Reflexão sobre os movimentos existenciais de Jan Patočka enquanto condição política:
a importância da lugarização da existência corpórea
Palavras-chave:
Corporeidade, Lugar, Fenomenologia políticaResumo
O artigo engendra-se na reflexão dos movimentos existenciais do filósofo tcheco Jan Patočka na questão da corporeidade como constituidora de um envolvimento entre humano e mundo. Dos movimentos competentes como a auto-defesa, a auto-projeção e a transcendência, transbordam-se questões sobre tempo e espaço em que a percepção consciente e instituidora do eu-transcendental ou do ser-aí é trazida ainda mais próxima ao patamar do sensório marcado na carne. Desta forma, o escopo é pensar com Patočka sobre as limitações das bases constitutivas entre essas duas instâncias existenciais no fenômeno de seu aparecimento, isto é, enquanto manifestações dotadas de um movimento com o mundo por serem do mundo. Ao passo que esses movimentos são um envolvimento dado pelo corpo, abre-se mais uma frente de pensamento: o da possibilidade da reflexão política não por instâncias verticais de poder, mas na própria capacidade intersubjetiva.
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