Psicanálise e racismo: entre os tempos de ver, compreender e concluir

Autores

Palavras-chave:

Racismo, psicanálise, tempos lógicos, gozo

Resumo

Propomos neste artigo uma articulação entre psicanálise e racismo a partir dos três tempos lógicos de Lacan. Partimos de um instante de ver, constatando que do racismo nada quisemos saber, seguido de um tempo para compreender os motivos do distanciamento dos psicanalistas brasileiros das questões raciais. O tema do racismo permanece recalcado e denegado pelo povo brasileiro, de modo que também os analistas não escaparam desse sintoma social. Diante disso, chegamos ao momento final, concluindo que se tornou urgente discutir sobre o sofrimento psíquico produzido pelo racismo. O racismo pode ser entendido como um ódio ao gozo do Outro. A partir dele, discursos são estruturados e operam de modo a aprisionar as pessoas negras a lugares simbólicos de subalternização. Tais discursos têm o corpo como suporte e produzem impacto na constituição subjetiva do negro, podendo acarretar sentimentos de autodesvalorização e inadequação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosa Coutinho Schechter, Universidade Federal Fluminense

Mestranda em Psicologia (UFF). Psicóloga. Psicanalista.

Flavia Gaze Bonfim, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda em Psicologia (UFF). Mestre em Pesquisa e Clínica em Psicanálise (UERJ). Psicóloga. Psicanalista.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Artigos