Poder e Resistência: breve reflexão teórica sobre o papel do humor nos conflitos público-privado em contextos organizacionais

Autores

  • Ângela Cristina Salgueiro Marques Universidade Federal de Minas Gerais Doutora em Comunicação Social pela UFMG e professora do Departamento de Comunicação Social da mesma instituição, atuando na graduação e pós-graduação.
  • Luciana de Oliveira Universidade Federal de Minas Gerais Doutora em Ciências Humanas: Sociologia e Política pela UFMG. Professora do Departamento de Comunicação Social da mesma instituição.

Palavras-chave:

Humor, Resistência, Conflito, Público-Privado, Organizações

Resumo

Nesse artigo discutiremos o papel do humor como modo de resistência nas organizações, visitando e sistematizando uma ampla literatura recente que vem sendo produzida sobre o assunto no âmbito da vertente crítica dos estudos organizacionais. Nosso objetivo é contribuir para a consolidação de um campo de pesquisas no Brasil que se mostra extremamente profícuo ao apontar para a o papel ativo das forças em conflito tanto no sentido da formação da opinião quanto na conformação das interações sociais nos contextos organizacionais e suas consequências para as configurações culturais e dinâmicas processuais aí ancoradas. O conflito, enxergado em seu papel constituidor de relações – e não relegado ao papel disruptivo numa visada funcional ou estrutural de matiz clássico – representa uma importante chave interpretativa sobre as tensões público-privado na contemporaneidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ângela Cristina Salgueiro Marques, Universidade Federal de Minas Gerais Doutora em Comunicação Social pela UFMG e professora do Departamento de Comunicação Social da mesma instituição, atuando na graduação e pós-graduação.

Doutora em Comunicação Social pela UFMG, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Faculdade Casper Líbero.

Referências

BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1999.

CARRIERI, Alexandre. O humor como estratégia discursiva de resistência: as charges do SINTTEL/MG. Revista Organização e Sociedade. Salvador, v.11, n. 30, p. 29-48, maio/agosto 2004.

COLLINSON, David. Managing Humour. Journal of Management Studies, v.39, n.3, 2002, p.269-288.

CONTU, Alessia. Decaf resistance: on misbehavior, cynism, and desire in liberal workplaces. Management Communication Quarterly, v.21, n.3, 2008, p.364-379.

DAVIES, Christie. Cartuns, caricaturas e piadas: roteiros e estereótipos”. In: LUSTOSA, I. (org.). Imprensa, humor e caricatura: a questão dos estereótipos culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, p.93-124.

DEETZ, Stanley. Resistance: Would struggle by any other name be as sweet? Management Communication Quarterly. v.21, n.3, 2008, p.387-392.

DiMAGGIO, Paul & POWELL, Walter. “Introduction”. In: POWELL, Walter; DiMAGGIO, Paul (eds.). The New Institutionalism in Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991, pp.1-38.

FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.

FLEMING, Peter; SPICER, André. Beyond power and resistance: new approaches to organizational politics. Management Communication Quarterly, v.21, n.3, 2008, p.301-309.

FRIEDLAND, Roger & ALFORD, Robert. “Bringing Society Back in: symbols, practices, and institutional contradictions”. In: POWELL, Walter; DiMAGGIO, Paul (eds.). The New Institutionalism in Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991, pp.232-263.

HALL, Stuart. “Notas sobre a desconstrução do popular”. In: ____. Da diáspora: identidades e mediações culturais. SOVIK, Liv (org.). Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.

HARDY, Cynthia; PHILLIPS, Nelson. No Joking Matter: Discursive Struggle in the Canadian Refugee System. Organization Studies, v.20, n.1, 1999, p.1-24.

IASBECK, Luiz Carlos. Identidade organizacional e a construção dos discursos institucionais. In: KUNSCH, M. (org.) Comunicação organizacional vol 1 . São Paulo: Saraiva, 2009 vol 1. p.7-30.

IRIGARAY, H. A. R.; SARAIVA, L. A.; CARRIERI, A. Humor e discriminação por orientação sexual no ambiente organizacional. Rev. adm. contemp., 2010, vol.14, n.5, pp. 890-906 .

MARCH, James & OLSEN, Johan. Rediscovering Institutions – the organizational basis of politics. New York: The Free Press, 1989.

MUMBY, D. K. Theorizing Resistance in Organization Studies: A Dialectical Approach. Management Communication Quarterly, v.19, n.1, 2005, p.19-44.

MUMBY, D. K. What’s Cooking in Organizational Discourse Studies? A Response to Alvesson and Karreman. Human Relations, v.64, n.9, 2011, p.1147-1161.

PUTNAM, Linda; GRANT, David; MICHELSON, Grant; CUTCHER, Leanne. Discourse and Resistance: targets, practices and consequences. Management Communication Quarterly, v.19, n.1, 2005, p.5-18.

QUADROS, Cynthia; ZUCCO, Fabrícia; MORETTI, Sergio. Com a palavra, a charge: entre o jornalismo, a política e a arte. Comunicação & Informação, v.12, n.2, 2009, p.48-62.

RODRIGUES, S. B.; COLLINSON, D. L. Having fun? Humor as resistence in Brazil. Organization Studies, Berlin, v. 16, n. 5, p. 739-768, 1995.

SCOTT, James. Domination and the Arts of Resistance – Hiddens Transcripts. New Haven: Yale University Press, 1990.

THELEN, Kathleen & STEINMO, Sven. “Historical institutionalism in compartive politics”. In: Structuring politics, historical institutionalism in comparative analysis. Cambridge: Cambridge University Press, 1994, pp.1-32.

WESTWOOD, Robert; JOHNSTON, Allanah. Reclaiming authentic selves: control, resistive humour and identity work in the office. Organization, 2011, v.18, n.2, p.1-22.

Downloads

Publicado

2012-08-11