisas bibliográficas e documentais. O estudo possibilitou a compreensão das dinâmicas econômicas, sociais, ambientais e culturais presentes nas praias em estudo, permitindo a elaboração de uma proposta de diretrizes gerais de planejamento e gestão do turismo em bases responsáveis.

POTENCIAL GEOTURÍSTICO E PERFIL DOS VISITANTES:

Glenda Lislie Maciel Alves — 2023-11-01

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o potencial geoturístico do Parque Estadual
Morro do Diabo, situado em Teodoro Sampaio (SP), e caracterizar a demanda de visitantes
com vistas a contribuir para um melhor planejamento turístico local. Para alcançar o
objetivo proposto, foi realizada a pesquisa de campo no referido parque. O artigo traz
resultados preliminares dos campos realizados nos dias 12/10/2021, 15 e 16/04/2022. Na
primeira data foi realizado um mapeamento da trilha do morro com os principais pontos
geoturísticos e, nas segunda e terceira datas, a aplicação do questionário teste com os
visitantes. Na Trilha do Morro do Diabo foram identificados pontos de geodiversidade que
poderiam ser mais bem explorados do ponto de vista turístico. O questionário contribuiu
para determinar as características dos visitantes e mostrou alguns indícios de que as pessoas
tendem a não valorizar os elementos abióticos do meio.

MÍDIAS SOCIAIS E USO PÚBLICO DOS PARQUES ESTADUAIS DO PARANÁ

Milena Liciane Borga Ferreira — 2023-11-01

Devido à importância das mídias sociais para o turismo e considerando que os parques estaduais devem promover o uso público e o turismo, a presente investigação tem o objetivo geral de identificar as mídias sociais utilizadas pelos parques estaduais do estado do Paraná. Por meio de metodologia de caráter exploratório e descritivo, com a utilização das técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, foram evidenciadas mídias sociais de vinte parques estaduais abertos à visitação. Assim, foram produzidos dados primários sobre documentos digitais. Os resultados indicaram a presença de quatro parques no Instagram, dez no Facebook, seis com site próprio e quinze no TripAdvisor. O potencial de uso das mídias sociais identificadas é subaproveitado pelos parques. A exceção é a do perfil de um parque sob concessão privada e de outro relacionado ao principal destino turístico do litoral paranaense. Nas sugestões foram destacadas a importância da rotina de postagens denotando ser um perfil ativo, com fotos atualizadas, comentários respondidos e estratégias de conteúdo informativo que contribua com a educação ambiental e com o turismo.

ANÁLISE DO PROJETO DE RESORT NA APA DE MARICÁ:

Camille Santos Carraco — 2023-11-01

A Área de Proteção Ambiental de Maricá (APAMAR) é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável que abriga, além de um ecossistema de restinga, duas populações tradicionais: a comunidade pesqueira de Zacarias e a comunidade indígena guarani Aldeia Mata Verde Bonita. A APAMAR é palco de uma disputa territorial que envolve grupos a favor e contra a construção do Complexo Turístico-Residencial Fazenda São Bento da Lagoa. O objetivo foi investigar o Relatório de Impactos Ambientais (RIMA) do empreendimento, analisando os impactos ambientais relacionados no documento. Para isso, utilizou-se a análise de conteúdo. Os resultados ressaltam impactos positivos relacionados à preservação, conservação e ao lazer, mas os impactos negativos são apresentados de forma genérica. Além disso, parecem negligenciar a comunidade indígena, levantando questões sobre sua possível remoção. As informações sobre os impactos ambientais do projeto são confusas, podendo levar a interpretações equivocadas. O projeto retrata a APA como degradada, enfatizando suas ações como solução para a sua recuperação ambiental.