Uma política deliberativa para a Geografia humanista cultural

mundo da vida e poder comunicativo

Autores

Palavras-chave:

Modelos democráticos, Espaço público comunicativo, Descolonização, Geoética

Resumo

Tradicionalmente, a geografia política aborda as relações entre sociedade, Estado e espaço pelo poder enquanto agir estratégico, isto é, via conflito. Trata-se de tipo de ação social sistematicamente distorcida baseada na violência, coerção e influenciação recíproca dos atores sociais. Diante disso, desenvolve-se uma abordagem geográfica sobre a política deliberativa via poder comunicativo que parte do mundo da vida. A ação comunicativa lida com a coordenação das ações individuais visando ao entendimento pela intercompreensão mútua, livre e não violenta. Aprofundam-se elementos discursivos e estudos anteriores de base habermasiana em torno da promoção de espaços públicos comunicativos que se constituem por uma geoética. A colonização do mundo da vida pelos sistemas econômicos e políticos globalizados situam as dimensões da ética e da justiça espacial nas dimensões da Terra, necessitando-se uma macroética. Justificação, legitimação e as fontes de discordância são princípios promissores para se pensar, portanto, uma política deliberativa para Geografia Humanista Cultural.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rosalvo Nobre Carneiro, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

    Doutor em Geografia pela UFPE

    Professor do Programa de Pós-graduação em Ensino - UERN

    Professor do Departamento de Geografia - UERN

Referências

BUTTIMER, Anne. Lar, horizontes de alcance e o sentido de lugar. Geograficidade, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p.4-19, 2015.

BRITO, Mariana Vieira de. Política de patrimônio e território no século XXI: uma análise de Bordeaux na França. Espaço e Cultura, n. 40, p. 77-98, jul. dez., 2016.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. O fundamento espaço-temporal: a dialética do espaço-mundo da vida. In: CARNEIRO, Rosalvo Nobre. Educação geográfica do agir comunicativo: geografia escolar do mundo da vida. Curitiba, PR: Appris, 2022a. p. 43-58.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. O fundamento político: o espaço público comunicativo, a democracia e a cidadania deliberativas. In: CARNEIRO, Rosalvo Nobre. Educação geográfica do agir comunicativo: geografia escolar do mundo da vida. Curitiba, PR: Appris, 2022b. p. 59-78.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre; ARAÚJO, Fábio Rodrigo Fernandes. Pobreza e universalidade: diálogos entre Milton Santos e Jurgen Habermas para uma geoética. In: Colóquio Habermas e 8 Colóquio de Filosofia da Informação, 17, 2021, Rio de Janeiro. Anais do 17 Colóquio Habermas e 8 Colóquio de Filosofia da Informação. Rio de Janeiro: Salute, 2021. v. 22. p. 61-80.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. Espaço como mundo da vida e a teoria do agir comunicativo. Revista da ANPEGE, [S.l.], v. 16, n. 31, p. 44-58, mar. 2020a.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. Aprendizagem de princípios geoéticos universais, competência comunicativa e estágios de desenvolvimento moral. Revista Brasileira de Educação em Geografia, Campinas, SP, v. 10, p. 498-519, 2020b.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. Prolegômenos a compreensão do espaço como mundo da vida e mundo do sistema. In: Encontro Nacional da ANPEGE: Geografia, Ciências e Política: Do Pensamento à Ação da Ação ao Pensamento, 12, 2017, Porto Alegre. Anais do XXII ENANPEGE. Dourados: UFGD Editora, 2017. v. 1. p. 5404-5415.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. O papel das políticas públicas e o desenvolvimento regional no Brasil: do paradigma mentalista ao linguístico. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 30, n. 2, p. 113-123, 2010.

CARNEIRO, Rosalvo Nobre. A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 33–46, 2009. CARNEIRO, Rosalvo Nobre; SÁ, Alcindo José de. A produção social pública dos lugares numa perspectiva comunicativa como contraponto à produção social privada. In: SÁ, Alcindo José de (org.). Por uma Geografia sem cárceres públicos ou privados. Recife: UFPE, 2007. p. 324-335.

CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política: território, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

CASTRO, Iná Elias de. Espaços da democracia: para a agenda da geografia política contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

CASTRO, Iná Elias de. Geografia Política: o que é afinal e para que serve. Revista Espaço e Geografia, v. 24, n. 2, p. 1-26, 2021.

CORDOVA, Vitor Sartori; VICTAL, Jane; PEIXOTO, Paulo. A Monumentalidade Histórica de Coimbra: as políticas urbanísticas na edificação do legítimo homem português. Geograficidade, v. 11, n. 1, p. 81-97, 31 jan. 2021.

CORRÊA, Roberto Lobato. Geografia cultural: passado e futuro – uma introdução. In: ROSENDHAL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (Orgs.). Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999. p. 49-58.

CLAVAL, Paul. A geografia cultural. 4 ed. Florianópolis: UFSC, 2014.

CORRÊA, Roberto Lobato. Monumentos, política e espaço. In: ROSENDHAL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (Orgs.). Geografia Cultural: uma antologia. Rio de Janeiro: Eduerj, 2013. p. 73-90. Volume 2.

CORRÊA, Roberto Lobato. Cultura, política, economia e espaço. CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço e Cultura, n. 35, p. 28-35, jan.-jun., 2014.

CORRÊA, Roberto Lobato. Política, cultura e espaço. Revista de estudos ibéricos IBEROGRAFIAS, Centro de Estudos Ibéricos, n. 12, v. XII, p. 63-71, 2016.

COSGROVE, Dennis. Geografia cultural do milênio. In: ROSENDHAL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato. Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999. p. 17-48.

COSGROVE, Denis E.; JACKSON, Peter. Novos rumos da Geografia cultural. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny. Introdução à Geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 135-146.

COSTA, Wanderley Messias da. Geografia política e geopolítica: discursos sobre o território e o poder. São Paulo: Edusp, 2016.

DUARTE, Matusalém de Brito. Leituras do “lugar-mundo-vivido” e do “lugar-território” a partir da intersubjetividade. 142 f. 2006. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Minas Gerais, Brasil, 2006.

FERREIRA, Rafael Bastos. Husserl, mundo-da-vida e geografia. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 22, n. 2, p. 119-126, dez, 2016.

GERALDES, Eduardo Simões. Horizontes do mundo vivido: reflexões sobre a contribuição da hermenêutica para a geografia humanista. Geograficidade, UFF, v. 1, n. 1, p. 59-66, 2011.

FUNG, Archon; COHEN, Joshua. Democracia radical. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 6, n. 11, p. 221-237, out. 2007.

GUTMANN, Amy; THOMPSON, Dennis. O que significa democracia deliberativa. Revista Brasileira de Estudos Constitucionais [recurso eletrônico], Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 17-78, jan./mar. 2007.

HABERMAS, Jurgen. Três modelos de democracia. Sobre el concepto de uma política deliberativa. Polis, v. 10, p. 1-9, 2005.

HABERMAS, Jurgen. Comunicação política na sociedade mediática: o impacto da teoria normativa na pesquisa empírica. Ibero, n. 21, ano XI, p. 9-21, 2008.

HABERMAS, Jurgen. ESPAÇO PÚBLICO (Um verbete de enciclopédia). Problemata: R. Intern. Fil. v. 3. n. 2., p. 218-227, 2012.

HABERMAS, Jurgen. Facticidade e validade: contribuições para uma teoria discursiva do direito e da democracia. São Paulo: Unesp, 2020.

JORNAL NACIONAL. Pesquisa mostra que 75% dos conselhos e comitês nacionais foram extintos ou esvaziados no governo Bolsonaro. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/10/25/pesquisa-mostra-que-75percent-dos-conselhos-e-comites-nacionais-foram-extintos-ou-esvaziados-no-governo-bolsonaro.ghtml. Acesso em: 18 jan. 2023.

KONZEN, Lucas P. O que é geografia jurídica crítica? Origens, trajetórias e possibilidades. Revista Direito e Práxis, [S.l.], v. 12, n. 2, p. 1342-1367, jun. 2021.

MARANDOLA JR., Eduardo. Heidegger e o pensamento fenomenológico em geografia: sobre os modos geográficos de existência. Geografia, Rio Claro, v. 37, n. 1, p. 81-94, jan./abr. 2012.

