Rastros do Sem-Nome que o Diga
DOI:
https://doi.org/10.22409/ayvu.v3i1.22214Palavras-chave:
experiênciar, narrar, agenciarResumo
RASTROS DO SEM-NOME QUE O DIGA é um dos ENSAIOS CAPIROTOS que constituem o VOLUME II do TOMO VIII “DO EXPERIENCIAR”, do MANUAL TEÓRICO-PRÁTICO DE ARTES DRÁSTICAS. Enquanto tal, em sentido geral problematiza a ideia de experiência em seus termos usuais no senso comum e no chamado domínio científico. Dialogando implícita ou explicitamente, de modo crítico ou em sintonia, com abordagens emblemáticas sobre o tema _como as de Walter Benjamin, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jacques Derrida, Hans-Georg Gadamer, Ernst Cassirer, Martin Jay_, apresenta três escrituras rastro distintas, ainda que absolutamente imbricadas, que argumentam de modo fragmentário, não linear e descontínuo sobre ideações que associam ao termo ‘experiência’ enquanto agenciamento coletivo de enunciação. São escrituras (escritos, imagens) que, mais do que predicar qualquer coisa, buscam provocar múltiplas linhas de fuga a se conectar ou disjuntar na singularidade de cada leitura. Em pertinência ao Manual em que se insere, o ensaio constitui-se como um discurso drástico, ou seja, como um dizer que escapa a qualquer plano de legitimação ou valoração determinada heteronomamente pelo poder instituído ou praticado. A esses poderes, ou às suas concernentes razões apolíneas, portanto, não se constitui como um ensaio lícito. Seria algo inútil, não mais do que junção aleatória de rabiscos, garatujas, palavras, narrativas sem sentido ou lógica. Paradoxalmente, os autores, reiterando o espírito do Manual, o valoram como desútil, como dizer que não afirma e nem opera premido por quaisquer exigências externas de eficiência _prazos, urgências, medidas, precisão_, mas que prima pelas afectações poiéticas que possa suscitar. Trata-se de um discurso que se positiva na pura superfície de seu expressar-se e no tempo de um presente que nunca se presentifica, enquanto evidenciação de devires sem início ou fim ou trajetória ou direção fixas. Como apontado, compõe-se de três escrituras rastro que se tramam rizomaticamente: RASTRO SETE-PELE: DESINVENTAR PROFUNDEZAS, RASTRO BELZABU: INVENTAR ESTRATÉGIAS SUPERFÍCIES e RASTRO DIANHO: DEPOIS DO HORIZONTE AZUL OU PARA O INFINITO E ALÉM, AQUI. O primeiro problematiza direta e explicitamente a palavra experiência no ensejo (inviável) de dizê-la cabalmente de modo não-ontológico, aliás, pretensão utópica subversiva de todo o Volume II do Manual. Rastro Belzabu procura imbricar os verbos experienciar, territorializar, agenciar e narrar, borrando essa trama por meio de imaginações suscitadas pelas palavras labirinto e deserto. O último, Rastro Dianho, é uma redobra sobre si mesmo dos rastros agenciados, sob a forma aparente de um testemunho. Cada uma dessas escrituras, montada como coleção fragmentária de dizeres, não se pretende explanação apodítica sobre qualquer coisa, mas sim provocar aos leitores, em cada ato de leitura, uma experiência enquanto devir ler-agenciar-narrar sobre o experienciar enquanto devir agenciar-narrar.
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