À beira do rio

(des)caminhos para (re)pensar a experiência geográfica ribeirinha na Amazônia-Marajoara, Pará

Autores

  • Felipe Kevin Ramos da Silva Universidade do Estado do Pará

Palavras-chave:

Geopoética ribeirinha. Habitar. Linguagem Poética. Paisagem.

Resumo

Que significa habitar à beira do rio? À beira do rio a vida ribeirinha se constitui. Um habitar que exige do olhar a sensibilidade de perceber a profunda relação entre ser ribeirinho/a com a paisagem circundante. É um projeto transcendental que não exige explicação, mas compreensão, paciência e silêncio para ouvir as vozes que ecoam do lugar. Existência cosmogônica onde o rio é mais que via de navegação. Metodologicamente, busca-se pelo diálogo entre pesquisa de campo, o uso da história oral e da descrição densa, tendo como base epistemológica a(s) fenomenologia(s) inspirada(s), sobretudo, em Heidegger e Merleau-Ponty. O rio é fonte de vida, modo de ser-no-mundo, de pensar-o-mundo. Nessa perspectiva, uma possível fenomenologia das águas desvela-se enquanto forma de sentir-o-mundo, corpo que é afetado por uma dinâmica própria do lugar, anunciando uma poética maneira de habitar, entre sonhos/conquistas, afetos/desafetos.

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Publicado

2022-07-30

Como Citar

Silva, F. K. R. da. (2022). À beira do rio: (des)caminhos para (re)pensar a experiência geográfica ribeirinha na Amazônia-Marajoara, Pará. Geograficidade, 12(2), 137-156. Recuperado de https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/51069

Edição

Seção

Artigos