Metafísicas do Olho: Variações II
DOI:
https://doi.org/10.22409/reh.v4i01.67397Abstract
Podemos partir de um pequeno enunciado do Sr. Hobbes para podermos apresentar
algumas reflexões sobre a ontologia da política. Coube a ele produzir uma arguta
distinção entre os modos da cidade. Hobbes identificou dois modos da cidade. Ao
primeiro deu o nome de cidade natural e a outro de cidade instituída. Poderíamos
arriscar e dizer que a primeira é a cidade sem cor e a segunda é a com cor. A cidade sem
cor tem como característica principal ser incapaz, ou ter uma reduzida capacidade, de
instituição. Nela os homens são convocados a obedecer, de um modo derrotado,
simplesmente porque precisam sobreviver. O sentimento moral que melhor descreve a
cidade sem cor é a humildade. Na cidade com cor existe uma atividade mais orgulhosa,
os homens são conclamados a reconhecer o infinito temporalmente, e a ele oferecem
submissão. Existe, em contrapartida, um orgulho na humilhação. Hobbes nos diz que a
política não está em todos os cantos, pelo menos a acepção heróica da política, mas tão
somente na cidade com cor. As duas cidades possuem diagramas, mapas e leis, mas
apenas na cidade instituída as paixões humanas predominantes estão misturadas nas
cores. Contudo, as duas cidades são transfigurações civis da natureza humana. Mas
apenas na cidade com cor a transfiguração civil teve sua atividade política ligada às
crenças dos governados.
Palavras-Chave
Crença, Instituição
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