“Eles Querem uma Polícia da Suíça no Brasil” Uma reflexão antropológica sobre os discursos, práticas e representações em disputa no campo da segurança pública.

Autores

  • Leonardo dos Santos Ramos Corrêa

Resumo

Este texto objetiva contribuir para reflexão sobre os diferentes discursos que disputam o sentido de Segurança Pública, tendo como contexto a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e o curso tecnológico em Segurança Pública e Social, oferecido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) aos agentes de Segurança Pública. O artigo procura explicitar as representações e moralidades dos policiais militares em torno do que se acredita ser e de como se faz Segurança Pública, pondo em perspectiva os antagonismos entre as óticas policial e acadêmica — esta última, vista como mais “progressista”. Em contraposição, segundo a concepção castrense, o mesmo tema incorporaria valores tradicionais que se legitimam somente no seio das instituições estatais; sendo, portanto, considerados assuntos estranhos à sociedade civil. Isto, porque, conforme mostrará o texto, questões históricas e sociais que estruturaram a formação societária brasileira, e que foram reproduzidas nestes espaços, continuam atualizando modelos hierárquicos, desiguais e repressivos de administração de conflitos no espaço público. Este trabalho empírico se valeu da pesquisa etnográfica e do diálogo entre autores das Ciências Sociais que se debruçaram sobre este tema, a fim de compreender e descrever o encontro destes dois universos simbólicos não raramente conflitantes: o ambiente do saber-fazer policial e o do saber acadêmico, oportunizados com o advento do Curso Tecnológico em Segurança Pública, da UFF.

Palavras-chave: Curso de Tecnólogo em Segurança Pública. Ethos Guerreiro. Polícia Militar.

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Publicado

2024-10-03