FRIEDRICH NIETZSCHE:
ENTRE FILOLOGIA E FILOSOFIA
Palavras-chave:
Filologia; Polissemia; Filosofia; FilólogoResumo
Este artigo pretende discutir o conceito de filologia no século XIX e — a partir dele — postular que Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) não foi um filólogo convencional, comprometido com as diretrizes dominantes da filologia de seu tempo. Isso se deve: i) à concepção heterodoxa de uma filologia filosófica, pautada em uma das acepções do termo filologia; e, especialmente, ii) ao espírito dionisíaco[1] (Dionysischer Geist) com o qual Nietzsche revestiu seu campo de estudos/atuação, quando professor de filologia clássica na Universidade da Basileia (1869-1879). Essa nova filologia, nietzschiana, prevê que os estudos de antiguidade clássica devem ser entendidos não só como veículo para propor “grandes questões”, mas também que tais estudos prosperam em momento posterior ao reconhecimento do filólogo como “sujeito do conhecimento”.