O corpo da mulher no cinema amazônico: a dicotomia entre a disciplina e a liberdade

Autores

Palavras-chave:

Comunicação, Cinema, Mulher no Cinema, Um Dia Qualquer, Líbero Luxardo.

Resumo

Lançado em 1962, o filme Um dia qualquer, do cineasta Líbero Luxardo, foi o primeiro longa-metragem ficcional produzido totalmente na Amazônia paraense. A obra apresenta a cidade de Belém, capital do Estado, em um dia comum, revelando o cotidiano nas ruas e as manifestações culturais e religiosas características do lugar. Reprovado pelos críticos da época por suas falhas técnicas e estilísticas, atualmente, o filme se apresenta como locus de uma série de interpretações relacionadas ao corpo, à mulher, às condutas e aos “adestramentos sociais”, que sempre estão presentes, mas são impulsionados diferentemente em cada época. Este artigo tem como objetivo analisar a construção de sentidos referente à figura da mulher no filme. Para isso, como aporte teórico, foram escolhidos especialmente os trabalhos do filósofo Michel Foucault, que compreende a sexualidade como elemento historicamente construído. O conceito de “corpo dócil”, sob este prisma, presente em Vigiar e Punir (Foucault, 2004), foi relevante para compreender os lugares sociais ocupados pelas personagens femininas da trama, com destaque para Maria de Belém e Marlene.

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Biografia do Autor

Raissa Lennon Nascimento Sousa, Universidade Federal do Pará

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCOM/UFPA). Email: lennonraissa@gmail.com.

Luciana Miranda Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Universidade Federal do Pará

Professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia (UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCom/UFPA). E-mail: lmirandaeua@hotmail.com.

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Publicado

2021-05-21