Sobre o caráter inferencial da percepção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/ayvu.v6i0.38406

Palavras-chave:

percepção, inferências inconscientes, pobreza do estímulo, abordagem ecológica.

Resumo

Uma controvérsia central em psicologia da percepção diz respeito ao seu caráter inferencial. O debate opõe cognitivistas como Gregory, Fodor e Pylyshyn, que defendem a tese de que a percepção realiza inferências, a Gibson, fundador da abordagem ecológica, que a recusa. Eu identifico um problema comum aos argumentos tradicionais propostos por ambos os lados (respectivamente, o argumento da pobreza do estímulo e o da riqueza): eles são pertinentes à epistemologia, perdendo sua força quando importados para a psicologia. Proponho que deixemos para trás considerações concernentes à pobreza e à riqueza do estímulo e que dissociemos o debate sobre a percepção da discussão epistemológica apontada. Uma versão mínima da tese inferencial – que não depende de considerações sobre pobreza do estímulo, não está associada a uma epistemologia controversa e que respeita diferenças entre a percepção e inferências paradigmáticas que Gibson quereria enfatizar – é proposta ao final como via possível para a convergência.

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Biografia do Autor

Filipe Herkenhoff Carijó, Instituto de Psicologia da UFRJ

Professor do Instituto de Psicologia da UFRJ. Doutor em Psicologia pela UFRJ.

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Publicado

2019-12-31

Edição

Seção

Artigos