O lugar residencial na cidade do Porto: a territorialização social do espaço urbano
DOI:
https://doi.org/10.22409/rcc.v1i7.1869Palavras-chave:
História Urbana, Portugal, Porto, Urbanização, marginalização, TerritorializaçãoiResumo
Na exploração da relação entre o desenvolvimento do espaço urbano e a espacialização social na cidade do Porto, identificaram-se três espaços-tempos, materializados em territórios, que contam a segregação habitacional e marginalização urbana nesta cidade: i. A cidade muralhada - absorvida pela designação ‘centro histórico’- a partir da qual a cidade se desenvolve e se densifica. De cidadela, este território passou por dinâmicas de densificação e de desertificação, estando, atualmente, a ser retomado por via de uma renovação urbana de tendência gentrificadora. ii. A ‘ilha’, cuja própria designação indicia isolamento, constitui uma tipologia habitacional, formal e informal, de baixa renda; ela é o símbolo de uma produção espacial decorrente essencialmente do êxodo rural e da industrialização. A proliferação, exiguidade e salubridade deste espaço habitacional torna as centenas de ilhas da cidade alvo de políticas de erradicação e/ou invisibilização social, acompanhadas por subtis ou violentos processos de realojamento. Atualmente a ‘ilha’ ainda c onstitui um objeto de problematização, no entanto, começa a ser contemplada como património arquitetónico da cidade e a inscrever-se numa agenda de requalificação urbana atrativa a novos utilizadores/moradores. iii. O bairro social, que traduz claramente o crescimento periférico da cidade e a espacialização social daí decorrentes, lugar que possui um inquestionável peso simbólico na produção coletiva da cidade, revelador da verticalização e hegemonia do ‘fazer’ habitação social. Estes espaços-tempos constituem-se como lugares sujeitos a uma recorrente marginalização e periferização simbólicas e/ou materiais, e/ou geográficas, são, então, lugares que escrevem a história da cidade na sua produção socio-espacial.Downloads
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