A Linguagem e “saberes” em comum: continuidades e relações morais em contextos sociais conectados a prisão
Resumo
RESUMO: A presente pesquisa pretende relacionar dados obtidos em trabalhos de campo que seguem a temática da prisão. Destaca-se que foram promovidas pesquisas de cunho etnográfico na APAC de Minas Gerais, em uma cadeia pública da zona metropolitana do Rio de Janeiro, bem como em determinados lugares classificados como favelas na cidade do Rio de Janeiro. Tal movimento possibilitou verificar que apesar de se apresentarem como diferentes em seus campos empíricos, na fala dos interlocutores, muitas questões e complementariedades podem ser suscitadas pelo contraste. Nesse mote, aqui pretendemos dar continuidade a problematização da questão da linguagem que repercute em práticas, éticas e moralidades nos grupos sociais alvo do sistema penal. Como no caso do “Visão”, figura que aparece no contexto do encarceramento, como um cargo presente na hierarquia dos detentos que se encontram no “seguro” e fazem parte de uma organização prisional denominada como “Povo do Israel”. Por outro lado, as ideias de “passar a visão” e “pegar a visão” fazem parte da representação a respeito de moralidades em outros contextos “fora da prisão”, mas que remetem ao exercício do cargo do “Visão”. Quando se recomenda “pegar a visão”, procura-se passar uma mensagem a partir de saberes disponíveis para resoluções de situações conflituosas. Pretendemos compreender tais relações e explicitar saberes que circulam nos campos abordados, como forma de contribuir nas análises que observam fluxos, continuidades e relações morais em contextos sociais conectados a prisão.
Palavras-chaves: Linguagem. Saberes. Segurança Pública. Visão.