E SE FOSSE O CONTRÁRIO? Narrativas cruzadas de enfrentamento à cultura do estupro em Virginie Despentes
Palabras clave:
cultura do estupro, Virginie Despentes, feminismosResumen
Proponho, nesse artigo, uma reflexão relacionando o livro Teoria King Kong e o filme Baise-moi, escrito e codirigido, respectivamente, por Virginie Despentes, como dispositivos feministas de enunciação e enfrentamento da violência de sexo-gênero e de um sistema de poder que tolhe potências de mulheres e sexualidades dissidentes. Uma viagem em quatro seções, que tem por intuito perceber como a autora/diretora, baseada em suas próprias experiências de violência, o que inclui um estupro, reativa tal memória, recriando narrativamente cenas e situações. Para tanto, em ambas as obras, Despentes esgarça a cultura do estupro, a ressignificando, invertendo, desnaturando, sangrando. Reescreve sua história com a provocação: “e se fosse o contrário?”. Partindo de uma abordagem feminista, olho livro e filme como escritas de si e processos de “incorporação”. Penso, portanto, na correlação possível entre autorreferência e ficção, ligadas pelo fio condutor da mulher-escritora-realizadora-personagem.
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Citas
BRUM, E. “Como resistir em tempos brutos”. El País, 9 set. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/08/opinion/1539019640_653931.html. Acesso em: 12 de fev de 2019.
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