Vidas artificiais e doenças do espírito: notas sobre a religião e a moral em David Hume
DOI:
https://doi.org/10.22409/reh.v6i1e2.67685Resumo
No diálogo que encerra Uma Investigação sobre os Princípios da Moral, Hume afirma que o afastamento da razão comum leva àquilo que ele chama de vidas artificiais, as quais seriam totalmente descoladas da “racionalidade comum”. Determinados inteiramente por princípios descolados da experiência e pelas ilusões causadas pela superstição ou pelo entusiasmo, esses modos de vida são apresentados por Hume de maneira que permite ao leitor compreender as consequências deletérias de se estabelecer uma moralidade que esteja completamente desvinculada da experiência comum do mundo. Ao longo de nosso texto, tomaremos as considerações de Hume acerca das vidas artificiais como ensejo para mostrar, não só a partir da Investigação, mas também de Ensaios selecionados e da História Natural da Religião, que o filósofo escocês não estaria preocupado com fenômenos como superstição e entusiasmo apenas por conta dos impactos sociais negativos que eles poderiam vir a ter: trata-se, no fim das contas, de mostrar que as religiões populares, mesmo quando apresentam-se como sendo mais serenas, nunca estão longe de se transformar em algo como uma doença que, ao perverter os sentimentos, tornam aqueles que são atingidos por ela incapazes de se conformar à moralidade que resulta do convívio e da experiência comum, seja esta corrigida pela filosofia ou não.
Palavras-chave: Hume, religião, moral, vidas artificiais.
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Copyright (c) 2025 Marcos Fonseca Ribeiro Balieiro

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