MARINHO, Samarone Carvalho. Um homem, um lugar: geografia da vida e perspectiva ontológica. 2010. 335 f. 2010, Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MARQUES, José Ronaldo de Oliveira. Uma Reflexão do Modelo de Espaço Público Habermasiano. Aufklärung: revista de filosofia,[S. l.], v. 5, n. 3, p. p.181-192, 2018.

MARTINS, Ludimila Gonçalves. As narrativas de Guernica e suas travessias estético-políticas na produção do lugar. Geograficidade, v. 8, n. 2, p. 20-36, 6 nov. 2018.

MELLO, Joao Baptista Ferreira de. Valores em Geografia e o dinamismo do mundo vivido na obra de Anne Buttimer. Espaço e cultura, UERJ, RJ, n. 19-20, p. 33-40, jan./dez. 2005.

MOTORYN, Paulo. Lula cria Conselho e Sistema de Participação Social: “Derrotamos um presidente, não o fascismo”. Brasil de Fato, Brasília (DF), 31 de Janeiro de 2023 às 13:09.

MOUFFE, Chantal. Por um modelo agonístico de democracia. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, n. 25, p. 11-23, nov. 2005.

NASCIMENTO, Jocivânia Fernandes; ARAÚJO, Fábio Rodrigo Fernandes; CARNEIRO, Rosalvo Nobre. O Lugar na construção social: o Ponto de Cultura de Major Sales/RN. Terra Livre, v. 2, n. 43, p. 206–224, 2014.

PALAZI, Rafael; ZAN, Pedro Pacheco. Distinção do conceito de poder na obra de Jurgen Habermas. Doispontos, Curitiba, São Carlos, v. 18, n. 2, p. 76-90, dez. 2021.

QUEIROZ FILHO, Antonio Carlos. A edição dos lugares: sobre fotografias e a política espacial das imagens. ETD - Educação Temática Digital,[S. l.], v. 11, n. 2, p. 33–53, 2010.

QUEIROZ FILHO, Antonio Carlos. Desviando olhares: estéticas-políticas dos relatos de viagem. Geograficidade, v. 2, n. Especial, p. 104-114, 24 maio 2012.

ROSENDAHL, Zeny. Espaço, política e religião. In: ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (Orgs.). Geografia cultural: uma antologia. V. II. Rio de Janeiro: Eduerj, 2013. p. 147-162.

SILVA, Vicente de Paulo da; SILVA, Rene Gonçalves Serafim. A geografia e o estudo da vida cotidiana: um caminho para a compreensão do espaço. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 15, n. 50, p. 164-171, jun. 2014.

SMITH Neil. A diversão da cultura: a política da Geografia cultural. Revista Geographias, v. 17, n. 1, p. 331-347, jan./jun., 2021.

SOUZA, Marcelo Lopes de. A prisão e a ágora: reflexões em torno da democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

SYLLA, Bernhard Josef. Repensar a ambivalência do conceito de mundo da vida em Habermas. International Journal of Philosophy and Social Values, v. 2, n. 2, p. 85-112, 1 jul. 2019.

SUESS, Rodrigo Capelle; LEITE, Cristina Maria Costa. Geografia e fenomenologia: uma discussão de teoria e método. ACTA Geográfica, Boa Vista, v.11, n.27, pp.149-171, set./dez, 2017.

TOMASI ALVES, Tanisi; SAHR, Wolf-Dietrich; LÖWEN SAHR, Cicilian Luiza. O quilombo e suas “transgressões” étnico-religiosas: Um estudo de Geografia Social na perspectiva goffmaniana. Geograficidade, v. 6, n. 1, p. 59-78, 18 ago. 2015.

WAGNER, Philip L.; MIKESELL, Marvin. Os temas da Geografia cultural. In: CORRÊA, Roberto L.; ROSENDAHL, Zeny. (Org.) Introdução à Geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 27-62.

Downloads

Publicado

2024-04-30

Como Citar

Uma política deliberativa para a Geografia humanista cultural: mundo da vida e poder comunicativo. (2024). Geograficidade, 14(Especial), 183-196. https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/60442