O lugar residencial na cidade do Porto: a territorialização social do espaço urbano

Autores

  • Cláudia Rodrigues CES - FEUC - FCT | DI.APDES | RECI PORTUGAL

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcc.v1i7.1869

Palavras-chave:

História Urbana, Portugal, Porto, Urbanização, marginalização, Territorializaçãoi

Resumo

Na exploração da relação entre  o desenvolvimento do espaço urbano e a espacialização social na cidade do Porto,  identificaram-se  três  espaços-tempos,  materializados  em  territórios,  que  contam  a  segregação habitacional e marginalização urbana nesta cidade: i.  A cidade muralhada - absorvida pela designação ‘centro histórico’- a partir da qual a cidade se desenvolve e  se  densifica.  De  cidadela,  este  território  passou  por  dinâmicas  de  densificação  e  de  desertificação, estando, atualmente, a ser retomado por via de uma renovação urbana de tendência gentrificadora. ii.  A  ‘ilha’,  cuja  própria  designação  indicia  isolamento,  constitui  uma  tipologia  habitacional,  formal  e informal, de baixa renda; ela é o símbolo de uma produção espacial decorrente essencialmente do êxodo rural  e  da  industrialização.  A  proliferação,  exiguidade  e  salubridade  deste  espaço  habitacional  torna  as centenas de ilhas da cidade alvo de políticas de erradicação e/ou invisibilização social, acompanhadas por subtis  ou  violentos  processos  de  realojamento.  Atualmente  a  ‘ilha’  ainda  c onstitui  um  objeto  de problematização,  no  entanto,  começa  a  ser  contemplada  como  património  arquitetónico  da  cidade  e  a inscrever-se numa agenda de requalificação urbana atrativa a novos utilizadores/moradores. iii.  O  bairro  social,  que  traduz  claramente  o  crescimento  periférico  da  cidade  e  a  espacialização  social  daí decorrentes, lugar que possui um inquestionável peso simbólico na produção coletiva da cidade, revelador da verticalização e hegemonia do ‘fazer’ habitação social. Estes espaços-tempos constituem-se como lugares sujeitos a uma recorrente marginalização e periferização simbólicas  e/ou  materiais,  e/ou  geográficas,  são,  então,  lugares  que  escrevem  a  história  da  cidade  na  sua produção socio-espacial.

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Publicado

2016-03-29