O historiador e o retratista: Pierre Hadot e David Hume olham para os antigos
DOI:
https://doi.org/10.22409/reh.v6i1e2.67687Resumo
A intenção do presente artigo é apresentar em termos gerais e não exaustivos a forma como dois pensadores, distantes tanto no tempo quanto nos modos de proceder, investem contra a ideia da filosofia como sistema ou conjunto de sistemas filosóficos em disputa. David Hume (1711-1776) e Pierre Hadot (1922-2010) vão aos antigos para deflacionar essa percepção da filosofia como sendo algo de natureza incorrigivelmente árida e nada generosa com a vida humana em seus termos mais comuns e corriqueiros. As abordagens são, contudo, distintas. Lançando mão da noção de que para os antigos a filosofia consistiria antes em um exercício de preparação constante e não linear para uma boa vida e não na formulação de teorias acabadas, Hadot argumentará que a visão da filosofia como sistema nunca foi fiel ao que propunham as escolas antigas, sendo, antes, uma deformação moderna anacrônica e retrospectivamente atribuída àquelas. Hume, por sua vez, parece não poupar os antigos de tal acusação e desenvolve outro método para, por meio dos antigos, fazer ruir o vício do sistema: ao colocar essas escolas lado a lado, ele faz da disputa entre sistemas o meio de desativação da própria pretensão sistemática, tomada como uma imprópria e tola superficialidade.
Palavras-chave: David Hume; Pierre Hadot; filosofia antiga; sistemas filosóficos
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