Da geosofia como geografia cordial: a obra de Josué de Castro como insurreição ontológica / Geosophy as a cordial geography: Josué de Castro's work as an ontological insurrection

Autores/as

  • Carlos Eduardo Pontes Galvão Filho

DOI:

https://doi.org/10.22409/geograficidade2018.82.a13137

Palabras clave:

eograficidade. Fenomenologia. Habitar. Manguebeat.

Resumen

A geosofia como conhecimento geográfico emergido da geograficidade e feita de sentimentos de mundo estabelecidos nas experiências geográficas de paisagens, territórios e lugares. Experiências ora de aproximação ora de distanciamento da própria condição terrestre, oscilação de referências e vinculações que vibram à flor da pele no existir do ser-no-mundo. Nesse sentido, a geosofia é conhecimento que desvela a dimensão geográfica do habitar e abre caminhos para um pensar junto ao coração: uma geografia cordial que pulsa junto à Terra. O objetivo deste artigo é cultivar a possibilidade da geosofia como geografia cordial e esta como um pensar insubordinado quanto à cisão homem-Terra que marca o pensamento moderno euro-ocidental. A obra de Josué de Castro aparece enquanto obra geosófica e cordial, pois irrompida de um pensar insubordinado emergido junto à condição terrestre e ao coração. Irrupção aqui compreendida como insurreição ontológica: rebeldia contra a hegemonia do pensamento euro-ocidental e dirigida ao cultivo de outros modos de pensar.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ANDRADE, M. C. de. Josué de Castro: o homem, o cientista e seu tempo. Estudos Avançados. v.11, n.29, São Paulo, p. 169-194, Jan./Abr., 1997.

BESSE, J.-M. Géographie psychique: Notes sur l’espace comme sentiment. In: LUNA, Toni; VALVERDE, Isabel (dir.). Paisaje y emoción: El resurgir de las geografías emocionales. Barcelona: Observatori del Paisatge de Catalunya; Universitat Pompeu Fabra, p. 97-114, 2015.

CASTRO, J. de. Documentário do Nordeste. 2. ed. São Paulo: Editôra Brasiliense, 1959.

CASTRO, J. de. Homens e Caranguejos (Romance). São Paulo: Editora Brasiliense, 1967.

DAL GALLO, P. M. A ontologia da Geografia à luz da obra de arte: o embate Terra-mundo em "Out of Africa". 2015. 97 p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.

DARDEL, E. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. Trad. Werther Holzer. São Paulo: Perspectiva, 2011.

ESCOBAR, A. Sentipensar con la tierra. Nuevas lecturas sobre desarrollo, territorio y diferencia. Medellín: Ediciones UNAULA, 2014.

GALVÃO FILHO, C. E. P. Por abismos... casas... mundos...: a geosofia como narrativa fenomenológica da geografia. 2016. 1 recurso online (120 p.). Dissertação (mestrado em Geografia). Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.

HEIDEGGER, M. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

HEIDEGGER, M. Ensaios e Conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Chuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2006.

HEIDEGGER, M. Introdução à filosofia. Trad. Marco Antônio Casanova. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Trad. Fausto Castilho. Campinas: Unicamp; Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. In: HEIDEGGER, M. Caminhos de Floresta. Trad. Irene Borges-Duarte, Filipa Pedroso, Alexandre Franco de Sá, Hélder Lourenço, Bernhard Silva, Vítor Moura, João Constâncio. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, p. 5-94.

HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

HOLZER, W. Uma discussão fenomenológica sobre os conceitos de paisagem e lugar, território e meio ambiente. Território. Rio de Janeiro, ano II, nº 3, p. 77-85, jul. / dez. 1997.

HOLZER, W. Mundo e Lugar: ensaio de Geografia Fenomenológica. In: HOLZER, W., OLIVEIRA, L. (Orgs). Qual o espaço do lugar?: geografia, epistemologia e fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, 2012, p. 281-304.

HUSSERL, E. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. São Paulo: Forense Universitária, 2012.

LOWENTHAL, D. Geografia, experiência e imaginação: em direção a uma epistemologia geográfica. In: CHRISTOFOLETTI, Antonio (Org.). Perspectivas da Geografia, São Paulo: DIFEL, 1982, p. 103-141.

MARANDOLA JR., E. Humanismo e arte para uma geografia do conhecimento. Geosul. Florianópolis, v.25, n.49, p7-26, jan. / jun. 2010.

MARANDOLA JR., E. Heidegger e o pensamento fenomenológico em Geografia: sobre os modos geográficos de existência. Geografia, Rio Claro, v. 37, n. 1, p. 81-94, jan. / abr. 2012.

MARANDOLA JR., Eduardo. Fenomenologia do ser-situado: crônicas de um verão tropical urbano. 2016. Tese (Livre Docência em Ambiente e Sociedade). Faculdade de Ciências Aplicadas, Universidade Estadual de Campinas, Limeira, SP.

MELO, Marcelo Mário de Melo; NEVES, Teresa C. W. Josué de Castro. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2007. 323p. [Perfis parlamentares n. 52]

NOGUERA, A. P. Cuerpo – Tierra. El Enigma, El Habitar, La vida. Potencias de un Pensamiento Ambiental en clave del Reencantamiento del Mundo. Madrid: Editorial Académica Española, 2012.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as Ciências. 16 ed. Porto: Edições Afrontamento, 2010.

SILVA, G. P. da. “Mangue”: moderno, pós-moderno, global. 2008. 162 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

TENDLER, S. Josué de Castro, Cidadão do Mundo. 50 min. 33 segs., 1995.

TESSER, P. Mangue Beat: húmus cultural e social. LOGOS 26: comunicação e conflitos urbanos. Ano 14, p. 70-83, 1º semestre 2007.

WRIGHT, J. K. The history of geography: a point of view. Annals of the Association of American Geographers. v. 15, p. 192-201, 1925.

WRIGHT, J. K. Terrae incognitae: o lugar da imaginação na Geografia. Trad. Leticia Pádua. Geograficidade, v. 4, n.2, p. 4-18, Inverno 2014.

ZUMBI, Chico Science & Nação. Da lama ao Caos. CD/LP. Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro-RJ, 1994.

ZUMBI, Chico Science & Nação. Afrociberdelia. CD/LP. Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro-RJ / Estúdio Mosh, São Paulo-SP, 1996.

##submission.downloads##

Publicado

2018-11-06

Cómo citar

Galvão Filho, C. E. P. (2018). Da geosofia como geografia cordial: a obra de Josué de Castro como insurreição ontológica / Geosophy as a cordial geography: Josué de Castro’s work as an ontological insurrection. Geograficidade, 8(2), 122-138. https://doi.org/10.22409/geograficidade2018.82.a13137

Número

Sección

Dossiê: Fenomenologias da Experiência Geográfica

Artículos más leídos del mismo autor/a