BioCARTOgrafias
escrevivendo caminhos e mapeando trajetórias
Palabras clave:
bionarrativasResumen
Esta proposta de experimentação tem como fio condutor bioCARTOgrafias que se abrem para o mundo externo, ao mesmo tempo que se conectam ao próprio mundo interior, reconhecendo o território da subjetividade. Desnaturaliza-se uma ideia de geografia que tem colocado o corpo (e suas subjetividades) em um espaço métrico, fragmentado e disciplinado, muitas vezes isolado/distante do mundo. Emerge assim um espaço-tempo indissociado do corpo. Por isso no título – Bio - vida: mapear aquilo que é vital, que acontece no próprio corpo em sintonia com o mundo. A noção de Cartografia extrapola sua tecnicidade, apostando na arte e na poética do espaço como potencialidade para registros textuais, imagéticos e sonoros, de experiências subjetivas de uma geografia que incorpora os detalhes pequenos, articulando o macro e o micro. Isso porque, eu, geógrafa-artista, acredito que não é possível desvincular a Terra do homem, o físico do humano. A série é composta pelas obras: 1 - Atlas azul (fotografia e texto); 2– Persistência da cartografia (autorretrato); 3 – No deserto de Dali (texto), 4 – Suleando (Mapa-poesia), 5 – Cidade de lego (poesia e desenho), 6 –Poder dos astros (poesia e desenho), 7 – Nascimento (texto e desenho), 8 – Xinguara (mapa poesia). Nelas expresso minhas experiências e registros pessoais infiltradas e diluídas em discussões teóricas-metodológicas geográficas. Para isso, mobilizei operações que foram desde as identificações dos elementos do lugar da experiência, ou das relações dos sujeitos sociais que ocuparam aquele espaço, até a leitura e percepção daquelas paisagens. Nesse sentido, BioCARTOgrafar é buscar espacializar as emoções, dando sentido ao que emerge em nosso corpo a partir daquele lugar/experiência... é mapear nossas múltiplas trajetórias...é se encontrar no tempo e no espaço... é registrar nossos testemunhos de experiências vitais... é interpretar a si mesmo e ao espaço... é entender nossos espaços internos e externos...é transpor o vivido e o pensado... é um convite para se dizer... se grafar.... Podem parecer gestos pequenos, porém para mim tiveram inúmeras repercussões, pois situar e compreender espacialmente e historicamente minhas experiências ressignificou o meu passado (o que seguramente não deixará impune também o meu futuro). A possibilidade de compartilhar aqui esses registros me coloca em um profundo exercício de acolher as minhas experiências, convidando o Outro para "conhecer" o “meu mundo”. Por isso, essa Exposição é um convite para vocês "entrarem" em meus relatos de aventuras, acompanhando alguns episódios e movimentos de experiências com/no espaço. Meu desejo com isso, é que esta série, mesmo que simples, fosse acolhida também como um convite para aqueles que a apreciarem, de quem sabe, começarem a produzir suas BioCARTOgrafias.