Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SOUSA JÚNIOR, Arnóbio Rodrigues; MACIEL, Ana Beatriz Câmara. Os Impactos da Poluição Ambiental no Rio Acaraú, Tamboril - CE.
Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 11, nº 24, e112421, 2024.
Submissão em: 23/02/2024. Aceito em: 26/09/2024.
ISSN: 2316-8544
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Conforme Diadoto (2004), os impactos ambientais possuem dois atributos principais: a
magnitude e a importância. Logo, infere-se, segundo o autor, que:
A magnitude refere-se à grandeza do impacto em termos absolutos, podendo ser
definido como a medida da alteração no valor de um fator ou um parâmetro ambiental,
em termos quantitativos ou qualitativos. Para o cálculo da magnitude devem ser
considerados: o grau da intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do
impacto, conforme o caso. A importância é a ponderação do grau de significância de
um impacto em relação ao fator ambiental afetado comparado com outros impactos.
Pode ocorrer que um determinado impacto, apesar da sua magnitude – que pode ser
alta, não seja importante se comparado com outros impactos, dentro do contexto de
avaliação de impactos ambientais (Diadoto, 2004, p. 8).
Em relação à magnitude e importância, são dois os fatores que incidem sobre a saúde
da população, o bem-estar e a segurança, sobretudo em relação às comunidades e população da
região Nordeste, pois, em virtude do clima e do solo, parte delas convive com a escassez dos
recursos hídricos, enfrentando diversos desafios por terem acesso limitado a mananciais.
Logo, o desafio ambiental está posto. Contudo, é preciso recusar o debate sobre as
implicações ambientais de um modo instrumental e tático, de tal forma que tenhamos a
capacidade de analisar a natureza e seus fenômenos em relação às sociedades, conforme
exemplifica Porto-Gonçalves (2012). Por vivermos em uma região caracterizada por clima
quente, baixos índices pluviométricos e alternância entre períodos secos e chuvosos, entende-
se que o desafio a ser superado necessariamente perpassa a dimensão política e a sensibilização
da sociedade e dos agentes da política institucional a fim de criar ações mitigadoras.
Assim, “a dinâmica da sociedade capitalista, quando considerada na sua inscrição
territorial – enfim, na sua materialidade –, mostra, além de sua insustentabilidade ambiental,
sua insustentabilidade política” (Porto-Gonçalves, 2012, p. 20). Os atuais impactos ambientais
e a emergência climática são produtos da construção de um imaginário moderno sustentado
pelo discurso imperialista e, portanto, gestados à luz da colonialidade. As relações geopolíticas
demonstram como os países em desenvolvimento estão situados no cenário econômico, sempre
com a função máxima de exportar produtos agrícolas e em uma situação de dependência.
Desse modo, é perceptível nas entrelinhas o quanto os países desenvolvidos, sobretudo
europeus, têm a capacidade de explorar nações que historicamente foram colônias. No entanto,
tais países rotulados estrategicamente como periféricos demandam desenvolvimento, qualidade
de vida e crescimento econômico, o que reverbera sobre a natureza a partir de processos de