A revolta do corpo em Artaud

Crueldade, Corpo sem Órgãos

Autores

Palavras-chave:

Corpo, revolta, esquizoanálise

Resumo

Este artigo busca examinar a revolta do corpo sob a perspectiva de Antonin Artaud, para discutir sua proposta de desencarceramento. Realizamos uma cartografia bibliográfica em toda obra do autor publicada em português. Verificamos que existem duas configurações de uma mesma máquina abstrata: uma primeira que abarca a ideia de crueldade, a qual visa o rompimento com a organização produtiva dos corpos; uma segunda que trata da criação de um corpo sem órgãos, que seria uma permanente busca por intensidades. Concluímos que a revolta do corpo ocorre via duas configurações, e que funciona como um combate real de desconstrução de nós mesmos, uma crítica ao fatalismo provocado pela organização produtiva dos corpos, visando um mergulho nas forças intensivas e criadoras de múltiplas realidades.

Palavras-chave: Corpo; revolta; esquizoanálise.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia de Bastos Ascenço Soares, PUC-GO

Flávia de Bastos Ascenço Soares - Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia - PPGP da Universidade Federal de Goiás. Possui Licenciatura em Artes Cênicas pela Escola de Música e Artes Cênicas - EMAC da Universidade Federal de Goiás - UFG. Graduanda em Psicologia pela Pontifícia Católica de Goiás – PUC/GOIÁS. É atriz, pesquisadora e produtora do LABORSATORI - Núcleo Multidisciplinar de Pesquisa nas Artes da Cena. Brasil.

E-mail: flaviabasoares@gmail.com. https://orcid.org/0000-0001-7653-8091

Domenico Uhng Hur, Universidade Federal de Goiás - UFG/GO.

Domenico Uhng Hur é doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona/Catalunya, e pós-doutoral na Universidad de Santiago de Compostela/Espanha. Professor associado de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Brasil.

E-mail: domenico@ufg.br. http://orcid.org/0000-0002-6766-7024

Referências

ARTAUD, Antonin. Textos 1923-1946. Trad. Hugo Acevedo. Buenos Aires, Argentina: Ediciones Caldén, 1972.

________. Cartas desde Rodez. 2. ed. Trad. Ramón Font. Madrid: Editorial Fundamentos, 1981.

________. Mensajes revolucionarios. 3. ed. Trad. Cristina Vizcaino. Madrid: Editorial Fundamentos, 1981.

________. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983a.

________. Para acabar com o julgamento de deus. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983b.

________. Carta ao papa. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983c.

________. À mesa. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983d.

________. A questão que se coloca. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983e.

________. Manifestos e cartas do período surrealista. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Wille. Porto Alegre: L&PM, 1983f.

________. Suicídio é uma solução? In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983g.

________. Heliogábalo ou o Anarquista Coroado. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983h.

________. O teatro e a crueldade. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983i.

________. Cartas de Rodez: para Henri Parisot. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983j.

________. A dança do Peiote. In: ______. Escritos de Antonin Artaud. Trad. Cláudio Willer. Porto Alegre: L&PM, 1983k.

________. Os Tarahumaras. Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Relógio d’Água, 1985.

________. Os escritos de Antonin Artaud. Trad. Claudio Willer. Porto Alegre, RS: L&PM, 1986.

________. A arte e a morte. Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Livreiros Editores e Distribuidores, 1987.

________. O teatro de Séraphin. In: ______. Eu, Antonin Artaud. Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Hiena, 1988a.

________. O homem-árvore: carta a Pierre Loeb. In: ______. Eu, Antonin Artaud. Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Hiena, 1988b.

________. Heliogabalo ou O anarquista coroado. Trad. Mário Cesariny. Lisboa: Assírio & Alvim, 1991.

________. Os sentimentos atrasam. Trad. Ernesto Sampaio. Lisboa: Hiena, 1993a.

________. Vida e morte de Satã o Fogo. In: ______. Os sentimentos atrasam. Trad. Ernesto Sampaio. Lisboa: Hiena, 1993b.

________. Van Gogh: o suicidado da sociedade. 2. ed. Rio de Janeiro: Achiamé, 2004a.

________. Van Gogh: o suicidado da sociedade. Trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004b.

________. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006a.

________. Para acabar com as obras-primas. In: ______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006b.

________. O teatro e a crueldade. In: ______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006c.

________. Encenação e metafísica. In: ______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006d.

________. Cartas sobre a linguagem. In______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006e.

________. Cartas sobre a crueldade. In: ______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006f.

________. Um atletismo afetivo. In: ______. O teatro e seu duplo. Trad. Teixeira Coelho. São Paulo: Martins Fontes, 2006g.

________. Linguagem e vida. Trad. J. Guinsburg, Sílvia Fernandes, Regina Correa Rocha e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 2014.

________. A perda de si. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes. 1 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017a.

________. Cartas a Hans Archtung. In: ______. A perda de si. Trad. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017b.

________. Cartas em torno da emissão radiofônica “Para acabar com o julgamento de deus”: a Wladimir Porché. In: ______. A perda de si. Trad. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017c.

________. Cinco cartas a André Breton. In: ______. A perda de si. Trad. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017d.

________. Cartas ao doutor Jean Dequeker: a Jean Paulhan. In: ______. A perda de si. Trad. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017e.

________. Ao doutor Jean Dequeker. In: ______. A perda de si. Trad. Ana Kiffer e Mariana Patrício Fernandes.1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2017f.

BAREMBLITT, Gregorio. Esquizodrama: 10 proposições descartáveis. Belo Horizonte: Ed. Instituto Gregorio Baremblitt, 2019.

BAREMBLITT, Gregorio; AMORIM, Margarete & HUR, Domenico. Esquizodrama: teoria, métodos, técnicas - klínicas. Belo Horizonte: Ed. Instituto Gregorio Baremblitt, 2020.

DELEUZE, Gilles. Foucault. Trad. Claudia Sant’Anna Martins. São Paulo: Brasiliense, 1988.

________. Crítica e Clínica. (Peter Pál Pelbart. Trad.). São Paulo: Ed. 34, 1997.

________. Diferença e Repetição. São Paulo: Brasiliense, 2006.

________. Lógica do sentido. (Luiz Roberto Salinas Fortes. Trad.). São Paulo: Perspectiva, 2011.

DELEUZE, Gilles.; GUATTARI, Félix. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia 3. (Aurélio Guerra Neto. Trad.). São Paulo: Ed. 34, 1996.

________. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. (Ana Lúcia de Oliveira; Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Trad.). v. 1. São Paulo: Ed. 34, 2011.

________. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. (Luiz B. L. Orlandi. Trad.). 2 ed. São Paulo: Ed. 34, 2011.

HUR, Domenico. U. Axiomática do capital e instituições: abstratas, concretas e imateriais. Polis e Psique, v. 5, n. 3, p. 56-178, 2015. Recuperado de: http://seer.ufrgs.br/index.php/PolisePsique/article/view/58450.

________. Psicologia, política e esquizoanálise. Campinas, Alínea, 2018.

SOARES, Flávia.; HUR, Domenico. U. O corpo encarcerado na obra de Antonin Artaud. Mnemosine, v. 13, n. 1, 2017. Recuperado de: <http://www.mnemosine.com.br/estatico/numeros/2017-1/02.pdf>.

Downloads

Publicado

2021-12-07

Edição

Seção

Artigos