Feitiços no urbano
contra-coreografias, ambiguidades e mandingas
Mots-clés :
teatro, espaço urbano, micropolítica, ativismo, ERRO GrupoRésumé
Nos últimos 22 anos, o ERRO Grupo desenvolve ações artísticas no espaço urbano em uma pesquisa transdisciplinar, buscando criar situações que possam gerar espaços políticos e sensíveis, operando na dissolução dos papéis do ator e do espectador e dos limites entre ficção e realidade. No corpo do artigo será apresentada a estrutura da obra teatral “Jogo da Guerra” e os modos em que a ação impulsiona e evidencia as potências políticas da arte no espaço urbano.
“Jogo da Guerra” foi inspirada no jogo “Kriegspiel” criado por Guy Debord e Alice Becker-Ho que estreou em maio de 2018 marcando os cinquenta anos dos protestos de maio de 68. A partir de nossas vivências enquanto integrantes do ERRO Grupo e da equipe de criação de “Jogo da Guerra” vamos relembrar alguns conceitos norteadores dos ensaios, montagem e apresentações dessa que foi uma das últimas intervenções criadas pelo grupo antes da ascensão
do governo bolsonarista.
Téléchargements
Références
ARTAUD, Antonin. O Teatro e Seu Duplo. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
BENNATON, Pedro. Teatro de situações: estratégias de preparação e atuação em Modus Operrante de ir às ruas. Tese (Doutorado em Teatro) – Programa de Pós-graduação em Teatro, Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianólis, 2020.
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. 6ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
BRUGUERA, Tania. Political Time Specific Art. In: BISHOP, Tania. Tania Bruguera in conversation with Claire Bishop. Nova York: Colección Cisneros, 2020. p. 45-77.
CECEÑA, Ana Esther. Los desafios del mundo em que caben todos los mundos y la subversión del saber histórico de la lucha. Revista Chiapas, n. 16, p. 9-29, 2004.
DEBORD, Guy. Panegírico. São Paulo: Conrad, 2002.
Deleuze, G; Parnet, C. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.
ERRO Grupo. A ciranda das viaturas. YouTube, 30 mai. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eMcF8HX-XkI. Acesso em: 08 jul. 2023.
FERREIRA, Sarah. Coreografia dos corpos em Jogo da Guerra do ERRO Grupo. In: Raiter, Luana; Bennaton, Pedro (Orgs.). Jogo da Guerra. Ilustrações Sandra Alves. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2019. p. 105-114.
FISCHER-LICHTE, Erika. The Transformative Power of Performance: a New Aesthetic. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2007.
GISLON, Giórgio. Pretensa ingenuidade, melancolia, cinismo e o espetáculo da ordem em Jogo da Guerra. In: Raiter, Luana; Bennaton, Pedro (Orgs.). Jogo da Guerra. Ilustrações Sandra Alves. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2019. p. 117-124.
LACOSTE, Yves. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 1997.
LARANGEIRA, Lidia Costa. Coreografias e contracoreografias de levante: engajando dançagrafias e feminilidade. Tese (Doutorado em Arte e Cultura Contemporânea) – Instituto de Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
LEHMANN, Hans Thies. Teatro pós-dramático. Trad. Pedro Süssekind. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
LEPECKI, André. Coreo-política, Coreo-polícia. Ilha Revista de Antropología, Florianópolis, v. 13, n. 1-2, p. 41-60, 2013.
NUNES, Kamilla. Dissidência cívica. In: Raiter, Luana; Bennaton, Pedro (Orgs.). Jogo da Guerra. Ilustrações Sandra Alves. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2019. p. 59-63.
QUILICI, Cassiano S. Antonin Artaud o ator e a física dos afetos. Sala Preta, v. 2, p. 96-102, 2011.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: Ed. 34, 2005.
RAPOSO, Paulo. Errare, humanum est! Mas errar artísticamente, político é. In: Raiter, Luana; Bennaton, Pedro (Orgs.). Jogo da Guerra. Ilustrações Sandra Alves. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2019. p. 65-75.
RAPOSO, Paulo. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia, v. 4, n. 2, p. 3-12, 2015.
TAYLOR, Diana. ERRO: Aftershocks. In: BENNATON, Pedro; RAITER, Luana (Orgs.). Poética do ERRO: registros. Ilha do Desterro: ERRO Grupo de Teatro,2014. p. 146-150.
PERUCCI, Tony. What the Fuck is That? The Poetics of Ruptural Performance. Liminalities: A Journal of Performance Studies, v. 5, n. 3, September 2009.
SCHNEIDER, Rebecca. Perofrming Remains. Art na war in times of theatrical reenactment. New York: Routledge, 2011.
YABETA, Daniela. Um território: São Francisco do Paraguaçu. Boletim Territórios Negros, v. 7, n. 30, jul./ago. 2007.