Geografia cancioneira

Resquícios da pichação atrelados ao RAP

Autores

Palavras-chave:

Geografia da Canção, Hip-Hop, Arte e Cultura de Rua, Grafite

Resumo

As músicas passam palavras e estimulam diversas manifestações e sensações no corpo humano. Um dos estilos musicais que se destaca é o rap, atrelado com o movimento de rua, protesto, contestatório e inquieto. Busca-se aqui demostrar e analisar as ações e relações dos pichadores, a partir de músicas de rap, buscando evidenciar suas gírias, dialetos e espacialidades. As músicas analisadas foram “Pixadores 1” do cantor Nocivo Shomon, “Meus Amigo Pixador” do FBC e “Hino” do DV Tribo, que foram escolhidas pelo fato de sua representatividade, de serem cantadas por rappers famosos nas cenas e que defendem sempre a causa da pichação/pixação e dos pichadores/pixadores. A metodologia baseia-se em leituras bibliográficas, vivências de campos, a escuta, a leitura e a interpretação das músicas. Pode ser visto, ouvido e sentido que essas músicas demonstram os comportamentos dos praticantes, que é uma cultura, um lazer e uma contestação plausível encontrada em cada verso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, V. S. Bixa também pixa: a pixação gay nos banheiros masculinos como uma contestação do espaço heteronormativo. Periodicus, v. 1, n. 10, p. 343-372, 2018.

BARCHI, R. Pichar, pixar, grafitar, colar: os discursos e representações sobre as pichações nas escolas analisados na perspectiva ambiental e libertária. TEIAS, Rio de Janeiro, ano 8, p. 15-16, jan/dez 2007.

BATES, L. Bombing, Tagging, Writing: An Analysis of the Significance of Graffiti and Street Art. (Masters Thesis). University of Pennsylvania, Philadelphia, PA, 2014.

BENT, Ian D. “Analysis”. In: SADIE, Stanley (org.). The New Grove Dictionary of Music and Musicians. Londres: Macmillan, 1980. p. 340-388.

BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Portal da Legislação, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/cL9605.htm. Acesso em: 6 nov. 2019.

BOFF, L. Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz: Desafio para o século XXI. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2009.

CALAZANS, Janaína de Holanda Costa. A formação de um gênero engajado: espaço, sujeito e ideologia na música de protesto. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2012.

CARNEY, G. O. The sounds of people and places: a geography of american music from country to classical and blues to bop. Lanham: Rowman and Littlefield, 2003. E-book. Disponível em: https://searchworks.stanford.edu/view/5335891. Acesso em: 22 mar. 2020.

CARVALHO, R. A. de C. Entre prezas e rolês: pixadores e pixações de / em Belo Horizonte. 2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FAFICH, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Belo Horizonte, 2013.

CEARÁ, A. D. T; DALGALARRONDO, P. Jovens pichadores: perfil psicossocial, identidade e motivação. Psicologia USP, v. 19, n. 3, 2008.

CORRÊA, A. F. O sentido da análise musical. Revista Opus, v. 1, 2006. Disponível em: https://www.hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/Correa-Sentido_Analise.pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.

CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. Literatura, música e espaço: uma introdução. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. Literatura, música e espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007. cap. 1, p. 7-16.

COSTA, F. R. da. Ensino da geografia através do cancioneiro potiguar. Anais... XIII Encontro Nacional de Geógrafos, João Pessoa, 2002. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/274710319_O_ensino_da_geografia_atraves_do_cancioneiro_potiguar. Acesso em: 30 jun. 2020.

COSTA, Jones Vieira da. A galera do xarpi carioca. 2009. Monografia (Graduação em Jornalismo) - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2009.

DAYRELL, J. T. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005.

DINIZ, A. M. A; FERREIRA, R. G. B; ALCÂNTARA, S. A. Pichação, paisagem e território no hipercentro de Belo Horizonte. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 22, n. 30, p. 85-103, 2015.

DINIZ, A. M. A, FERREIRA, R. G. B, LACERDA, A. G. Territórios renitentes: os efeitos das políticas repressivas à pichação em Belo Horizonte (2011-2015). Caderno de Geografia, v. 27, n. 50, p. 589-616, 2017.

DINIZ, A. M. A, FERREIRA, R. G. B, LACERDA, A. G. Territórios Verticais Grafismos Urbanos no hipercentro de Belo Horizonte. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 20, n. 71, 2019.

DV TRIBO. Hino. Belo Horizonte: DV Tribo, 2016. Disponível em: https://www.letras.mus.br/dv-tribo/hino/. Acesso em: 11 mai. 2023.

