Modo Operativo AND como exercício micropolítico

(re)posicionamento subjetivo e cuidado.

Autores

Palavras-chave:

micropolítica; Modo Operativo AND; experiência; cuidado; produção de subjetividade.

Resumo

O artigo discute o jogo do Modo Operativo AND (MO_AND) como dispositivo para o exercício de uma micropolítica ativa, tomando-a como base para a produção de cuidado. O MO_AND é uma prática de jogo que funciona como metodologia para a investigação experiencial da relação e da reciprocidade, de cunho ético-estético e somático-político, criado na interface entre antropologia, dança e performance. Baseando-se em uma pesquisa de campo que investigou a experiência de jogo do MO_AND, apresentamos alguns resultados que apontam que o cuidado do dispositivo se expressa através de  reposicionamentos subjetivos experimentados na prática de jogo. A análise da experiência permite pensar o MO_AND como dispositivo para o cuidado da subjetividade, que opera no registro da micropolítica e que enfrenta alguns problemas clínico-políticos colocados na produção de subjetividade colonial no contemporâneo.

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Biografia do Autor

  • Iacã Machado Macerata, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor Adjunto do Departamento de Psicologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. Psicólogo. Mestre e doutor em Psicologia - Estudos da Subjetividade - pela Universidade Federal Fluminense. Atuou como psicólogo clínico e Acompanhante Terapêutico. Atuou como psicólogo em políticas de assistência social para crianças e adolescentes em situação de rua. Participou da criação da primeira equipe de Consultório na Rua da cidade do Rio de Janeiro. Foi consultor do Ministério da Saúde (MS/BR) na Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do Sistema Único de Saúde. Integra o grupo de pesquisa do Cnpq “Enativos: produção de conhecimento e cuidado” (UFF/UFSC). É pesquisador associado do AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência - Lisboa/Portugal; do Laboratório de Subjetividade e Corporeidade (CorporeiLabS - UFF/UFRJ/UFC/FAV); é integrante do Núcleo de Estudos em Práticas Sociais, Estética e Política (NUPRA) da UFSC. Pesquisa e atua nos seguintes campos e temáticas: clínica e política, estudos da subjetividade, psicanálise, clínica ampliada, abordagem transdisciplinar da clínica; saúde mental e atenção psicossocial, saúde coletiva e políticas públicas; psicologia social; pesquisa intervenção-participativa; método cartográfico; corporeidade, arte e clínica; território e subjetividade.

     

     

  • Patrícia Bergantin , AND-Lab Lisboa

    Artista da dança. Formada em Balé Clássico pela Escuela Nacional de Cuba, é graduada no curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente faz Formação Livre em Esquizoanálise e a formação em Body Mind Centering® (BMC®). É educadora. Integra o núcleo AND Lab São Paulo e o AND Collective, fazendo parte da equipe pedagógica da Escola do Reparar do Modo Operativo AND. Como coreógrafa e dançarina destacam-se os trabalhos “Mandíbula”, “Égua” e “Contágio”, em colaboração com Josefa Pereira, e “Monstra”, de Elisabete Finger e Manuela Eichner. Desde 2016 tem se apresentado na performance de improviso “Duplos”, de Talita Florêncio e Thiago Salas, atualmente sob o formato Fantasmagoria. Apresentou-se em lugares como Fort Royal (Cannes, FRA/2022), Moderna Museet (Malmö, SE/2020), Bienal de Dança (Campi, BR/2019), FIDCU (Montevidéu, UR/2018) e Museu de Arte Moderna (MAM-SP/2018).

  • Christian Sade Vasconcelos , UFF

    Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2001), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (2004) e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009). Atualmente é professor da Universidade Federal Fluminense.

  • Ruan Rocha, AND-Lab Lisboa

    Psicólogo pela UFRJ e especialista em Atenção Básica (Saúde da Família), pela ENSP/Fiocruz. Atua como psicólogo clínico, psicoterapeuta e é membro co-fundador e investigador do AND Cuidado, junto ao AND_Lab Centro de Investigação de Arte-Pensamento e Políticas da Convivência.

  • Roberta Innocêncio Ferraz

    Psicóloga pela Universidade Federal Fluminense, Técnica em Redução de Danos pela Coordenadoria Geral de Políticas sobre Drogas (CGPOD). Atuou na rede de saúde pública, nos dispositivos: Centro de Atenção Psicossocial do município de Rio das Ostras; Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas em Macaé; Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente - CRIAAD, no município de Macaé (2017 a 2019). Atuou como psicóloga institucional em uma fundação de acolhimento a crianças e adolescentes em situação de risco no município de Nova Iguaçu (2020 a 2022). Atua como psicóloga organizacional, com foco na saúde mental do trabalhador. Possui interesse nas áreas: Saúde Mental, Psicologia Social; Saúde Coletiva e Políticas Públicas.

     

Referências

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Publicado

2023-12-22

Edição

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Artigos