Diário de um homem-peixe: as fronteiras entre o biográfico e o autobiográfico em A Paixão de JL, de Carlos Nader

Autores

  • Jamer Guterres de Mello Universidade Anhembi Morumbi
  • Gabriela Machado Ramos de Almeida ULBRA - Universidade Luterana do Brasil

Palavras-chave:

Cinema brasileiro, Documentário biográfico, Autobiografia, Cinema experimental, Carlos Nader

Resumo

Este artigo apresenta uma análise do documentário A Paixão de JL, de Carlos Nader, com o propósito de compreender as passagens entre o biográfico e o autobiográfico que surgem na obra. Produzido a partir de diários registrados pelo artista plástico José Leonílson em fitas k7 entre os anos de 1990 e 1993, o filme contém uma dimensão biográfica que funciona como um “retrato” do personagem biografado que só existe na medida em que se vale dos registros autobiográficos produzidos por ele próprio. No entanto, ao utilizar os audiodiários como narração autobiográfica e ilustrar a sua dimensão visual com obras também produzidas pelo artista, Nader opera um gesto autoral que associa a obra de Leonílson com as reflexões sobre a sua vida afetiva, sua sexualidade, a descoberta da infecção por HIV e alguns fatos históricos da época.

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Biografia do Autor

Jamer Guterres de Mello, Universidade Anhembi Morumbi

Pesquisador de Pós-Doutorado (PNPD/Capes) no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi. Doutor em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM-UFRGS).

Gabriela Machado Ramos de Almeida, ULBRA - Universidade Luterana do Brasil

Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM-UFRGS) e professora dos cursos de Jornalismo e Produção Audiovisual da ULBRA.

Referências

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Publicado

2018-04-19