Enquadramentos familiares e (in)cômodos domésticos no filme Para minha amada morta

Autores

  • Aline Vaz
  • Tarcis Prado Junior

Palavras-chave:

Para minha amada morta, cinema, enquadramentos familiares, panoptismo, poder e disputas

Resumo

Enfocando analiticamente o filme Para minha amada morta (Aly Muritiba, 2015), buscamos um olhar atento para os cômodos domésticos, na casa enquadrada pelo filme de Aly Muritiba, identificando brechas de incômodos, uma noção de família encenada, que encontra rastros de acomodação, justamente na ruptura da preservação da intimidade, inicialmente, garantida pelo espaço privado da casa, mas que é violada pela personagem, que sem pertencimento e sem família, ocupa o lugar do Panóptico (FOUCAULT, 2014), rompendo uma ordem hierárquica, apropriando-se do espaço da morada como potência de disputa, ameaçando um enquadramento familiar (FISCHER, 2006), predominado por um caos enrustido de disciplina.

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Referências

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Publicado

2020-09-09