FBC. Meus Amigo Pixador. Belo Horizonte: Estúdio Pro Beats, 2015. Disponível em: https://genius.com/Fbc-meus-amigo-pixador-lyrics. Acesso em: 11 mai. 2023.

GOMES, P. C. da C. O lugar do olhar: elementos para uma geografia da visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

HARVEY, D. Social justice and the city. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1973.

ISNARDIS, A. Pinturas rupestres urbanas. Revista de Arqueologia, [S.l.], v. 10, n. 1, dez. 1997.

KONG, Lily. Popular music in geographical analyses. Califórnia: Progress in Human Geography, v. 19, n. 2, p. 183-198, 1995.

LEFEBVRE, H. A revolução urbana. 2. reimpr. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2004.

LEWISOHN, C. Street Art: The Graffiti Revolution. New York: Abrams Publishing, 2008.

LOPES, E. V. P. A metropolização da pichação: evidências de Contagem e Ribeirão das Neves. 2020. Monografia (Graduação em Geografia) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.

LOPES, E. V. P. Ensinamentos geográficos a partir da pichação. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 1, n. 21, 2021a.

LOPES, E. V. P. Grafismos urbanos: estudo de caso das pichações no bairro Eldorado, em Contagem - MG. Revista do Instituto de Ciências Humanas, Belo Horizonte, v. 17, n. 26, 2021b.

LOPES, E. V. P. Grafismos urbanos: estudo de caso das pichações, no bairro Esperança, em Ribeirão das Neves - MG. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 27, n. 41, 2022.

LOPES, E. V. P.; DINIZ, A. M. A. Pichações Metropolitanas: o comportamento espacial dos grupos de pichadores na RMBH-MG. E-metropolis, Rio de Janeiro, a. 13, n. 49, 2022.

NOCIVO SHOWMON. Pixadores 1. Lado Sujo da Frequência, 2013. Disponível em: https://www.letras.mus.br/nocivo-shomon/pixadores/. Acesso em: 11 mai. 2023.

OLIVEIRA, K. G. de; MELO, C. T. V. de. Análise Comparativa de Músicas de Protesto, a Década de 1970 e o Ano 2012. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Foz do Iguaçu – 2 a 5/9/2014, 2014. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2014/resumos/R9-0664-1.pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos/ Eni P. Orlandi – 3. ed. Campinas, SP: Pontes, 2001.

PANITZ, L. M. Geografia e música: uma introdução ao tema. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Barcelona, V. XVII, n. 978, 2012.

PEREIRA, A. Graffiti: práticas, estilos e estéticas de uma identidade cultural. CIES e-Working Papers, 2013. Disponível em: https://repositorio.iscteiul.pt/bitstream/10071/5023/1/CIES_WP150_Andr%C3%A9%20Pereira.pdf. Acesso em: 6 nov. 2019.

PEREIRA, A. B. De rolê pela cidade: os pixadores em São Paulo. 2005. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2005.

PEREIRA, M. S. O. Prática de ensino supervisionada: arte urbana. Um recurso no Ensino - Educação Visual (7º ano). 2012. Relatório de Estágio (Mestrado em Ensino de Artes Visuais) - Universidade da Beira Interior, Covilha, 2012.

SÁ, G. L. de; MENDES, L. A. de C. Psicologia e música: uma análise bibliográfica da produção acadêmica brasileira. Revista Mangaio Acadêmico, v. 2, n. 1, 2017.

SANTOS, J. D. dos; FERNANDES, E. M. da F. Criar contexto: análise do discurso nas letras de música. Disponível em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/pivic/trabalhos/JULIANA%20DIONILDO%20DOS%20SANTOS.pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.

SILVA, G. de S. A. e. Sons da rua: os territórios e territorialidades dos rappers da cena Hip-Hop belo horizontina na última década (2010-2019s). Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021.

VALIENTE, S. Discursos de Identidad Territorial según el Cancionero Folklórico. An International E-Journal for Critical Geographies, v. 8, 2009, p. 46-68. Disponível em: http://tinyurl.com/42qtakq. Acesso em: 6 nov. 2019.

WHITE, A. From Primitive to Integral: The Evolution of Graffiti Art. Journal of Conscious Evolution, Issue 11, 2014.

Downloads

Publicado

2022-07-30

Como Citar

Lopes, E. V. P. (2022). Geografia cancioneira: Resquícios da pichação atrelados ao RAP. Geograficidade, 12(2), 174-191. Recuperado de https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/49750

Edição

Seção

Artigos