Do Coitadinho ao Super-heroi Representação social dos atletas paraolímpicos na mídia brasileira e portuguesa

Autores

  • Tatiane Hilgemberg Figueiredo Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

Desde os seus primórdios a sociedade tendeu a marginalizar e inabilitar as pessoas com deficiência apondo-lhes o estigma da diferença. Mesmo na atualidade, e apesar de vivermos numa sociedade dita inclusiva, o preconceito para com o atleta com deficiência é ainda prevalecente. Todo o indivíduo que foge aos padrões de normalidade é considerado estigmatizado. A finalidade deste estudo é analisar o tratamento midiático devotado aos atletas paralímpicos na mídia Brasileira e Portuguesa nos Jogos Paralímpicos de Atlanta/96, Sydney/2000, Atenas/2004 e Pequim/2008. Pela nossa análise pudemos, sumariamente, concluir que a cobertura midiática dos Jogos Paralímpicos no Brasil e em Portugal tem mais similaridades do que diferenças. Percebemos ainda que os estereótipos, o coitadinho e super-herói foram utilizados.

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Biografia do Autor

Tatiane Hilgemberg Figueiredo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Comunicação pelo PPGCom/Uerj. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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Publicado

2014-08-09